domingo 22 2014

Cidade Negra - Acústico MTV










Às pressas, PT tenta aprovar lei para o MTST em São Paulo

Câmara Municipal

Partido não conseguiu contemplar reivindicações do movimento até agora - e teme protestos em plena Copa

Sem-teto que vivem no acampamento da Copa do Povo fazem manifestação nas proximidades do estádio Itaquerão
Sem-teto que vivem no acampamento da Copa do Povo fazem manifestação nas proximidades do estádio Itaquerão(Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress)
Após tentar sem sucesso contemplar as reivindicações do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) com projetos emprestados dos vereadores Laércio Benko (PHS), José Police Neto (PSD) e Eduardo Tuma (PSDB), a bancada do PT na Câmara Municipal definiu na noite desta segunda-feira que vai elaborar às pressas uma nova proposta de lei.
Segundo o líder do partido, Alfredinho, o texto deve ser apresentado hoje e com a possibilidade de citar não apenas o terreno onde está a Copa do Povo, em Itaquera, mas também outras áreas da Zona Leste que possam ser usadas para viabilizar moradias populares.
A expectativa do PT é votar o projeto em primeira discussão ainda nesta semana, em um período de 48 horas. A pressa é explicada pela necessidade de se cumprir o acordo feito com o líder Guilherme Boulos. A base aliada do prefeito Fernando Haddad (PT) assegurou que a mudança no zoneamento do terreno seria feita com a votação do Plano Diretor. Em tempos de Copa do Mundo, essa é uma das condições para se evitar novos protestos na cidade.
As bancadas do PSDB e do PSD já avisaram que votarão contra. Os partidos consideram que qualquer projeto que atenda apenas aos interesses do MTST provocará uma distorção na fila por habitação. "Vamos passar na frente de centenas de milhares de pessoas que estão esperando nas filas da Cohab e da CDHU e passar na frente um grupo que ocupou um terreno que não era para isso (habitação popular). Isso não é razoável e, pior, vai estimular novas ocupações", disse Floriano Pesaro (PSDB).
(Com Estadão Conteúdo)

MTST ergue 600 barracos em 12 horas em São Paulo

Cidades

Sem-teto invadem terreno no Morumbi para pressionar vereadores e prefeitura pela aprovação de áreas para moradia popular no Plano Diretor da capital

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam um terreno na madrugada da última sexta feira (20), no Portal do Morumbi, zona sul da capital
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam um terreno na madrugada da última sexta feira (20), no Portal do Morumbi, zona sul da capital  (Marco Ambrosio/Folhapress)
A mais nova invasão do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) na capital paulista, um terreno no Portal do Morumbi, Zona Sul, já tem cerca de 600 barracas montadas. Cerca de 800 sem-teto chegaram em catorze ônibus no local. Eles prometem mais invasões, caso a Câmara Municipal adie novamente a votação no novo Plano Diretor.
"Essa ocupação é um protesto contra a demora na aprovação do Plano Diretor. Quanto mais os vereadores demorarem a votar, mais vamos ocupar", disse Ana Paula Ribeiro, uma das coordenadoras nacionais do MTST. Segundo Ana Paula, a aprovação do projeto que reordena o crescimento da cidade pelos próximos dezesseis anos não fará com que as famílias deixem o local. "Queremos que essa área seja considerada zona de interesse social, para a construção de moradias populares." Apesar de não ter data definida, a votação pode ocorrer nesta semana.
O terreno invadido fica na Rua Doutor Luís Migliano, que liga as Avenidas Giovanni Gronchi e Francisco Morato e é rota para o Cemitério da Paz. No local, o valor médio do metro quadrado é de 8.000 reais e os apartamentos mais luxuosos chegam a 1,5 milhão de reais. Ao lado da nova invasão, está em construção um condomínio residencial com unidades de até 243 m².
Na página oficial do MTST, a região é classificada como um local onde a "especulação imobiliária se alastra como epidemia, tendo efeitos perversos, como o aumento desenfreado e abusivo dos aluguéis, levando à expulsão de famílias para bairros com menos estrutura."
No entorno do terreno, prédios comerciais e residenciais de classe média alta dividem espaço com barracos da Favela da Vila da Praia. Parte dos moradores da comunidade, segundo o movimento, participa da ocupação, assim como famílias das comunidades Olaria e Viela da Paz.

Comida Viva.Dr. Alberto Gonzalez,Globo Reporter Completo





Diretor bom, escola que funciona

Prêmio Prefeito Nota 10

Para o bem ou para o mal, ele faz a diferença. Um bom profissional aumenta o desempenho dos alunos; com o mau, se dá o contrário

João Batista Araujo e Oliveira
Alunos na lousa, na sala de aula
Alunos na lousa, na sala de aula (Getty Images/BananaStock RF)

