quinta-feira 21 2013

Haddad diz que Controlar é empresa 'ficha suja'



O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), fez nesta quinta-feira duras críticas à Controlar, empresa que realiza...

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), fez nesta quinta-feira duras críticas à Controlar, empresa que realiza o serviço de inspeção veicular na capital paulista, em entrevista à rádio CBN. "A inspeção veicular foi um grande tiro no pé da cidade de São Paulo, um equívoco de ponta a ponta, a começar por essa empresa, essa Controlar, que é, fazendo um paralelo com a Lei da Ficha Limpa, uma empresa ficha suja, para dizer o mínimo", afirmou.
Haddad, que durante a campanha eleitoral prometeu acabar com a inspeção, afirmou que, em janeiro, uma equipe da Prefeitura tentou encontrar um caminho "para superar esse constrangimento para a cidade de São Paulo". Ele disse, porém, que do lado da Controlar estão pessoas "sem o menor espírito público". "Não estão minimamente interessadas na cidade de São Paulo. Estão interessadas obstinadamente nesse contrato e em manter esse caça-níquel. É uma vergonha o que está acontecendo."
Na entrevista, Haddad confirmou o que a Prefeitura havia anunciado na segunda-feira (18), que vai abrir três processos administrativos contra a Controlar. O primeiro é por contagem de prazo contratual - questão pela qual o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) vem respondendo a processo na Justiça. Para o Ministério Público Estadual, que apresentou a denúncia contra Kassab, o contrato foi assinado pela Prefeitura em 1996, ainda na gestão Paulo Maluf, e tinha prazo de dez anos. Durante este tempo o serviço não foi realizado, mas o contrato foi "ressuscitado" por Kassab em 2008, dois anos após o seu término.
Em nota no site da Prefeitura, Haddad disse que "há membros da Procuradoria do Município que entendem que o contrato expirou porque, enquanto não havia inspeção e a empresa tomava medidas para a sua implantação, já corria o prazo de dez anos". "Por isso, abriremos um processo administrativo de contagem de prazo."
O segundo é sobre suposta fraude na integralização de capital da empresa. "Se for constatada fraude, como os indícios realmente são muito eloquentes nessa direção, também é um segundo motivo para a caducidade do contrato", disse o prefeito à CBN.
O último processo é sobre a própria condenação da empresa em segunda instância, segundo o prefeito. De acordo com Haddad, há um decreto da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) que proíbe a cidade de manter contrato com quem tenha condenação de segunda instância.
No site da Prefeitura, Haddad explicou que houve "decisão judicial sobre o embargo de declaração na Lei de Improbidade contra o responsável por assinar o contrato". "Esta pessoa e a Controlar foram condenadas em segunda instância, de maneira que haverá um outro processo administrativo."
O prefeito disse que, por causa da inspeção veicular, parte da frota de veículos de São Paulo está sendo licenciada nas cidades vizinhas para os motoristas escaparem do pagamento da taxa. "A previsão é de que a gente perca R$ 1 bilhão em IPVA nos próximos quatro anos", afirmou.

Haddad quer nova lei das calçadas na Câmara na semana que vem



Se alterações forem aprovadas, proprietário que fizer reparos em até 30 dias após notificação deixará de ser multado

SÃO PAULO - O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou na manhã desta quarta-feira, 21, que vai mandar para a Câmara Municipal na semana que vem projeto que altera a lei das calçadas.
Pela medida, que precisará ser aprovada pelos vereadores, o cidadão que tiver calçada irregular continuará recebendo a multa no ato, mas, diferentemente da legislação em vigor, a multa passará a ser considera inválida se o proprietário do imóvel fizer o reparo em até 30 dias. Caso a pessoa não faça o reparo e pague a multa, o dinheiro será usado pela Prefeitura para reformar a calçada irregular.

Comida estragada é encontrada no Copacabana Palace

Que vergonha, não?

A Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro (Procon-RJ) apreendeu nesta quinta-feira mais...

The Copacabana Palace Hotel by night in the spotlights ! Should be seen!



A Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro (Procon-RJ) apreendeu nesta quinta-feira mais de cinco caixas de alimentos vencidos que estavam nas três cozinhas do hotel Copacabana Palace, um dos mais conceituados da cidade, situado na orla de Copacabana, na zona sul do Rio. A fiscalização não decorreu de nenhuma denúncia, mas fez parte de uma série de visitas iniciada em janeiro que já flagrou irregularidades em mais de 130 bares e restaurantes cariocas.
Segundo o Procon-RJ, foram encontrados pães árabes vencidos em abril de 2012, leite vencido em janeiro de 2013 e vários tipos de carne também com validade expirada e em processo de decomposição. Alguns alimentos estavam estocados e outros eram utilizados no momento da vistoria, conforme os fiscais, nas três cozinhas de que o hotel dispõe. Os oito fiscais que participaram da fiscalização também visitaram o bar da piscina, mas não encontraram irregularidades. O gerente do hotel foi conduzido à 12ª DP e poderá responder por crime contra o consumidor.
As cozinhas não foram interditadas, mas o hotel será multado em 100 mil unidades fiscais de referência do Estado do Rio (Ufirs-RJ), o que corresponde a R$ 240.660. O hotel terá 15 dias para contestar o valor (mas não terá direito a negar a infração). Segundo o Procon-RJ, a multa poderia variar entre 200 e 3 milhões de Ufirs-RJ, o que representa de R$ 481,32 a R$ 7.219.800. Para definir o valor são levadas em consideração a natureza da infração e a condição econômica da empresa multada, entre outros aspectos.
Em nota, o Copacabana Palace afirmou que "algumas irregularidades foram encontradas e todas as medidas corretivas já foram colocadas em prática". "O hotel tem como objetivo ser exemplar em todos seus procedimentos" e "reafirma seu compromisso com a excelência dos seus serviços", diz a nota, que conclui: "Apoiamos a iniciativa das inspeções realizadas pelos órgãos oficiais".
Inaugurado em 1923, o Copacabana Palace tem 241 quartos e é o hotel mais famoso do Rio. A diária mais barata para um casal é de R$ 1.446,50, segundo o site do estabelecimento. Existem dois restaurantes abertos inclusive ao público que não esteja hospedado. No Pérgula, o prato salgado mais barato é a omelete (R$ 28) e o mais caro, a peixada à brasileira (R$ 94). O Cipriani, onde só é permitido ingressar para almoço e jantar vestindo traje esporte, tem preços mais altos.
Por: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/comida-estragada-%C3%A9-encontrada-no-copacabana-palace

