sábado 17 2014

Amaranto: o grão que previne o câncer e ajuda a emagrecer


O alimento também ajuda no ganho de massa muscular e regula a pressão arterial


O amaranto previne o câncer e controla o colesterol















O amaranto é um grão da família Amaranthaceae que se destaca por ser muito balanceado nutricionalmente. Ele é rico em proteínas, fibras, cálcio, ferro, fosforo e magnésio. 
O alimento contribui para regular a pressão arterial e o colesterol. Ele também possui uma substância que é capaz de parar o crescimento de tumores, por isso o alimento é bom para a prevenção do câncer. 
O amaranto também contribui indiretamente para a perda de peso. Isto porque ele é rico em fibras, nutriente que ao ser ingerido em boas quantidades proporciona a saciedade. Além disso, elas contribuem para o melhor funcionamento do intestino. Algumas pesquisas preliminares também observaram que o grão contribui para a melhora do sistema imunológico. 

Principais nutrientes do amaranto

O amaranto se destaca por ser rico em proteínas com alto valor biológico e que por isso fazem com que o alimento seja uma ótima opção para vegetarianos, idosos e praticantes de atividades físicas. O alimento ainda possui mais cálcio do que a maiorias dos outros cereais. Além disso, como ele possui baixas quantidade de ácido fítico, taninos e oxalatos, a biodisponibilidade do cálcio é alta, ou seja o mineral consegue ser bem aproveitado pelo organismo. Contudo, o alimento não é um substituto do leite. Enquanto, uma xícara de leite integral possui 290 mg de cálcio, a quantidade recomendada de amaranto, 45 gramas, conta com somente 72 mg.  
O cálcio, juntamente com o magnésio e o fósforo, que estão presentes em altas quantidades no amaranto, são bons para a saúde dos ossos e dentes. O alimento conta também com boas quantidades de ferro. A deficiência de ferro pode levar a anemia e o amaranto é considerado um cereal ideal fornecer boas quantidades deste mineral. 
O zinco está presente no cereal e é importante para a ação de diversas enzimas. Outro nutriente importante que o amaranto possui são as fibras que ajudam no emagrecimento, pois proporcionam saciedade, e elas ainda melhoram o trânsito intestinal. O amaranto ainda conta com a vitamina C, nutriente que contribui para o sistema imunológico. 
Nutrientes do amaranto - 45 g
Calorias167 kcal
Proteínas6.1 g
Lipídeos3.16 g
Carboidratos29.36 g
Fibras3 g
Cálcio72 mg
Ferro3.42 mg
Magnésio112 mg
Fósforo251 mg
Potássio229 mg
Sódio2 mg
Zinco1.29 mg
Tiamina0.052 mg
Riboflavina0.09 mg
Vitamina C1.9 mg
Vitamina B-60.266 mg
Vitamina E0.54 mg
Fonte: Tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.          
Confira qual a porcentagem do Valor Diário* de alguns nutrientes que a porção recomendada de amaranto, 45 gramas (3 colheres de sopa), carrega: 
  • Magnésio - 42,5%
  • Fósforo - 36%
  • Ferro - 24%
  • Fibras - 18,4%
  • Zinco - 18,4%
  • Proteínas - 12,2%
  • Carboidratos - 9,7%
  • Cálcio - 7,2%
  • Gorduras - 5,7%
  • Vitamina C - 4,2%.
  • *Valores Diários de referência para adultos com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kj. Seu valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas. 

