quarta-feira 26 2012

Telescópio mostra detalhes da Nebulosa da Gaivota


Astronomia

Imagens obtidas pela ESO mostram nuvem de gás a 3.700 anos-luz da Terra

gaivota
Telescópio pertencente ao ESO conseguiu capturar detalhes da Nebulosa da Gaivota. Na imagem, a região que formaria da cabeça da ave (ESO)
Uma nova imagem obtida pelo Observatório de La Silla, instalado no Chile, mostra detalhes da Nebulosa da Gaivota. Desta vez, os astrônomos conseguiram fotografar uma região conhecida como Sharpless 2-292, que corresponde à cabeça da ave (veja imagem acima). Ao centro – o olho da gaivota, para os astrônomos -  brilha uma estrela jovem muito quente conhecida como HD 53367. A imagem foi captada pelo instrumento Wide Field Imager, montado no telescópio MPG/ESO, instalado no Chile e operado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO).
Nebulosas são nuvens de poeira e gases onde novas estrelas se formam. Essa nuvens intelestares costumam apresentar diferentes cores e formatos, o que dispara a imaginação dos astrônomos. No caso da Nebulosa da Gaivota, os cientistas enxergaram uma ave de asas abertas em meio à poeira e às estrelas em formação (veja imagem abaixo). Conhecida formalmente como IC 2177, essa nebulosa tem extensão de mais de 100 anos-luz e está localizada a cerca de 3.700 anos-luz da Terra, na fronteira entre as constelações do Unicórnio e do Cão Maior.
ESO/Digitized Sky Survey 2. Acknowledgement: Davide De Martin
Gaivota
A imagem completa da Nebulosa da Gaivota. Ela ganhou esse nome pela semelhança com a ave, que estaria de asas abertas na imagem.
Por dentro da gaivota - O complexo de gás e poeira que forma a cabeça da gaivota brilha intensamente por causa da radiação ultravioleta emitida pela estrela HD 53367 – de massa vinte vezes maior que a do Sol. Ela tem uma estrela companheira um pouco menor, de massa "apenas" cinco vezes maior que a do Sol, com uma órbita extremamente elíptica.
Segundo os pesquisadores, a radiação emitida pelas estrelas jovens faz com que o hidrogênio gasoso da nebulosa brilhe em um vermelho vivo. Já a radiação emitida por outras estrelas azuis-esbranquiçadas é dispersada pelas pequenas partículas de poeira presentes na nebulosa, criando um nevoeiro azul contrastante em algumas partes da imagem.