Lula bate recordes de cinismo e descaramento ao se declarar campeão de combate à corrupção diante de uma plateia de mensaleiros condenados pela Justiça e de ministros demitidos por corrupção



Lula com Dilma no evento em que se declarou campeão em tudo, até no combate à corrupção: cara de pau e cinismo (Foto: Folhapress)
O descaramento do lulopetismo e de seu sumo sacerdote não tem limites.
Vejam vocês, esse tal evento de ontem comemorando 10 anos de governo do PT no Palácio do Planalto.
Como escreveu muito corretamente o repórter Jean-Philip Struck, do site de VEJA, tratava-se de “um evento com a presença de mensaleiros condenados pela Justiça e ex-ministros defenestrados por envolvimento em escândalos de corrupção” — e Lula, com a cara de pau costumeira, voltou a riscar do mapa tudo o que seus antecessores fizeram, atacou a oposição e lançou Dilma (oh, surpresa!) como candidata à reeleição.
Mas cara de pau brilhava mesmo, lustrosa, neste trecho relatado pelo repórter. Vejam só o descaramento do “deus” de Marta Suplicy e do lulalato:
“Nós não temos medo da comparação, inclusive no debate da corrupção”, disse Lula, sem citar o maior escândalo de desvios de recursos públicos ocorridos no país, o MENSALÃO, ocorrido justamente durante o seu governo. Na plateia, mensaleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como seu ex-ministro e “ex-capitão do time”, José Dirceu, e os deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (SP) aplaudiram. Lula também não citou a recente operação da Polícia Federal, batizada de Porto Seguro, que flagrou sua mulher de confiança, a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, como integrante de uma quadrilha especializada em fraudes de pareceres técnicos em órgãos federais.
Justamente ontem, completavam-se 89 dias de absoluto silêncio de Lula — que, como sabemos, fala pelos cotovelos, e sobre tudo — a respeito do escândalo protagonizado por sua protegida Rosemary, a “Rose”. Como indica, implacável, o blog de Augusto Nunes, hoje estamos, pois, no 90º dia de silêncio absoluto do grande campeão anticorrupção que Lula tem o cinismo de se considerar.
Até o José Dirceu estava lá — e aplaudindo, feliz, enquanto aguarda os trâmites finais do Supremo antes de passar longa temporada na cadeia!
O ato de celebração do PT foi um acinte aos brasileiros de bem, esta é que é a verdade. Gente que irá em breve para penitenciárias cumprir pena não apenas se aboletava na plateia como ostentava o mandato de deputado federal. Até onde a pouca-vergonha nacional vai chegar?

Autor de petição contra Renan pede ajuda à OAB



ONG quer fim do voto secreto para a eleição de presidente do Senado; manifesto online é entregue com 1,6 mi de assinaturas


Autor de petição contra Renan pede ajuda à OAB
"Grupo fez em frente ao Congresso"
BRASÍLIA - Manifestantes entregaram nessa quarta-feira, 20, um abaixo-assinado online com 1,6 milhão de assinaturas a senadores pedindo o impeachment do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Eles querem também questionar no Supremo Tribunal Federal a constitucionalidade do regimento interno da Casa, que hoje permite eleger o presidente do Senado por meio de voto secreto.
"É um absurdo as regras do Congresso se sobreporem ao texto da Constituição", reclamou Pedro Abramovay, coordenador de campanha da ONG Avaaz - plataforma virtual que abrigou a petição e patrocinou o ato.
Professor de Direito da FGV-Rio, Abramovay combinou com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Furtado Coêlho, que o assunto seja levado à avaliação do Conselho Federal da entidade. Este decidirá se entra no Supremo com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para tentar mudar as regras de eleição para presidente no Senado.
Caso os ministros do STF julguem a ação procedente, decidirão quando a mudança entra em vigor: na eleição do próximo presidente, daqui a dois anos, ou agora, convocando-se nova eleição - desta vez aberta - para o comando do Senado. Os militantes esperam que o debate se estenda também à Câmara, onde o voto, nesse caso, também é secreto.
Abramovay é um velho conhecido do Judiciário. Trabalhou no Ministério da Justiça com Márcio Thomaz Bastos, no governo Lula, e integrou o governo Dilma Rousseff por 21 dias, quando esteve à frente da Secretaria Nacional Antidrogas. Na ocasião, apoiou a ideia de penas alternativas para pequenos traficantes - contrariando a posição do ministro José Eduardo Cardozo - e foi demitido da pasta.
No Congresso, os manifestantes foram recebidos por parlamentares como Pedro Simon (PMDB-RS), Pedro Taques (PDT-MT), João Capiberibe (PSB-AP), Cristovam Buarque (PDT-DF), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que se comprometeram a levar o assunto a debate. Alguns congressistas invocaram a necessidade de que os manifestantes de corações indignados saiam dos computadores e compareçam às ruas.
Um dos autores da petição reagiu contrariamente, dizendo que em vários países do mundo a vontade do povo é representada por meio de manifestações na internet e que "não precisamos queimar ônibus na rua para mostrar nossa indignação".
Indagado se Renan é o único parlamentar a merecer um impeachment, o autor da petição, Emiliano Magalhães Neto, respondeu que vários outros poderiam ser alvo de manifestações parecidas, mas que a ideia de concentrar a ação contra o alagoano torna o movimento muito mais forte - segundo os integrantes da Avaaz, esta foi a petição nacional que mais angariou assinaturas em tão pouco tempo (menos de 20 dias).
Denúncia. Além do ato da tarde dessa quarta, que só reuniu 25 pessoas em frente ao Congresso, os ativistas organizaram outra ofensiva anti-Renan. Representantes de ONGs foram ao STF protocolar um pedido para acelerar a apreciação da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República contra o parlamentar alagoano.
Os manifestantes foram impedidos de entrar no Congresso com um presente que seria entregue aos parlamentares: uma faixa com os dizeres "1,6 milhão dizem 'fora Renan'! Será que o Senado vai ouvir?".
O chefe da segurança alegou que o conteúdo do presente era ofensivo e que só o próprio presidente do Senado é que poderia autorizar a entrada no edifício.
Os manifestantes desistiram da tentativa. Mas levaram para dentro do prédio várias caixas de papelão vazias que simbolizavam o abaixo-assinado.

