Mercado financeiro
Oscilação dos papéis da estatal impulsionou a Bolsa de Valores nesta terça-feira, com o Ibovespa fechando em alta de 2,7%
Ibovespa chegou a subir 2,8%, para 48.992 pontos, na máxima da sessão (Reinaldo Canato/VEJA)
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta pelo segundo pregão consecutivo nesta terça-feira, puxada pelo forte avanço das ações da Petrobras depois de rumores sobre possível mudança no comando da estatal. O Ibovespa subiu 2,7%, para 48.939 pontos, segundo dados preliminares. O principal índice da BM&FBovespa chegou a subir 2,8%, para 48.992 pontos, na máxima da sessão.
As ações preferenciais da Petrobras, sem direito a voto, fecharam em alta de 14,78%, a 9,94 reais, enquanto os papéis ordinários, com direito a voto, subiram 13,42% no pregão, encerrando cotados a 9,72 reais.
O jornal Folha de S.Paulo informou no fim da manhã desta terça-feira que Graças Foster teria sido avisada pelo Palácio do Planalto que seria substituída na presidência da Petrobras, fazendo com que as ações da estatal subissem ainda mais. Apesar de a Secretaria de Imprensa do Planalto ter negado a notícia e de a agência de classificação de risco Fitch ter cortado o rating da companhia, os papéis não perderam força e terminaram a sessão com alta de dois dígitos. No fim do pregão, foram divulgadas informações de que Graça Foster estaria reunida com a presidente Dilma Rousseff em Brasília, numa conversa que poderá definir sua saída da empresa.
Se a saída de Graça se confirmar, Adriano Moreno, diretor-presidente da AZ FuturaInvest, gestora de recursos de pessoas de alta renda, acredita que será uma notícia positiva para a Petrobras. “A saída representará um choque de credibilidade para Petrobras, e também uma sinalização positiva de que a empresa assumirá uma nova fase”, disse. “Acreditamos que será um driver importante para as ações que estão subindo hoje e devem continuar nesta trajetória nas próximas sessões", afirmou.
Já Flávio Conde, analista da Gradual Investimentos, ressalta que, independentemente da saída da executiva, o problema da estatal está em como ela vai captar os 135 bilhões necessários para que a empresa cumpra seu plano de investimentos. “O curto prazo pode melhorar com a substituição da Graça, mas o médio prazo é desafiador”, afirma.
A repercussão positiva do balanço financeiro do Itaú Unibanco também reforçou a alta do Ibovespa nesta terça-feira, com as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) avançando 2,76%. O lucro líquido do banco somou 5,52 bilhões de reais no quarto trimestre, alta de 18,8% ante igual período do ano anterior, impulsionado pela queda da inadimplência, pelas maiores margens com crédito e pelo aumento das receitas com serviços.
Dólar - O dólar fechou em queda nesta terça-feira, voltando a ficar abaixo de 2,70 reais, em meio aos rumores da possível substituição de Graças Foster na Petrobras. A moeda norte-americana recuou 0,78%, para 2,6940 reais na venda, depois de bater 2,6885 reais na mínima da sessão. "Com fatores internos e externos mais favoráveis, o real arranjou força para buscar de novo o (patamar de) 2,70 reais", disse o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold.
O bom humor do mercado externo também contribuiu para a desvalorização do dólar nesta terça-feira. A divisa perdeu força ante o euro, o peso chileno e o peso mexicano, refletindo a maior demanda por ativos de risco devido a forte alta dos preços do petróleo e as expectativas de um acordo para resolver o impasse da dívida na Grécia. "Os mercados em todo o mundo estão animados. O efeito sobre o fluxo de estrangeiros para cá é visível", disse o gerente de câmbio do Banco Confidence, Felipe Pellegrini.
(Com agência Reuters)