sábado 24 2012

Veja 10 maneiras para incrementar a vida sexual


  1. Notícia
  2. Fotos
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Aulas de dança ou atividades ao ar livre são ótimas formas de mexer o corpo e, com isso, maior a disposição para o sexo
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MICHELLE ACHKAR
Entrar no clima pode não ser fácil o tempo todo. Algumas atitudes e mudanças de hábito podem ajudar a mudar esse cenário, incluindo ir para a cama mais cedo ou apostar em literatura estimulante. O site Good House Keepingenumerou 10 ações que podem ajudar. Confira.
Estimule o cérebro
Quanto o assunto é o desejo sexual feminino, não há nada mais poderoso do que o cérebro. Portanto é importante permitir fantasiar sobre sexualidade, sem culpas ou vergonha. Agindo assim, o corpo deve responder a esses estímulos e você entrará mais facilmente no clima.
Durma bem
Se o cansaço está interferindo no desejo, é hora de colocar o sono em dia e torná-lo prioridade. A recomendação geral é a de dormir entre sete e nove horas por dia. Para ajudar a ter uma noite de sono reparadora, evite hábitos como manter a televisão ligada no quarto, deixar o telefone celular ligado, evitar o consumo excessivo de bebidas a base de cafeína.
Consulte o ginecologista
Qualquer sensação de desconforto durante o sexo pode jogar um balde de água fria no desejo. É importante verificar se há alguma causa médica por trás disso. As razões podem ser menopausa, disfunções hormonais, depressão, uso de medicamentos. E o tratamento pode ser simples, desde o uso de remédios até a aplicação de lubrificantes.
Reserve um tempo para si
Carreira, família e compromissos sociais deixam pouco tempo para fazer coisas pessoais ou que gostaria de realizar. Mas encontrar tempo para si mesma é fundamental para manter o equilíbrio em dia e vai colaborar para manter o desejo aceso.
Aposte em aromas
Certos cheiros podem ter impacto no desejo sexual. Segundo o livro Scentsational Sex, do médico neurologista Alan Hirsch, os cheiros da lavanda, torta de abóbora e alcaçuz têm o poder de aumentar o fluxo sanguíneo na região genital. Aposte em velas ou outros objetos com essas essências ou com qualquer outra do seu agrado.
Mexa o corpo
Exercícios ajudam a liberar testosterona, hormônio ligado ao desejo sexual. Se estiver fora de forma ou não gostar de malhar, opte por aulas de dança ou atividades ao ar livre.
Mude a dieta
Alimentação é fundamental para a boa saúde e também para uma vida sexual ativa. Itens ricos em vitamina B ajudam a aumentar a libido. Aposte em bananas, manteiga de amendoim, mel e salsão, por exemplo.
Conheça seu ciclo menstrual
O sexo pode ser mais prazeroso em alguns dias do mês. Isso porque há períodos em que a testosterona está em alta, como entre o primeiro e o 14º do ciclo. A ciência também identificou aumento da libido entre os dias 24 e 28. Fique atenta.
Corte maus hábitos
Fumar prejudica a vida sexual, pois contrai os vasos sanguíneos, prejudicando o fluxo até mesmo da região genital. Beber também pode prejudicar o humor para o sexo, já que o álcool pode favorecer quadros mais depressivos.
Aceite-se como é
E daí que não está em forma ou seu manequim não é o 36? Coloque pensamentos negativos de lado e não deixe que eles atrapalhem a vida sexual. Confiança sexual é apenas confiança em si mesma.

Eles merecem O Brasil baterá outro recorde. Alcançará a expressiva marca de 30 milhões de aposentadorias e pensões na Previdência Social, na primeira quinzena de dezembro


Ricardo Boechat
Com Ronaldo Herdy

Eles merecem


O Brasil baterá outro recorde. Alcançará a expressiva marca de 30 milhões de aposentadorias e pensões na Previdência Social, na primeira quinzena de dezembro

