sábado 23 2013

Os campeões de sódio


Queijo parmesão



O queijo parmesão ralado apresentou uma média de 1.981 miligramas de sódio por 100 gramas de alimento. Já o queijo em pedaços teve uma média de 1.402 miligramas de sódio por 100 gramas de alimento. A pesquisa da Anvisa chegou a encontrar produtos com 3.052 miligramas de sódio em 100 gramas do queijo.

Macarrão instantâneo



O produto tem, em média, 1.798 miligramas de sódio a cada 100 gramas de macarrão. A pesquisa da Anvisa chegou a encontrar produtos com 2.160 miligramas de sódio em 100 gramas do macarrão.

Mortadela


A mortadela normal apresentou uma média de 1.303 miligramas de sódio por 100 gramas de alimento. O teor de sódio da mortadela de frango também foi alto: 1.232 miligramas por 100 gramas do produto.


Na maionese, a média de sódio por 100 gramas de produto é de 1.096 miligramas.

BISCOITOS

Bolachas e biscoitos de vários tipos apresentaram altos níveis de sódio. A média do nutriente em biscoitos de polvilho foi de  1.092 miligramas a cada 100 gramas do produto e, em biscoitos de água e sal, 741 miligramas por 100 gramas de bolacha. O programa de redução de sódio da Anvisa estabeleceu que os biscoitos salgados atinjam, no máximo, 699 miligramas por 100 gramas do alimento.

Salgadinho de milho



O produto apresentou uma média de 779 miligramas de sódio por 100 gramas de salgadinho. O programa de redução de sódio da Anvisa estabeleceu que os salgadinhos atinjam, no máximo, 747 miligramas por 100 gramas do alimento.

Hamburguer bovino



A Anvisa identificou que o produto tem, em média, 701 miligramas de sódio por 100 gramas de hamburguer.

Batata frita


Cada 100 gramas do alimento leva, em média, 624 miligramas de sódio.

Medidas de restrição ao sal poderiam reduzir em até 3% as mortes por doenças cardiovasculares


Saúde do coração

Intervenções como aumento dos impostos e redução do teor de sal sobre alimentos também poderiam diminuir custos com tratamentos de saúde

Exagero no sal: cerca de 69% das mulheres e 88% dos homens brasileiros consomem quantidades diárias de sódio acima das recomendadas
Sal: medidas restritivas podem reduzir mortes por doenças cardiovasculares (Thinkstock)
Um relatório elaborado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, indicou que a redução do teor de sal e a implementação de taxas sobre os produtos que contenham o composto poderiam reduzir em até 3% as mortes por doenças cardiovasculares. Os dados preliminares deste trabalho, que será publicado integralmente ainda este ano, foram apresentados neste sábado no Congresso Mundial de Cardiologia, em Dubai.
O estudo analisou o impacto desses dois tipos de intervenção — ou seja, da redução voluntária por parte das indústrias no teor de sal dos alimentos e da criação de taxas sobre esses produtos — em 19 países em desenvolvimento, que representam metade da população mundial. A pesquisa ressalta que o consumo de sal pode elevar a pressão arterial, um importante fator de risco para doenças cardiovasculares evitáveis e prematuras em todo o mundo.
Os autores do trabalho concluíram que ambas as estratégias implicariam a redução do dinheiro gasto com o tratamento de pessoas com hipertensão e problemas cardiovasculares, como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, essas intervenções, de acordo com o relatório, poderiam causar uma diminuição da taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares de 2% a 3% nesses países. A incidência de ataques cardíacos poderia ser reduzida em até 1,7% e 1,47% na China e na Índia, respectivamente, e os casos de AVC em 4,7% e 4% nesses dois países, respectivamente.
"Esses resultados mostram que estratégias para redução de consumo de sódio, mesmo de pequenas quantidades, podem levar a uma diminuição significativa de mortalidade por evento cardiovascular em países em desenvolvimento, além de reduzir os custos de saúde pública associados a essas doenças", diz Thomas Gaziano, um dos autores do estudo. Segundo o pesquisador, o peso dos problemas cardiovasculares é maior em nações em desenvolvimento e, por isso, medidas simples como as estudadas podem ter um impacto significativo a longo prazo.
Pressão arterial — Nesse mesmo trabalho, os pesquisadores também buscaram identificar o impacto de medir mais vezes a pressão arterial sobre a saúde da população. Os dados mostraram que um aumento de 25% nas triagens de pressão do sangue nesses mesmos 19 países poderiam desencadear uma redução de até 3% na incidência de doenças cardiovasculares. Além disso, esse maior rastreamento poderia aumentar em até 10% a taxa de tratamento adequado para hipertensão. Segundo os autores do relatório, um programa que aumentasse o acompanhamento da pressão arterial dos indivíduos teria custos adequados ao Produto Interno Bruto (PIB) desses países em desenvolvimento.
De acordo com o estudo, 900 milhões de pessoas em países em desenvolvimento têm pressão alta, mas somente um terço delas têm consciência sobre o problema e apenas 100 milhões recebem tratamento adequado.