    Benefícios do amaranto

    Controla a pressão arterial: Os peptídeos do amaranto inibem o funcionamento de enzimas encarregadas de elevar a pressão arterial. Assim, ocorre a melhor regulação da pressão. As principais complicações da pressão alta são o acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio e doença renal crônica.
    O amaranto ajuda no ganho de massa muscular
    Ajuda na perda de peso: Este benefício ocorre porque o amaranto é rico em fibras solúveis. Ao entrar em contato com o líquido no interior do estômago, o nutriente forma uma espécie de gel que dilata o órgão e proporciona saciedade. As fibras também irão contribuir para o melhor funcionamento do intestino. 
    Ajuda no ganho de massa muscular: Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Campinas, de autoria da nutricionista Valéria Maria Caselato de Sousa, observou que um grupo de 20 idosos apresentou ganho de massa muscular após passar 45 dias ingerindo pipoca. Este benefício ocorre porque o amaranto possui boas quantidades de proteínas, que tem a função de reparar as microlesões que ocorrem como um processo fisiológico normal quando se prática atividades físicas e proporcionar a formação de novas células musculares. 

    Benefícios do amaranto em estudo

    Previne o câncer: Duas pesquisas publicadas pelo Instituto para Pesquisas Científicas e Tecnológicas de San Luis Potosí, no México, observaram a presença de um peptídeo, fragmento de proteína, que é capaz de impedir o crescimento de tumores. Segundo os mesmos estudos, esta substância é semelhante à lunasina presente na soja, que também possui ação anticancerígena. Porém, uma diferença importante observada pelas pesquisas é que a substância presente no amaranto age mais rapidamente nas células do que a da soja. 
    O testes com o alimento foram realizados somente in vitro, ou seja, ainda não foram feitas pesquisas com humanos em relação ao amaranto e o câncer. 
    Controla o colesterol: Em pessoas saudáveis e em estudos iniciais realizados com animais observou-se que o consumo do amaranto ajuda a manter o colesterol controlado. Contudo, em estudos realizados com idosos, o mesmo benefício não foi observado. O mecanismo que proporcionaria o benefício de baixar o colesterol ainda não foi descoberto. Alguns pesquisadores defendem que as respostas seriam as fibras, outros apostam nas proteínas e ainda há quem acredite que o benefício está no óleo do grão, por ser rico em ômega 3. 

    Quantidade recomendada de amaranto

    Não há uma orientação exata para o consumo de amaranto. Porém, alguns nutricionistas recomendam ingerir entre duas a três colheres de sopa (cerca de 45 gramas) do cereal por dia. 

    Como consumir o amaranto

    O amaranto pode ser consumido de diversas maneiras. Ele pode ser adicionado nas saladas ou cozido e consumido em substituição ao arroz e feijão ou adicionado em sopas. Os flocos de amaranto podem ser adicionados às frutas, iogurtes, sucos e vitaminas. O alimento também pode ser preparado como uma pipoca. Basta colocar uma colher de sopa de grãos de amaranto em uma frigideira, tampar e esperar ele estourar. As pipocas de amaranto possuem cerca de dois milímetros de tamanho.  

    Compare o amaranto com outros alimentos

    O amaranto é um alimento nutricionalmente muito equilibrado e por isso pode substituir a combinação arroz, fonte de carboidrato, e feijão, fonte de proteína. O grão conta com maiores quantidades de cálcio, ferro, fósforo e magnésio do que o feijão, a lentilha e o arroz integral, perdendo apenas para a soja. Apesar do amaranto ser um alimento muito rico, é importante variar no cardápio. Assim é possível ingerir diferentes nutrientes. 
    Nutrientes - 45 gAmaranto cozidoSoja cozidaFeijão preto cozidoFeijão carioca cozidoLentilha cozidaFeijão fradinho cozidoArroz integral
    Calorias46 kcal77,85 kcal34,65 kcal34 kcal41,8 kcal35 kcal50 kcal
    Proteínas1,71 g7,48 g2 g2,16 g2,8 g2,3 g1.04 g
    Gorduras totais0,71 g4 g0,225 g0,225 g0,22 g0,27 g0,37 g
    Carboidratos8.41 g4,46 g6,3 g6,12 g7,3 g6 g10,58 g
    Cálcio21 mg45,9 mg13 mg12,15 mg7,2 mg7,65 mg4 mg
    Potássio61 mg231,75 mg115 mg114,75 mg99 mg113,8 mg36 mg
    Ferro0,95 mg2,3 mg0,675 mg0,585 mg0,675 mg0,5 mg0,24 mg
    Fósforo67 mg110 mg39,6 mg39 mg46,8 mg38 mg35 mg
    Sódio3 mg0,45 mg0,9 mg0,9 mg0,45 mg0,45 mg0
    Zinco0,39 mg0,517 mg0,315 mg0,315 mg0,495 mg0,5 mg0,28 mg
    Magnésio28 mg38,7 mg18 mg18,9 mg9,9 mg17,1 mg20 mg
    Fibra0,9 g2,7 g3,78 g3,8 g3,5 g3,37 g0,8 g
    Fonte: Tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.        

