domingo 07 2013

‘Projeto do PT parece o do regime militar’

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Para André Lara Resende, governo precisa mudar rumo para evitar 'crescimento medíocre'

07 de julho de 2013 | 2h 07
ALEXA SALOMÃO - O Estado de S.Paulo
André Lara Resende é considerado um dos economistas mais brilhantes e inquietos do Brasil. Doutor em Economia pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, uma das instituições mais conceituadas dos Estados Unidos, destacou-se pela vasta produção acadêmica, mas também pelo requintado gosto por cavalos puro-sangue e por pilotar carros de corrida. No serviço público, foi um dos pais do Plano Cruzado e do Plano Real. Negociou a dívida externa e presidiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social. Na atividade privada, trabalhou no mítico banco Garantia e foi sócio do Matrix, onde fez fortuna. Agora, aos 62 anos e distante das turbulências do mercado financeiro e da gestão pública, o filho do escritor mineiro Otto Lara Resende dedica-se à reflexão. Em seu livro Os Limites do Possível questiona verdades estabelecidas sobre o desenvolvimento econômico. Na entrevista abaixo, na semana em que o Banco Central tem nova reunião para definir a taxa básica de juros, Lara Resende defende que, se o governo não controlar os gastos, vai pressionar os juros e levar o País a um ciclo de crescimento medíocre.
O governo e o Banco Central devem adotar medidas mais enérgicas para controlar a inflação, que já supera o teto da meta? 
Seria preciso corrigir o mix equivocado de políticas: reduzir os gastos correntes do governo e os estímulos à demanda. Em contrapartida, estimular a oferta (de moeda) e os investimentos. Como não estou mais no dia a dia do mercado, não gosto de fazer projeções de valores, mas o Banco Central demorou para reagir e, ainda que com uma correção de rumo a partir de agora, a tendência é de alta dos juros.
O que vai ocorrer se o governo insistir em manter os gastos?
Veremos o agravamento da pressão inflacionária e do déficit da conta corrente do balanço de pagamentos, o que obrigará o Banco Central a subir a taxa de juros, para não perder o controle da inflação. O resultado desse mix perverso - que foi opção do governo - é a valorização cambial, o desestímulo ao investimento, a desindustrialização e o baixo crescimento.
O cenário é tão ruim assim?
Não dá para prever o futuro, mas as coisas não estão bem encaminhadas. Aliás, estão piorando. Temos uma política macroeconômica malfeita. A partir de 2008, o PT adotou um projeto anacrônico. O curioso é que ele é parecido com o do regime militar. Esse projeto está levando ao crescimento medíocre. O governo usou o pretexto da crise financeira nos países avançados para aumentar o gasto público e dar estímulos ao consumo. Um grave equívoco, pois temos uma insuficiência histórica de poupança. Deveríamos ter aumentado o investimento em educação e em infraestrutura, para estimular a produtividade. Se após a crise de 2008 fosse para fazer política macroeconômica anticíclica (conjunto de medidas que em período de retração econômica incluem redução de tributos, aumento do crédito e do gasto público para ativar a economia), a opção correta teria sido baixar os juros, e não aumentar os gastos. Aumento de gasto se justifica quando há uma contração da demanda, o que efetivamente ocorreu nos países avançados, mas não aqui. Fomos momentaneamente atingidos via comércio internacional, mas nosso problema é falta de poupança, não insuficiência de consumo.
O governo aposta na nova rodada de concessões públicas para atrair investidores e reativar a economia. Qual é a sua projeção para os investimentos?
Ao que tudo indica, os investimentos vão ser muito abaixo do que se esperava. As concessões poderiam despertar atenção, mas a opção do governo por definir rentabilidades incompatíveis com os riscos, o ambiente regulatório hostil e, sobretudo, as mudanças de regras a posteriori, desenham um quadro desanimador para os investidores. E investimento direto em baixa e déficit em conta corrente em alta é sinal de problemas à frente.
Em dezembro de 2009, o Cristo Redentor decolava na capa da 'The Economist'. Por que o Brasil foi de queridinho a país de segunda categoria entre os investidores em tão pouco tempo?
Como é da psicologia humana, que os mercados refletem, há exageros tanto na euforia quanto no pessimismo. O Brasil é um país de grandes possibilidades, mas que tem ainda sérios e conhecidos problemas. Perdemos, é verdade, uma grande oportunidade. O otimismo do mundo em relação ao Brasil, num momento em que as economias avançadas se viam em grande dificuldades, deveria ter sido aproveitado para nos consolidar como uma economia integrada à dinâmica do mundo globalizado. Deveríamos ter aproveitado a oportunidade para investir mais e melhor, sobretudo na infraestrutura e na educação, principais fatores determinantes da produtividade. Mas, infelizmente, não o fizemos. Preferimos aumentar os gastos do governo e dar estímulos fiscais à demanda, contribuindo para agravar a nossa estrutural insuficiência de poupança. Espantamos o investimento estrangeiro de longo prazo, com a falta de estabilidade das regras, com uma regulação barroca e discriminatória, com uma política macroeconômica incompetente e a opção por um capitalismo de Estado anacrônico.
O sr. tem proposto uma discussão, digamos, mais sofisticada sobre o que é crescimento econômico. Qual modelo de crescimento seria o ideal agora?
É preciso rever e adaptar o conceito de desenvolvimento, que hoje não deve mais estar baseado exclusivamente no aumento da produção doméstica e do consumo de bens materiais. Não faz sentido olhar apenas o porcentual do PIB. O projeto de desenvolvimento do século 21 deve levar em conta as evidências de que o bem-estar depende da qualidade de vida, cujos elementos fundamentais são o sentido de comunidade e a confiança nos concidadãos, a saúde, o tempo com a família e os amigos e a ausência de stress emocional. As grandes propostas totalizantes ideológicas deixaram de fazer sentido. A ideia de rever o projeto de desenvolvimento está na essência da discussão atual. É o tema do momento. Os países mais avançados já perceberam isso. Nós não precisamos chegar ao patamar deles para fazer essa revisão. Desenvolvimento hoje é qualidade de vida, algo que a população já intuiu, como demonstram as recentes manifestações de ruas, mas que ainda não encontrou uma formulação clara. Hoje o que importa são questões concretas, relativas ao cotidiano, à eficiência administrativa. É preciso rever um Estado que absorve 36% da renda nacional, mas investe menos de 3% e consome grande parte dos recursos para sua própria operação. O Estado não pode continuar a ser percebido como um expropriador ilegítimo de uma fatia expressiva da renda da sociedade, sem contrapartida de serviços à altura, como um criador de dificuldades em todas as esferas da vida.
Qual será o impacto das demandas populares na condução da economia, ainda mais em véspera de eleição?
As ruas pediram seriedade e eficiência do Estado, não benefícios e vantagens. São demandas de quem amadureceu. Mas o governo corre o risco de não compreender, de continuar a tratar a população como primitiva e imatura, que pode ser cooptada por gestos demagógicos, o que agravaria o desequilíbrio das contas públicas, a insuficiência de poupança e investimento, que está na base do desempenho medíocre da economia.
O sinal de recuperação nos Estados Unidos mostra que o mundo está entrando em um novo ciclo?
É sempre difícil fazer previsões. Decretar o fim de um ciclo e o início de uma nova era é missão para os historiadores, com o benefício do olhar retroativo, mas parece haver um certo consenso de que a grande crise financeira de 2008 encerrou um período de excessivo otimismo em relação à capacidade de autorregulação dos mercados. Encerrou também, com certeza, a falsa impressão de que se tinha chegado à fórmula perfeita de condução da política macroeconômica, capaz de pôr fim à instabilidade cíclica das economias, de que se tinha chegado à era da "Grande Moderação". A economia americana parece estar se recuperando, depois de mais tempo do que se imaginava e de doses maciças de estímulos monetários, num experimento inédito, cuja reversão, apenas anunciada para ter início no próximo ano, já causou grande turbulência nos mercados financeiros mundiais. Não me parece que a recuperação americana esteja consolidada. O desemprego caiu, mas continua alto, muita gente abandonou o mercado de trabalho e saiu das estatísticas de desemprego. Tenho a impressão de que vai passar por um ciclo semelhante ao do Japão desde o fim da bolha imobiliária, há já quase duas décadas. Como a economia e a sociedade são mais flexíveis, pode ser que o ciclo de estagnação seja menos prolongado.
Como ficam a Europa, os países emergentes e o Brasil?
A Europa ainda está um passo atrás dos Estados Unidos. A moeda única, adotada sem a integração financeira e fiscal, por economias com produtividades muito díspares, levou a um desequilíbrio entre elas, que foram explicitados de forma dramática com o fim da bolha financeira em 2008. Sem a capacidade de ajustes cambiais entre elas, atreladas à política monetária única do Banco Central Europeu, o ajuste deve vir primordialmente da redução do gasto público e da redução de salários nos países menos competitivos. É um processo extremamente longo e penoso. A alternativa para os países periféricos seria abandonar a moeda única, ao menos transitoriamente, algo que, embora seja tecnicamente possível, tem altos riscos econômicos e políticos. Os mercados emergentes foram beneficiados. Com as taxas de juros próximas de zero no mundo desenvolvido, o capital se redirecionou para as economias emergentes, onde havia boas oportunidades. O Brasil foi beneficiado. O influxo de capitais foi tal que provocou a valorização do real. Nos últimos meses assistimos à reversão do quadro e, como a economia brasileira não cresce como se esperava, os equívocos da política macroeconômica ficam evidentes.

