segunda-feira 15 2012
Esclerose lateral amiotrófica: o encontro dos cientistas e pacientes(VEJA)
Toda vez que sai uma notícia sobre um novo tratamento para esclerose lateral amiotrófica (ELA), a doença que afeta o famoso cientista britânico Stephen Hawkins, há um alvoroço entre os pacientes e seus familiares. Qualquer informação acende uma nova esperança. E não é à toa. Quem convive com a ELA sabe da importância dessas pesquisas. Inúmeros cientistas ao redor do mundo trabalham com esse objetivo: achar um tratamento para essa doença tão cruel. Mas sempre há os aproveitadores ou aqueles que querem fazer sensacionalismo. Como separar o joio do trigo? Foi com esse objetivo que resolvemos promover um encontro – apoiado pelo Instituto Paulo Gontijo - entre dois importantes pesquisadores internacionais de ELA e os pacientes.
Essa interação foi programada após a exposição científica que coordenei durante a reunião da ISSCR – International Society of Stem sell Research -em São Paulo. Os dois cientistas convidados , Dr. Kevin Eggan, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e o Dr. Dimitrius Karussis, de Jerusalém, (Hadassah Medical Organization), em Israel, aceitaram conversar com os pacientes após as suas exposições científicas. Nada melhor do que ouvir diretamente da fonte. E cá entre nós essa linguagem técnica pode ser bem “chata” para quem não é da área.
Quem são os cientistas e o que estão pesquisando?
O Dr. Eggan, um jovem pesquisador brilhante trabalha em pesquisas básicas. Ele está reprogramando células- tronco retiradas da pele (fibroblastos) de pacientes com ELA de modo a obter, em laboratório, neurônios dessas pessoas. É uma linha de pesquisas que também estamos realizando no Centro do genoma, iniciada por Miguel Mitne-Neto, que felizmente continua sendo um dos nossos grandes colaboradores. Apresentei esses nossos resultados durante o Congresso. Na prática, as células passam a ser nossos pacientes o que nos permite fazer inúmeros experimentos para descobrir o que há de errado, o que está matando os neurônios motores e como corrigir o defeito. Uma questão que ainda intriga a todos é como explicar que mutações em diferentes genes (já foram descobertos 16 genes que causam ELA) podem ter o mesmo efeito: causar a morte dos neurônios motores. Mas o que mais nos interessa é tentar descobrir porque pessoas com a mesma mutação podem ter quadros clínicos muito diferentes. O que protege algumas pessoas dos defeitos deletérios da mutação? Quais são os genes protetores? O que fazem? Se descobrirmos poderemos abrir caminhos muito importantes na busca de novos tratamentos.
Quais são as pesquisas do Dr. Karussis?
O Dr. Karussis, médico neurologista, é grego, mas vive em Israel há mais de 20 anos. Há 6 meses ele iniciou os primeiros experimentos clínicos com pacientes. Segundo ele, foram dois anos para ter o protocolo aprovado pelas agências reguladoras de Israel, mas hoje essa pesquisa também tem o aval da FDA (agência reguladora dos EUA) em colaboração com cientistas americanos. Aprovar novos experimentos clínicos é um processo difícil e demorado em todos os países que se preocupam em minimizar todos os possíveis riscos de cada experiência clínica. Embora muitos se ofereçam para isso, repito: paciente não é cobaia.
Nessa primeira fase, o que se testa é a segurança do procedimento em um grupo pequeno de pacientes, antes de se iniciar a fase II ou III em um grupo maior com grupos controles pareados. O Dr. Karussis está injetando células-tronco retiradas do próprio paciente (medula óssea que é o tutano do osso) – que chamamos de transplante autólogo. As células são retiradas e cultivadas com fatores especiais que, segundo o Dr. Karussis, aumentam o seu potencial neurotrófico, visando a proteção dos neurônios motores. A vantagem de se usar as células do próprio paciente é assegurar-se que não haverá rejeição. A desvantagem é que em alguns casos são pacientes já idosos. Será que suas células poderão trazer os mesmos benefícios que células jovens? Esta é uma das minhas questões.
Como está sendo feita a pesquisa e o que está sendo obervado?