Previdência
Eles merecem
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O Brasil baterá outro recorde. Alcançará a expressiva marca de 30 milhões de aposentadorias e pensões na Previdência Social, na primeira quinzena de dezembro. Com isso, a folha de pagamentos, processada pela Dataprev, somará cerca de R$ 25 bilhões por mês. Graças a convênios internacionais, benefícios do INSS hoje são pagos até em outros países como Portugal, Espanha, Grécia e Chile.
Justiça
Sem calote
Em decisão inédita, o Tribunal de Justiça do Rio admitiu o direito de um presidiário ser indenizado por ter feito faxina em uma DP e dois presídios, enquanto detido. O governo do Estado alegou nada dever, pois o serviço reduziu a pena do condenado. O somatório de ¾ do salário mínimo por mês, de julho de 2000 a dezembro de 2006, terá correção pelos juros da poupança. O homem só não levou os R$ 100 mil pedidos, por dano moral.
Saúde Pública
Conta alta
Os gastos do SUS com internações de idosos devem somar R$ 14,3 bilhões em 2030 – 4,7% acima do valor de 2010. As razões da alta serão exibidas pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar na terça-feira 27, no seminário internacional “Projeções do custo do envelhecimento do Brasil”, em São Paulo.
Governo
Incômoda lentidão
Morosidade nos processos e burocracia em excesso foram as maiores críticas às agências reguladoras brasileiras apontadas por executivos de multinacionais, numa pesquisa da Câmara Americana de Comércio de São Paulo. E 55% dos entrevistados acham que o governo interfere muito nas decisões dos órgãos reguladores.
Direitos Humanos 
Voz maior
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Por unanimidade, no 19º Encontro de Presidentes e Magistrados de Tribunais Constitucionais realizado no Chile, de 13 a 16 últimos, consagrou-se a tese de que, nas questões que envolvem os direitos humanos, a última palavra é a da Corte Interamericana da OEA. Esta, aliás, não considera válida a Lei de Anistia do Brasil – tida como legal pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
PAC
No clima da festa
O Iphan estima que o PAC das Cidades Históricas somará aproximadamente R$ 300 milhões em 2013, para gastos na preservação do patrimônio. Em tempo de Natal há quem acredite em Papai Noel.
Comportamento
Joaquim zen
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Uma das convidadas na posse de Joaquim Barbosa na presidência do STF, Lucélia Santos sabe como o ministro pode se livrar das incômodas dores que sente na coluna. “Vou convencê-lo a fazer ioga em 2013.” Há dez anos a atriz é iogue e pratica ashtanga, nível elevado e ideal para quem vive na correria da modernidade. Entre seus benefícios estão flexibilidade, força muscular, equilíbrio, consciência corporal e serenidade mental.
CGU
Fora de combate
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Por falcatruas em seis Estados, a Controladoria-Geral da União declarou inidôneas as empresas de medicamentos Diprolmed Ltda e Sulmedi Comércio de Produtos Hospitalares. Investigações da PF flagraram delitos como fraudes em licitações e suborno a servidores públicos. Segundo o ministro Jorge Hage, o Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas da CGU tem inscritas hoje 3.237 firmas e 2.526 pessoas físicas.
Loteria
Torcida guerreira
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Se o Palmeiras foi mal no Campeonato Brasileiro, na loteria Timemania ele não está em baixa. É o quinto no rateio, o que lhe rendeu R$ 42 milhões da CEF em 2012. O ranking é baseado no volume de apostas (time do coração) recebidas no ano anterior – e que muda a cada dezembro. O Verdão está duas posições acima do campeão Fluminense (R$ 38 milhões), que aparece como sétimo colocado. Com R$ 68 milhões, o Flamengo é a paixão maior de quem joga na Timemania.
PT
Fogo amigo
Na reunião da bancada do PT no Congresso 
na terça-feira 20, as orelhas de Dilma Rousseff arderam. As críticas à administração federal foram lideradas pelo senador Jorge Vianna (AC). Por outro lado, a presidenta se diz pronta a garantir o apoio parlamentar ao seu governo no Legislativo em 2013. Para isso, ela intensificará nos próximos dias encontros com os líderes dos partidos da base aliada.
Indústria
Devagar, devagarinho...
Passados cerca de 80 dias do fim da greve dos servidores da Anvisa, a indústria farmacêutica segue penando para liberar insumos e produtos no aeroporto de Guarulhos. Lá, os fiscais da vigilância liberam só 15 processos por dia por despachante. Os empresários do setor já falam em gargalos no abastecimento de medicamentos.
Loteria 2
Quem vai subir?
O ABC de Natal é o último dos 20 que este ano recebem a maior bolada da Timemania. A equipe ganhou R$ 16,7 milhões até agora. Em 21º lugar (R$ 15,2 milhões) está o Avaí, seguido do Santa Cruz (R$ 14,7 milhões). As indicações como “time do coração” que os três receberem até 29 de dezembro definirão o G20 da Timemania em 2013 – assim como os clubes que ficarão nas 60 posições da loteria, criada para reforçar o caixa das agremiações via partilha das apostas.
TCU
Muito bem
O TCU mandou o Ministério das Minas e Energia mudar a Medida Provisória 579, que altera o marco regulatório do setor elétrico, em tramitação no Senado. Quer cláusula que proteja a União, no caso de erros nos cálculos de indenizações a quem tem usina hidrelétrica não amortizada e depreciada. As empresas do setor têm até 4 de dezembro para decidir se aceitam ou não os valores estimados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A data pode mudar.
Amazônia
Prioridade verde
Até 2017 a Coca-Cola investirá mais R$ 23 milhões em projetos ambientais no Brasil. A grana será aplicada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro, pela Fundação Amazonas Sustentável, presidida pelo ex-ministro Luiz Fernando Furlan.
Cultura
Homenagem póstuma
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“Deixe que eu te ame” é a primeira peça do dramaturgo e escritor Alcione Araújo a ser levada ao palco após a sua morte, no último dia 15. O espetáculo quase foi encenado este ano, mas faltou o patrocínio da Eletrobras, após acerto com o Banco do Brasil. “Queremos que isso ocorra em 2013, agora, como lembrança da qualidade da obra de Alcione”, diz Amir Haddad, que vai dirigir a peça. A trilha sonora será de Edu Lobo.
Fotos: Alexandre Brum/Ag. O Dia; Adriano Machado/AG. ISTOÉ; Rubens Chaves/Folhapress; Bruno Spada/ABr; Divulgação

Ashtanga é tipo de ioga frenética que rende benefícios



da Folha de S.Paulo

Eles suam copiosamente dentro de uma sala, muitas vezes completamente fechada. Também gritam, suspiram, às vezes choram e, sem constrangimento, arrotam e liberam gases.