5 dicas para ficar rico on-line

Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, tem uma fortuna estimada em US$ 13,3 bilhões. Sergey Brin e Larry Page, fundadores do Google, têm, aproximadamente, US$ 23 bilhões cada um. Jack Dorsey, do Twitter, já está em US$ 1,1 bilhão.
Como se pode ver, é possível ganhar muito dinheiro com a internet, basta descobrir a sua forma.
Para dar uma força a esse plano milionário, listamos a seguir 5 maneiras que podem ajudar a ficar rico on-line.

1) Crie algo diferente
Para ganhar dinheiro on-line, é preciso revolucionar. Quando Mark Zuckerberg lançou o Facebook, não havia nada como aquilo. Hoje, ele tem uma fortuna estimada em US$ 13,3 bilhões.  
  Drew Houston, por sua vez, viu oportunidade no armazenamento em nuvem e criou a ferramenta virtual Dropbox, que teve receita de US$ 240 milhões em 2011.  
Inove, pense em algo novo e criativo.

2) Faça um vídeo viral
Não são só clipes de música que fazem sucesso na internet. Se você tiver sorte, pode filmar o seu filho ou o seu cachorro cantando ou dançando. Deve ser qualquer coisa inusitada que chame a atenção e vire um viral para ser compartilhada espontaneamente pela internet.  
Para quem não sabe, o Youtube pode dividir o valor dos anúncios com o autor de um vídeo muito acessado. O pai da criança de “David After Dentist”, que mostra um garoto sob efeito de anestesia, ganhou mais de US$ 100.000 só com a propaganda na rede de vídeos.

3) Venda as suas coisas
Todos conhecem eBay e o Mercado Livre, sites em que é possível vender de tudo, mas você sabia que também pode usá-los para ficar milionário?  
Sophia Amoruso, fundadora da loja de roupas on-line Nasty Gal, começou seu negócio com a venda de antiguidades no eBay. Hoje, a empresa vale US$ 130 milhões e vende US$ 128 milhões por ano. Seja criativo e invista na sua ideia.

4) Monetize a sua criatividade
Hoje, todo mundo cria conteúdo de mídia: estima-se que mais de 375 bilhões de fotos são tiradas por dia e 72 horas de vídeo são publicadas no Youtube por hora.  
É possível vender esse conteúdo em empresas como a T3Media, que funciona como uma espécie de eBay de produtos digitais.  
Basta se cadastrar e você fica com 80% das vendas. O Gumroad funciona do mesmo jeito, com venda de música e livros. O site fica com 5%.

5) Crie um blog
Criar um blog é fácil, o difícil é criar um conteúdo relevante e mantê-lo. Além de escolher um tema interessante, é preciso pensar no público que lerá e em como passar o conteúdo.  
Lembre-se sempre da importância de criar algo novo, diferente. O blog sobre empreendedorismo e tecnologia TechCrunch, de Michael Arrington, foi comprado pela AOL por US$ 30 milhões em 2010.  
Outra maneira de ganhar dinheiro com um blog é escrever com conteúdo patrocinado ou abrir espaços para propaganda. Quanto maior for o número de acessos, mais você poderá cobrar.

Os benefícios da meditação

Redução do stress


Meditar é mais repousante do que dormir. Uma pessoa em estado de meditação consome seis vezes menos oxigênio do que quando está dormindo. Mas os efeitos para o cérebro vão mais longe: pessoas que meditam todos os dias há mais de dez anos têm uma diminuição na produção de adrenalina e cortisol, hormônios associados a distúrbios como ansiedade, déficit de atenção e hiperatividade e stress. E experimentam um aumento na produção de endorfinas, ligadas à sensação de felicidade. A mudança na produção de hormônios foi observada por pesquisadores do Davis Center for Mind and Brain da Universidade da Califórnia. Eles analisaram o nível de adrenalina, cortisol e endorfinas antes e depois de um grupo de voluntários meditar. E comprovaram que, quanto mais profundo o estado de relaxamento, menor a produção de hormônios do stress.