Por enquanto são 12 pacientes que estão sendo seguidos há 6 meses. Esses pacientes foram divididos em dois grupos: no primeiro grupo, as injeções são intratecais (são injetadas na região lombar, no líquido espinhal); no segundo grupo são injeções musculares, em um braço e uma perna. Os resultados preliminares ainda não permitem nenhuma conclusão. Aparentemente o braço e a perna injetados parecem ter mais músculo que o membro colateral que não foi injetado, mas isso ainda precisa ser confirmado. Alguns pacientes mostraram melhora e depois estabilizaram. Em outros não houve efeito, diz o Prof. Karussis. Em resumo nessa fase, o objetivo é realmente testar a segurança. Ela ainda não permite avaliar o efeito clínico.
A história do rabino
Um dos pacientes submetidos ao tratamento é um rabino de 75 anos. Aparentemente, esse senhor que falava com muita dificuldade e não conseguia andar, começou a andar e a falar com mais facilidade após as injeções com células-tronco. A notícia se espalhou como fogo. Todos queriam ir para Israel e submeter-se ao tratamento do Prof. Karussis. O que há de verdade nisso, perguntamos ao pesquisador. É verdade, esse senhor tem um diagnóstico de miastenia e sinais de ELA, respondeu. Ele teria duas doenças. Portanto, ninguém sabe se as células-tronco tiveram efeito nos sintomas da miastenia e não da ELA, diz o cientista. Recentemente ele apresentou uma piora e provavelmente receberá uma nova dose de células-tronco, complementou.
Qual é o próximo passo?
As grandes perguntas agora são: que dose injetar? Qual é o melhor local para injetar? As injeções devem ser únicas ou repetidas? Esperamos que essa primeira fase, realizada em Israel, ajude a responder essas questões. Com isso poderemos pular etapas e acelerar o processo quando iniciarmos o protocolo no Brasil. A boa noticia é que os dois pesquisadores querem colaborar conosco. Nesse sentido, o encontro dos cientistas com os pacientes certamente teve um papel muito positivo e sensibilizou esses pesquisadores. Só posso agradecer a Silvia Tortorella do IPG por ter promovido e apoiado essa reunião. Segundo ela, “a informação e conhecimento sobre a doença são de importância suprema, para que se possa incentivar mais pesquisas no Brasil, mais tratamento e mais qualidade de vida para esses pacientes”. Entretanto, é fundamental que os ensaios terapêuticos sejam feitos com todo o rigor científico . Como lembrou muito bem o Dr. Miguel Mitne-Neto, que também participou do encontro, entendemos que para cada paciente o tempo é crucial. Entretanto, não podemos esquecer que os resultados dessas pesquisas, se bem conduzidas, poderão beneficiar milhares de pacientes hoje e amanhã.
http://veja.abril.com.br/blog/genetica/
Ansiedade: problema está na sua cabeça ou na do médico?(VEJA)
Saúde mental
Desde sua implantação, em 1952, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, produzido pela Associação Americana de Psiquiatria, tem adicionado novas doenças mentais a cada edição
Vivian Carrer Elias
Ansiedade: Transtornos são cada vez mais diagnosticados (ThinkStock)
“O DSM não mede a gravidade dos sintomas de uma forma específica. Essa forma de diagnóstico é muito pobre, não traduz a riqueza que é a personalidade de uma pessoa e aumenta o risco de um diagnóstico errado”, Fábio Gomes, médico psiquiatra, professor da Universidade Federal do Ceará e doutor pela Universidade de Edimburgo, na Grã-Bretanha
Metade das pessoas tem ou terá em algum momento da vida o que a psiquiatria considera como um transtorno de ansiedade — um conjunto de distúrbios divididos em síndromes do pânico, fobias, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), stress pós-traumático e transtorno de ansiedade generalizado. Essa incidência é quase vinte vezes maior do que há três décadas, um aumento expressivo, para não dizer espantoso, que desencadeou uma série de discussões em torno dos critérios atuais para as doenças mentais.
Ainda é difícil dizer se a medicina está identificando condições que passavam despercebidas no passado, se comportamentos naturais do homem estão sendo classificados como transtornos ou então se a sociedade moderna realmente está provocando uma epidemia de distúrbios mentais. O fato é que, para o bem ou para o mal, critérios de diagnóstico estão em constante revisão — e com essas atualizações, a prevalência dos transtornos aumenta.