Assembleia de SP prepara emenda para reduzir poder de promotores de Justiça



Irritados com ação que derrubou o auxílio-moradia, deputados querem concentrar investigações nas mãos do chefe do Ministério Público


Assembleia de SP prepara emenda para reduzir poder de promotores de Justiça
"Presidente. Barros Munhoz diz haver 'abuso' de promotores"
SÃO PAULO - A Assembleia Legislativa deflagrou uma forte reação aos promotores de Justiça de São Paulo. Por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), os parlamentares miram o enfraquecimento dos promotores e almejam concentrar poderes nas mãos do procurador-geral de Justiça, chefe do Ministério Público.
A ofensiva para rever o texto da Constituição Estadual de 1989 se dá apenas uma semana depois que dois promotores do Patrimônio Público e Social - braço do Ministério Público que combate improbidade - obtiveram liminar judicial para cortar o auxílio-moradia dos deputados, privilégio que custa R$ 2,5 milhões por ano ao Tesouro.
A perda da regalia irritou profundamente os parlamentares. Na tarde de terça-feira, 5, líderes se reuniram e declararam guerra ao que classificam de abusos.
"O Parlamento de São Paulo não pode ficar à mercê de dois promotores", esbravejou um deputado do PSDB, em alusão a Saad Mazloum e Silvio Marques, que subscrevem a ação contra a verba da moradia. "Quem estiver contra o Parlamento que se pronuncie agora", desafiou o tucano, segundo relatos.
Outros promotores têm sido alvo de ataques. O deputado Barros Munhoz (PSDB), presidente da Casa, recentemente criticou a atuação de promotores de Itapira que o processaram por atos de sua gestão como prefeito da cidade. Munhoz recriminou uma promotora de Mogi Mirim.
A PEC, que começou a circular pelos gabinetes do Palácio Nove de Julho, é de autoria do deputado Campos Machado, cacique do PTB, veterano articulador da Casa e já condecorado com o Colar do Mérito do Ministério Público. É necessário um terço de assinaturas dos 94 parlamentares para o projeto avançar.
O texto inclui o parágrafo 3.º ao artigo 94 da Carta estadual e confere ao procurador-geral competência privativa para executar investigações (função prevista nos incisos II e III do artigo 129) quando a "autoridade reclamada" for o governador do Estado, o vice-governador, secretário de Estado, deputado estadual, membro do Poder Judiciário, membro do Ministério Público, conselheiro do Tribunal de Contas e até prefeitos.
A justificativa para a emenda que esvazia a atuação dos promotores é que o chefe deles, "autoridade maior do Ministério Público do Estado, por sua representatividade, garantias e prerrogativas conferidas pela Constituição, é a autoridade mais adequada para empreender as ações necessárias para a garantia e manutenção da probidade e legalidade administrativa".
"É medida que se impõe como mecanismo de fortalecimento do princípio da igualdade entre os Poderes, além de se sobrepor a possíveis interesses políticos locais e pessoais eventualmente contra aquelas autoridades", diz o texto da PEC.
Inconstitucional. O chefe do Ministério Público, a quem a maioria da Assembleia quer entregar poder quase pleno, é nomeado pelo governador. Mas apenas os deputados podem destituir o procurador-geral, por deliberação da maioria absoluta de seus membros.
A exclusividade do procurador-geral nas investigações sobre corrupção e fraudes já é prevista no artigo 116 da Lei Orgânica do Ministério Público Estadual, de 1993. Na época, a oposição na instituição ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal que, em caráter liminar, derrubou a concentração de forças do chefe do MP paulista.
"O Legislativo está muito enfraquecido, temos que pôr fim a abusos", declarou Campos Machado. "Eu asseguro que não se trata de uma represália, tenho muito orgulho de ser promotor honorário. O problema é que um promotor de Estrela do Norte, por exemplo, acha de propor ação civil pública contra um deputado ou um secretário. Tem política em todo lugar. Há promotores prefeitos e promotores deputados. Quer queira, quer não queira, há política e muitos promotores novos sedentos de publicidade."
Para o petebista, a alteração "evita contendas políticas tão comuns no interior que fazem as paixões políticas falarem mais alto". Segundo ele, "o procurador-geral, pela sua experiência e imparcialidade, tem condições de verificar caso a caso com mais parcimônia."
"Temos notícia de que os promotores, no início e no fim do ano, recebem salários para comprar livros. Vamos cobrar informações sobre a verba-livro deles."

Deputados protocolam 'emenda da 'impunidade'



Projeto que retira poder de promotores começa a tramitar na Assembleia paulista e causa reação do Ministério Público

Chegou à Mesa da Assembleia Legislativa de São Paulo a Proposta de Emenda à Constituição que inquieta o Ministério Público porque tira dos promotores o poder de investigar deputados estaduais, prefeitos e secretários de Estado e confere tal atribuição exclusivamente ao procurador-geral de Justiça. O texto, subscrito por 33 parlamentares, foi publicado ontem no Diário Oficial do Estado e vai à apreciação da CCJ da Casa.
O avanço da PEC, de autoria do deputado Campos Machado, líder do PTB na Assembleia, surpreendeu o Ministério Público. Promotores e procuradores apostavam que não passava de uma "bravata" do parlamentar e que ele não iria conseguir reunir as 32 adesões necessárias para protocolar a PEC, chamada de "emenda da impunidade". O MP divulgou em seu site que a Procuradoria-Geral recebeu garantias da Presidência da Assembleia de que a PEC não iria se concretizar.
Irritados com a ofensiva dos deputados, ontem os promotores foram ao revide. Ferveu a rede Amici, canal fechado da classe na intranet, com pesadas críticas aos parlamentares. Alguns sugerem que o petebista devolva o Colar do Mérito Institucional do MP, mais importante condecoração da instituição, a Campos concedida em 2008.
Valores. Diante da forte reação, o procurador-geral, Márcio Elias Rosa, divulgou nota pública. Ele crava que a PEC é "inconstitucional, desnecessária, extemporânea e inconciliável com o momento vivenciado do País, de afirmação da democracia, preservação dos valores republicanos e com a construção do conceito de cidadania". Elias Rosa reafirma "a expectativa de que a PEC será rejeitada".
Parlamentares estão em pé de guerra desde que a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social da Capital - braço da instituição que investiga improbidade - requereu o fim do auxílio moradia na Assembleia.
Em ação civil, liminarmente acolhida pela 13.ª Vara da Fazenda Pública, a Promotoria apontou inconstitucionalidade na regalia concedida todo mês a todos os deputados, indistintamente, mesmo àqueles que residem a poucas quadras do Palácio 9 de Julho, sede do Legislativo paulista. A Promotoria calcula em R$ 2,5 milhões o prejuízo anual aos cofres públicos.
A PEC inclui o parágrafo 3.º ao artigo 94 da Constituição do Estado e promove concentração de poderes nas mãos do procurador-geral, "autoridade mais adequada para empreender as ações necessárias para a garantia e manutenção da probidade e legalidade administrativa". Campos Machado assinala que "a medida se impõe como mecanismo de fortalecimento do princípio da igualdade entre os poderes, além de se sobrepor a possíveis interesses políticos locais e pessoais eventualmente praticados contra aquelas autoridades".
Enigmático, o veterano parlamentar manda recado. "A Assembleia e o Ministério Público podem estar quebrando ovos que não vão resultar em omeletes. Não quero o fim das investigações do MP, mas dou um exemplo. Soube que um promotor oficiou ao deputado Celso Giglio (PSDB) requisitando o livro de ponto do gabinete dele sob pena de ação de improbidade. Isso é vilipêndio."