Movimentam o corpo todo sem tempo para descanso. Sentam no chão, deitam, saltam, alongam, contraem os músculos e contorcem dorso e membros. Tudo é muito frenético, intenso e ágil. É assim que se comportam os praticantes da ashtanga vyniasa, estilo de ioga que se popularizou nos EUA depois que Madonna e Sting declararam-se seus fãs. E, por aqui, ganha cada vez mais adeptos.

Seus principais benefícios, segundo praticantes e professores, são flexibilidade, tonicidade, força muscular, equilíbrio, consciência corporal e ainda —por mais incoerente que possa parecer— tranquilidade e serenidade mental.

"Só depois de praticar a ashtanga descobri verdadeiramente meu corpo, seus limites e suas possibilidades. Antes, a minha postura correta era a que o espelho me dava. Hoje, é a que minha consciência me mostra", comenta a professora de balé clássico Gláucia Bittar, 32, aluna de ashtanga há um ano e meio.

Como ela, a atriz Adriana Patias, 26, que nunca havia feito ioga antes por "preconceito com o misticismo" que envolve a prática, diz ter quebrado diversas barreiras impostas pelo seu corpo, que melhorou a postura e o modo de andar.

Ashtanga, em sânscrito, significa oito partes, em referência aos oito princípios da ioga. Vyniasa significa sincronia. "O que a ashtanga vyniasa faz é unir em uma única prática, principalmente por meio da atividade física, esses oito princípios, que, na ioga tradicional, são realizados separadamente", explica Cristóvão de Oliveira, 37, terapeuta corporal que aprendeu a ashtanga na Índia e dá aulas da técnica em São Paulo.

As posturas realizadas pelo iogue promovem o exercício e a percepção corporais. Cada uma delas age sobre partes específicas do corpo, como quadril, pescoço ou braços.

O grande diferencial da ashtanga é que algumas posturas são realizadas sem intervalo, uma seguida da outra, num ritmo marcado por inspirações e expirações profundas, realizadas somente pelo nariz, o que faz os praticantes suarem em bicas durante as aulas. Vide a modelo Fernanda Lima na página ao lado, que pratica a técnica há quase um ano.

"Essa sequência de movimentos é o que chamamos de vyniasa, que vai justamente fazer o 'link' entre uma asana (postura) principal e outra", explica Oliveira. A professora Gisele Jacob, que dá aulas de ashtanga na academia Reebok, não indica a técnica para quem não tem conhecimento anterior da ioga tradicional, "porque a pessoa pode ter dificuldade de aprender os movimentos".

"Comecei com algumas aulas de hata ioga porque os movimentos não são contínuos e você pode percebê-los mais", diz o auxiliar administrativo João Carlos Rodrigues, 22, aluno de ashtanga há um mês. Ele confirma que não é fácil, no início, entrar no ritmo da prática. "Mas o trabalho corporal realizado na ashtanga é muito mais intenso do que na ioga tradicional, por isso decidi ficar."

Foi esse caráter energético da ashtanga que fez o administrador de empresas e ex-maratonista Aldo Lareano, 49, abandonar aos poucos as maratonas. "Com a ashtanga, eu consigo o mesmo condicionamento que obtinha com a corrida, com a vantagem de perceber mais meu corpo e poder meditar enquanto faço exercício", diz.

O praticante dá um tempo na movimentação por alguns poucos minutos (o tempo de realizar cinco respirações) quando faz as asanas principais. É nesse momento que a respiração adquire sua maior importância. "Durante toda a prática, a respiração atua no sentido de trazer consciência ao praticante. Nas asanas principais, ela auxilia o iogue a manter o 'encaixe' da postura, ou seja, a permanecer corretamente na posição e, assim, obter melhores resultados sobre o corpo", explica Regina Nuyken, 32, pianista que se "converteu" à ashtanga quando morou na Alemanha e pratica a atividade, como professora do Surya Espaço de Yoga, há aproximadamente seis anos.

Outro princípio da técnica: o praticante deve realizar as chamadas "uddhyana bandas". Significa manter a musculatura do abdômen e do períneo enrijecida, a fim de conferir simetria aos movimentos (manter um braço tão alongado quanto o outro, por exemplo). "Com o baixo abdômen contraído, o praticante expande o ar pela costela, aumentando o tórax. Já a contração do períneo dá mais firmeza e estabilidade aos exercícios", explica Nuyken. Os professores garantem: "A ashtanga é uma prática ideal para o homem que vive na correria da modernidade".
http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u1111.shtml

Grande padrinho


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Longa data
É importante que se releia agora uma informação publicada aqui no dia 13 de março de 2010, sob o título de O afilhado da afilhada. A nota dá a exata dimensão de quem é o responsável pelas estripulias de Rubens Vieira na Anac – Lula.
Eis a nota:
“Um dos três indicados para ocupar diretorias na Anac tem padrinho forte. Para ser mais exato, mais forte impossível. Sim, ele mesmo: Lula. O presidente quer que Rubens Vieira decole para a cúpula da Anac, na qual hoje ele ocupa o cargo de corregedor. E de onde vem a força de Vieira? Ele é afilhado de Rosemary Noronha, chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo e amiga de Lula. Não era o nome preferido de Nelson Jobim, mas isso são outros quinhentos.”
Dois anos  e muitas armações depois, deu no que deu.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/governo/lula-e-o-grande-padrinho/