Alguns críticos desse excesso de diagnósticos observado nos últimos anos apontam um vilão. O culpado, para eles, seria o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, sigla em inglês), considerad a 'bíblia da psiquiatria'. Nele estão listadas todas as categorias do que a Academia Americana de Psiquiatria (APA, sigla em inglês) considera como doenças mentais, os critérios para diagnóstico de cada uma e também dados epidemiológicos dos transtornos. A primeira edição do documento, o DSM-I, foi publicada no ano de 1952 e a próxima versão revisada do manual, que será o DSM-V, tem previsão de publicação para 2013. A cada edição, cresce o número de diagnósticos listados. Para se ter uma ideia, o DSM-III, publicado em 1980, continha 265 diagnósticos, contra 182 da edição anterior, de 1968.
Os critérios revisados pelo DSM-III, publicado em 1980, revelaram que entre 2% e 4% dos americanos tinham algum distúrbio de ansiedade. Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH, sigla em singlês) em 1998, quatro anos após a publicação do DSM-IV, mostrou que 10% da população apresentou algum transtorno de ansiedade em um período de um ano e 15%, em algum momento da vida. Em 2005, esses números, segundo outra pesquisa tão rigorosa quanto as outras, o National Comorbidity Study Replication (NCS-R), passaram para 20% e 28,8%, respectivamente. Um dos últimos estudos representativos, desenvolvido na Nova Zelândia, acompanhou participantes por 14 anos, dos 18 aos 32 anos. Nesse período, 22.8% deles tiveram ansiedade em um dos anos e 49.5% em algum momento desses anos todos.
Diagnóstico impreciso— Além da prevalência de transtornos de ansiedade coincidir com a atualização dos critérios de diagnóstico, há outro fator que pode ajudar a explicar como os manuais, em especial o DSM, ampliam a identificação desses distúrbios. O método de diagnóstico do manual é sistemático: um transtorno mental pode ser identificado levando em consideração o tempo de duração e a quantidade de sintomas. Se um indivíduo corresponder a esses critérios, o DSM declara que ele possui algum distúrbio mental.
“O DSM não mede a gravidade dos sintomas de uma forma específica. Essa forma de diagnóstico é muito pobre, não traduz a riqueza que é a personalidade de uma pessoa e aumenta o risco de um diagnóstico errado”, afirmou ao site de VEJA Fábio Gomes, médico psiquiatra, professor da Universidade Federal do Ceará e doutor pela Universidade de Edimburgo, na Grã-Bretanha. “Por exemplo, um paciente que apresenta fadiga, desmotivação, não quer sair de casa e nem ir trabalhar não necessariamente está com depressão, mesmo tendo um conjunto de sintomas relacionados ao problema. Pode ser, por exemplo, caso de hipotireoidismo.”
Para Gomes, o DSM multiplicou os diagnósticos de transtornos mentais e a e quinta edição do manual não deverá mudar muita coisa no paradigma dos diagnósticos de transtornos de ansiedade. “Os critérios de diagnóstico são discutidos exaustivamente pela classe médica. Sabemos que ele não é perfeito e continuaremos andando em circulo se insistirmos nesse modelo de diagnosticar um distúrbio com base em tempo e quantidade de sintomas. Ainda estamos longe de um método de diagnóstico válido”, disse.
Revisões — Gomes representa muitos médicos quando afirma acreditar que a melhoria no diagnóstico de transtornos mentais esteja não na revisão do DSM, mas na publicação da atualização de outro manual do tipo, esse desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH, sigla em inglês), o Research Domain Criteria (RDoC), que também deverá acontecer em 2013. Esse documento, diferente do DSM, busca traçar, por meio do estudo genético, a fisiopatologia dos transtornos mentais, ou seja, os fatores que desencadeiam esses distúrbios — e não os sintomas que aparecem uma vez que ele atinge um paciente. “Acho que vamos avançar quando entendermos que as novas descobertas da genética podem entrar no território do diagnóstico psiquiátrico.”
Os sons mais desagradáveis para o ouvido humano
Sistema auditivo
Pesquisadores de Newcastle mediram a tolerância de 13 voluntários a mais de 70 sons. Eles compararam a avaliação com imagens de ressonância magnética e descobriram o que acontece quando ouvimos o ruído de uma faca em atrito com uma garrafa de vidro
O som de uma faca em atrito com uma garrafa de vidro foi considerado, pelos voluntários, o som mais desagradável de todos (iStockphoto)
Uma equipe de cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, identificou os sons mais insuportáveis para o ouvido humano. Os pesquisadores testaram 13 voluntários que ouviram 74 diferentes sons para classificá-los de 1 (menos desagradável) a 5 (mais desagradável). Os cinco ruídos considerados os mais repulsivos foram: faca arranhando uma garrafa; garfo contra um copo; giz em atrito com uma lousa; régua raspando numa garrafa; e, por fim, unhas em atrito com uma lousa.
