segunda-feira 17 2014

Frutas e vegetais reduzem o risco de câncer colorretal

Nutrição

O consumo de repolho, couve-flor, brócolis e maçã foram relacionados à diminuição da incidência da doença

Couve-de-bruxelas, repolho, couve-flor e brócolis foram associados a uma diminuição na incidência de câncer colorretal
Couve-de-bruxelas, repolho, couve-flor e brócolis foram associados a uma diminuição na incidência de câncer colorretal(ThinkStock)
O consumo de frutas e vegetais pode ser importante para evitar alguns tipos de câncer colorretal. É o que sugere um estudo publicado na edição de outubro do Journal of the American Dietetic Association. Couve-de-bruxelas, repolho, couve-flor e brócolis foram associados a uma diminuição na incidência de tumores no cólon proximal e distal. Vegetais amarelos e maçã foram relacionados a um risco menor de câncer no cólon distal.

Câncer colorretal

Abrange tumores que acometem o segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é um tipo de câncer tratável e - na maioria dos casos - curável, se detectado precocemente e quando ainda não se espalhou para outros órgãos.
De acordo com as estimativas mais recentes do Instituto, foram 28.110 novos casos em 2010, sendo 13.310 homens e 14.800 mulheres.
Hábitos como uma dieta rica em vegetais e pobre em gordura e prática regular de atividade física regular previnem o câncer colorretal.

"Frutas e vegetais têm sido examinados extensivamente em pesquisas nutricionais relacionadas ao câncer colorretal, mas seus efeitos preventivos têm sido objeto de debate, provavelmente por causa das subdivisões no intestino", acredita o coordenador da pesquisa, professor Lin Fritschi, chefe do departamento de Epidemiologia no Instituto de Pesquisa Médica do Oeste da Austrália, que junto com a Universidade de Deakin investigou a ligação entre frutas, vegetais e três tipos de câncer em diferentes partes do intestino: cólon proximal, distal e câncer de reto. “As confusões sobre a relação entre dieta e o risco de câncer ocorrem devido ao fato de que estudos anteriores não levaram o câncer colorretal em conta”, diz Fritschi.
Para o estudo, os pesquisadores investigaram a ligação entre dieta e câncer do intestino. A pesquisa incluiu 918 participantes com casos confirmados de câncer colorretal e 1021 participantes do grupo de controle sem histórico do tumor. Os voluntários responderam a questionários clínicos e nutricionais, além de dados socioeconômicos.


“Do ponto de vista de saúde pública, é mais fácil traduzir uma análise baseada em recomendação dietética do que usar a ingestão de um único nutriente”, concluíram os autores.

EUA: Redução de casos de câncer colorretal acompanhou aumento de colonoscopias

Prevenção

Em dez anos, taxa da doença caiu 30%, enquanto a prevalência de pessoas submetidas ao exame triplicou

Câncer colorretal: Tumores atingem segmento do intestino grosso chamado cólon e o reto
Câncer colorretal: Tumores atingem segmento do intestino grosso chamado cólon e o reto (Thinkstock)
Dados divulgados nesta segunda-feira nos Estados Unidos aumentam as evidências de que a colonoscopia é essencial para prevenir e curar o câncer colorretal. Segundo os números, a taxa de americanos com mais de 50 anos que já fizeram o exame triplicou nos últimos dez anos — no mesmo período, a incidência da doença nesta faixa etária caiu 30%. Os dados fazem parte da pesquisa Estatísticas do Câncer Colorretal 2014, que será publicada na próxima edição do periódico CA: A Cancer Journal for Clinicians.
No Brasil, o colorretal é o terceiro tipo de câncer mais comum entre mulheres e o quarto mais prevalente entre os homens, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O órgão estima que, neste ano, haverá mais de 32 000 novos casos da doença no país. Esse câncer é caracterizado por tumores que atingem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que crescem na parede do intestino, e removê-los ajuda a evitar que o câncer apareça. Daí a importância da colonoscopia para detectar as lesões antes de se tornarem malignas. O Inca recomenda que pessoas com mais de 50 anos passem anualmente por um exame que pesquisa sangue oculto nas fezes. Se o resultado for positivo, indica-se a colonoscopia.
Segundo o estudo americano, a taxa de câncer colorretal nos Estados Unidos entre pessoas com mais de 50 anos caiu, em média, 3,9% ao ano entre 2001 e 2010. No entanto, essa incidência cresceu cerca de 1,1% ao ano em indivíduos com menos de 50 anos. 
Um dos dados mais surpreendentes da pesquisa revelou que, entre idosos com mais de 65 anos, a taxa da doença caiu 3,6% ao ano entre 2001 e 2008, mas passou a diminuir em 7,2% ao ano entre 2008 e 2010. De acordo com a Sociedade Americana do Câncer, essa queda mais acentuada se deve ao fato de esse público ser o que mais se submete à colonoscopia. Segundo o estudo, 64% dos americanos com mais de 65 anos disseram já ter feito o exame em 2010. Essa taxa, por outro lado, é de 55% entre pessoas de 50 a 64 anos.
Os dados ainda mostraram que, assim como a incidência, o número de mortes provocadas pelo câncer colorretal também caiu nos Estados Unidos. Entre 2001 e 2010, a taxa de mortalidade pela doença diminuiu 3% ao ano — na década de 1990, essa queda foi de 2% ao ano. "Esses números mostram o potencial que o rastreamento pela colonoscopia tem em salvar vidas. Manter essa tendência exige esforços para garantir que todos os pacientes tenham acesso ao exame", diz Richard Wender, chefe do escritório de controle do câncer da Sociedade Americana do Câncer.

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