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A universidade das soluções


Entrevista: David Mindell

O professor responsável pelas comemorações dos 150 anos do MIT diz que a universidade é referência da pesquisa tecnológica porque está apta a encarar grandes desafios atuais, sejam na área de economia, saúde ou meio ambiente

Nathalia Goulart
MIT
Massachusetts Institute of Technology (MIT) completa 150 anos de sua fundação (Divulgação)
Tecnologia e ciência parecem aos homens do século XXI áreas do conhecimento indissociáveis. Não eram aos homens do século XIX. Desafiando o modelo clássico de então, William Barton Rogers, um professor de filosofia natural e química, propôs, em 1861, a criação do que viria a ser o Massachusetts Institute of Technology, ou MIT. A proposta era aproximar a ciência clássica das chamadas "artes práticas", como a engenharia, para adicionar boa dose de pragmatismo à primeira e conhecimentos enraizados à segunda e, dessa forma, formar homens – e também mulheres, uma inovação para a época – que pudessem encarar os problemas do mundo e dar-lhes solução. "Essa combinação está presente na filosofia do instituto: Mens et manus, que, em latim, quer dizer mente e mãos. Ou seja, teoria e prática juntas", diz David Mindell, diretor do programa de ciência, tecnologia e sociedade do MIT e coordenador das comemorações dos 150 anos do instituto.
Desde sua fundação, a universidade se expandiu em todos os sentidos. Além do curso de engenharia clássica, oferece sua variante aeroespacial, e também antropologia, economia, música, biologia e ciência da computação, entre outros. Por suas salas e laboratórios, passam mentes brilhantes responsáveis por invenções e descobertas revolucionárias, caso do engenheiro Tim Berners-Lee, considerado o "pai" da internet, além de 76 ganhadores do Prêmio Nobel. A pele artificial, a tecnologia GPS e até a sopa Campbell nasceram ali. Os 150 anos não afastaram a universidade de sua missão original. Por isso, Mindell aposta que propostas para enfrentar desafios prementes como o aquecimento global e a crise econômica deverão sair da instituição estabelecida na Nova Inglaterra, no nordeste americano. "O MIT se caracteriza por uma filosofia: fazer com que seus estudantes olhem para os problemas do mundo real e busquem soluções", diz. Confira a seguir a entrevista que ele concedeu ao site de VEJA.
Donna Coveney/Divulgação
David Mindell, professor do MIT
David Mindell, professor do MIT
Há 150 anos, o conceito de tecnologia ainda era incipiente. Como se deu a fundação do MIT para atuar em uma área quase inexplorada? Em 1861, a educação superior ainda era baseada no modelo clássico de universidade, onde aprendia-se latim e grego e talvez um pouco de ciência, o que significa que engenharia e tecnologia não tinham espaço. A ideia revolucionária de William Barton Rogers, fundador do MIT, foi pensar que a ciência e as chamadas artes práticas, como a engenharia, deveriam dialogar e que tinham muito o que dizer uma a outra. Essa combinação está presente na filosofia do instituto: Mens et manus, que, em latim, quer dizer mente e mãos. Ou seja, teoria e prática juntas.
Quais foram os momentos cruciais do instituto desde a criação? Em primeiro lugar, sua fundação, apenas dois dias antes do início da Guerra da Secessão (1861-1865). Mais de um século depois, a II Guerra Mundial (1939-1945), que fez com que o MIT se transformasse e reorganizasse a maneira como as pesquisas eram conduzidas. Isso porque a guerra se tornou tecnológica, coisa que não havia acontecido até então. De certa forma, a posterior explosão da eletrônica e da computação foi semeada durante aquele período, e o MIT fez parte dessa história. Outro momento importante foi a reavaliação do papel da mulher na ciência e da maneira como ela havia sido discriminada nesse campo: foi crucial não só para a ciência, mas para o país e o mundo. Por fim, acredito que o momento que estamos vivendo agora é transformador, com desafios na economia, meio ambiente, saúde... Tudo isso representa um grande desafio a ser superado.
De que forma o conhecimento produzido no MIT pode ajudar a superar esses desafios? Certamente, inventos que sairão da universidade poderão ajudar. Mas fundamental será o treinamento rigoroso e sólido que oferecemos nas mais diferentes áreas. Nosso melhor produto são nossos alunos, principalmente da pós-graduação, que saem daqui e vão para as mais diferentes partes do mundo para realizar trabalhos impressionantes. O MIT se caracteriza por uma filosofia: fazer com que seus estudantes olhem para os problemas do mundo real e busquem soluções. Essa mentalidade irá resolver problemas como a crise econômica e o aquecimento global.
O MIT é hoje umas das cinco melhores universidade do mundo. Recursos financeiros certamente são parte importante da receita desse sucesso. O que mais faz do instituto um centro de excelência? Dinheiro é apenas consequência, ele vem depois e não antes da excelência. O ingrediente fundamental é a cultura da nossa instituição, regida pelo princípio da teoria aliada à prática, ou seja, uma cultura voltada para a solução de problemas. Outro fator importante é a mobilidade. Nossos alunos estão sempre transitando entre as indústrias, os governos e a universidade. As barreiras entre o MIT e o mundo exterior são quase invisíveis. Mesmo dentro do instituto, as pessoas estão sempre indo e voltando, procurando assuntos em diferentes campos de pesquisa, sempre atentas aos problemas que precisam ser resolvidos. A excelência está disponível a todos e, uma vez dentro do MIT, o aluno busca isso. Por isso, afirmo que não é só o dinheiro que faz uma grande universidade. Afinal, o MIT não começou com tanto dinheiro assim e não teve muito dinheiro durante boa parte de sua história.