Faca arranhando uma garrafa
Garfo em atrito com um copo
Giz em atrito com uma lousa
Régua raspando em uma garrafa
Unhas em atrito com uma lousa
O objetivo do teste, conforme explica o autor do estudo publicado na semana passada no The Journal of Neuroscience, doutor Sukhbinder Kumar, é tentar entender por que esses sons causam sensações tão repulsivas. Para tanto, foram coletadas imagens de ressonância magnética dos cérebros dos voluntários enquanto eles ouviam os sons.
As ressonâncias mostraram que, quando escutamos um ruído desagradável, a amídala cerebral, responsável por processar emoções, é ativada. Ela ajusta o funcionamento do córtex auditivo, a parte do nosso cérebro que processa sons, e aumenta a sua percepção. A atividade da amídala e do córtex auditivo, nas imagens, variou numa relação direta com a classificação dos sons, entre mais e menos desagradáveis. "É possivelmente um sinal de aflição que a amídala envia ao córtex auditivo", afirmou o doutor Kumar ao site da universidade de Newcastle.
Frequência – Kumar disse também que qualquer som entre 2.000 e 5.000 Hz foi considerado desagradável. “É nesta frequência que ocorrem sons de gritos que nos parecem particularmente desagradáveis”, diz Kumar. Ele explica, no entanto, que ainda não se sabe ao certo por que nossos ouvidos são mais sensíveis a essa frequência.
Os pesquisadores acreditam que um melhor entendimento das reações que os sons causam no cérebro pode ajudar a compreender distúrbios como hiperacusia (hipersensibilidade auditiva) e autismo, marcados por baixa tolerância a sons.
Levante da cadeira de tempos em tempos
Em 2008, uma pesquisa australiana divulgada no periódico Diabetes Care mostrou que o aumento do número de pausas em momentos sedentários que um indivíduo faz, como levantar da cadeira após mais de uma hora e meia sentado, proporciona a perda da circunferência abdominal e a redução do índice de massa corporal (IMC) e nos níveis de glicose no sangue. Para o ortopedista Sérgio José Nicoletti, as pessoas não devem passar mais do que uma hora sentadas sem se levantar. A cada hora, portanto, é importante levantar, caminhar pela casa ou pelo escritório e alongar-se quando possível. Esse hábito alivia o incômodo provocado pelas horas na cadeira e ativa a circulação sanguínea. Alarmes e recados em lugares visíveis ajudam um indivíduo a lembrar de sair da cadeira. No trabalho, criar o hábito de andar até a mesa de algum colega em vez de mandar e-mail ou telefonar para ele ou fazer o caminho mais longa até o banheiro são opções que ajudam a ampliar o tempo de movimento.
Mesmo sentado, se movimente
Há determinados exercícios que podem ser feitos por uma pessoa enquanto ela está sentada e que conseguem amenizar alguns problemas decorrentes do sedentarismo. Os médicos recomendam que as pessoas contraiam e relaxem o abdome seis vezes seguidas e por várias vezes ao dia para fortalecer o músculo da região e melhorar a postura. Eles também indicam que, sempre que possível, as pessoas mexam e estiquem os joelhos para evitar problemas na região a longo prazo; girem pés e tornozelos para os dois lados; façam movimentos para cima a pera baixo com as mãos e alonguem braços, ombros e pescoço. Por fim, procure arrumar sua postura todas as vezes que se lembrar.
Fique sentado em uma posição adequada
De acordo com Nicoletti, a posição em que uma pessoa permanece sentada pode interferir no risco dos problemas acarretados pelo sedentarismo. O médico indica que a cadeira não tenha apoio dorsal completo, ou seja, que o seu encosto não envolva todas as costas, para que, assim, a coluna faça sua curvatura normal ao sentarmos. Além disso, é importante que o centro da tela do computador esteja na mesma altura dos olhos e que os pés estejam apoiados no chão e que a dobra dos joelhos forme um ângulo de 90º.