Quem são os irmãos Vieira


veja.com

Rubens Vieira, afilhado de Lula na Anac
Afinal, de onde vem e quem são os irmãos Rubens e Paulo Vieira, que a PF puxou das sombras para a luz na operação de ontem?
Os dois irmãos são filhos de migrantes da Bahia que foram para São Paulo e acabaram adotados informalmente pela Rosemary Noronha, a Rose. Paulo foi contador do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo na era Lula. Depois, passou a ser pau para toda obra no PT paulista.
Rubens virou procurador federal com apoio de Paulo, que viu no irmão mais novo uma espécie de expoente acadêmico da família. Paulo investiu no irmão e fez carreira menor para si mesmo, mas sempre como um faz-tudo para o PT paulista.
Na Anac, Rubens inicialmente foi corregedor. Quase nunca estava lá na sede da agência. Aparecia uma ou duas vezes por semana, vivia viajando para a Bahia ou para o interior paulista. Rubens virou diretor da área de infraestrutura aeroportuária da Anac, sem ter qualquer especialização ou credencial para tanto. Tinha experiência como procurador federal e, no setor aéreo, apenas como corregedor.
Sobre Paulo quem pode dizer coisas, se quiser, é Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente de Lula. Minc tentou evitar que Paulo fosse diretor da ANA. Tanto que Paulo foi o primeiro diretor de agência reguladora a ter o nome vetado por maioria de votos no plenário do Congresso. Numa segunda votação, entrou na ANA.
Outro que poderia contribuir com muita informação é Nelson Jobim, que engoliu a indicação de Rubens Vieira para a Anac, mas que preocupava-se com a desenvoltura do indicado de Lula para o cargo.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/quem-saos-e-de-onde-vieram-os-irmaos-vieira-indicados-por-lula-para-dirigir-agencias-reguladoras-e-presos-pela-pf/

Morre tartaruga Solitário Jorge, 'criatura mais rara da Terra'


Meio Ambiente

O animal vivia nas ilhas Galápagos e tinha idade estimada em mais de 100 anos

A tartaruga gigante Solitário Jorge, morta neste domingo
A tartaruga gigante Solitário Jorge, morta neste domingo (Reuters)
Solitário Jorge, a última tartaruga gigante de sua espécie que habitava as ilhas Galápagos, morreu neste domingo depois de infrutíferas tentativas para que se reproduzisse, informou a reserva ecológica equatoriana. Muitos cientistas o consideravam a criatura mais rara da Terra. 
O animal, único sobrevivente da espécie Geochelone abigdoni, tinha idade estimada em mais de 100 anos e foi encontrado sem vida no centro de criação de tartarugas terrestres da ilha Santa Cruz, informou o Parque Nacional Galápagos (PNG) em um comunicado.
"Com a morte desta tartaruga se extingue a espécie da ilha Pinta", de onde a tartaruga gigante era originária, lamentou a direção do parque, que em 1993 submeteu Jorge a um processo de reprodução mal sucedido.
O Parque Nacional Galápagos anunciou que, em "homenagem" a Solitário Jorge, realizará um seminário internacional nos próximo mês de julho para elaborar uma estratégia de manejo das populações de tartarugas nos próximos dez anos, com a finalidade de obter a restauração das espécies.
(Com agência France-Presse)

Cientistas podem 'ressuscitar' espécie extinta de tartaruga


Animais

Linhagem, que chegou ao fim com a morte de 'Jorge Solitário', pode ser recuperada a partir do material genético preservado em espécies aparentadas

A tartaruga gigante Solitário Jorge, morta neste domingo
Último representante da espécie, Jorge Solitário morreu em junho deste ano (Reuters)
Uma espécie de tartaruga-gigante das ilhas Galápagos pode ser resgatada da extinção apesar da morte, em junho deste ano, do último representante da linhagem. Originária da ilha de Pinta, umas das treze que formam o arquipélago, a espécie Chelonoidis abingdonii se extinguiu com a morte de Jorge Solitário, uma tartaruga-gigante que tinha idade estimada em 100 anos e era considerada por muitos biólogos a criatura mais rara da Terra. Jorge ganhou o apelido depois das fracassadas tentativas para que ele se reproduzisse com espécies parecidas.

Agora, um novo estudo indica que o material genético das tartarugas-gigantes de Pinta, que foi em grande parte exterminada no início do século 19 por piratas e baleeiros que consumiam sua carne, sobrevive em tartarugas de espécies aparentadas em outras ilhas do arquipélago. Por causa disso, os cientistas acreditam que seria possível trazer a espécie original de volta da extinção.

Uma pesquisa do Parque Nacional de Galápagos e da Universidade Yale mostrou que há descendentes da Chelonoidis abingdonii em outra ilha do arquipélago, a Isabela. "Entre a população de tartarugas que vive no vulcão Wolf há 17 indivíduos que têm traços genéticos de tartarugas que viveram na ilha de Pinta", disse o diretor do parque, Edwin Naula.

Cruzamentos - Pesquisadores especulam que algumas tartarugas de Pinta, que fica cerca de mil quilômetros a oeste do Equador continental, tenham sido despejadas por marinheiros a caminho de Isabela, outra ilha das Galápagos, e que lá os animais teriam cruzado com espécies locais.

Naula disse que, revertendo esse processo, seria possível cruzar tartarugas com os traços genéticos da Chelonoidis abingdonii e que em duas ou três gerações seria possível obter as autênticas tartarugas de Pinta. "Poderíamos iniciar um processo longo e complexo, que levaria entre 100 e 150 anos", explicou ele.