Ambiente pode atuar na mudança de comportamento e expressão dos genes



Thinkstock
Pelo menos em abelhas. Observar o comportamento de abelhas, o modo como elas se organizam em castas, com funções e responsabilidades bem definidas, sem questionamentos, é fascinante. A grande questão, que tem intrigado os cientistas há muito tempo, é como essas tarefas, que elas exercem com perfeição, são determinadas. Como todas as abelhas de uma colmeia possuem os mesmos genes, a explicação não está neles. Sugere outros mecanismos, entre eles os epigenéticos, isso é, alterações não nos genes, mas no modo como eles se expressam. Falamos disso nas últimas colunas  com a divulgação do projeto ENCODE.
Um grupo de cientistas americanos resolveu testar essa hipótese de modo muito engenhoso. Os resultados dessa pesquisa em abelhas acaba de ser publicada na revista Nature Neuroscience. Os resultados são surpreendentes. Os cientistas descobriram que o comportamento das sub-castas de abelhas é controlado pela ativação ou silenciamento de genes e o mais interessante é que esse comportamento é reversível.
Recordando: como se organizam as abelhas nas colmeias?
Nas colmeias, existem as rainhas que são alimentadas com geleia real e passam a vida colocando ovos e as sub-castas das operárias que são estéreis. Entre as  operárias as funções e responsabilidades são também bem definidas e organizadas. Quando jovens, elas exercem a função de cuidadoras (nursing em inglês) e são responsáveis por cuidar da rainha e das larvas dentro da colmeia. Mais tarde, elas se tornam “provedoras” ou abelhas campeiras (forager em inglês), isto é, saem da colmeia para buscar alimentos (pólen, néctar e água).
O que determina essas diferenças de comportamento?
Essa era a grande questão a ser pesquisada. Para verificar se o comportamento e as responsabilidades entre os diferentes grupos eram controlados por uma expressão (ativação ou silenciamento) diferente (ou específica) dos genes, os pesquisadores compararam quatro grupos de abelhas:
a) rainhas versus operárias
b) cuidadoras versus provedoras
Usaram uma técnica chamada CHARM ( do inglês comprehensive high-throughput array-based relative methylation) que identifica no DNA as regiões que estão ativas ou silenciadas.
Quais  foram os resultados?
Os pesquisadores não conseguiram detectar diferenças na expressão dos genes entre rainhas e operárias. Essa questão ainda é uma incógnita. Mas, surpreendentemente, encontraram diferenças significativas no padrão de expressão dos genes quando compararam as “abelhas cuidadoras” e as “abelhas provedoras”.  Regiões do genoma que estavam ativas nas cuidadoras, apareciam silenciadas nas provedoras e vice-versa. Seria isso regulado pela idade, já que as provedoras são mais velhas? Ou poderia ser um processo reversível? Algo como dizer que a perda de pigmentação dos nossos cabelos está relacionada com a idade e sabemos que, infelizmente, nesse caso é um processo não reversível.
Qual foi o próximo passo?
Para tirar isso a limpo, os pesquisadores então fizeram o seguinte experimento. Colocaram abelhas mais velhas, que já tinha assumido a função de provedoras em uma colmeia onde só havia rainhas e larvas, sem operárias cuidadoras. O que aconteceu? Um grupo de provedoras permaneceu como estava, enquanto em outro grupo houve uma reversão e as abelhas reassumiram a função de cuidadoras. Essa alteração de comportamento foi acompanhada pela mudança na expressão dos genes. Estava provado que as funções eram realmente controladas pela expressão dos genes, em resposta a uma sinalização ambiental, e mais ainda, que esse controle é reversível.
As próximas questões
Pela primeira vez foi demonstrado que a variação na expressão dos genes em resposta ao ambiente induz  uma mudança comportamental. Os pesquisadores esperam que essas observações possam  nos ajudar a entender melhor como são controlados comportamentos complexos em seres humanos como apendizado, stress, doenças de humor que involvem interações entre o ambiente e a expressão dos genes. Demonstrar – por enquanto em abelhas –  que é possível atuar em padrões comportamentais e alterar a expressão dos genes deve soar como uma música para meus colegas psicanalistas.
Por Mayana Zatz
http://veja.abril.com.br/blog/genetica/sem-categoria/ambiente-pode-atuar-na-mudanca-de-comportamento-e-expressao-dos-genes/

Arqueólogos encontram a mais antiga oficina para trabalhos em marfim


Arqueologia

Foram encontradas, no estado da Alta Saxônia, na Alemanha, peças de material entalhado em marfim de mamute em sítio que data de 35.000 anos

arqueologia marfim mamute
É a primeira vez que surgem indícios de uma oficina primitiva para trabalhar o marfim, segundo a equipe do Landesamt für Denkmalpflege und Archäologie (Cornelia MOORS)
As últimas escavações no sítio arqueológico de Breitenbach, no estado alemão da Alta Saxônia, encontraram o que pode ser a mais antiga oficina para trabalhos em marfim. Uma equipe de arqueólogos identificou peças entalhadas de marfim de mamute, como uma lança. O grupo encontrou também algumas peças inacabadas, como uma vara decorada e um objeto que, pelo entalhe, teria finalidades artísticas. O sítio tem 35.000 anos.  