Este efeito positivo não dura apenas enquanto a pessoa está meditando. Um estudo conduzido pelo Wake Forest Baptist Medical Center, na Carolina do Norte, colocou 15 voluntários para aprender a meditar em quatro aulas de 20 minutos cada. A atividade cerebral foi examinada antes e depois das sessões. Em todos os pesquisados, foi observada uma redução na atividade da amígdala, região do cérebro responsável por regular as emoções. E os níveis de ansiedade caíram 39%.

Para quem já está estressado, a meditação funciona como um remédio. Foi o que os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos descobriram ao analisar 28 enfermeiras do hospital da Universidade do Novo México, 22 delas com sintomas de stress pós-traumático. A metade que realizou duas sessões por semana de alongamento e meditação viram os níveis de cortisol baixar 67%. A outra metade continuou com os mesmos níveis. 

Resultados parecidos foram observados entre refugiados do Congo, que tiveram que deixar suas terras para escapar da guerra. O grupo que meditou ao longo de um mês viu os sintomas de stress pós-traumático reduzir três vezes mais do que as pessoas que não meditaram – índices parecidos aos já observados entre veteranos americanos das guerras do Vietnã e do Iraque.

Melhoria do sistema cardiovascular


A Universidade de Ciências da Saúde da Geórgia conseguiu melhorar a sobrecarga cardíaca de 31 adolescentes americanos hipertensos. Os jovens apenas acrescentaram um hábito a suas rotinas: meditar duas vezes por dia, durante 15 minutos, ao longo de quatro meses. Outros 31 receberam orientações médicas, mas não meditaram. A primeira metade terminou o período de testes com a massa do ventrículo esquerdo menor – sinal de redução dos riscos de desenvolver doenças cardíacas e vasculares.
 
Outro levantamento, este da Universidade da Califórnia em Los Angeles, mediu o acúmulo de gordura nas artérias de 30 pessoas com pressão alta. Depois de meditar 20 minutos, duas vezes por dia, ao longo de sete meses, a quantidade estava menor, enquanto que ela não havia sido alterada no grupo de controle.

Meditar também é útil para reduzir em 47% as chances de ataque cardíaco e infarto em adultos. Foi o que concluiu a Associação Americana do Coração, depois de acompanhar um grupo de pacientes de 59 anos de idade, em média, ao longo de nove anos, de 2000 a 2009. Todos continuaram recebendo a medicação necessária, mas metade foi convidada a participar de sessões de meditação sem regularidade definida. Neste grupo, a pressão arterial caiu significativamente. "Foi como se a meditação funcionasse como um medicamento totalmente novo e muito eficiente para prevenir doenças cardíacas", afirma o fisiologista americano Robert Schneider, diretor do Center for Natural Medicine and Prevention e responsável pelo estudo.

Insônia e distúrbios mentais


Técnicas de relaxamento profundo, colocadas em prática durante o dia, podem melhorar a quantidade e a qualidade do sono. É o que aponta um estudo de 2008, do Northwestern Memorial Hospital, de Illinois. Cinco pessoas, com 25 a 45 anos e sofrendo de insônia crônica, foram submetidas a meditação durante dois meses. Passaram a dormir duas horas a mais por dia e alcançaram níveis de sono REM mais próximos do considerado saudável.

Em muitos casos, a insônia é sintoma de depressão. A meditação também funciona para atacar a causa. A Universidade da Califórnia conseguiu reduzir os casos de depressão entre 20 idosos com um simples programa de oito semanas de relaxamento, meia hora por dia. "No limite, meditar atrasar o aparecimento de sintomas do Alzheimer. A depressão na terceira idade é um fator de risco para o desenvolvimento desta doença", afirma o psiquiatra Michael Irwin, professor do Semel Institute for Neuroscience and Human Behavior da universidade.
 
O psicólogo Michael Posner e o neurocientista e professor da Universidade de Tecnologia do Texas Yi-Yuan Tang mediram a densidade dos axônios de pessoas que começaram a meditar. Quanto mais densos, maior a capacidade de realizar conexões cerebrais e menores os riscos de sofrer distúrbios mentais, de depressão a esquizofrenia. "A quantidade de conexões cerebrais está diretamente relacionada à saúde mental. Neste sentido, podemos dizer que a meditação é um exercício para a mente, excelente para deixá-la mais 'musculosa' e prevenir doenças", afirma o professor Posner.

Alívio da dor


Quem tem a meditação como hábito sente menos dor. O pesquisador Joshua Grant, do Departamento de Fisiologia da Universidade de Montreal comprovou esta hipótese encostando placas aquecidas nas nucas de 26 pessoas, 13 delas sem contato com a técnica e outras 13 com mais de 1000 horas de experiência em meditação. A placa era aquecida a 46 graus, depois 47, e assim sucessivamente, até 56. Todos os meditadores suportaram temperaturas acima dos 52 graus.
Nenhuma das pessoas inexperientes aguentou mais do que 50 graus. Na medida, o grupo que medita respirou 12 vezes por minuto. O outro respirou 15 vezes, um indício de stress maior. "As pessoas que meditam precisam menos de analgésicos. Elas sofrem menos pela antecipação da dor", diz Grant, que, no cruzamento de dados, concluiu que o hábito de meditar provocou uma resistência à dor 18% maior. De acordo com um grupo de neurocientistas do Center for Investigating Healthy Minds da Universidade de Wisconsin-Madison, a resistência de quem medita é maior em situações em que o stress influencia diretamente no nível de dor – caso de artrite e inflamações intestinais.

Reforço do sistema imunológico


O sistema imunológico também é favorecido. "O aumento da atividade cerebral relacionada a pensamentos positivos tem influência direta na maior produção de anticorpos. A meditação também intensifica a ação da enzima telomerase", diz Judson A. Brewer, de Yale. As implicações desta descoberta são fundamentais para o tratamento de tumores malignos. A Associação Americana de Urologia já declarou que a meditação é recomendada para ajudar a conter o câncer de próstata.
Também ajuda a lidar com o câncer de mama. Um grupo de 130 mulheres com a doença, todas com mais de 55 anos, aceitaram participar de um teste que reforça esta teoria. Ao longo de dois anos, elas foram divididas em dois grupos, um deles fazendo meditação. A situação foi monitorada pelos médicos do Saint Joseph Hospital, em Chicago. A metade que meditou teve maior resistência para lidar com as dores provocadas pela quimioterapia e experimentou uma reação física melhor à doença.

Melhoria na concentração



Na escola estadual Bernardo Valadares de Vasconsellos, em Sete Lagoas (MG), os 1.400 alunos fazem, todos os dias, o Tempo de Silêncio. Quem desejar pode aproveitar os 15 minutos para meditar. Quem não quiser, pode apenas descansar. A iniciativa foi inspirada pela Fundação David Lynch, que já orientou a criação de programas de meditação na escola estadual Presidente Roosevelt, em São Paulo, e na escola estadual Helio Pelegrino, no Rio de Janeiro.
 