As pessoas mudam? - Flávio Gikovate

Quadrilha desarticulada pela PF agia em 7 órgãos federais


Investigação

Operação culminou na prisão da chefe de gabinete da Presidência em SP, que usava nome de Lula para fazer tráfico de influência e tentou barrar ação da PF

Superintendente da Polícia Federal  Regional de São paulo, Roberto Troncon Filho concede entrevista sobre a operação Porto Seguro
  Superintendente da Polícia Federal  Regional de São paulo, Roberto Troncon Filho concede entrevista sobre a operação Porto Seguro (Evelson de Freitas/AE)
O esquema de corrupção desarticulado pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, possuía tentáculos em pelo menos sete órgãos públicos, dos quais três agências reguladoras: ANA, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Agência de Transportes Aquaviários (Antaq). A ação foi deflagrada nesta sexta-feira pela PF e culminou na prisão da chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha. Escutas telefônicas realizadas durante a investigação indicam que a servidora usava o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer tráfico de influência. De acordo com fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters, Rosemary tentou impedir a entrada dos agentes da PF no gabinete da Presidência, no 17º andar do prédio do Banco do Brasil, na Avenida Paulista, centro de São Paulo.

A operação atingiu mais de 40 pessoas, entre elas o número dois da Advocacia-Geral da União, José Weber Holanda Alves. Na sede da AGU, foram recolhidos documentos na sala de um alto assessor do órgão. Procedimento interno de apuração foi aberto por determinação do advogado-geral Luís Inácio Adams para investigar a participação de servidores da autarquia no esquema criminoso.
Na quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff foi informada a respeito da operação pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e deu aval para o prosseguimento das buscas e apreensões. No mesmo dia, Dilma reuniu-se com Adams, segundo fontes do governo. Na manhã de sexta, a presidente voltou a encontrar Adams e Cardozo. Participou também desta terceira reunião, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Denise Andrade/AE
Rosemary Nóvoa
Rosemary Nóvoa
As traficâncias de Rose - Segundo a investigação, o papel de Rosemary era fazer a ponte entre empresas que queriam comprar pareceres fraudulentos de órgãos do governo e as pessoas do governo que poderiam viabilizar a emissão dos documentos. Rosemary foi nomeada por Lula para esse cargo em 2005 e, desde então, esteve muito próxima ao petista. O fato de assessorar o ex-presidente fez com que ela própria se tornasse uma pessoa politicamente articulada. Assim, foi capaz de influir na nomeação de homens do alto escalão de agências do governo, como os irmãos Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ambos presos hoje pela PF.
Rose, como é conhecida, era presença constante nas comitivas presidenciais ao lado de Lula. Também foi assessora do ex-ministro José Dirceu por 12 anos antes de trabalhar diretamente com Lula. Em 2006, o nome de Rosemary constava de uma lista de 65 servidores que efetuaram saques a título de pagamento de despesas da Presidência da República por meio de cartões corporativos. Na época, havia registros de saques no valor de 2 100 reais no cartão dela. Deputados de oposição tentaram aprovar sua convocação para prestar esclarecimentos à CPI que investigou a farra dos cartões corporativos, mas aliados do Planalto conseguiram barrar o pedido.
Investigação - As investigações policiais levaram à desarticulação de uma quadrilha que, infiltrada em órgãos da administração pública federal, negociava a redação de pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados e praticava tráfico de influência. Os investigados na operação responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. As penas variam de dois a 12 anos de prisão.
Segundo o superintendente da PF de São Paulo, Roberto Ciciliati Troncon, os mandatos eram de prisão preventiva e temporária. Além dos dois servidores da ANA e da Anac, foram presos três advogados e um empresário – todos de São Paulo. O papel dos irmãos Paulo Rodrigues Vieira e Rubens Carlos Vieira era encontrar funcionários dentro dos órgãos para produzir os laudos fraudulentos, que facilitavam processos das empresas. Já os advogados e o empresário faziam a ponte com o setor privado, oferecendo a facilitação nos procedimentos. “É possível que haja funcionários de outros órgãos e localidades envolvidos, mas até agora se identificou que toda a interação da quadrilha acontecia no estado de São Paulo”, disse Troncon. Segundo o superintendente, foi investigada a atuação da quadrilha na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), no Ministério da Educação e no Tribunal de Contas da União (TCU) – além de Anac, ANA e AGU.
Segundo Troncon, a operação será concluída em 60 dias. A próxima fase será pedir a autorização da Justiça para o compartilhamento das provas da investigação com as corregedorias dos órgãos envolvidos para que possam aplicar suas medidas administrativas. O superintendente informou que os servidores agiam por conta própria e que não houve conivência dos órgãos, que ajudaram nas investigações.

Delação – Participaram da operação em São Paulo e Brasília 180 policiais. A quadrilha foi descoberta graças a um servidor do Tribunal de Contas da União (TCU) que foi cooptado pelo esquema com a oferta de receber 300 000 reais para produzir um laudo falso. “Ele chegou a receber a primeira parcela de 100 000 reais e fez o laudo, mas se arrependeu, devolveu o dinheiro e denunciou o esquema”, contou Troncon.
Entre os locais visitados pela Polícia Federal na operação Porto Seguro está o escritório da Presidência da República em São Paulo, que fica no 17.ª andar do prédio do Banco do Brasil, na avenida Paulista. O alvo da apuração é Rosemary Nóvoa de Noronha, chefe de gabinete do escritório. A PF a acusa de corrupção ativa.

