quarta-feira 29 2014
Turbulência à vista: Câmara convoca dois ministros de Dilma
Congresso
Veja.Com
Comissão da Agricultura quer ouvir os ministros Neri Geller (Agricultura) e Edison Lobão (Minas e Energia)
Marcela Mattos, de Brasília
Em casos de convocação, ministros não podem se recusar a ir à Câmara (Zeca Ribeiro/ABr/VEJA)
A Câmara dos Deputados impôs uma segunda derrota ao governo de Dilma Rousseff na primeira semana pós-eleições. Depois de derrubar o decreto que cria a Política Nacional de Participação Social, a Casa aprovou nesta quarta-feira a convocação de dois ministros, Neri Geller (Agricultura) e Edison Lobão (Minas e Energia) – este citado no escândalo do petrolão -, para depor na Comissão de Agricultura, integrada em sua maioria por deputados de oposição. Aliados do Palácio do Planalto, parlamentares do PT e do PMDB entraram em obstrução para evitar a aprovação das audiências, mas não obtiveram sucesso. Por se tratar de uma convocação, não convite, os ministros obrigatoriamente terão de atendê-la.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos principais líderes da oposição, protagonizou um dos momentos mais tensos da sessão ao afirmar que em breve os auxiliares da petista vão ser levados ao Congresso "debaixo de vara". "Ministro tem de ser convocado sim. Se não, daqui a pouco ministro vai vir aqui embaixo de vara", disparou.
Conforme os requerimentos, Geller dará esclarecimentos sobre o controle de qualidade de vacinas contra a febre aftosa, e Lobão, sobre a venda de 51% das Centrais Elétricas de Goiás (Celg) à Eletrobrás. Inevitavelmente, contudo, Lobão será confrontado com as denúncias de corrupção dentro da Petrobras. “Ele tem muito o que falar sobre a Petrobras. Os escândalos atingem exatamente a pasta dele. Para mim, ele não teria de ser convocado, mas sim demitido”, afirmou o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT). De acordo com o ex-diretor Paulo Roberto Costa, Lobão é um dos políticos envolvidos no esquema do petrolão.
A sessão nesta quarta foi marcada pela troca de acusações e pelo clima eleitoral. “Vamos tentar negociar. Esse clima de eleição não faz bem ao país. Temos de aprovar as coisas respeitando o ritual e a Casa”, disse o deputado Márcio Macêdo (PT-SE), que tentava transformar a convocação dos ministros em convite – que poderia ser recusado. “Chega a ser engraçado o PT e seus aliados agora cobrando diálogo. Eles fizeram a campanha mais suja e sórdida do país, denegrindo a imagem das pessoas por não terem competência do debate”, disse o vice-líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado.
Na noite de terça-feira, a Câmara deu a primeira evidência das dificuldades que Dilma terá com os congressistas: derrubou o decreto que cria a Política Nacional de Participação Social, proposta pessoalmente desenhada pela presidente e pelo ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência). Para a Câmara, Dilma atropelou os poderes do Parlamento ao apresentar a medida por meio de uma canetada, sem antes passar pelo Congresso.
Quadro clínico de Alberto Youssef é estável, diz boletim médico
Brasil
Doleiro está internado em um hospital de Curitiba (PR) desde a tarde do último sábado após passar mal na carceragem da Polícia Federal, mantém quadro clínico e cardiológico estáveis
Quadro clínico de Alberto Youssef é estável (Reprodução)
O doleiro Alberto Youssef, internado em um hospital de Curitiba (PR) desde a tarde do último sábado após passar mal na carceragem da Polícia Federal, mantém quadro clínico e cardiológico estáveis, conforme avaliação médica feita na manhã desta terça-feira.
Segundo boletim médico divulgado há pouco pelo cardiologista Rubens Zenobio Darwinch, o doleiro apresenta-se lúcido e orientado, com sinais vitais dentro da normalidade. Ainda de acordo com o laudo médico, os exames ao qual Youssef foi submetido tiveram resultado “dentro da normalidade” e ele segue fazendo fisioterapia e reposição de nutrientes, sem previsão de alta.
Preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Lava Jato, Alberto Youssef deu entrada na UTI Coronariana do Hospital Santa Cruz às 16h20, no sábado, em função de um episódio de síncope (perda rápida da consciência), mas apresentava um quadro clínico estável com “sinais de desidratação e emagrecimento importante”.
Foi a terceira vez que o doleiro precisou de atendimento médico desde que foi preso pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), em março. Ainda no sábado, a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba negou boatos de que ele poderia ter sido envenenado.
Reportagem de capa de VEJA desta semana revelou que Youssef afirmou em depoimento à Polícia Federal que a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor no cargo, Luiz Inácio Lula da Silva, sabiam do esquema de desvios operado na Petrobras.
(Com agência Brasil)
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