“Estimamos que 20% dos estudantes continuam meditando por conta própria”, diz Joan Roura, diretor da fundação no Brasil. “Alunos que meditam são mais tranquilos, mais focados e têm maior capacidade de apreender informações.” A prática rende melhores notas: entre 235 crianças de colégios de Connecticut que começaram a meditar, representou um aumento de 15% nas provas e avaliações. 
 
As áreas do cérebro responsáveis pela memória e pela atenção chegam a ficar mais densas quando se medita. Foi a conclusão a que chegaram pesquisadores de Harvard, Yale e MIT, municiados por scanners de cérebro. Pessoas que mediram com frequência ao longo de vários anos também demoram mais para sofrer a redução destas áreas, em especial o córtex frontal. 
 
“Um estudante que medita pode ter melhores notas, uma vida mais saudável e boas condições de lutar por melhores postos no mercado de trabalho, com menor tendência para sofrer doenças cardiovasculares, stress ou distúrbios mentais”, diz Judson A. Brewer. Em resumo: “Meditar é uma boa forma de alcançar uma vida mais feliz, saudável e produtiva”.

Meditação ganha, enfim, aval científico

Terapia

Estudos sérios estão afastando as dúvidas que costumavam pairar sobre a prática e mostram que ela é extremamente eficaz no tratamento do stress e da insônia, pode diminuir o risco de sofrer ataque cardíaco e até melhorar a reação do organismo aos tratamentos contra o câncer

Tiago Cordeiro
meditação
Meditação: arma poderosa contra o stress ganha respaldo científico (Thinkstock)
A receita para lidar com dezenas de problemas de saúde é fechar os olhos, parar de pensar em si e se concentrar exclusivamente no presente. A ciência está descobrindo que os benefícios da meditação são muitos, e vão além do simples relaxamento. "As grandes religiões orientais já sabem disso há 2.500 anos. Mas só recentemente a medicina ocidental começou a se dedicar a entender o impacto que meditar provoca em todo o organismo. E os resultados são impressionantes", afirma Judson A. Brewer, professor de psiquiatria da Universidade Yale.
Iniciada na Índia e difundida em toda a Ásia, a prática começou a se popularizar no ocidente com o guru Maharishi Mahesh Yogi, que nos anos 1960 convenceu os Beatles a atravessar o planeta para aprender a meditar. Até a década passada, não contava com respaldo médico. Nos últimos anos, os pesquisadores ocidentais começaram a entender por que, afinal, meditar funciona tão bem, e para tantos problemas de saúde diferentes. "Com a ressonância magnética e a tomografia, percebemos que a meditação muda o funcionamento de algumas áreas do cérebro, e isso influencia o equilíbrio do organismo como um todo", diz o psicólogo Michael Posner, da Universidade de Oregon.
A meditação não se resume a apenas uma técnica: são várias, diferindo na duração e no método (em silêncio, entoando mantras etc.). Essas variações, no entanto, não influenciam no resultado final, pois o efeito produzido no cérebro é parecido. Na prática, aumenta a atividade do córtex cingulado anterior (área ligada à atenção e à concentração), do córtex pré-frontal (ligado à coordenação motora) e do hipocampo (que armazena a memória). Também estimula a amígdala, que regula as emoções e, quando acionada, acelera o funcionamento do hipotálamo, responsável pela sensação de relaxamento.
Não se trata de encarar a meditação como uma panaceia universal, os estudos mostram também que ela tem aplicações bem específicas. Mas, ao contrário de outras terapias alternativas que carecem de comprovação científica, a meditação ganha cada vez mais respaldo de pesquisas realizadas por grandes instituições.
Hoje, os estudos sobre os benefícios da meditação estão concentrados em seis áreas.

Oposição vai cobrar explicações de Cabral sobre uso de helicópteros do governo

Política

Governador do Rio vai trabalhar todos os dias de aeronave. Nos fins de semana, a mulher, os filhos, as babás e até o cachorro da família são transportados em um dos helicópteros do governo

20 de junho - 13h04: Cabral e o filho Marco Antono embarcam no Agusta, aeronave comprada em 2011 por 15,7 milhões de reais, rumo ao Palácio Guanabara, que fica a uma distância de apenas sete quilômetros
20 de junho - 13h04: Cabral e o filho Marco Antono embarcam no Agusta, aeronave comprada em 2011 por 15,7 milhões de reais, rumo ao Palácio Guanabara, que fica a uma distância de apenas sete quilômetros - Oscar Cabral

21 de junho - 10h24: O governador chega para mais um embarque em seu helicóptero rumo ao trabalho
21 de junho - 10h24: O governador chega para mais um embarque em seu helicóptero rumo ao trabalho - Oscar Cabral

21 de junho - 10h46: O Agusta volta para a Lagoa, onde Adriana embarca com dois filhos, duas babás e o cachorro Juquinha

21 de junho - 10h46: O Agusta volta para a Lagoa, onde Adriana embarca com dois filhos, duas babás e o cachorro Juquinha - Oscar Cabral

28 de junho - 11h28: Babás embarcam com os filhos de Cabral e o cachorrinho rumo a Mangaratiba

28 de junho - 11h28: Babás embarcam com os filhos de Cabral e o cachorrinho rumo a Mangaratiba - Oscar Cabral

28 de junho - 11h29: A primeira-dama embarca no helicóptero

28 de junho - 11h29: A primeira-dama embarca no helicóptero - Oscar Cabral

4 de julho - 11h12: Cabral embarca no EC 135, seu helicóptero reserva, avaliado em 8 milhões de reais

4 de julho - 11h12: Cabral embarca no EC 135, seu helicóptero reserva, avaliado em 8 milhões de reais - Leslie Leitão

A revelação de detalhes das viagens do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) em helicópteros do governo do estado, publicada em VEJA desta semana, indignou a população do Rio e políticos de oposição. O deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), que já presidiu a Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e é especialista no tema, pedirá que o Ministério Público Estadual investigue os abusos do governador do Rio.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, deputado Marcelo Freixo (PSOL), afirmou ao site de VEJA que vai se reunir com advogados, nesta segunda-feira, para estudar medidas jurídicas para coibir o que classificou como “descaso com o bem público”. Freixo vai propor a outros deputados a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Alerj, mas terá que esperar o fim do recesso da casa, em agosto, para começar a coletar as assinaturas necessárias. 
Conforme noticiou VEJA, o governador do Rio usa helicópteros do governo do estado todos os dias para trabalhar, ainda que a distância entre seu apartamento e o Palácio Guanabara, ambos na Zona Sul do Rio, seja de apenas 10 quilômetros - e de 7 a que separa o palácio do heliporto. O voo tem duração de três minutos, mas custa caro aos cofres do estado – 3,8 milhões anuais, segundo estimativa.