E quem é Rosemary? Eis o busílis. Trata-se de pessoa da mais absoluta e estrita confiança de… Luiz Inácio Lula da Silva. Poucos se lembram, mas a mulher integrou as comitivas do Apedeuta mundo afora e tinha, em seu governo, um razoável controle sobre nomeações para o segundo e terceiro escalões — incluindo as agências reguladoras. Uma delas, a de Águas, está sendo investigada agora.

E como é que Rose chegou a Lula? Tchan,tchan, tchan… Por intermédio de José Dirceu, de quem foi assessora por longos 12 anos. Rose conseguiu emplacar o próprio marido, José Cláudio de Noronha, na assessoria especial da Infraero, em São Paulo.
(Com agência Reuters e Estadão Conteúdo)

Como nasce o mal


Psicologia

Contrariando estudos clássicos, pesquisa mostra que pessoas que cometem atos cruéis a mando de autoridades não o fazem por obediência cega, mas por acreditarem estar fazendo a coisa certa

Guilherme Rosa
Adolf Hitler é saudado pelos seus ajudantes em 1932
Adolf Hitler é saudado pelos seus ajudantes em 1932: entusiasmo, e não apatia (Getty Images)
Grande parte da compreensão sobre como pessoas normais se comportam em ditaduras vem de estudos realizados nos anos 1960 e 1970. A Segunda Guerra Mundial ainda estava viva na lembrança e cientistas de todo o mundo tentavam explicar os horrores vistos na Alemanha nazista, onde cidadãos comuns — até mesmo exemplares — cometeram atos de extrema crueldade a mando do governo. Pesquisas clássicas lideradas pelos psicólogos americanos Stanley Milgram e Philip Zimbardo mostraram que o mais pacato dos seres humanos poderia cometer atos terríveis se assim lhe fosse ordenado pelas autoridades, pois teríamos uma tendência inata à obediência e à submissão.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Contesting the "Nature" Of Conformity: What Milgram and Zimbardo's Studies Really Show

Onde foi divulgada: revista PLOS Biology

Quem fez: Alexander Haslam e Stephen Reicher

Instituição: Escola de Psicologia da Universidade de Queensland, na Austrália

Resultado: Os pesquisadores questionaram o resultado de dois estudos anteriores, realizados pelos psicólogos Stanley Milgram e Philip Zimbardo nas décadas de 1960 e 1970. Eles diziam que a obediência aos desmandos de autoridades mostrava que os seres humanos normais tendiam a se conformar com a tirania. A nova tese diz que essa obediência se deve ao fato de a pessoa se identificar com a autoridade e acreditar estar fazendo a coisa certa.
Um novo artigo publicado na edição desta semana da revista PLOS Biologyrevisita as conclusões desses estudos e afirma que as pessoas que agiram daquela maneira não eram apenas motivadas pela obediência cega, mas também demonstravam entusiasmo ao realizar atrocidades. Pessoas capazes de cometer atos cruéis não são penas receptoras passivas de ordens; elas também se identificam com autoridades abusivas, e acreditam estar fazendo a coisa certa mesmo quando são violentas.
Essa discussão começou no início da década de 1960, logo após o julgamento de Adolf Eichmann, um burocrata nazista que ajudou a elaborar os planos de extermínio de judeus. Eichmann, que conseguiu se esconder durante dez anos na Argentina, estava sendo julgado por ter ajudado a transportar milhões de pessoas para os campos de concentração. No entanto, o que espantou os pesquisadores da época é que ele parecia ser um sujeito normal, que apenas cumpria ordens de autoridades — mesmo que essas ordens implicassem no genocídio. No livro Eichmann em Jerusalém, a filósofa alemã Hannah Arendt cunhou a expressão "banalidade do mal" para explicar por que grandes crimes da 



humanidade não foram cometidos por monstros, mas por gente comum que aceita ordens superiores. Nos anos seguintes, a tese de origem a um grande número de pesquisas sobre o assunto.
Autoritarismo de laboratório — Em 1963, Stanley Milgram conduziu um experimento para comprovar a ideia de que pessoas comuns obedeciam de modo cego às ordens das autoridades. Pesquisador da Universidade Yale, ele convocou 40 voluntários para participar do estudo, mas avisou apenas que iriam fazer parte de um teste de memória. Todos foram designados para a posição de "professor" e instados a ajudar um segundo voluntário, que seria o "aluno", a memorizar uma série de palavras. A cada palavra errada, deveriam aplicar um choque elétrico no aluno. Os choques começavam leves, com apenas 15 volts, mas cresciam a cada resposta errada até atingir o valor de 450 volts, que pode ser mortal para um ser humano.
O que os voluntários não sabiam é que o homem respondendo às perguntas era um ator, e os choques não eram reais. Milgram não estava interessado na memória, mas em quão longe os voluntários iriam ao aplicar os choques elétricos. E eles foram longe: todos os participantes deram choques de até 300 V. Desses, 65% não pararam de aplicar os choques até atingir os 450 volts – mesmo com os atores fingindo extremo sofrimento. Segundo o psicólogo, o experimento mostra que pessoas normais estariam dispostas até a matar um completo estranho simplesmente por terem recebido a ordem de uma autoridade.
Já o estudo realizado por Philip Zimbardo na Universidade de Stanford, em 1971, buscou analisar como as pessoas estão dispostas a assumir papéis abusivos se esses lhes forem designados por autoridades. Zimbardo escolheu 24 voluntários, e os separou de modo aleatório em dois grupos: guardas ou prisioneiros. Eles foram colocados dentro de uma falsa prisão construída no Departamento de Psicologia da universidade, e os guardas instruídos a agir do modo que fosse necessário para manter o controle.
Seu objetivo era observar a interação entre os dois grupos, e ver como se comportariam sem uma autoridade por perto. Os resultados foram chocantes. Os guardas começaram a agir de modo tão abusivo e violento que o estudo precisou ser interrompido depois de apenas seis dias. Zimbardo concluiu que os voluntários assumiram um comportamento autoritário porque se adequaram de modo automático ao papel que lhes foi designado, mesmo sem receber ordens específicas para isso. Segundo o psiquiatra, a brutalidade era apenas uma consequência da representação do papel de guarda e da pressão do resto do grupo.
Tanto o estudo de Milgram quanto o de Zimbardo se tornaram referências na área.  Falavam sobre a natureza humana e a submisso do homem à autoridade — e ambos deram origem a filmes, documentários e livros diversos.