Saiba mais

PALEOLÍTICO SUPERIORO Paleolítico Superior começou há cerca de 40.000 anos na Europa. Datam do período instrumentos rudimentares, como anzóis e machados de mão. Os materiais mais utilizados para confeccionar objetos eram ossos, pedras e madeira. Aparecem também os primeiros animais domesticados.
Os arqueólogos concluíram que o material achado mostra a existência de locais específicos para a confeccção de objetos, no caso com marfim.
Participam da escavação, que começou nos primeiros dias de agosto e segue até 30 de setembro, especialistas de duas instituições alemãs: do Römisch-Germanisches Zentralmuseum (RGZM) (Museu Central Romano-germânico) e do Landesamt für Denkmalpflege and Archäologie (Escritório Estatal para Proteção do Patrimônio e Arqueologia). Os coordenadores do trabalho, Olaf Jöris e Tim Matthis, afirmaram em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira que o marfim provavelmente era obtido de carcaças de animais que tinham morrido no local ou por causas naturais ou caçados por neandertais (Homo neanderthalensis). Os neandertais foram extintos apenas alguns milhares de anos antes de a localidade ser ocupada por humanos modernos, disseram Jöris e Matthis. É bom lembrar, no entanto, que o os materiais foram confeccionados por humanos 'modernos' (Homo sapiens).
Oficina primitiva — Embora outras expedições já tenham recuperado, na Rússia e na própria Alemanha, objetos pré-históricos feitos de marfim, é a primeira vez que arqueólogos se deparam com indícios de uma oficina primitiva para trabalhar o material, de acordo com a equipe do Landesamt für Denkmalpflege und Archäologie.
A distância entre os objetos encontrados permite estudar como os assentamentos humanos se organizavam e ocupavam um determinado espaço.  Os trabalhos, de acordo com as instituições, trazem indícios sobre como era a atividade das pessoas no início do Paleolítico Superior, especialmente em relação a organização espacial e, consequentemente, a vida cotidiana entre 34.000 e 40.000 anos atrás. Tal comportamento constituiu a base do modo como nos organizamos hoje.
Sítio antigo — O sítio de Breitencach foi explorado pela primeira vez na década de 1920 e possui um dos mais ricos conjuntos arqueológicos da Europa. Uma das características do local é que as escavações ocorrem a céu aberto, e não em cavernas. O uso de um mesmo espaço por repetidas vezes, como era comum entre as populações humanas que habitavam as cavernas, tende a apagar vestígios deixados pelos habitantes anteriores.
A área do assentamento que ali existiu pode variar de 6.000 a 20.000 metros quadrados, sendo que as campanhas mais recentes vasculham um espaço de apenas 70 metros quadrados. A grande extensão de Breitenbach é uma das razões pelas quais os arqueólogos acreditam que ainda há outros objetos que remetam à atividade humana no Paleolítico Superior que podem vir a ser encontrados no futuro. 

Vitamina B pode melhorar stress relacionado ao trabalho


Alimentação

Segundo estudo, ingerir maior quantidade da vitamina reduz o problema em até 20%

O fato de que o estresse pode exacerbar o eczema atópico é muito bem aceito
Estresse no trabalho: segundo estudo, consumir mais viamina B pode ajudar a diminuir o problema (ThinkStock)
Consumir mais vitamina B pode reduzir em até 20% os níveis de stress relacionado ao trabalho, de acordo com um estudo feito na Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austrália, e publicado na última edição do periódico Human Psychopharmacology. A pesquisa avaliou 60 voluntários em relação a fatores como personalidade, demanda de trabalho, estado de espírito, ansiedade e tensão. Para um grupo, foram dadas altas doses de vitamina B, enquanto um outro recebeu placebo. Os participantes voltaram ser avaliados após 30 e 90 dias.  “Ao fim desse período de três meses, aqueles que receberam vitamina B demonstraram níveis de stress relacionados ao trabalho 20% menores do que apresentaram no início da pesquisa”, diz o professor e coordenador do estudo, Con Stough. “Por outro lado, aqueles que receberam placebo não evidenciaram mudanças significantivas”.