Maioria da população mundial consome sódio em excesso


Nutrição

Levantamento global mostrou que 75% das pessoas no mundo ingerem o dobro da quantidade diária de sódio recomendada por órgãos de saúde. Consumo está ligado a hipertensão e mortes por problemas cardiovasculares

40% do sal de cozinha é composto por sódio: No mundo, a maioria das pessoas estrapola as recomendações para consumo diário da substância
40% do sal de cozinha é composto por sódio: No mundo, a maioria das pessoas estrapola as recomendações para consumo diário da substância (Thinkstock)
Três em cada quatro adultos no mundo consomem cerca do dobro da quantidade diária de sódio recomendada pelos órgãos de saúde. Essa é a conclusão de um estudo apresentado nesta quinta-feira no encontro anual da Associação Americana do Coração, em Nova Orleans, Estados Unidos. Ainda segundo a pesquisa, o consumo excessivo de sal contribuiu para 2,3 milhões de mortes no mundo em 2010.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que não sejam consumidos mais do que dois gramas de sódio por dia — o que equivale a cinco gramas de sal (40% do sal é composto por sódio). Segundo essa nova pesquisa, a média de consumo de sódio entre adultos no mundo em 2010 foi de aproximadamente quatro gramas. As principais fontes de sódio são sal de cozinha, alimentos congelados e molhos ou temperos prontos.
O estudo levou em consideração 247 levantamentos sobre nutrição que fizeram parte do Global Burden of Diseases 2010 (Carga de Saúde Global 2010), pesquisa que avaliou as doenças e mortes em todo o mundo ao longo de 20 anos. Segundo o novo trabalho, os habitantes de 187 países, que representam 99% da população mundial, excedem as recomendações da OMS sobre ingestão diária de sódio.
Prejuízos — Os autores da pesquisa explicam que esses dados são preocupantes pois o sal em excesso é responsável por causar uma série de problemas, como a hipertensão — que, hoje, é o maior fator de risco à saúde no mundo, de acordo com o Global Burden of Diseases. Além disso, a pressão alta pode desencadear doenças cardiovasculares, as principais causas de morte ao redor do mundo.
O mesmo levantamento indicou que o consumo excessivo de sal está relacionado a 2,3 milhões de mortes que ocorreram ao redor do mundo em 2010 em decorrência de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e outras doenças associadas a esses problemas. Esse número representa 15% de todos os óbitos por essas causas.
Saman Fahimi, pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard e autor do estudo, espera que esses dados possam incentivar os governos nacionais a tomar medidas que reduzam a ingestão de sal entre a população. No Brasil, por exemplo, um programa do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Indústrias de Alimentação, estabelecido em 2011, estipulou a redução de sódio de produtos processados no país de forma gradual. Até o final do ano passado, foram anunciadas reduções para 13 classes de alimentos, entre eles o pão francês e a maionese. A meta é retirar até 20 mil toneladas de sódio até 2020.
O consumo de sódio do brasileiro não foge da média global. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, consome-se cerca de 12 gramas de sal por dia — aproximadamente 4,8 gramas de sódio e mais do que o dobro do recomendado pela OMS. Uma pesquisa feita em 2012 pela Anvisa identificou um alto teor de sódio em grande parte dos alimentos vendidos no Brasil. O queijo parmesão ralado foi o campeão em teor de sódio — cada 100 gramas do produto tem, em média, 1.981 gramas de sódio, praticamente a quantidade máxima recomendada para o dia todo.