    Contraindicações

    O amaranto não é recomendado para portadores de diabetes, pois possui alto índice glicêmico. Quando um alimento conta com alto índice glicêmico, a absorção de glicose é rápida o que leva ao aumento das taxas de glicose no sangue e pode causar uma hiperglicemia o que agrava o diabetes. Pessoas com doenças renais também devem evitar o grão por ele ser rico em proteínas e o excesso do nutriente poder sobrecarregar os rins. 

    Riscos do consumo em excesso

    Como o amaranto é rico em proteínas, o consumo de grandes quantidade do alimento ao longo do tempo pode sobrecarregar o funcionamento do fígado e rins. Além disso, como o alimento também conta com carboidratos, é preciso consumir com moderação, já que o excesso do nutriente pode levar ao ganho de peso. 

    Fontes consultadas:

    Nutricionista Valéria Maria Caselato de Sousa ? doutora em Alimentos e Nutrição pela Universidade Estadual de Campinas e é professora adjunta do Instituto de Nutrição Josué de Castro/ UFRJ
    Jaime Amaya Farfan ? pós-doutor em Química de Alimentos e Nutrição e professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas.
    Nutricionista Bruna Murta, da rede Mundo Verde.  

Um homem-bomba deprimido

Veja.Com

paulo roberto costa
Deprimido na prisão
Paulo Roberto Costa, o homem-bomba, deprimiu de vez e chora boa parte do dia na prisão.
Depois de dezessete habeas corpus negados, Paulo Roberto mudou de advogado. A tarefa de defendê-lo agora cabe ao criminalista Nélio Machado.
A propósito, boa parte das empreiteiras mandou os funcionários que lidavam com o Paulo Roberto para uma temporada no exterior.
As empreiteiras uniram-se na estratégia de defesa que será operada quando o escândalo  da Petrobras explodir novas bombas atômicas sobre suas cabeças.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/paulo-roberto-costa-troca-de-advogado-e-empreiteiras-se-unem-por-estrategia-de-defesa/

Hit the road Jack!





Aretha Franklin - I say a little prayer ( Official song ) HQ version , P...





Hugh Laurie diz que foi um pesadelo estrelar ‘House’