Saiba mais

VITAMINA B
É um complexo que abrange várias vitaminas, entre elas a B1, B2 e B12. De uma maneira geral, essas vitaminas ajudam a evitar anemia e também na manutenção do sistema nervoso. Podem ser encontradas principalmente em gordura animal, no leite e em alguns grãos. Por isso, é comum que vegetarianos tenham deficiência em relação a esse nutriente. A recomendação diária da vitamina B12, por exemplo, é de 2,4 miligramas, que pode ser encontrada em 150 gramas de carne vermelha ou em dois ovos.
Segundo Stough, essa foi a primeira vez que um estudo do tipo foi feito. Os resultados, para o professor, não foram tão surpreendentes pelo fato de que já era conhecida a importância geral da vitamina B na função cognitiva do homem. “A vitamina B, que é encontrada em todos os alimentos não processados, como carne, feijão e cereais integrais, é essencial para a síntese de neurotransmissores responsáveis pelo bem estar psicológico”, explica Stough. “Qualquer coisa que pudermos fazer para reduzir o stress de trabalho é uma boa coisa, pois isso pode significar a diminuição de problemas cardiovasculares, depressão e ansiedade”.
Embora o estudo tenha apresentado resultados animadores, os pesquisadores acreditam que mais pesquisas são necessárias para comprovar os benefícios da vitamina B. “O ideal é que fizéssemos um estudo com um maior número de participantes e por um tempo maior, durante dois ou três anos”, diz Stough.

Stress no trabalho aumenta em até 70% risco de problemas cardiovasculares em mulheres


Saúde cardiovascular

Pesquisa feita em Harvard mostrou que empregos que exigem muitas tarefas em pouco tempo elevam chances de mortes por doenças do coração

O fato de que o estresse pode exacerbar o eczema atópico é muito bem aceito
Stress no trabalho é risco a longo prazo para saúde cardíaca da mulher, diz estudo (ThinkStock)
Mulheres que trabalham em ambientes muito estressantes, em comparação com quem sofre menos stress no emprego, têm um risco maior de passarem por uma cirurgia cardíaca, de sofrerem algum evento cardiovascular, como um infarto ou um derrame cerebral, ou então de morrerem em decorrência de um problema como esse. Essa é a conclusão de um estudo feito no Hospital Brigham and Women, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, publicada nesta quarta-feira no periódico PLoS One, porém, a insegurança em relação ao emprego não afeta essas chances.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Job Strain, Job Insecurity, and Incident Cardiovascular Disease in the Women’s Health Study: Results from a 10-Year Prospective Study

Onde foi divulgada: revista PLoS One

Quem fez: Natalie Slopen, Robert Glynn, Julie Buring, Tené T. Lewis, David Williams e Michelle Albert

Instituição: Hospital Brigham and Women da Universidade de Harvard, Estados Unidos

Dados de amostragem: 22.086 mulheres com idade média de 57 anos

Resultado: Trabalhos estressantes e altamente tensos aumentam em 40% chances de evento cardiovascular, morte por um problema desses e cirurgia cardíaca e em 70% risco de infarto não fatal
Os pesquisadores consideraram um trabalho muito estressante como aquele cujas tarefas demandam muito das mulheres — ou seja, as fazem produzir o tempo todo com prazos difíceis de serem cumpridos e as deixam sempre em estado de tensão. Segundo os resultados, em relação a mulheres cujo emprego era menos estressante, aquelas que sofriam mais stress no trabalho tiveram um risco 40% maior de terem qualquer problema decorrente de uma doença cardiovascular (ataque cardíaco, AVC, cirurgia ou morte) e aproximadamente 70% mais chances de sofrerem um infarto não fatal.
Essas conclusões foram baseadas em 10 anos de pesquisa feita com 22.086 mulheres que tinham, em média, 57 anos quando o estudo começou. Durante esse período, foram registrados 170 ataques cardíacos, 163 casos de acidente vascular cerebral (AVC) e 52 mortes por doença cardiovascular. Ao calcularem a relação entre stress no trabalho e esses eventos cardíacos, os pesquisadores também levaram em consideração outros fatores de risco, como idade, estilo de vida e hábitos alimentares.