“As regras para o uso de viaturas oficiais são claras. É preciso ser funcionário público. Estar a serviço do estado e respeitar a previsão constitucional da razoabilidade. É razoável o governador se deslocar diariamente em um trecho de sete quilômetros, no perímetro urbano, de helicóptero? Na minha opinião não é”, afirmou Corrêa da Rocha.

A reportagem de VEJA mostrou ainda que um dos sete helicópteros do estado – um Agusta AW 109, comprado em 2011 por 9.732.934 dólares (o equivalente a 15.233.015 reais, à época) – é usado todo fim de semana pela família do governador. Toda sexta-feira, o luxuoso helicóptero - considerado uma limusine do ar - leva a mulher do governador, Adriana Ancelmo, os filhos, as babás e o cachorro da família para Mangaratiba, onde Cabral tem uma mansão. Sábado, a aeronave leva o governador. Domingo, o “helicóptero da alegria”, como chamam os pilotos, faz duas viagens, uma delas apelidada de “voo das babás”.

“Usar um helicóptero oficial, pago com dinheiro público para levar a mulher, filho, babá e cachorro para mansão, em Mangaratiba, é inadmissível. Isso faz mal à democracia. Ele tem a certeza da impunidade”, afirma Freixo, que verificará se os abusos com viaturas oficiais são qualificados como improbidade ou peculato. “Não tenho dúvidas que se trata de crime. Ele é o nome mais criticado nas passeatas que têm mobilizado o Rio, mas se recusa a ouvir a voz das ruas.”
A deputada Janira Rocha (PSOL) pedirá à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a relação de todos os passageiros que utilizam os helicópteros do governo do estado do Rio. 

Exercícios pro bumbum para fazer em casa


Exercícios pro bumbum para fazer em casa


Exercícios pro bumbum para fazer em casa - 1 (© Foto: Tempo de Mulher)

Atividade física faz bem para o organismo, para a saúde e para a autoestima. Ainda mais para as mulheres, que sempre estão em busca da perfeição do corpo, mesmo quando todos dizem que elas já estão lindas.
O Tempo de Mulher conversou com Rafael Borges, personal trainer da academia Bio Ritmo, que recomendou 4 exercícios fáceis e rápidos, para serem feitos em casa, com foco no bumbum!
Desse jeito você pode aproveitar aquele intervalo comercial da novela ou um momento em que esteja sozinha em casa para fazer exercícios rápidos que, com o tempo, vão deixar seus glúteos mais fortes e empinados, além de proporcionarem melhores condições físicas e mentais.

Exercícios pro bumbum para fazer em casa - 1 (© Foto: Tempo de Mulher)

Dicas antes de começar os exercícios
Antes de começar, é importante ressaltar que essas dicas são válidas para quem não tem restrições físicas, como hérnia, por exemplo. Os exercícios devem ser feitos um seguido do outro, com intervalos de 30 a 45 segundos, em dias alternados.
O personal trainer Rafael Borges também deu uma dica de alimentação para quem quer ter um bumbum durinho e bonito: cortar o refrigerante! Segundo ele, essa dica serve para o bumbum ou qualquer outra parte do corpo. É que bebidas gasosas ajudam o corpo a acumular gordura, além do alto nível de açúcar que contêm.
Os exercícios não precisam de pesos ou acessórios, isso é totalmente opcional. Quem optar por usar, pode encontrar facilmente caneleiras e pesos em loja de artigos esportivos.
Se alongue, prepare-se e vamos começar!

Exercícios pro bumbum para fazer em casa - 1 (© Foto: Tempo de Mulher)

Exercício 1: Afundo Alternativo
Ponha sua perna esquerda à frente e a direita atrás, colocando seu peso na esquerda, como mostra a foto. Em seguida, ainda com o peso na perna da frente, agache até as pernas ficarem dobradas. Faça 3 séries para cada perna, repitindo o movimento 15 vezes.

Exercícios pro bumbum para fazer em casa - 1 (© Foto: Tempo de Mulher)

Exercício 2: Retroversão Pélvica
Já que são exercicios para fazer em casa, sem acessórios, você pode usar um cobertor fofinho para deitar em cima (foto), em vez de ficar em contato direto com o  chão ou com o tapete, que podem ser desconfortáveis.
Deite no chão com as duas mãos esticadas ao lado do corpo e pernas dobradas. Levante apenas as costas e depois volte à posição inicial. Repita o movimento 20 vezes, fazendo 3 séries.

Exercícios pro bumbum para fazer em casa - 1 (© Foto: Tempo de Mulher)

Exercício 3: Stiff
Em pé, deixe os dois pés levemente separados e pernas levemente dobradas. Empine o bumbum e fique com as costas eretas. Fingindo que você tem um peso em cada mão, agache, mas deixando o bumbum empinado e parado. Mexa apenas as costas e os braços. A postura para esse exercício é muito importante.
Esse exercício mexe com a flexibilidade do corpo, por isso faça devagar, sem pedir mais do que o seu corpo pode dar. Assim como no primeiro exercício, são 3 séries, de 15 sessões cada, com intervalo entre as séries de no máximo 45 segundos.

Exercícios pro bumbum para fazer em casa - 1 (© Foto: Tempo de Mulher)

Exercício 4: Quatro apoios
O mais popular e conhecido entre a mulherada é o Quatro Apoios, que, na verdade, é chamado de Seis Apoios. Além dos joelhos e cotovelos, mãos e pulsos também são usados como apoio.  
Como na foto, levante a perna, dobrando-as. Faça 3 séries de cada perna, 20 vezes cada.

Exercícios pro bumbum para fazer em casa - 1 (© Foto: Tempo de Mulher)

Grávidas também podem!
Para as grávidas de plantão que acham que não devem fazer esses tipos de exercícios por cauda do bebê, uma boa notícia! O personal trainer Rafael Borges afirma que esses exercícios são recomendados para todas as mulheres, incluindo grávidas. 'Pode ser que elas não consigam fazer alguns movimentos por causa do barrigão, mas são recomendados e as grávidas podem fazer à vontade', ressalta Rafael.

Queda de popularidade tem reflexo nas alianças estaduais

 Por BRASÍLIA, estadao.com.br
Além das ameaças no quadro nacional, a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff tende a consolidar uma...