O que fez essa situação mudar? Parte da evolução deve ser creditada aos investimentos do governo federal. Outra porção, à nossa excelência. É muito comum que pessoas ligadas ao governo venham aqui atrás de uma pós-graduação e depois retornem a seus postos. Da mesma forma, nossos professores são convidados a fazer parte de diferentes governos, em diferentes esferas. Eles se vão por um período determinado e depois retornam e seguem dando aulas. Assim ganhamos prestígio, que é importante e atrai investimento.
Qual o segredo para selecionar os melhores candidatos e atrair os melhores professores? Mais uma vez, a excelência. Se temos profissionais e estudantes excelentes, outros jovens e profissionais com potencial para a excelência vão querer estar aqui. Não há dúvidas de que excelência atrai excelência. Permanecer no MIT pode ser uma tarefa difícil para muitos estudantes – e mesmo para muitos professores, porque todos aqui trabalham sob um regime bastante exigente o tempo todo. Acredito que o processo de seleção também contribua, mas não é o fundamenta porque ele varia, principalmente para os alunos de pós-graduação. Nem todos entram aqui exatamente da mesma forma. É verdade que cometemos muitos erros e nem todos sobrevivem aqui. Como professor, vejo estudantes desistirem no primeiro ano. Mas aqueles que sobrevivem realmente desenvolvem seu potencial.
É possível descrever o perfil de um estudante do MIT? Não existe um perfil padrão. Os alunos procuram o MIT por razões tão diversas que é difícil determinar um denominador comum. Como recebemos alunos de graduação até o doutorado, temos jovens de 17 anos que nunca saíram de casa e, ao mesmo tempo, lidamos com senhores que já foram ministros em alguma área de algum governo em alguma parte do mundo.
Muitas universidades brasileiras olham as parcerias entre empresas e universidade com desconfiança, como se isso fosse uma espécie de desvirtuamento. Como esse assunto é tratado dentro do MIT? Essas parcerias são muito importantes. É claro que a universidade precisa estar atenta para que não seja pautada apenas pelo interesse empresarial, principalmente porque a indústria pensa no curto prazo e quer respostas em dois ou três anos, enquanto, na universidade, os resultados demoram 30 ou 40 anos para aparecer. No entanto, essa colaboração pode ser muito valiosa e dar certo. No MIT, a parceria com a indústria é uma tradição.
Como essa cooperação funciona? De forma geral, as indústrias fornecem desafios muito interessantes e oferecem acesso a recursos físicos para pesquisa. Além disso, é uma oportunidade de lançar para fora do campus universitário, para o mundo real, uma ideia ou uma teoria. Geralmente a parceria traz dinheiro para a universidade e, em contrapartida, a universidade oferece profissionais altamente capacitados. Muitas empresas mantêm uma relação com o MIT simplesmente porque querem conhecer os nossos estudantes e escolher os melhores profissionais do mercado.
Qual a importância dessas parcerias? Elas são muito importantes porque a tecnologia acontece mesmo é nas indústrias. Se pensarmos em físicos teóricos, eles estão nas universidades. Mas quando pensamos em tecnologia e engenharia, as universidades representam uma pequena parte dessa engrenagem. Google, Amazon e General Motors: existe muita coisa acontecendo lá. E os professores de engenharia precisam estar onde as coisas acontecem. Por isso as parcerias são tão importantes. A indústria tem muito a aprender com a universidade, mas o inverso também é verdadeiro.
Como o senhor vê a ascensão de países como Índia e China frente à predominância tecnológica dos EUA? Muitos de nossos estudantes vêm desses países. Mantemos contato com o que está acontecendo por lá. Eles são certamente uma fonte potencial de parceria e de competição. Mas nosso modelo de universidade sempre foi aberto, e isso é uma das razões do nosso sucesso. Então, espero que esses países sigam evoluindo.
Como estimular o interesse das crianças por ciência e tecnologia? Esse é um problema que estamos tentando resolver – nós e muita gente. Uma das maneiras de fazer isso é deixar a universidade aberta para qualquer interessado. Um trunfo do MIT é que aqui a engenharia e a tecnologia são vistas por um prisma criativo, muito mais do que uma simples sequência de números. Quanto mais a imagem da ciência e da criatividade estiverem ligadas, mais as crianças terão interesse por ela.

'Desempenho do Brasil em ranking universitário é tímido'


'As federais ainda são engessadas, burocráticas e com administração muito presa ao governo. Elas têm um ensino de qualidade, não há dúvidas, mas universidades de excelência precisam de independência, flexibilidade e dinamismo'

Entrevista: Phil Baty

Diretor do Times Higher Education, mais prestigiado ranking internacional de universidades, diz que país tem longo caminho rumo à excelência

Nathalia Goulart

Nos níveis fundamental e médio, a educação pública brasileira ainda é um desastre, de acordo com medições internacionais como o Pisa, avaliação que coloca o Brasil na lanterninha do mundo. Na educação superior, no entanto, as notícias são mais otimistas. Nesta quarta-feira, a Universidade de São Paulo (USP) se firmou entre as melhores instituições do mundo, ganhando vinte posições no ranking 2012-2013 da publicação inglesa Times Higher Education (THE), a tabulação mais prestigiada no meio acadêmico. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) se aproxima da 200ª colocação e, nos próximos anos, deve entrar para a elite mundial do conhecimento. A notícia é boa, não há dúvidas. Mas Phil Baty, diretor do THE, celebra com moderação os resultados. "Para um país como o Brasil, os resultados ainda são bastante tímidos", diz o especialista. Baty chama a atenção para o fato de que as únicas duas instituições brasileiras no ranking serem do mesmo estado (São Paulo), além de serem mantidas pela administração estadual, não a central. "As federais ainda são engessadas, burocráticas e com administração muito presa ao governo. Universidades de excelência precisam de independência, flexibilidade e dinamismo", diz. Confira a entrevista que Baty concedeu ao site de VEJA:

Phil Baty, diretor do THE: 'Internacionalização ainda é desafio para o país'
Como se justifica a evolução de USP e Unicamp no ranking? As universidades brasileiras, principalmente a USP, mostraram uma melhora significativa no quesito pesquisa – elas estão produzindo mais, suas pesquisas estão sendo mais respeitadas mundo afora e os investimentos estão em um nível satisfatório. Também houve crescimento bastante significativo no quesito citações, que mede quantas vezes publicações científicas de uma instituição são citadas e compartilhadas por pesquisadores de todas as partes. Esses foram os principais ganhos. Acredito, porém, que ainda é necessário muito esforço na questão da internacionalização das universidades brasileiras. O desempenho nesse quesito, comparado ao da China, por exemplo, ainda é muito baixo. As universidades brasileiras recrutam poucos professores, pesquisadores e estudantes fora do Brasil e também exportam pouco seu conhecimento. De qualquer forma, o crescimento do Brasil é extraordinário e deve ser celebrado – principalmente quando analisamos a queda de grandes universidades ocidentais.
Então, globalizar-se é o principal desafio para as nossas universidades agora? Ainda há muito a melhorar em todos os indicadores. USP e Unicamp ainda estão distantes do topo da lista. O que se pode aprender é que o investimento que o estado de São Paulo tem feito em pesquisa está dando resultado e vale a pena. Mas é preciso ir mais fundo e manter esse ritmo de crescimento. É necessário também avançar em outras frentes, e uma delas é a internacionalização. As universidades asiáticas estão apostando muito nisso e têm obtido retorno. Acho importante observar que o programa Ciência Sem Fronteiras, do governo federal brasileiro, está em pleno curso e deve trazer algum resultado para o país no sentido de globalizar a educação universitária. Acredito que, nos próximos anos, isso trará resultados. Vejo um futuro promissor para o Brasil, em especial para a USP e para a Unicamp, que já figuram no ranking.
Ambas as universidades brasileiras que figuram no ranking ficam no estado de São Paulo. Deveríamos ter mais diversidade? Em primeiro lugar, acho que o Brasil deveria celebrar o fato de ter duas universidades bem colocadas no ranking – e que estão progredindo ano a ano. Mas um país do tamanho e da importância do Brasil, deveria ser capaz de emplacar mais instituições entre as melhores do mundo. A diversidade deveria ser maior, sem dúvida. 
E as duas universidades são estaduais, e não federais. Isso chama a atenção? Sim. Acredito que as federais ainda são engessadas, burocráticas e com administração muito presa ao governo. Elas têm um ensino de qualidade, não há dúvidas, mas universidades de excelência precisam de independência, flexibilidade e dinamismo. E o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer nesse sentido.
Em termos práticos, o que significa para a USP subir 20 posições no ranking? Esse resultado não traz, necessariamente, um impacto imediato visível. Mas sem dúvida ajuda a mostrar ao mundo que as universidades brasileiras estão em ascensão. Isso dá visibilidade ao trabalho que tem sido feito no país e, consequentemente, atrai olhares de instituições, pesquisadores e estudantes de importantes centros. O Brasil passa a ser uma opção de destino e de parcerias para eles. O governo também pode ter uma avaliação externa do que tem funcionado em termos de investimento e o que precisa ser revisto. Reforço que, para um país como o Brasil, os resultados ainda são bastante tímidos. Mas, de qualquer forma, é muito bom ver que as duas melhores universidades do país estão caminhando na direção certa.
Dois parceiros do Brasil no chamado Bric não possuem universidades entre as 200 melhores: Índia e Rússia. Quais as diferenças entre o Brasil e esses países? A questão da Índia é que eles precisam lidar com uma demanda muito grande de infraestrutura, pois, por razões demográficas, há muita gente ingressando na universidade no país. Os esforços estão concentrados em abrigar toda essa gente – por isso talvez falte um pouco de energia para produzir uma universidade de excelência mundial. Acredito que ainda levará um tempo para que a Índia se estabeleça entre a elite do ensino superior. Já a Rússia nunca superou de fato o colapso da União Soviética. A Rússia já foi um grande polo de inovação e conhecimento, mas isso faz parte do passado. Hoje existe uma grande fuga de cérebros e falta financiamento para pesquisas de ponta. Parece que Moscou já despertou para o desafio de colocar suas universidades no topo novamente; como o Brasil, as instituições russas têm apresentado melhorias nos últimos anos.
A China, por outro lado, tem mostrado grandes avanços e parece estar bastante adiante do Brasil nessa competição. O que o Brasil tem a aprender com o exemplo chinês? O governo da China investiu um volume monumental de verbas públicas em um grupo muito seleto de universidades com o objetivo claro de torná-las instituições de nível mundial: recrutaram bons professores e pesquisadores no exterior, reformaram seus currículos para atrair estudantes de fora e garantiram a excelência. Houve também um esforço muito grande para que não houvesse fuga de talentos, que vinha acontecendo até então. Tudo isso trouxe resultados. No entanto, não sei até que ponto isso deve servir de modelo para o Brasil. Não acho que todos os países têm de seguir a mesma fórmula. O que o Brasil precisa é despertar para o desafio de tornar algumas de suas universidades em instituições de nível internacional.
A Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que nos últimos anos flutuou entre as três primeiras colocações, aparece neste ano em quarto lugar. Isso foi uma surpresa?Sem dúvida essa foi uma das surpresas deste ano. Não se trata de uma queda dramática – ela ainda figura entre as maiores do mundo. Mas, no topo da lista, pequenas variações têm um impacto muito grande porque ali a competição é muito acirrada. Para se ter ideia, apenas 0,1 ponto separa Harvard de Oxford e Stanford, que dividem o segundo lugar. Então, Harvard não deve se lamentar por estar em quarto na lista. 
Qual a receita de sucesso do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), primeiro lugar no ranking? Trata-se de uma universidade muito pequena e, por isso mesmo, muito centrada em determinadas áreas do conhecimento. A comunidade acadêmica tem uma relação muito próxima e isso ajuda na busca pela excelência. Em resumo, a Caltech faz poucas coisas, mas faz todas com primor. Tudo isso atrai os melhores talentos. 