Veja.Com

Hugh Laurie em foto recente
Quem acompanhou a carreira de Hugh Laurie durante a produção de House já sabe que o ator não estava feliz com o sucesso da série. Nas cerimônias de entrega de prêmios, era visível a insatisfação do ator. Em sua expressão se lia seu desejo de estar em qualquer outro lugar, menos ali. Em diversas entrevistas, Laurie comentou como era difícil para ele viver longe da família (que ficou na Inglaterra) e lidar com a popularidade crescente de House nos EUA.
Atualmente dedicando-se à sua carreira de músico, Laurie conversou com a revista britânica Radio Times, em edição desta semana, na qual fala sobre o pesadelo que foi interpretar o Dr. House.
O ator compara o sucesso com uma gaiola dourada. Alvo constante de fotógrafos profissionais e amadores, ele era perseguido sempre que saía de casa. Laurie comenta que desistiu de frequentar lojas e mercados porque cansou de ver suas compras fotografadas por fãs.
Segundo ele, com o passar dos anos, a rotina de trabalho também se transformou em pesadelo. Determinado a nunca chegar tarde ou perder um dia de filmagem, ele chegou a sonhar em sofrer algum tipo de acidente a caminho do trabalho só para poder ter alguns dias de folga. A variação na qualidade dos roteiros também incomodou o ator.
Quem acompanha a produção televisiva sabe que os roteiristas sofrem pressões dos canais para que o personagem principal de uma série tenha apelo junto ao público jovem, o que deixa os anunciantes felizes. Laurie acredita que, com o passar dos anos, os roteiristas começaram a trabalhar House de forma a atender esse requisito.
O sucesso de House também teve seu lado positivo. Além de interpretar um personagem que o desafiava constantemente e de ganhar dois Golden Globe, Laurie se tornou um dos atores mais bem pagos da TV durante oito temporadas. Mas as experiências de Laurie com a popularidade de House podem significar que dificilmente o veremos estrelando uma nova série tão cedo, ao menos nos EUA, onde as temporadas são mais longas e a publicidade em torno de uma produção é maior que na Inglaterra.
Em 2011, ele chegou a declarar que não tinha interesse em voltar para a TV. Isto foi comprovado no final de 2012, quando o canal NBC tentou convencê-lo a estrelar sua nova série,Crossbones. O personagem que seria interpretado por ele ficou com o ator John Malkovich, que estrela sua primeira série.

Remédio para doença renal pode bloquear o desenvolvimento da aids

HIV

Em estudo com macacos, medicamento impediu trânsito de bactérias intestinais para o resto do corpo e reduziu complicações à saúde causadas pelo vírus HIV

HIV
Sevelamer: Tratamento surte efeito quando o intestino ainda está saudável (Thinkstock)
Um estudo com macacos revelou que os problemas de saúde ocasionados pelo vírus HIV podem ser amenizados com o uso de uma droga utilizada para o tratamento de diálise renal. A comprovação foi feita por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, e publicada nesta sexta-feira no periódico Journal of Clinical Investigation
CONHEÇA A PESQUISA

Título original:
 Unraveling the relationship between microbial translocation and systemic immune activation in HIV infection​

Onde foi divulgada: periódico Journal of Clinical Investigation.

Quem fez: Liang Shan e Robert F. Siliciano.

Instituição: Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.

Resultado: Macacos com SIV, forma primitiva de HIV, foram medicados com Sevelamer. O tratamento impediu que as bactérias do intestino invadissem o sangue e levassem à progressão da infecção do HIV para a aids.
A pesquisa, assim, sustenta a teoria de que terapias complementares às drogas antirretrovirais podem diminuir a progressão do HIV no organismo. O medicamento utilizado para a pesquisa foi o Sevelamer, que se mostrou eficaz no bloqueio da proliferação de bactérias provenientes do intestino e acabou por reduzir complicações de saúde.
Deficiência do sistema imunológico e inflamações são os principais determinantes da progressão da infecção do HIV para a aids. O que se acreditava, e que foi comprovado, é que uma das causas dessa progressão seria o trânsito de bactérias do intestino para o resto do corpo — facilitado pela mucosa intestinal danificada pelo HIV.
Os pesquisadores utilizaram para o estudo macacos previamente infectados com SIV, a forma primata do HIV. Parte dos animais foi medicada com Sevelamer via oral, indicado para tratar níveis elevados de fosfato no sangue de pacientes com doença renal crônica. A outra parte não utilizou a medicação. Nos macacos tratados com o remédio, o nível de uma proteína que indica translocação microbiana se manteve baixo. Já naqueles do grupo de controle, esses níveis aumentavam quase quatro vezes por semana após a infecção por SIV.
Segundo os pesquisadores, as bactérias se ligam ao Sevelamer, o que dificulta sua fuga para o resto do corpo e previne problemas mais sérios, como doenças cardiovasculares, enfraquecimento ainda maior do sistema imunológico e o desenvolvimento da aids.
Ivona Pandrea, coautora do estudo, ressalta que esse tratamento pode não surtir efeito depois que a infecção atinge maiores proporções, quando o intestino está demasiadamente danificado. "Nosso estudo aponta para a importância do rápido tratamento em pessoas infectadas com o vírus", diz.