Use os momentos de lazer a favor da sua saúde
De acordo com um artigo publicado em 2010 no periódico Diabetes, cada hora que um indivíduo passa sentado em frente à televisão aumenta em 11% o risco de morte. Se o trabalho de uma pessoa exige que ela fique sentada durante horas, o mesmo não vale para os momentos de lazer. Prefira realizar atividades que exijam movimento, como andar de bicicleta ou caminhar no parque, em vez de ficar em frente à televisão ou jogar videogame, por exemplo.
Pratique atividade física regularmente
Segundo o novo estudo australiano, ter o hábito de praticar alguma atividade física diminui o risco de mortalidade relacionado ao tempo prolongado no qual alguém fica sentado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os adultos pratiquem ao menos 30 minutos de alguma atividade física, como caminhada rápida, todos os dias, além de algum exercício que fortaleça músculos e ossos duas vezes por semana. Esse hábito reduz o risco de diversas doenças, melhora a saúde óssea e muscular, além de gastar a energia que consumimos e não gastamos nos momentos de sedentarismo. "Trabalhar com a nossa musculatura diminui as dores e os problemas acarretados pelo período prolongado de tempo em que ficamos sentados. O músculo abdominal fortalecido, por exemplo, melhora a postura e nos protege de dores nas costas", diz o médico ortopedista Márcio Passini.
Caminhe mais
Falta de tempo e de vontade para ir à academia não deve ser desculpa para que uma pessoa deixe de praticar as atividades físicas necessárias em um dia. "Meia hora de esteira pode ser substituída por uma caminhada do estacionamento, ponto de ônibus, metrô ou trem até o trabalho: por exemplo, é só parar o carro em um lugar mais longe ou parar em estações mais distantes do que a que está acostumado. Subir escadas em vez de usar o elevador e ir a pé, e não de carro, para lugares próximos também são saídas", diz o ortopedista Nicoletti. Para controlar a quantidade de exercício que você faz no dia a dia, cronometre por quanto tempo você caminha ou conte os passos que dá (existem aplicativos de celular, por exemplo, que fazem isso por você) e compare essa quantidade com os passos dados quando anda durante 30 minutos na esteira. "No entanto, é preciso ressaltar que fragmentar o tempo de atividade física diária durante o dia, embora seja eficaz para saúde, não ajuda uma pessoa que quer emagrecer", afirma Passini.
Ficar muito tempo sentado pode dobrar o risco de diabetes(VEJA)
Estilo de vida
O hábito também contribui para o aumento das chances de mortalidade por eventos cardíacos independentemente da prática de atividades físicas
Sedentarismo: Limitar o tempo em que ficamos sentados ao longo do dia pode evitar doenças como diabetes (Todd Warnock/Getty Images)
Permanecer sentado por muito tempo, como qualquer comportamento sedentário, é um risco à saúde. Segundo um novo estudo da Universidade de Leicester, na Inglaterra, o hábito pode chegar a dobrar os riscos de um indivíduo ter diabetes, além de também aumentar as chances de mortes por doenças cardíacas ou qualquer outro motivo. Essa relação é válida mesmo se uma pessoa pratica frequentemente atividades físicas moderadas ou intensas.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Sedentary time in adults and the association with diabetes, cardiovascular disease and death: systematic review and meta-analysis
Onde foi divulgada: revista Diabetologia
Quem fez: Emma Wilmot,Charlotte Edwardson e Feliz Achana
Instituição: Universidade de Leicester, Inglaterra
Dados de amostragem: 18 estudos sobre saúde e sedentarismo com 794.577 participantes
Resultado: Pessoas que permanecem mais tempo sentadas têm o dobro de chances de terem diabetes, 90% mais chances de morrerem por doenças cardíacas e 50% de chances de morrerem por outra causa
A pesquisa, publicada nesta semana no periódico Diabetologia, da Associação Europeia do Estudo do Diabetes, é uma análise de 18 outros estudos sobre o assunto que, ao todo, envolveram quase 800.000 participantes. Segundo os resultados, quando comparados os indivíduos que permaneciam mais tempo sentados com os demais, as chances de diabetes dobraram, de mortes por eventos cardiovasculares aumentaram em 90% e o risco de morte por outras causas, em 50%.
Segundo Emma Wilmot, que coordenou o trabalho, um adulto passa, em média, de 50% a 70% do dia sentado. “As conclusões reforçam que limitar o tempo em que permanecemos sentados é uma maneira de reduzir o risco de doenças e de morte”, diz Wilmot.
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O trabalho ininterrupto gera diversas consequências físicas e psicológicas ao empregado. A exigência constante por produtividade faz com ...