Videoteca básica

A Experiência 
Capa do filme "A Experiência"Baseado no estudo de Philip Zimbardo, o filme conta a história de 20 voluntários recrutados para um experimento que simularia duas semanas de prisão. A metade dos voluntários é designado o papel de guarda e a outra metade o papel de prisioneiro. Com o passar do tempo, os primeiros começam a exercer o poder de forma abusiva e a maltratar o outro grupo. Ao contrário de experiência de Zimbardo, no entanto, o cientista responsável não interrompe a pesquisa, com resultados violentos e macabros.

Direção: OLIVER HIRSCHBIEGEL
Fé na autoridade — No entanto, o novo artigo escrito por Alex Haslam, psicólogo da Universidade de Queensland, na Austrália, publicado na PLOS Biology, questiona o resultado de ambos os trabalhos e nega o fato de a obediência à tirania resultar da submissão cega às regras e aos papéis estipulados. Haslam afirma que esses seguidores não são passivos, mas criativso, e suas ações brotam do fato de eles se identificarem com as autoridades e acreditarem em suas premissas. "Pessoas decentes participam de atos horríveis não porque se tornam funcionários negligentes que não sabem o que estão fazendo, mas porque eles começam a acreditar — normalmente sob a influência de uma autoridade — que estão fazendo a coisa certa", diz o pesquisador.
A tese de Haslam foi formulada a partir de um experimento que ele conduziu em parceria com a rede de televisão inglesa BBC em 2002. Ele replicou o experimento da prisão feito por Zimbardo, mas garantiu que não houvesse nenhuma interferência por parte dos pesquisadores e os guardas não soubessem, a princípio, como deviam agir.
Dessa vez, os voluntários demoraram muito mais tempo para assumir seus papéis. Os prisioneiros foram os primeiros a se identificar como um grupo, e encontraram um modo de resistir à autoridade dos guardas, criando um sistema mais igualitário na prisão. Segundo Haslam, isso mostra que as pessoas não se submetem automaticamente aos papéis que lhes são incumbidos, e que elas podem resistir a esses papéis quando não gostam das consequências.
Com o passar do tempo, no entanto, uma parte dos guardas e dos prisioneiros passou a acreditar que a situação estava fugindo do controle e conspirou para criar uma nova hierarquia na prisão. No final, o experimento desencadeou o mesmo tipo de abusos que o realizado nos anos 1970 por Zimbardo. Mas, segundo Haslam, isso não aconteceu porque os voluntários aceitavam cegamente o papel de guarda. Ao contrário, foi só quando os indivíduos passaram a acreditar no novo papel, e a se entusiasmar com as ações, que a nova ordem autoritária se impôs.
Para o psicólogo, o estudo de 2002 demonstrou que aqueles que obedecem à autoridade não o fazem de modo cego, mas de modo ativo. O fazem por escolha e não necessidade e, por isso deveriam ser vistos como seguidores engajados, e não conformistas cegos. Ao analisar o estudo de Stanley Milgram, Haslam diz que os voluntários só aceitaram aplicar os choques porque acreditavam e se identificavam com os objetivos científicos do pesquisador.
Sob esse ponto de vista, Adolf Eichmann, o burocrata nazista, tinha total conhecimento das consequências de seus atos. "Esses burocratas sabiam muito bem o que faziam, mas acreditavam que isso era a coisa certa. Matar pessoas inocentes é difícil, e requer um grande nível de convencimento. Era a fé no regime nazista que lhes permitia fazer isso", diz Haslam em entrevista ao site de VEJA. Para o psicólogo, o alemão não era apenas um funcionário obediente e passivo, mas um participante ativo no massacre de judeus. A corte que julgava Eichmann concordou com essa visão: ele foi considerado culpado de uma série de crimes, incluindo crimes contra a humanidade, e enforcado em 1962 em Israel.