Opinião do especialista

Dr. Esper Kallás
Infectologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, professor associado da disciplina de imunologia clínica e alergia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Livre-Docente pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

"A pesquisa é promissora, principalmente porque o papel das bactérias do intestino no desenvolvimento da aids tem sido muito discutido no meio científico. O vírus HIV ataca as células de defesa do intestino, responsáveis pela resposta imunológica. Quando essas células morrem, as bactérias presentes no órgão passam com facilidade para o sangue, o que lentamente causa um processo inflamatório no organismo e causa a aids e outras complicações.
As bactérias do intestino são ricas em fosfato, e o medicamento utilizado se liga a essa substância, de modo que ela não passa para o sangue. Esse mecanismo, porém, só funciona na fase aguda — em média uma semana depois da contaminação pelo vírus, quando o intestino ainda está saudável — ou um pouco antes da contaminação. 
Nesse momento, seria um passo muito grande considerar esse tratamento como certeiro. São necessárias outras pesquisas para comprovar sua eficiência."

PT com os cofres cheios

Eleições 2014

Veja.Com

Contrário às doações de empresas privadas, o PT é o partido que mais recebeu dinheiro delas nos últimos três anos

Daniel Pereira
NO SUPREMO - Teori Zavascki: "messianismo judicial inconsequente"
NO SUPREMO - Teori Zavascki: "messianismo judicial inconsequente" (Fellipe Sampaio/SCO/STF)
Reza o dito que jabuti não sobe em árvore. Se ele aparece num galho, é porque alguém o colocou lá. Muito usada nas conversas entre políticos, essa imagem encerra a ideia de que, sob iniciativas aparentemente inocentes, há quase sempre interesses inconfessáveis. No ano passado, o PT retomou uma ofensiva pela adoção do financiamento público de campanha. Com a bênção do ex-presidente Lula, o partido defendeu a aprovação dessa regra pelo Congresso e, paralelamente, estimulou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar procedente uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que pretende vetar a doação de empresas aos candidatos e suas siglas. O PT queria pressa nessas mudanças, para que valessem já nas eleições deste ano. Em busca de apoio, alegava que a proibição de repasse de dinheiro de empresas a políticos reduziria a troca de favores entre eles e ajudaria a diminuir a corrupção. Esse discurso, como se sabe, é indigente. Afinal, uma mera vedação legal não impedirá a verba do setor privado de bancar as despesas de governantes e parlamentares. Pelo contrário, a tendência, dizem especialistas, é que haja um aumento das contribuições por debaixo do pano, o chamado caixa dois.
Mais do que indigente, o discurso petista representa o pernicioso jabuti da anedota. Ao defender o financiamento público, o partido não estava preocupado em deter a roubalheira, mas facilitar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, garantindo-lhe uma situação privilegiada em termos financeiros. Se as doações de empresas fossem proibidas nas próximas eleições, as legendas teriam de custear seus candidatos basicamente com recursos oriundos de fontes públicas, como o fundo partidário, ou com a dinheirama obtida, em anos anteriores, de doações feitas por pessoas jurídicas. O resultado seria uma surra financeira do PT nos rivais PSDB e PSB. É o que mostram as prestações de contas dos partidos apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De 2011 a 2013, o PT arrecadou cerca de 165 milhões de reais de empresas, com destaque para empreiteiras que têm negócios com o governo federal. O valor é quase cinco vezes maior do que o obtido pelo PSDB e cerca de treze vezes superior ao levantado pelo PSB no mesmo período. Só em 2013, os petistas conseguiram quase 80 milhões de reais. Foi a maior quantia registrada desde a posse de Dilma na Presidência. Nada mais natural.    