“Empregos altamente estressantes e que provocam tensão entre os trabalhadores são uma forma de stress psicológico e surtem efeitos adversos à saúde cardiovascular a mulher a longo prazo. Nossos resultados sugerem a necessidade de cuidados especiais de saúde a pessoas que sofrem maior tensão no trabalho e que, portanto, podem ter um maior risco de eventos cardiovasculares”, diz a coordenadora da pesquisa, Michelle Albert.

Stress no trabalho dobra o risco de diabetes em mulheres


Saúde da mulher

Ocupar cargos de baixa hierarquia também está associado à doença, que se favorece com mudanças na alimentação e distúrbios hormonais e imunológicos

Insônia afeta produtividade do trabalhador americano e custa 252,7 dias de trabalho ao país
Trabalho: ambientes estressantes elevam risco de diabetes (ThinkStock)
Mulheres que sofrem stress em seu local de trabalho e que ocupam cargos de baixa hierarquia correm um risco duas vezes maior de desenvolver diabetes do que as que não sofrem pressão profissional, segundo um estudo publicado esta semana no periódico Occupational Medicine. De acordo com Peter Smith, um dos autores do da pesquisa, as mulheres, diferente dos homens, costumam reagir ao stress comendo mais produtos com açúcar e gordura, o que eleva o risco da doença.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The psychosocial work environment and incident diabetes in Ontario, Canada

Onde foi divulgada: periódico Occupational Medicine

Quem fez: Peter Smith e Richard Glaizer

Instituição: Instituto de Pesquisas sobre Trabalho e Saúde e Instituto de Ciência Clínica Avaliativa, Canadá

Dados de amostragem: 7.443 pessoas em atividade

Resultado: Mulheres que sofrem stress no trabalho têm o dobro de chances de terem diabetes do que as outras. Isso se deve a mudanças na alimentação (elas comem mais gorduras e açúcar), no estilo de vida (mais sedentário) e em mudanças hormonais e imunológicas 
O estudo, feito no Instituto de Pesquisas sobre Trabalho e Saúde (IWH, na sigla em inglês) e no Instituto de Ciência Clínica Avaliativa (ICES, na sigla em inglês), ambos no Canadá, mostrou uma relação entre o grau de autonomia no trabalho e a incidência de diabetes na população feminina, como destacaram os autores no artigo. Ao todo, foram acompanhadas 7.443 pessoas em atividade durante nove anos. Os cientistas descobriram que a proporção de casos de diabetes devido ao stress profissional entre as mulheres foi de 19%. Esta cifra é superior às relacionadas com o tabagismo, a bebida, a atividade física ou o nível de consumo de frutas e verduras, mas menor que o risco representado pela obesidade.
Segundo os pesquisadores, outros motivos além da alimentação inadequada e do pouco gasto calórico explicam essa relação entre stress no trabalho e diabetes. 







Eles explicam que a doença se favorece por perturbações geradas no sistema neuroendocrinológico e no sistema imunológico, que provocam maior produção de hormônios como o cortisol e a adrenalina. A pesquisa não identificou, no entanto, a mesma relação entre os homens. De acordo com Smith, eles reagem de forma diferente ao stresse tanto no plano hormonal quanto nos hábitos de consumo.