USP e Unicamp são estrelas brasileiras solitárias no mais importante ranking de universidades do mundo



Ensino superior

Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos - 1º lugar no ranking do THE

Instituições paulistas avançam no Times Higher Education (THE), mas são as únicas do país a figurar na edição 2012-2013 da avaliação


A Universidade de São Paulo (USP) firmou seu lugar, nesta quarta-feira, na elite do ensino superior mundial. A instituição galgou vinte posições no ranking 2012-2013 da revista Times Higher Education (THE), mais importante avaliação de universidades do mundo, e agora ocupa o 158º posto. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aparece listada entre a 251ª e a 275ª posições – após a 200ª colocação, as instituições são reunidas em grupos de 15. Nenhuma outra instituição brasileira aparece na tabulação da THE .
No topo do ranking, pelo segundo ano consecutivo, está o Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech), dos Estados Unidos, seguido pelas universidades Oxford (Grã-Bretanha) e Stanford (EUA), empatadas na segunda colocação. Harvard – que em 2010 estava na primeira posição e no ano passado caiu para segundo lugar – aparece em quarto. O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) finaliza o pódio ocupando o quinto degrau. 
As melhores instituições de ensino do mundo
A USP figurou pela primeira vez entre as 200 melhores do mundo em 2011, quando apareceu na 178ª posição. Naquele ano, a Unicamp integrava o bloco das posições 276-300. A evolução, portanto, é expressiva. "O crescimento do Brasil é extraordinário e deve ser celebrado", diz Phil Baty, diretor da THE, em entrevista a VEJA.com. Baty ressalva, porém, que é preciso mais ambição por parte das escolas brasileiras. "Para um país como o Brasil, os resultados ainda são bastante tímidos."
Neste ano, 51 das 76 universidades americanas ranqueadas entre as 200 melhores perderam posições no ranking. É o caso de Princeton e Colúmbia. Para os elaboradores do ranking, isso se explica em grande parte pela competição internacional, principalmente asiática, que se intensificou nos últimos anos. Cortes no financiamento público de pesquisa também podem ter influenciado o declínio do desempenho americano. Para a Grã-Bretanha, o ranking deste ano também não traz boas notícias. Em 2011, o país tinha 32 instituições entre as 200 melhores; neste ano, são 31, sendo que 19 delas tiveram desempenho inferior ao do ano passado.
Enquanto isso, a Ásia celebra. As duas universidades chinesas entre as 200 melhores do mundo subiram de posição: a Universidade de Pequim passou da 49ª para a 46ª posição, enquanto a de Tsinghua saltou do 71º para o 52º posto, galgando 19 posições. "O governo da China investiu um volume monumental de verbas públicas em um grupo muito seleto de universidades com o objetivo claro de torná-las instituições de nível mundial. Isso trouxe resultados", diz Baty. As duas universidades de Singapura mais bem colocadas ganharam, juntas, 94 posições neste ano; as quatro sul-coreanas, 23.
Americanos seguem na liderança, mas outras nações avançam



























http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/usp-e-unicamp-sao-estrelas-brasileiras-solitarias-no-mais-importante-ranking-de-universidades-do-mundo


Na América Latina, o Brasil é o destaque. A Universidade Autônoma do México e a Universidade dos Andes, da Colômbia, aparecem na lanterna do ranking, no bloco 351-400. Já o continente africano tem apenas um representante na lista: a Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul.
Avaliação – Para a confecção do ranking, a revista THE analisa 13 quesitos, agrupados em cinco grupos (confira a tabela abaixo). Ao longo do ano de 2012, foram entrevistados 16.639 acadêmicos de todo o mundo e analisadas cerca de 50 milhões de citações em periódicos científicos. Todos os dados são tabulados pela Thomson Reuters.
Como é elaborado o ranking internacional de universidades



Universidades brasileiras pedem doações a ex-alunos


Ensino superior

Prática difundida nos Estados Unidos e Europa desembarca por aqui

Memorial Church, na Universidade Harvard
Universidade Harvard, nos EUA: doações somam 30 bilhões de dólares ao ano (iStockphoto)
Todos os meses, a cobrança de 150 reais já está programada para ser debitada da conta corrente do economista Pedro Albuquerque, de 27 anos. O crédito vai direto para o Insper, a instituição de ensino onde ele se formou, em 2009. Mas não se trata de pagamento de mensalidade atrasada nem de ressarcimento de bolsa de estudo. É uma doação voluntária. Simples assim.
"Comecei contribuindo com 50 reais. E, na medida em que o meu salário cresce, aumento a minha participação", conta ele, que atualmente trabalha em Curitiba numa empresa da área de infraestrutura. Assim como Pedro, outros 115 ex-alunos doam para o Fundo de Bolsas da instituição - desde que foi criado, em 2009, já foram arrecadados 850.000 reais.
Todo o dinheiro é utilizado para subsidiar os estudantes oriundos de escola pública e que não têm condições de arcar com as mensalidades de cerca de 3.000 reais - atualmente, dos 1.500 alunos do Insper, 100 são bolsistas.
A motivação dos doadores não é simplesmente caridade. "Quando contribuo, colaboro para a perenidade da instituição e ajudo a escola a se manter no topo, com os melhores alunos que poderia ter, o que inclui, obviamente, aqueles que não teriam condições de arcar com a mensalidade", diz Franco Veludo. Ele se formou em 2007 e, em todo início de ano, doa 3.000 reais.
A prática, bem incomum no Brasil, é corriqueira mundo afora. Em especial nos EUA, onde só Harvard arrecada 30 bilhões de dólares por ano. Mas a prática se difundiu. "Na Europa, Oxford e Cambridge estão muito fortes e, na América Latina, o México tem sido muito bem-sucedido nisso", elenca Custódio Pereira, autor do livro Sustentabilidade e Captação de Recursos na Educação Superior no Brasil.
O especialista diz que, tecnicamente, há três explicações para o Brasil ter uma atuação incipiente. "Aqui, não há essa visão da filantropia para a educação, as instituições de ensino não têm pessoas especializadas no trabalho de captação e o governo não oferece incentivo fiscal." Apesar disso, ressalva, o principal motivo do insucesso brasileiro é a falta de habilidade de quem pede. "Nós não sabemos pedir".
Nesse cenário, sobressai-se quem tem bons relacionamentos e sabe valorizar o doador, afirma o pró-reitor de ensino e pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Antonio Freitas. "Muitas de nossas salas e laboratórios foram doados por ex-aluno. Para a FGV, já doaram José Ermírio de Moraes, Moreira Salles e Abílio Diniz. Mas, no Brasil, as doações são frutos de amizade. Nos EUA, não. Lá, se qualquer um doa 1.000 dólares, ganha o nome no ladrilho."
Aos que doam muito, o agradecimento é mais explícito. A Universidade Yale, por exemplo, tinha outro nome até, no século 18, ser rebatizada com o sobrenome de um judeu que doou parte de suas riquezas para a instituição. Harvard também leva o nome de um doador generoso.
Longe das discussões ideológicas do Largo São Francisco, outra unidade da própria USP já tem passado o chapéu. A Escola Politécnica, que congrega os cursos de Engenharia, criou, neste ano, o Amigos da Poli, com a meta de arrecadar 10 milhões de reais nos primeiros 12 meses de atividade.
Dentre as privadas, a FGV tem uma assessoria com funcionários dedicados exclusivamente para captação de recursos. E a Universidade Mackenzie, a pioneira da prática no Brasil, vai ressuscitar, em 2013, seu programa de patrocínio. "Será uma campanha motivadora e providenciaremos aos doadores um fluxo de informação sobre o beneficiado, imprimindo um caráter mais pessoal possível ao programa", explica Solano Portela, diretor de finanças da instituição.
(Com Estadão Conteúdo)