Ensino de qualidade

Este artigo faz parte de uma série publicada quinzenalmente em VEJA.com sobre os desafios do ensino fundamental no Brasil — e as estratégias para superá-los.
Os textos são de autoria do Instituto Alfa Beto, que promove oPrêmio Prefeito Nota 10, iniciativa que vai identificar e recompensar o município brasileiro que mantém a melhor rede de ensino. A premiação será realizada no segundo semestre.
Prefeitos fazem diferença. Há prefeitos dinâmicos e prefeitos passivos. Há prefeitos empreendedores e prefeitos reativos. Há prefeitos que fazem um primeiro mandato excelente, mas se acomodam no segundo. Em qualquer organização humana, qualquer que seja o grau de padronização, pessoas fazem diferença. Não poderia ser diferentes nas escolas.
Diretores fazem diferença. Para melhor ou para pior. Bons diretores conseguem aumentar rapidamente o desempenho dos alunos. Maus diretores conseguem piorar o desempenho rapidamente.
Mas o que são bons diretores? Como eles agem?
As características de um bom diretor não são bem conhecidas, mas são muito semelhantes às características dos bons executivos: liderança, capacidade de juntar as pessoas para atingir resultados e capacidade de usar os recursos da administração para facilitar a vida das pessoas.  
Diretores agem indiretamente. Eles criam um clima de respeito, ordem e disciplina dentro da escola. Eles cuidam que a infra-estrutura esteja à disposição do trabalho acadêmico. E eles concentram sua energia junto aos professores, para que esses ensinem o que precisa ser ensinado de forma adequada. Como a função da escola é ensinar, quando o diretor foca o trabalho da escola no ensino, os resultados tendem a aparecer mais rapidamente. E quando ele não faz isso, ou faz isso mal, os resultados logo pioram.
Diretores bons conseguem melhorar os resultados quando ficam mais tempo na escola. Alguns estudos indicam que até 6 ou 8 anos é um prazo adequado para o diretor permanecer na mesma escola e conseguir melhorá-la. Na prática, a maioria dos diretores permanece entre 3 e 5 anos nas escolas – o que não permite que essas atinjam o seu melhor desempenho.
Bons diretores procuram boas escolas: bons sistemas de ensino evitam isso, colocando os bons diretores nas escolas que mais precisam deles. Bons sistemas de ensino também evitam que maus diretores permaneçam nas escolas. Nem todo diretor dá certo sempre: há pessoas certas e estilos gerenciais adequados para diferentes momentos da vida de uma escola. O homem certo no lugar certo na hora certa.
João Batista Araujo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa Beto

Vale a Pena Economizar?





Convenções expõem muitas caras do PSB nos Estados

Eleições 2014

Eventos em Minas, Rio e São Paulo evidenciam o desencontro entre os projetos políticos de Eduardo Campos e Marina Silva e as divisões do próprio partido

O pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, e sua vice, Marina Silva: desentendimento nos Estados
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, e sua vice, Marina Silva: desentendimento nos Estados (Erbs Jr./Frame/Folhapress)
A “nova forma de fazer política” que uniu Eduardo Campos e Marina Silva desdobra-se, às vésperas do início da campanha de 2014, em um esquizofrênico conjunto de alianças nos Estados. As últimas 48 horas expuseram desencontros marcantes nos projetos políticos que orientam os movimentos do ex-governador pernambucano, candidato à Presidência pelo PSB, e dos ‘marineiros’, que almejam construir uma estrutura partidária capaz de viabilizar, para eleições futuras, o que o Rede Sustentabilidade não foi capaz de concretizar. Na última pesquisa de intenção de voto Ibope/CNI, divulgada na quinta-feira, 19, Campos aparece em terceiro, com 10% das intenções de voto. A presidente Dilma Rousseff lidera com 39%, seguida pelo tucano Aécio Neves, com 21%.
Desde a sexta-feira, desenham-se as coligações que devem servir a Campos e ao PSB na corrida eleitoral. Em São Paulo, os socialistas integram a coligação liderada pelo PSDB para tentar reeleger o governador Geraldo Alckmin. Ganharam, em troca, o direito de indicar o vice na chapa. A aliança foi anunciada como parte de um esforço de “mudança nacional”, e cria, em tese, condições para que Alckmin venda seu peixe nos eventos do candidato de seu partido à Presidência, o senador Aécio Neves, e de Campos. É pouco provável, no entanto, que São Paulo funcione de fato como um palanque para o PSB – pelo menos no primeiro turno.
As convenções regionais realizadas neste sábado tiveram resultado bem diferente no Rio de Janeiro, onde o PSB formalizou o apoio ao PT, que disputa o governo do Estado com Lindbergh Farias, e em Minas Gerais, onde não houve acordo.
A candidatura própria do PSB no Rio de Janeiro era um projeto de socialistas alinhados com Marina Silva, liderados principalmente pelo ex-PV Alfredo Sirkis. O projeto de candidatura socialista foi derrotado na convenção por 113 a 24, o que leva a ala marineira a criticar os rumos do partido no Estado. O Rio de Janeiro, onde Marina Silva, então no PV, terminou em segundo lugar na eleição presidencial de 2010, tinha, na visão dos marineiros, potencial para alavancar o crescimento desse grupo político. Alinhados ao PT, tudo muda de figura.
Se no Rio de Janeiro venceu o pragmatismo, em Minas Gerais foi impossível estabelecer, pelo diálogo e pelo voto, um posicionamento claro para os socialistas. Não foi possível estabelecer maioria para lançar a candidatura ao governo com o deputado federal Júlio Delgado. O conflito é com os defensores do apoio ao tucano Pimenta da Veiga – tese da maioria dos prefeitos de cidades mineiras e do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Assim como no Rio, os marineiros do PSB mineiro insistem na candidatura própria. A decisão em Minas Gerais foi empurrada para Executiva estadual.
A fala do ambientalista Apolo Heringer, que contava com o apoio de Marina Silva para concorrer ao governo de Minas, mas desistiu do projeto nesta sexta-feira, reflete bem o ponto de vista de quem esperava um voo solo do PSB nos Estados. "Ao defender o apoio à candidatura do PSDB em Minas, o PSB não se coloca como alternativa", disse Heringer. “A despeito da aposta da Rede Nacional em propor uma coligação programática que fosse uma alternativa efetiva, o que se observa é a permanência da polarização PT-PSDB.”