Argôlo usou passagens da Câmara para encontrar doleiro

Lava-Jato

Investigações da Polícia Federal apontam que o deputado baiano emitia bilhetes com dinheiro público para fazer negociatas com o doleiro Youssef

Laryssa Borges, de Brasília
O deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA)
'BEBÊ JOHNSON' – O deputado Luiz Argôlo (SDD-BA): situação se complica a cada dia (Divulgação/Câmara dos Deputados)
A Operação Lava-Jato da Polícia Federal apontou que o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) mantinha uma estreita relação com o doleiro Alberto Youssef, pivô de um megaesquema de lavagem de dinheiro. Agora, os desdobramentos das investigações indicam que o deputado não só participou da trama criminosa do doleiro, como o fez com dinheiro público. Segundo a PF, Argôlo usou passagens aéreas pagas pela Câmara para se reunir com Youssef. O político baiano responde a processo de cassação no Conselho de Ética da Casa. 
Apelidado pelo doleiro de "bebê Johnson", Argôlo utilizou 18.188,85 reais de sua cota parlamentar da Câmara para emitir bilhetes aéreos em novembro do ano passado. A emissão de passagens é permitida em lei, mas os altos valores declarados em apenas um mês levantaram suspeitas da Polícia Federal, que há tempos monitorava as atividades de uma rede de doleiros no país. As investigações apontam que Alberto Youssef tinha um telefone exclusivo para falar com Argôlo. 
No dia 26 de novembro do ano passado, o deputado comprou com dinheiro público um bilhete de Brasília para o Aeroporto de Congonhas (SP), no valor de 1.624,55 reais, para conversar pessoalmente com Youssef na capital paulista. O bilhete número 9572480.419740, da TAM, foi utilizado dias após Argôlo reclamar, em uma conversa no dia 19 de novembro, das dificuldades na entrega de dinheiro movimentado pelo esquema. Um interlocutor registrado como “LA”, que a Polícia Federal diz ser Argôlo, se queixa da quantidade de dinheiro: “Impossível eu ter errado. É aquele [sic] 'num' mesmo que te falei”. Na sequência, Youssef avisa que tentará resolver a situação: “Nao vou ficar doido agora, tranquilo, amanhã falo com ele e vemos entre nós. Não tem erro. Confere direito para não dar mais para alguém, só isso. E olhe lá de novo”.
Em março deste ano, Argôlo utilizou novamente os recursos da Câmara para comprar passagens e se encontrar com o doleiro. No dia 10 de março, um bilhete no valor de 826,57 reais foi emitido pela Avianca para o trecho entre Salvador e Brasília. Nos dias que antecedem a emissão do bilhete, o deputado cobra de Youssef o pagamento de 200.000 reais. Nas mensagens trocadas entre Argôlo e Youssef, monitoradas pela Polícia Federal, o parlamentar exige o pagamento: “200 hoje resolve”. Depois de novas cobranças, o doleiro diz que vai resolver: “Calma que eu estou resolvendo. Sei o que você está passando”.
No dia seguinte, 7 de março, nova pressão do parlamentar: “Me dá notícia, o que você tem para depositar hoje. Tenho vários compromissos”, diz em mensagem enviada a Youssef. No mesmo dia, o deputado volta a reclamar que o doleiro não enviou o dinheiro prometido e afirma que os recursos ainda não estão na conta bancária indicada por ele. “Não entrou ainda. Zero”, reclama. Na sequência, manda uma foto que a Polícia Federal acredita ser de um extrato bancário da conta que deveria ter recebido o depósito. A baixa qualidade da imagem não permitiu que os policiais identificassem os dados inseridos.
Argôlo continua com as cobranças até que, em 10 de março deste ano, parece perder a paciência. Nas mensagens, reclama que viajou exclusivamente para se encontrar com Youssef e que o doleiro, chamado de última hora para uma reunião com o presidente da UTC/Constran, Ricardo Pessôa, não pode recebê-lo. Argôlo também tinha um encontro agendado com Pessôa, cujo nome já aparecia nas anotações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, também preso na Operação Lava-Jato. A passagem, paga pela Câmara, foi emitida pela Avianca. De acordo com a PF, as cobranças de Argôlo poderiam ocorrer porque "frequentemente Youssef mentia para seus clientes sobre as datas de entrega, de depósitos e de remessas de dinheiro.
Além das passagens aéreas, Argôlo também utilizou um telefone celular da Câmara para o envio das mensagens ao doleiro. Entre 14 de setembro de 2013 e 17 de Março de 2014, foram 1.411 mensagens trocadas entre os dois. A operadora Vivo confirmou à PF que o aparelho Black Berry utilizado por “LA” está registrado em nome da Câmara dos Deputados.

