terça-feira 30 2013

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Clínica Atibaia no Globo News - 09/01/2012


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Viver a dois, um exercício de paciência


Por Regina Racco, Tempo de Mulher
REGINA RACCO: "A única forma de conhecermos nossos desejos e os anseios de nossos parceiros passa pela real e honesta vontade de se observar e observar o outro".

Dica: conheça-se intimamente, explore-se, assim, sem pré-julgar / Thinkstock
Dica: conheça-se intimamente, explore-se, assim, sem pré-julgar / Thinkstock





















Por REGINA RACCO
A difícil arte de conviver nunca esteve tão em evidência. Livros de autoajuda, matérias, tudo é válido para tentar ajustar e deixar felizes seres tão diferentes, mas que o amor aproxima e une. Somos fantásticos e únicos. Por isso nenhuma técnica ou livro de autoajuda servirá como uma “receita de bolo”. Essa leitura, é claro, aguça nossa curiosidade e nos estimula, por isso se torna útil, mas cabe a cada um de nós descobrirmos em nosso íntimo o caminho próprio para o autoconhecimento e também conhecer melhor o nosso par.
A única forma de conhecermos nossos desejos e os anseios de nossos parceiros passa, como digo sempre, pela real e honesta vontade de se observar e observar o outro. Desenvolva a sua capacidade de se ouvir. Conheça-se intimamente, explore-se, assim, sem pré-julgar, sem achar que não vale a pena perder tempo, que se conhece o suficiente e se não está feliz o fato se deve única e exclusivamente à má vontade de seu (ou de sua) parceiro e que você, por sua parte, tudo faz pela felicidade dela ou dele e, por esse motivo, é a vítima na história. Acredite, essa não é a melhor forma de transformar nenhuma realidade que não nos é positiva.
Observe que não é fácil essa autoanálise: quantas vezes somos surpreendidos com alguma faceta absolutamente desconhecida de nosso comportamento, de nossa vontade? Se isso nos acontece, o que não se passa então na cabeça da outra pessoa?

Mas se nos reconhecermos como seres únicos e especiais e aceitarmos que convivemos com pessoas ímpares, longe de ser ruim, isso transforma nossa vida tornando-a rica e fértil. Se ficarmos atentos ao nosso redor certamente descobriremos tesouros inimagináveis, amealhados apenas pela soma de nossas experiências. Quantas flores raras desabrocham em nossas mãos e que antes sequer imaginaríamos ser possível! E para isso o que precisamos mesmo é de paciência, boa vontade e desejo de acertar, embora reconhecendo que o erro é bastante comum e acontece com todos aqueles que buscam. Mas errando acabamos por acertar no final.
O reconhecimento de nossa própria singularidade nos faz muito mais felizes porque assim somos capazes de compreender muito melhor o nosso semelhante. Buscar o prazer, o nosso e de nosso par, passar por cima de pequenos deslizes, ampliar até o infinito nossa capacidade de compreensão, isso sim é um programa maravilhoso de crescimento pessoal. E que transcende qualquer livro de autoajuda.
Um momento em que se torna evidente tudo o que disse aqui é quando iniciamos um novo relacionamento, como falei em outra matéria. Quer melhor oportunidade para percebermos essas diferenças? Observamos que nossos anseios e desejos se tornam mais intensos, queremos muito que tudo corra bem. Não temos a segurança do conhecido, portanto estamos atentos a tudo que cerca esse encontro. Bem no início, prestamos atenção ao outro de forma integral. Assim é fácil agirmos com a devida atenção, o que não acontece com o passar do tempo. Ficamos seguros e acabamos por esquecer que deveríamos manter o mesmo nível de atenção conosco e com nosso par.
É exatamente isso que proponho, que acordem para o fato de que para ser feliz e fazer feliz a quem amam deverão reassumir hoje a mesma atenção do início do relacionamento. Somente assim vocês poderão realmente viver integralmente todo o deleite maravilhoso do encontro de dois seres únicos, porém capazes de uma fusão amorosa completa, gerando prazer para ambos.