Além das ameaças no quadro nacional, a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff tende a consolidar uma divisão ainda maior entre os aliados também nas eleições estaduais. Nos principais colégios eleitorais começa a se desenhar um cenário de multiplicidade de candidaturas da base aliada.
Em São Paulo, o PT tenta definir seu candidato entre os ministros Alexandre Padilha (Saúde), José Eduardo Cardozo (Justiça), Aloizio Mercadante (Educação) e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho. O PMDB entende como cada vez mais concreta a candidatura de Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), enquanto o presidente nacional do PSD, o ex-prefeito Gilberto Kassab, já anunciou o desejo de concorrer.
No Rio de Janeiro já é praticamente certo que PT e PMDB estarão em lados opostos. O senador petista Lindbergh Farias não abre mão da candidatura, enquanto o PMDB aposta no vice Luiz Fernando Pezão para suceder ao governador Sérgio Cabral. O líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), pode tentar voltar ao governo.
Em Minas Gerais, o Ministério da Agricultura, cedido ao deputado Antonio Andrade (PMDB), não é garantia de aliança do partido com Fernando Pimentel (PT), ministro do Desenvolvimento. Andrade se queixa da falta de espaço para as ações da pasta e seus aliados já buscam alternativas. Outro integrante da base atual que pode entrar na disputa e certamente fará campanha para a oposição é o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda. Lacerda nega a intenção de disputar o governo de Minas, mas uma eventual candidatura sua abriria palanque para o correligionário pernambucano Eduardo Campos, presidenciável do PSB, e o senador Aécio Neves (PSDB) - atualmente seu principal aliado político.
Os problemas se repetem em outros redutos eleitorais como os de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Bahia e Paraná - disputas nas quais dificilmente PT e PMDB estarão no mesmo palanque e aliados de outros partidos também se mostram interessados em concorrer. / E.B. e D.C.

Dona da maior coalizão desde 1988, Dilma vê risco de desmanche no ano pré-eleitoral

 Por Eduardo Bresciani e Daiene Cardoso / BRASÍLIA, estadao.com.br
Presidente administra crise com o PMDB e Planalto já conta com desembarque do PSB e do PSC da base no Congresso



Dona da maior coalizão desde 1988, Dilma vê risco de desmanche no ano pré-eleitoral
"Dilma foi eleita em 2010 por uma chapa de dez partidos"
Partidos da base de sustentação do governo ameaçam desmanchar a aliança em torno da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. A sinalização ocorre no momento em que a petista quer consultar a população sobre mudanças no sistema político e amarga queda acentuada de popularidade após a série de manifestações pelo País.
Eleita em 2010 por uma chapa de dez partidos, Dilma conseguiu mais adesões e formou a maior base de apoio no Congresso desde a Constituinte. Manteve índices recordes de popularidade, superando até seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva. Até que junho chegou.
A aliança para o próximo pleito - essencial por causa da divisão da propaganda eleitoral de TV - já tinha duas sinalizações claras de baixa antes mesmo da atual crise: PSB e PSC devem ter candidaturas próprias, com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e com o pastor Everaldo Pereira, respectivamente. A perda do PSB reduz a presença de Dilma no Nordeste, onde a legenda tem boa representação. A saída do PSC reduz a influência de Dilma entre o eleitorado evangélico.
Agora, outros partidos da base podem seguir o mesmo caminho, como é o caso de PP, PSD e PR. Mas a maior preocupação hoje é com o mal-estar cada vez maior com o PMDB, justamente o maior parceiro na aliança e que indicou o vice Michel Temer na chapa vitoriosa de 2010.
A apresentação da proposta do plebiscito sem discussão prévia com a base desestabilizou a relação com o Congresso. Expôs, principalmente, a dificuldade no relacionamento do Palácio do Planalto com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ambos do PMDB. Dirigentes do partido acham que a presidente procurou jogar a responsabilidade da "crise de representatividade que ecoou das manifestações" no colo do Congresso.
Apesar da base inchada, a relação da presidente com o Congresso sempre foi complicada. A alta popularidade do governo era a explicação usada dentro do Senado e da Câmara para a manutenção da coalizão, apesar das queixas constantes sobre a articulação política, a ocupação de espaços na administração e a liberação das emendas parlamentares.
Com a diluição do índice de aprovação, que segundo o Datafolha caiu quase à metade em junho, o fator de solidificação da base começou a se dissolver. Pior: o último levantamento do instituto já aponta a possibilidade real de segundo turno em 2014. Nesse caso, o confronto hoje seria entre Dilma e a ex-senadora Marina Silva (AC), que ainda precisa oficializar seu partido, a Rede.
Eduardo Campos e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) são os possíveis beneficiários de uma eventual debandada. Os dois buscam provocar fissuras na base de forma a cristalizar suas candidaturas. Para aliados de Campos, o PT teria garantido o apoio de apenas dois partidos, PC do B e PDT.
No caso do PDT, porém, há rachas internos e parlamentares que defendem também o descolamento do governo. A avaliação do presidente da sigla, Carlos Lupi, segundo congressistas, é que a crise será passageira e um apoio a Dilma reafirmado neste momento pode significar um melhor tratamento futuro. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) acredita em reação dos índices do governo e não se surpreende com as ameaças de dissidências. "Não é uma aliança programática e ideológica."
'Atônito'. Tratado pelo PT como trunfo para as próximas eleições, o PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab é um dos que reavaliam sua posição. Apesar da maioria dos diretórios da sigla já ter se manifestado pelo apoio a Dilma em 2014, deputados próximos a Kassab reconhecem que a maré pode virar.
"Hoje os Estados estão reavaliando (o apoio a Dilma), tenho certeza", afirma o deputado federal Guilherme Campos (SP). O parlamentar ainda acredita em uma aliança com o PT, mas relatou que o PSD está "atônito" com as manifestações nas ruas.
No PR também há dúvidas sobre a manutenção do apoio em 2014 mesmo com a recente nomeação de César Borges para o Ministério dos Transportes.
O PTB e o PP já não constaram oficialmente da aliança em 2010 e a tendência é de que novamente fiquem de fora. O PTB teria mais pontes com Campos, enquanto no PP a proximidade maior é com Aécio.

Dilma nega saída de ministro e debate medidas para 2ªF

 Por ERICH DECAT E DÉBORA BERGAMASCO, estadao.com.br
Diante dos sucessivos rumores sobre mudanças em sua equipe ministerial, a presidente Dilma Rousseff divulgou hoje...