Alex Haslam

"Se as pessoas apenas seguissem ordens, as tiranias não chegariam a lugar nenhum. Esses regimes contam também com o entusiasmo e fé de seus seguidores"

Alex Haslam
Professor de Psicologia Social e Organizacional na Universidade de Queensland, na Austrália

Seu artigo questiona o resultado dos experimentos de Stanley Milgram e Philip Zimbardo. Quais seriam os erros na pesquisa de Milgram? Eu discordo da ideia de que as pessoas aplicando os choques estão simplesmente seguindo ordens. Na verdade, elas estão trabalhando duro, confrontando uma situação muito desconfortável, para tentar fazer a coisa certa e ajudar no avanço da ciência. Eles acreditam nisso. Não são zumbis ou autômatos, mas pessoas que acreditam estar participando de uma tarefa significativa. Quando alguns pensadores falam sobre o mal, eles se referem a uma espécie de ladeira escorregadia, pela qual as pessoas deslizam por inércia, sem pensar no que estão fazendo. Não é esse o caso. Os participantes estavam lutando duro – aplicar choques em seres humanos não é uma atividade facilmente digerível – para ir até o fim da experiência.
Essa conclusão pode ser usada para analisar o comportamento de pessoas que vivem sob tiranias? É claro. Muitos historiadores vêm tentando entender o comportamento dos burocratas no regime nazista. Não é o caso de dizer que eles só obedeciam a ordens. Esses burocratas sabiam muito bem o que faziam, e acreditavam que era o certo. Matar pessoas inocentes é difícil, e requer um grande nível de convencimento. Era a fé no regime nazista que lhes permitia fazer isso.
Em 2002, o senhor realizou um experimento muito semelhante ao de Zimbardo, mas chegou a conclusões diferentes. Por que isso aconteceu? Na verdade, nossos experimentos atingiram resultados muito semelhantes. No entanto, ficou muito claro para mim que esse resultado não foi atingido simplesmente porque os guardas se conformaram ao seu papel. Em nossa prisão, o sistema original falhou porque uma parte dos guardas não se identificou com o papel. A cadeia viveu uma espécie de hiato, no qual nada funcionava. Foi aí que um grupo de prisioneiros e guardas se juntou e decidiu que precisavam de um regime mais autoritário. Foi só quando eles passaram a acreditar que essa era a solução para seus problemas que estabeleceram o novo regime. As pessoas não entram naturalmente nesse tipo de situação e começam a brutalizar os outros. Elas só fazem isso quando acreditam que essa é a coisa certa para se atingir um objetivo. Isso pode ser visto em grande parte das tiranias.
Em que tipo de situação isso acontece? As pessoas não são tirânicas porque isso lhes é  ordenado. Elas têm de se identificar com a causa. Por exemplo, ninguém estava ouvindo o que Hitler tinha a dizer no começo dos anos 1930. Foi só anos depois, quando os alemães começaram a acreditar que o nazismo tiraria a Alemanha de uma situação difícil, que alguns deles – os mais comprometidos com a ideologia – se tornaram capazes de agir como agiram.
Então os indivíduos que seguem as ordens são ideologicamente comprometidos como a tirania? É isso. Quando procuramos o que dá energia e dinamismo para a tirania, não vamos encontrar pessoas que seguem ordens cegamente. As organizações autoritárias só se sustentam porque alguns indivíduos se identificam com elas, acreditam em seus pressupostos e trabalham duro para atingir seus objetivos. Se as pessoas apenas seguissem ordens, esses regimes não chegariam a lugar nenhum.

Morre o ator Larry Hagman, o vilão da série 'Dallas'


Memória

Conhecido pelo papel de J. R. Ewing, ator lutava contra o câncer desde 2011

Recentemente, Larry Hagman havia voltado a interpretar o vilão J. R. Ewing, na nova versão de 'Dallas'
Recentemente, Larry Hagman havia voltado a interpretar o vilão J. R. Ewing, na nova versão de 'Dallas' (Divulgação / TNT)
O veterano ator Larry Hagman, conhecido por viver o vilão J.R. Ewing na cultuada sérieDallas, morreu nesta sexta-feira aos 81 anos. Hagman travava uma batalha contra o câncer desde o final de 2011. De acordo com um comunicado divulgado pela família do ator para o jornal Dallas Morning News, Hagman morreu no hospital, na tarde de sexta, cercado por parentes e amigos. "Ele foi em paz, assim como tinha desejado", diz a nota.

J. R. Ewing - Nascido em 21 de setembro de 1931, em Fort Worth, no Texas, o ator alcançou fama mundial ao interpretar o carismático vilão John Ross Ewing na série Dallas. Recheado de intrigas familiares e reviravoltas mirabolantes, o programa marcou época na televisão americana e ficou no ar por 14 temporadas, entre 1978 e 1991. Parte desse sucesso pode ser creditado ao personagem de Hagman, J.R. Ewing, um ardiloso barão do petróleo que os telespectadores amavam odiar. Cultuada também no Brasil, a série foi exibida pela Globo durante a maior parte da década de 1980.

Recentemente, Hagman voltou a viver o seu papel mais famoso, quando uma nova versão deDallas foi produzida pela televisão americana. O programa estreou em 2012 e atualmente o ator se preparava para gravar a segunda  temporada do seriado.

Outro personagem marcante na carreira de Hagman foi o Capitão Anthony Nelson no seriado Jeannie é Um Gênio, um clássico da televisão exibido na década de 1960. Na sitcom, o astronauta Tony Nelson vê sua vida regrada virar de pernas para o ar pelo surgimento da sexy e impulsiva Jeannie, que sai de uma garrafa e se apaixona perdidamente por ele.

Hagman era casado desde 1954 com a decoradora sueca Maj Axelsson, com quem tinha dois filhos.