Stress no trabalho é risco crescente para a saúde pública


Mente

Cerca de 26% dos profissionais que trabalham em ambientes altamente estressantes acabam buscando ajuda médica

Altos índices de stress no emprego levam trabalhadores a procurar ajuda médica para tratar problemas físicos, emocionais e mentais
Altos índices de stress no emprego levam trabalhadores a procurar ajuda médica para tratar problemas físicos, emocionais e mentais (Thinkstock)
O stress no ambiente de trabalho tem feito com que cada vez mais profissionais recorram à ajuda médica - e essa já vem se tornando uma questão de saúde pública. É o que mostra um estudo de economistas da  Universidade de Concordia, no Canadá, publicado no periódico BMC Public Health. Segundo dados do estudo, 26% das pessoas que trabalham em ambientes altamentes estressantes já passou por consultas por problemas fisiológicos, mentais ou emocionais.
Para chegar às conclusões, os economistas analisaram dados da Pesquisa Nacional de Saúde da População Canadense (NPHS, sigla em inglês). Todos os participantes tinham entre 18 e 65 anos – maior parte da força de trabalho do país. O estudo incluía estatísticas como número de consultas, doenças crônicas, estado civil, renda, tabagismo e consumo de álcool.
“Existem evidências médicas de que o stress pode afetar adversamente o sistema imunológico, aumentando assim o risco de doenças”, diz Mesbah Sharaf, coautor do estudo. Segundo o pesquisador, diversos estudos já têm relacionado o stress a dores nas costas, câncer colo-retal, doenças infecciosas, problemas cardíacos, dores de cabeça e diabetes. “O stress no trabalho pode também aumentar os comportamentos de risco, tais como tabagismo, abuso de drogas e álcool, e desencorajar hábitos saudáveis, como atividade física e a alimentação balanceada.”, completa.
Custo do stress no trabalho – Estudos anteriores descobriram que o envelhecimento da população e a prescrição de drogas aumentam o preço dos cuidados com a saúde. Poucos estudos, no entanto, relacionaram os índices de stress do lugar de trabalho com os custos de saúde. “Os gastos com saúde no Canadá, como uma porcentagem do PIB, aumentou de 7% em 1980 para 10,1% em 2007”, informa Sunday Azagba, responsável pelo estudo..
Nos EUA, pesquisas recentes descobriram que 70% dos trabalhadores consideram seu local de trabalho como uma fonte significativa de stress, enquanto 51% relatam que o stress no trabalho reduz sua produtividade. “Estima-se que a utilização de cuidados com a saúde induzido pelo stress custa às empresas americanas 68 bilhões de dólares por ano e reduz seu lucro em 10%”, diz Sharaf.
As despesas totais em saúde nos EUA somam cerca de 2,5 trilhões de dólares, ou 8.047 dólares por pessoa. “Isso representa 17,3% do PIB de 2009 – um aumento de 9% em relação a 1980”, diz Azagba.
Menos stress – Os economistas alertam que reduzir o stress no ambiente de trabalho pode ajudar a reduzir o crescente gasto com saúde e fortalecer a moral dos funcionários. “Gerenciar o stress no trabalho também pode estimular outras vantagens econômicas, tais como aumento de produtividade entre os trabalhadores, além de reduzir o absenteísmo e diminuir a rotatividade de funcionários", diz Azagba.

Chefes sofrem menos stress que subordinados, aponta pesquisa com militares


Saúde mental

Para autores, há duas formas de interpretar o resultado: ou os cargos de chefia proporcionam menos stress, ou pessoas que sabem controlar as emoções são mais propensas a se tornar líderes