Diante dos sucessivos rumores sobre mudanças em sua equipe ministerial, a presidente Dilma Rousseff divulgou hoje (6) uma nota para desmentir que promoverá trocas no governo, nos próximos dias. "Não procedem as especulações de mudanças ministeriais. O que espero de meus ministros é empenho na realização dos cinco pactos firmados com os governadores e prefeitos de capital", escreveu ela, em nota publicada no Blog do Planalto.
Na prática, o que está deixando Dilma cada vez mais irritada são os boatos sobre trocas na equipe econômica num momento de inflação em alta e de desconfiança do mercado sobre os compromissos do governo com a política fiscal.
A base aliada e integrantes do próprio PT cobram a substituição do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e também do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Não é só: em todas as reuniões, parlamentares e dirigentes do PT se queixam do descompasso na articulação política do Planalto e reclamam da comunicação do governo.
Dilma se reuniu hoje (6) com parte de sua equipe, no Palácio da Alvorada. As reuniões secretas de ministros com Dilma, no fim de semana, já viraram rotina no governo e nunca constam da agenda oficial.
No encontro de hoje (6), que durou quatro horas, houve uma avaliação do quadro político e das medidas a serem anunciadas na próxima semana, como o "Pacto Nacional pela Saúde - Mais Hospitais, Mais Médicos, Mais Formação". A cerimônia ocorrerá na segunda-feira e contará com a participação de governadores e prefeitos de vários partidos.
Na nota que postou no Blog do Planalto, Dilma disse esperar comprometimento de todo o Executivo com a responsabilidade fiscal, a reforma política com plebiscito, a melhoria nos serviços públicos de saúde, o pacto nacional da mobilidade urbana e a destinação dos royalties do petróleo para educação.
"Dos meus ministros quero determinação para manter o Brasil no caminho do crescimento, da inclusão social, da geração de emprego e renda e da estabilidade econômica", insistiu Dilma.
A nota foi ditada pela presidente à sua assessoria quando ela estava no Alvorada, em reunião com os ministros Aloizio Mercadante (Educação), José Eduardo Cardozo (Justiça), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Fernando Pimentel (Desenvolvimento Industrial) e Alexandre Padilha (Saúde). Amigo de Dilma, o jornalista Franklin Martins, que comandou a Secretaria de Comunicação Social no governo Lula, também participou do encontro.

Artigo: A ‘armadilha existencial’ de Maquiavel


Francisco Ferraz*
É forçoso reconhecer que o Príncipe, e o pensamento político de Maquiavel, não apenas possuem vigência e atualidade no Brasil como, em todos os países e ao longo de todo este período de 500 anos.
Há, pois algo de radicalmente válido no pensamento de Maquiavel que lhe conferiu a capacidade de navegar ao longo do oceano dos séculos, sem jamais ser considerado obsoleto, historicamente condicionado e portanto, superado.
Talvez esse algo de radicalmente válido possa ser descrito como o comportamento humano em situações de ausência de normas regulando o comportamento dos cidadãos, ou de ambivalência, fragilidade e ilegitimidade das normas existentes. Em situações como essas, os desonestos, os poderosos, os violentos, os ousados instauram uma dinâmica de poder a qualquer custo, da riqueza e do prestígio por todos os meios e do interesse pessoal acima de qualquer outro.
O argumento central da teoria política de Maquiavel, que significou um rompimento com o pensamento cristão ortodoxo da “Grande corrente do ser”, é a falta de articulação, coerência e hierarquia entre as diferentes dimensões da existência humana.
Para ele, não existe um conjunto de virtudes igualmente válidas para todas as esferas da vida (família, sociedade, política, economia etc). Em outras palavras, o que é virtude numa esfera pode não ser virtude em outra.
Não foi Maquiavel quem criou esta “armadilha existencial”, por meio da qual uma virtude pessoal pode transformar-se em malefício público e inversamente, um malefício público pode se tornar numa virtude privada. Esta, segundo ele, é a real condição da natureza humana. Esta é a realidade da vida – não a vida que desejaríamos, mas a vida como ela é, e Maquiavel dedica-se a explicar a política apenas e exclusivamente na vida real.
A economia visa a riqueza; a política visa o poder; a família visa a sobrevivência; a religião visa a salvação em outra vida; a vida social visa o prestígio e admiração. Ao buscar o objetivo próprio de uma dessas esferas o indivíduo se afasta do objetivo próprio de outra. Assim, ao procurar dar à sua vida um objetivo ético o indivíduo é absolutamente fiel à palavra empenhada. Ao transferir este objetivo para a vida política, ele vai prejudicar seu principado pois seus rivais não hesitarão em não manter a palavra que empenharam.
“Por isso, um governante prudente não deve manter sua palavra, quando fazê-lo for contra o seu interesse e, quando as razões que o fizeram comprometê-la não mais existirem. Se os homens fossem bons, este preceito seria errado e condenável, mas, como eles são maus e não honrarão as suas palavras com você, você também não está obrigado a manter a sua para com eles.” (Maquiavel – O Príncipe Cap. XVIII)
Tornava-se assim impossível para Maquiavel a existência de uma mesma ética, aplicável com igual validade, à esfera familiar e à esfera política. Cada uma delas tem uma lógica própria. O que é benefício numa pode ou não ser benefício em outra. Na política fundamentalmente, a disjuntiva ocorre entre vida privada e vida pública.
O cidadão comum continua cultivando os valores da vida privada, acreditando que devam ser os mesmos para regular a vida pública, enquanto o político e o governante são forçados a administrar aquela inevitável contradição.
É nessa diferença que reside a ambiguidade da política para o cidadão comum, e a sua tendência de encará-la de maneira negativa e pejorativa.
A atualidade de Maquiavel e a aplicabilidade de suas ideias, recomendações e advertências, depende então do grau em que um sistema político logrou subordinar a articulação dos interesses e a competição pelo poder a regras legais válidas, legítimas e executáveis que, ao estabelecer limites ao conflito, assegurem a civilidade política. Em outras palavras, um sistema em que quem governa são as leis e não os indivíduos.
Ao longo da história ocidental, o estado de direito e a democracia contêm as instituições mais avançadas para a promoção e defesa da liberdade, para a moderação dos conflitos e para a preservação da civilidade nas relações sociais.
*Francisco Ferraz é professor de Ciência Política da UFRGS e diretor-presidente do site Política para Políticos: www.politicaparapoliticos.com.br.

Como dizia Maquiavel, tenha o povo ao seu lado

No ano em que 'O Príncipe' completa 500 anos, especialistas revisitam os conselhos do filósofo

