quinta-feira 23 2012

Pesquisa: 51% dos jovens querem empreender em 6 anos


Carreira

Levantamento com 46.107 jovens brasileiros das cinco regiões do país indica que 56% deles querem abrir um negócio. Eike Batista é o "líder mais admirado"

Jovens buscam satisfação pessoal
Jovens buscam satisfação pessoal no mercado de trabalho (Thinkstock)
Ter um negócio próprio já faz parte dos sonhos de 56% dos jovens brasileiros, sendo que 51% deles pretendem empreender em um prazo de até 6 anos. Os dados são de uma pesquisa realizada pela Cia de Talentos, agência de recrutamento, em parceria com a Nextview People, empresa de pesquisas em gestão e desenvolvimento de pessoas.

Em sua 12º edição, a pesquisa ouviu 46.107 pessoas entre 20 e 26 anos das cinco regiões do país. O resultado mostra uma mudança abrupta em relação ao ano passado. Ao responder a pergunta “qual o nome da empresa de seus sonhos?”, a resposta “negócio próprio” ficou em 4º lugar neste ano - atrás apenas de trabalhar no Google, na Petrobras e na Vale. Em 2011, 101 empresas foram mais citadas do que o desejo de empreender.

Para a consultora de recursos humanos e sócia da Cia de Talentos Maíra Habimorad , o resultado está atrelado a maior busca da geração Y por satisfação pessoal. “Os jovens querem trabalhar em uma área com a qual se identifiquem. Então, nada melhor do que criar um negócio em um setor que tenham interesse”. Segundo ela, são identificadas duas grandes necessidades na faixa etária avaliada: “vontade de realizar-se profissionalmente fazendo o que gosta e de deixar uma marca positiva no mundo”.

Segundo ela, os bons exemplos de jovens empreendedores, como o amplamente citado Mark Zuckerberg (criador do Facebook), estimulam os mais novos a empreender, mesmo diante de outras alternativas profissionais. “A tecnologia permite que muitos jovens arrisquem por vontade, não somente por necessidade”, afirma.

Os jovens da região Norte são os que mais querem ter um negócio próprio, seguidos pelos da Centro-Oeste, Sul e Nordeste. O Sudeste do país fica com a última posição. “As regiões Norte e Nordeste são menos saturadas, o que torna um pouco mais fácil criar algo”, considera Maíra.
Ao mesmo tempo em que aumentou o interesse pelo empreendedorismo, diminuiu de 87% para 75% o índice dos que também avaliam trabalhar em empresas privadas.

No quesito taxa de empreendedorismo (porcentagem de empreendedores em relação à população adulta do país) o Brasil ficou com a 8ª posição entre 54 países analisados. Está à frente, por exemplo, dos Estados Unidos, que atingiram apenas o 16º lugar. Contudo, o país ainda está bem distante dos vizinhos Peru e Colômbia, em que 82% e 77% dos jovens, respectivamente, afirmaram que gostariam de empreender. 
Líder - Eike Batista foi a personalidade mais citada pelos jovens brasileiros na questão “líder mais admirado”. Empreendedorismo e capacidade de inovar do empresário foram as justificativas utilizadas por 61% dos entrevistados para a escolha.
Amostragem menor - Uma pesquisa realizada em 2011 pela Nextview People com 4.000 jovens em todo Brasil trouxe resultados ainda mais surpreendentes. Isso porque 78% dos entrevistados afirmaram que têm a intenção de empreender.

Mais da metade (54,3%) alegou que gostaria de abrir um negócio porque acredita que, desta forma, conseguirá independência financeira ao mesmo tempo em que realiza algo “interessante”. Outros 37,2% admitem que precisam aprimorar seus conhecimentos para gerir um negócio.

O estudo indica também que 12,5% dos jovens já se definem como empreendedores, sendo que quase todos (95,5%) se consideram felizes profissionalmente e mais de 50% atua no segmento de serviços. 

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