Joaquim Barbosa ofende jornalista: 'Vá chafurdar no lixo'


Justiça

Pouco depois do episódio, o STF publicou uma nota oficial pedindo desculpas aos profissionais de imprensa pelo ocorrido

Joaquim Barbosa, como presidente do STF e relator do Mensalão
Joaquim Barbosa, presidente do STF (Nelson Jr./SCO/STF )
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, reagiu de forma ríspida ao ser abordado por um repórter do jornal O Estado de S. Paulo quando deixava uma sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta terça-feira. “Não estou vendo nada”,interrompeu Barbosa ao ouvir do jornalista: “Presidente, como o senhor está vendo…”. Em seguida, o ministro continuou: “Me deixa em paz, rapaz. Vá chafurdar no lixo como você faz sempre”.
O repórter tentou perguntar por que Barbosa teve uma reação tão agressiva, mas foi interrompido novamente. “Estou pedindo, me deixe em paz. Já disse várias vezes ao senhor. Não tenho nada a lhe dizer, não quero nem saber do que o senhor está tratando”, disse o ministro. Ao ser retirado do local pelo assessor de imprensa, Barbosa chamou o jornalista de palhaço antes de entrar no elevador.
STF - Pouco depois, o STF publicou uma nota oficial comentando o episódio. “Em nome do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Joaquim Barbosa, peço desculpas aos profissionais de imprensa pelo ocorrido hoje, quando após uma longa sessão do Conselho Nacional de Justiça, o presidente, tomado pelo cansaço e por fortes dores, respondeu de forma ríspida à abordagem feita por um repórter”, afirma a nota. “Trata-se de episódio isolado que não condiz com o histórico de relacionamento do Ministro com a imprensa”.
A nota também salienta que “o ministro Joaquim reafirma sua crença no importante papel desempenhado pela imprensa em uma democracia. Seu apego à liberdade de opinião está expresso em seu permanente diálogo com profissionais dos mais diversos veículos”.
Leia abaixo a íntegra da nota emitida pelo STF: 
“Brasília, 05 de março de 2013
Em nome do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Joaquim Barbosa, peço desculpas aos profissionais de imprensa pelo episódio ocorrido hoje, quando após uma longa sessão do Conselho Nacional de Justiça, o presidente, tomado pelo cansaço e por fortes dores, respondeu de forma ríspida à abordagem feita por um repórter. Trata-se de episódio isolado que não condiz com o histórico de relacionamento do Ministro com a imprensa.
O ministro Joaquim reafirma sua crença no importante papel desempenhado pela imprensa em uma democracia. Seu apego à liberdade de opinião está expresso em seu permanente diálogo com profissionais dos mais diversos veículos. Seu respeito pelos profissionais de imprensa traduz-se em iniciativas como o diálogo que iniciará no próximo dia 07 de março, quando receberá em audiência o Sr. Carlos Lauria, representante do Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ), ONG com sede em Nova Iorque.
Wellington Geraldo Silva
Secretário de Comunicação Social – SCO
Supremo Tribunal Federal”

Reinaldo SOLTA O VERBO EM LULA NO PROGRAMA DO JÔ


Lula fez lobby para ajudar Eike Batista - e quase deu certo


Política

A presidente Dilma e dois de seus ministros tentaram ajudar o empresário a tirar do Espírito Santo um investimento estrangeiro de 500 milhões de reais e transferi-lo ao Porto do Açu. Só faltou combinar com os capixabas

Malu Gaspar e Daniel Pereira
PARECIA PROMISSOR -  Eike, Lula e o lobista Pires Neto deixam o Açu no jato do empresário: ali, eles selaram o plano para tomar das mãos dos capixabas o estaleiro Jurong
PARECIA PROMISSOR -  Eike, Lula e o lobista Pires Neto deixam o Açu no jato do empresário: ali, eles selaram o plano para tomar das mãos dos capixabas o estaleiro Jurong (Carlos Grevi/ Agência Ururau/ Agência O Globo)
A foto acima, tirada em 24 de janeiro, mostra o ex-presidente Lula logo depois de uma visita às obras do Porto de Açu, empreendimento de Eike Batista no litoral norte fluminense. Era o ato final de um encontro de negócios para lá de promissor. Reportagem publicada em VEJA desta semana detalha a operação desencadeada por Lula para ajudar o amigo empresário a desatolar os investimentos no Açu. O ex-presidente se comportou como lobista. Graças a ele, Eike conseguiu audiência com a presidente Dilma Rousseff, que prometeu ajudá-lo a encontrar parceiros para o porto. Ele ainda viu dois ministros se engajarem pessoalmente em sua causa (acionando, inclusive, a estrutura do Itamaraty). Guido Mantega, da Fazenda, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, trabalharam para convencer a Jurong Shipyard, uma das grandes companhias de construção naval do mundo, controlada pelo governo de Singapura, a transferir para o Porto do Açu o estaleiro de 500 milhões de reais que está construindo no Espírito Santo. Só faltou combinar com os capixabas, que não gostaram nada da ideia de ficar a ver navios.