Universidade Stanford bate recorde e arrecada mais de US$ 1 bilhão em 2012


Estados Unidos

Relatório divulga total de doações recebidas pelas instituições americanas. Além de Stanford, Harvard e Yale estão entre as que mais arrecadaram

Universidade Stanford, nos Estados Unidos - 2º lugar no ranking do THE
Campus da Universidade Stanford, na Califórnia (Divulgação)
A Universidade Stanford conseguiu em 2012 um feito inédito: arrecadou mais de 1 bilhão de dólares em doações. A notícia foi divulgada na noite de quarta-feira por um conselho que monitora a ajuda financeira recebida pelas instituições dos Estados Unidos. 
De acordo com o Council for Aid to Education, a arrecadação foi impulsionada por uma forte campanha promovida pela universidade, em particular pelas escolas de medicina e hospitais universitários. Vale lembrar também que Stanford está situada no famoso Vale do Silício, no estado da Califórnia, que abriga diversas empresas de tecnologia. Entre os doadores recentes da instituição estão empresários de companhias como Yahoo, por exemplo. 
Além de Stanford, aparecem no topo do ranking as universidade Harvard e Yale (veja abaixo a lista completa). De acordo com o relatório, 3.500 instituições americanas arrecadaram um total de 31 bilhões de dólares em 2012, montante 2,3% maior que o de 2011. O número, no entanto, não é superior ao de 2008, quando a arrecadação atingiu seu recorde: 31,6 bilhões de dólares. 
O maior grupo de doadores em 2012 é formado por fundações, responsáveis por 29,5% do total computado. Em seguida aparecem os ex-alunos, representando 24,8% do montante final. Doadores individuais que não são ex-alunos (18,8%), corporações (16,9%), outras organizações (9%) e grupos religiosos (0,9%) também são citados no relatório. 
Confira as 10 universidades americanas que mais arrecadaram em 2012:
Universidade Stanford – US$ 1,035 bilhão
Universidade Harvard – US$ 650 milhões
Universidade Yale – US$ 544 milhões
Universidade do Sudeste da Califórnia – US$ 492 milhões
Universidade Columbia – US$ 490 milhões
Universidade Johns Hopkins – 480 milhões
Universidade da Pennsylvania – US$ 441 milhões
Universidade Nova York – US$ 396 milhões
Instituto de Tecnologia de Massachusetts – US$ 379 milhões

CGU denuncia programa de Haddad no MEC


Política

Dos 56.500 equipamentos doados à escolas públicas para criação de laboratórios de informática, 12.600 estavam guardados em caixas por três anos

Fernando Haddad, na época Ministro da Educação, durante esclarecimento sobre Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM
Em 15.300 laboratórios, professores não tinham capacitação para operar máquinas (Ailton de Freitas/Agência O Globo)
O Ministério da Educação (MEC) desperdiçou recursos e negligenciou sua principal ação para inclusão digital durante a gestão de Fernando Haddad, revela auditoria da Controladoria Geral da União (CGU). Por meio do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), o governo se comprometeu a dotar as escolas públicas de laboratórios de informática, mas os auditores constataram que 12.600 dos 56.500 equipamentos entregues estavam guardados em caixas há três anos.
"Observa-se que, apesar das escolas, no momento do cadastro para o recebimento de laboratórios, declararem a existência de infraestrutura adequada para instalação dos equipamentos, a falta de tal requisito motivou 66,07% das ocorrências de laboratórios entregues e não instalados, o que demonstra fragilidade nos controles da gestão por parte dos estados e municípios que receberem o laboratório do Proinfo", diz o relatório da CGU. A ação de fiscalização do MEC teria evitado um prejuízo de mais de um milhão de reais referente ao custo dos aparelhos inutilizados.
Em 15.300 laboratórios, os professores não tinham capacitação para operar as máquinas nem para ensinar a usá-las; em 18.000 não havia treinamento em informática ou os espaços serviam para atividades distintas. "Apesar dos avanços proporcionados pelo Proinfo na inclusão digital, (...) o uso pedagógico da informática nas escolas públicas de educação básica não foi plenamente atingido", diz a CGU, que responsabilizou o MEC por não fiscalizar e acompanhar a execução do programa.
Por meio de nota, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ressaltou que a CGU só visitou 196 escolas e que os números são resultado de uma projeção. O Fundo, vinculado ao MEC, questiona a veracidade dos números do órgão. A assessoria de Haddad informou que só se manifestará após tomar conhecimento oficial da auditoria.

(Com Estadão Conteúdo)