Hugh Laurie - Wild Honey (Live from the RMS Queen Mary)





Rosemary Noronha fez chantagem contra o governo Dilma


Dizendo-se abandonada, a ex-chefe do escritório da Presidência da República queria ajuda — e conseguiu

Robson Bonin
Rosemary Noronha
Rosemary Noronha
A discrição nunca foi uma característica da personalidade da ex­-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha. Quando servia ao ex-presidente Lula em Brasília, ela era temida. Em nome da intimidade com o “chefe”, como às vezes também se referia a ele, Rose fazia valer suas vontades mesmo que isso significasse afrontar superiores ou humilhar subordinados. Nos eventos palacianos, a assessora dos cabelos vermelhos e dos vestidos e óculos sempre exuberantes colecionou tantos inimigos — a primeira-da­ma não a suportava — que acabou sendo transferida para São Paulo. Mas caiu para cima. Encarregada de comandar o gabinete de Lula de 2009 a 2012, Rose viveu dias de soberana e reinou até ser apanhada pela Polícia Federal ajudando uma quadrilha que vendia facilidades no governo. Ela usava a intimidade que tinha com Lula para abrir as portas de gabinetes restritos na Esplanada. Em troca, recebia pequenos agrados, inclusive em dinheiro. Foi demitida, banida do serviço público e indiciada por crimes de formação de quadrilha e corrupção. Um ano e meio após esse turbilhão de desgraças, no entanto, a fase ruim parece ter ficado no passado. Para que isso acontecesse, porém, Rosemary chegou ao extremo de ameaçar envolver o governo no escândalo.
Em 2013, no auge das investigações, quando ainda lutava para provar sua inocência, a ex-se­cretária Rosemary procurou ajuda entre os antigos companheiros do PT — inclusive Lula, o mais íntimo deles. Desempregada, precisando de dinheiro para pagar bons advogados e com medo da prisão, ela desconfiou que seria abandonada. Lula não atendia suas ligações. O ex-ministro José Dirceu, às vésperas da fase final do julgamento do mensalão, estava empenhado em salvar a própria pele e disse que não podia fazer nada. No Palácio do Planalto, a ordem era aprofundar as investigações. Em busca de amparo, Rose concluiu que a única maneira de chamar a atenção dos antigos parceiros era ameaçar envolver figuras importantes do governo no escândalo. Mensagens de celular trocadas pela ex-secretária com pessoas próximas mostram como foi tramada a reação. Magoada com o PT por ter permitido que a Casa Civil aprofundasse as investigações sobre suas traficâncias, Rose destila ódio contra a então ministra Gleisi Hoffmann. Em uma conversa com um amigo, em abril do ano passado, desabafa: “Tão chamando a ministra da Casa Civil de Judas!!! Ela bem que merece!!!”. O interlocutor assente: “Ela vazou a porcaria toda. Vamos em frente”. Rose acreditava que o próprio Palácio do Planalto estava por trás das revelações sobre o desfecho da sindicância — “a porcaria toda” — que apontava, entre outras irregularidades, o seu enriquecimento ilícito no cargo.