07 de julho de 2013 | 2h 10

Lilian Venturini - O Estado de S.Paulo
É preciso colocar os óculos do tempo para ler O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, o filósofo italiano que há 500 anos escreveu a obra na qual detalha como um governante pode chegar e se manter no poder. Seu famoso tratado completa cinco séculos neste ano - e, em muitos aspectos, continua atual. Os protestos e manifestações que atingiram 353 cidades do País mostram que um de seus principais conselhos aos governantes foi esquecido: estar atento ao povo. "A um príncipe é necessário ter o povo ao seu lado", insistia ele. "De outro modo, ele sucumbirá às adversidades."
Descumprir promessas se preciso, agradar ao povo e saber fazer alianças são exemplos dos ditos do autor - os mesmos, por sinal, que o tornaram tão famoso e incompreendido. Cinco séculos atrás, o filósofo alertava para as sutilezas com que essas ações deveriam ser colocadas em prática.
"Maquiavel coloca que política é um território traiçoeiro e que nem sempre uma conduta marcada por princípios rígidos leva aos melhores resultados. O desafio é saber que se está lidando com terreno pantanoso", afirma o cientista político Carlos Ranulfo, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Maquiavel, então, compreenderia bem quando políticos fazem alianças com partidos com linha ideológica diferente ou quando oferecem cargos em troca de apoio nas eleições. Mas alertaria: "Os Estados bem governados e os príncipes prudentes sempre cuidaram para não levar o desespero aos grandes e para agradar e contentar o povo, esta que é uma das mais importantes tarefas que incumbem a um soberano".
O que Maquiavel fez foi chamar atenção para a imperfeição do homem, para o jogo de interesses. Apontar como essas nuances se refletem na ação política. "Ele tinha claramente esses dois lados. Tinha preocupação com o interesse público, apesar de destacar os interesses pessoais (dos governantes)", lembra o cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O filósofo conseguiu entender que a continuidade de um governante no poder exigiria mais que alianças e boa retórica e por isso recomendava sensibilidade para reconhecer os anseios do povo. "Os políticos não têm uma noção, essencial em Maquiavel, que é a ação no tempo oportuno. Todos os problemas não resolvidos se acumulam e explodem", pondera o filósofo Roberto Romano, professor de Ética da Unicamp.
Na prática. O Príncipe foi escrito num período monárquico, de reinados hereditários ou obtidos pelas armas. Ao longo dos seus 26 capítulos, Maquiavel fez comentários como: "Os príncipes devem encarregar outros das ações sujeitas à protestação, mas assumir eles próprios aquelas concedentes de graça".
Nada muito diferente do que faz a presidente Dilma Rousseff quando anuncia em rede nacional a redução da conta de luz. Ou do que fez o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao falar em "responsabilidade fiscal" e anunciar o corte de gastos depois da onda de protestos.
"As práticas descritas no livro tratam de como conquistar e manter o poder. No caso de Estados laicos e democráticos, como o Brasil, isso é legítimo e importante. Se pegarmos os últimos governantes, talvez o que não tenha seguido o caminho descrito por Maquiavel tenha sido Fernando Collor. Ele usou suas armas para conquistar o poder, mas não soube se manter no cargo", avalia o cientista político Fernando Filgueiras, da Universidade Federal de Minas Gerais.
Ainda assim, talvez seja o caso de se perguntar por que, em tempos de governos democráticos, as semelhanças com os dias atuais sejam tão evidentes. "Os homens não mudaram tanto assim. Mudaram as ordens que constituem a sociedade (empresa, Estado, jogo político, o Exército), mas a ação humana não. Ainda somos pessoas que têm de tomar decisão e agir, que é o cerne da política", avalia o professor Edison Nunes, da PUC-SP.
Para Roberto Romano, no entanto, de Maquiavel continua vivo justamente o que não é dele: "Políticos ainda estão no universo pré-maquiavélico, do apego às técnicas de dominação sem a percepção do que pode ser feito de democracia, de soberania popular". Talvez seja o caso de os políticos, estejam na base ou na oposição, relerem Maquiavel, mas com as lentes do século 21.

Dilma reitera cinco pactos propostos aos governadores

CARLA ARAÚJO, JOSÉ ROBERTO CASTRO E GUILHERME WALTENBERG - Agência Estado
A presidente Dilma Rousseff reafirmou, nesta quinta-feira, durante evento em Salvador, que propôs aos governadores cinco pactos para atender ao clamor da população que tem realizado uma série de manifestações pelo País. "Fizemos um pacto com os governadores pela estabilidade e responsabilidade fiscal", disse. "Escutando a vontade política nesse País e nas ruas, estamos propondo também algo que sempre quisemos que é a reforma política", reforçou.
Dilma voltou a citar a ideia da convocação de um plebiscito para consultar a população sobre a realização da reforma política. "Esse pacto pela reforma política tem que ter a participação popular", disse. Segundo Dilma, como não é permitido pela Constituição que o executivo federal realize esse tipo de consulta popular, o governo encaminhou a sugestão ao Congresso para que convoque o plebiscito.
Segundo a presidente, ela não faz parte do grupo de pessoas que acredita que o povo é incapaz de entender porque as perguntas são complicadas. "Eu acredito na inteligência do povo brasileiro."
A presidente está em Salvador para o lançamento do Plano Safra Semiárido 2013/2014. A viagem deveria ter acontecido no mês passado, mas foi adiada por conta de protestos. Para hoje, um forte esquema de segurança foi montado em Salvador para que os manifestantes não se aproximem do centro de convenções onde acontece o evento.
Educação e royalties


Em seu discurso, Dilma Rousseff falou do projeto de investir os royalties do petróleo para a educação como garantia de recursos para melhorar o setor. Segundo a presidente, é necessário investir desde creche, passando pela alfabetização na hora certa, até chegar às universidades e aos cursos técnicos. "Nós temos que pagar bem a professor, temos que transformar a profissão de professor em uma profissão que todo mundo vai querer ser", disse.
Sobre mobilidade, a presidente disse que as cidades brasileiras precisam de uma reforma urbana que passa por mudanças no transporte coletivo e por um programa de moradia. "A questão urbana vai exigir de nós um grande investimento", afirmou a Dilma.

Câmara aprovou seis projetos em duas semanas

DAIENE CARDOSO - Agência Estado
Levantamento produzido pela Secretaria Geral da Mesa da Câmara dos Deputados mostra que, desde o início das manifestações em todo o País, a Casa deliberou sobre seis temas de apelo popular e tem pautado para a próxima semana mais dois projetos para votação em plenário. O esforço faz parte da "agenda positiva" do Congresso para atender ao "clamor das ruas".
Uma das pautas de reivindicação das manifestações foi a primeira a cair: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limitava o poder de investigação do Ministério Público, conhecida como PEC 37. Antes dos protestos, o projeto caminhava para ampla aprovação na Casa, mas, no dia 25 de junho, foi colocado em votação e derrubado por 430 votos.
No mesmo dia, os deputados estenderam a noite de votação e aprovaram as novas regras de rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o projeto que prevê o uso dos royalties do petróleo para a Educação. Neste último, foi incluído no texto um porcentual para a Saúde, outra bandeira imposta pelas ruas.
Pronto para votação e encalhado na pauta durante semanas, o projeto que reduz as alíquotas de PIS/Pasep sobre o transporte coletivo municipal também foi aprovado a toque de caixa, no dia 26 de junho, graças ao apelo dos manifestantes por redução nas tarifas. O projeto seguiu para apreciação do Senado.
Ainda na área de transporte público, nesta quarta, 3, foi a vez dos deputados aprovarem o projeto que dá transparência na divulgação das planilhas que definem o valor das tarifas. Na sessão de quarta, a Casa também extinguiu a multa adicional de 10% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para demissões sem justa causa, projeto este defendido pelos empresários.
Para a próxima semana, os parlamentares devem apreciar a proposta sobre proteção e defesa dos usuários de serviços públicos e o projeto que tipifica como crime hediondo os crimes praticados contra a administração pública. 

The Doors - Touch Me (Live)