Com o fundo do poço cada vez mais próximo, Rosemary decidiu arrastar para dentro do escândalo figuras centrais do Planalto e, se possível, a própria presidente Dilma Rousseff. A estratégia consistia em constranger os antigos colegas de governo pressionando-os a depor no processo que tramitava na Controladoria-Geral da União. “Quero colocar o Beto e a Erenice Guerra”, diz Rose em uma mensagem. “Você quer estremecer o chão deles?”, questiona o interlocutor. “Sim”, confirma Rose. “Porque vai bombar. Gilberto Carvalho também?”, indaga. “O.k.”, devolve ela. As autoridades que deveriam “estremecer” não foram escolhidas por acaso. Atual chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseff, Beto Vasconcelos era na ocasião o número 2 da Casa Civil. Ao lado da ex-ministra Erenice Guerra, ele servira a Dilma no Planalto durante anos. Rose os conhecia como a palma da mão e sabia que eles tinham plena consciência do seu temperamento explosivo. A conclusão da conversa no celular, resumida pelo interlocutor, revela as reais intenções da ex-secretária: “Vai rolar muito stress... Vão bater na porta da Dilma. Vão ficar assustados”.
O plano embutia um segundo objetivo. Rosemary também queria se reaproximar de um ex-amigo em especial. Ao tentar “estremecer” o chão de Gilberto Carvalho, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência e homem de confiança de Lula, Rose tinha um propósito bem específico. Ela queria restabelecer as suas ligações com “Deus”, como a ex-sec­retária­­ costuma se referir ao ex-presidente Lula. Em outra troca de mensagens de celular, um interlocutor diz a Rose que, com a indicação das testemunhas — Gilberto Carvalho, Beto Vasconcelos e Erenice Guerra — no processo da CGU, “o momento é oportuno para aproximação com Deus...”. Mas a ex-pro­tegida de Lula se mostra cética e insatisfeita. “Vai ser difícil. Ele está com muitas viagens. Não posso depender dele”, diz Rose. Não se sabe exatamente o que aconteceu a partir daí, mas a estratégia funcionou. Um dos homens mais próximos a “Deus”, Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, cuidou pessoalmente de algumas necessidades mais imediatas da família de Rosemary durante o processo. Além de conseguir ajuda para bancar um exército de quase quarenta juristas das melhores e mais caras bancas de advocacia do país, a ex-se­cretária reformou a cobertura onde mora em São Paulo e conseguiu concretizar o antigo projeto de ingressar no mundo dos negócios.
Rosemary comprou uma franquia da rede de escolas de inglês Red Balloon. Para evitar problemas com a ficha na polícia, o negócio foi colocado no nome das filhas Meline e Mirelle e do ex-marido José Cláudio Noronha. A estratégia para despistar as autoridades daria certo não fosse por um fato. A polícia já havia apreen­dido em 2012, na casa de Rose, todo o planejamento para aquisição da franquia. Os documentos mostravam que o investimento ficaria a cargo da quadrilha que vendia influência no governo. Na época, a instalação da escola foi orçada em 690 000 reais — padrão semelhante aos valores praticados atualmente no mercado —, dinheiro que Rosemary e seus familiares não possuíam. Como, então, a família que informava ter um patrimônio modesto conseguiu reunir os recursos? Procurada por VEJA, Meline Torres, responsável pela administração da escola, informou que todos os investimentos foram realizados a partir de “economias”. “Eu trabalhei muito durante a minha vida (Meline tem 29 anos). Trabalho desde os 18 anos com registro em carteira e tenho poupança. Meu pai também está me ajudando com recursos dele, aliás, do trabalho de uma vida”, explicou. Rosemary não quis se pronunciar.