Stress: estar 'no topo' pode não ser tão bom quanto se imagina
Stress: Para estudo americano, cargos de liderança são menos estressantes (iStockphoto/ThinkStock)
Uma pesquisa americana realizada com militares chegou à conclusão de que, no ambiente de trabalho, são os subordinados, e não os chefes, que apresentam os maiores níveis de stress. Segundo o estudo, desenvolvido por uma equipe formada por especialistas das universidades Stanford e de Harvard, ambas nos Estados Unidos, isso ocorre, entre outros motivos, porque os indivíduos que ocupam os cargos de liderança em uma empresa se sentem mais confortáveis no trabalho e controlam melhor suas emoções do que outros profissionais.
Os resultados foram publicados nesta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). A pesquisa usou como base um grupo de militares oficiais que participaram de um programa de liderança executiva em Harvard. Foram medidos os níveis de cortisol — hormônio relacionado ao stress — de cada um, bem como analisados os relatos dos voluntários sobre episódios de ansiedade. De acordo os resultados, quanto maior o cargo ocupado pelo voluntário, menor os nível tanto do hormônio como de ansiedade.
Controle emocional — No artigo, os autores afirmam que, de maneira geral, o controle é uma das principais características que um profissional que ocupa um cargo de liderança precisa apresentar. Ou seja, para o pesquisador, saber controlar as emoções e mostrar tranquilidade, além de garantir um bom desempenho no trabalho, reduz os níveis de stress. Por isso, há duas formas de interpretar os resultados do estudo: os cargos ocupados pelos chefes proporcionam menos situações de stress ou, então, pessoas que sabem controlar suas emoções são mais propensas a se tornar líderes.
As conclusões desse estudo vão ao encontro de outros trabalhos que verificaram a relação entre stress e trabalho. Uma pesquisa britânica, por exemplo, concluiu que, quanto maior o cargo ocupado por profissionais do serviço público da Grã-Bretanha, menores as taxas de mortalidade. 

Mona Lisa: um mistério a menos. A razão do sorriso.



Mais de  sete milhões de pessoas formam, a cada ano, filas em torno da Pirâmide do Louvre, o acesso ao maior museu do mundo. Oito em cada dez visitantes enfrentam a espera atraídos, sobretudo, por uma florentina de 25 anos, magistralmente pintada num ícone renascentista do século XVI – a Mona Lisa. Muitos percebem na linha formada pelos lábios de Lisa Gherardini uma expressão enigmática, que há cinco séculos engendra uma mesma pergunta: qual o mistério por trás desse sorriso? O Centro de Pesquisa e Restauração dos Museus da França (C2RMF), com a ajuda do Conselho Nacional de Pesquisas do Canadá (NRC), acha que matou a charada. Depois de submeterem o quadro a uma formidável bateria de exames, na semana passada os pesquisadores revelaram que, em 1503, quando a mulher do comerciante de seda Francesco del Giocondo se sentou diante de Leonardo da Vinci, ela acabara de dar à luz o segundo filho. O quadro celebraria o nascimento do menino Andrea, dois anos depois de Lisa ter perdido a filha Camilla num parto malsucedido. A serenidade da Gioconda traduziria, assim, o sentimento de plenitude maternal.
No outono europeu de 2004, o quadro de 79,4 por 53,4 centímetros foi levado para os porões do Louvre, onde, durante 72 horas, esteve sob os cuidados de grupos alternados de quatro pesquisadores e foi fotografado sob luz rasante, raios X, infravermelhos e ultravioleta. Os sensores a laser de um scanner tridimensional canadense, utilizado nas sondas espaciais para mapear a superfície dos planetas, fizeram varreduras na frente e no verso do quadro. O equipamento é capaz de registrar detalhes em linhas de 0,01 milímetro de espessura – oito vezes mais finas que um fio de cabelo. “As radiografias antigas evidenciavam apenas a ossatura do quadro”, compara Michel Menu, chefe do departamento de pesquisa do C2RMF. “Mas sua epiderme está impregnada pela sujeira de cinco séculos, o que obstrui a visão total a olho nu. As novas análises revelaram detalhes nunca vistos antes”, completou Menu em entrevista ao Blog de Paris. Um desses detalhes é um sexto dedo na mão direita da Gioconda. Leonardo pintou o indicador, inicialmente, numa posição de tensão, como se a modelo estivesse prestes a se levantar. Num segundo momento, o pintor fez a única correção da obra-prima, relaxando sua mão.
Cada vez mais os historiadores da arte se valem da tecnologia como ferramenta de trabalho. Programas de computador capazes de analisar o padrão e a intensidade das pinceladas ajudam a verificar a autenticidade de obras de Van Gogh. A análise microscópica da célebre Moça com Brinco de Pérola, de Johannes Vermeer, levantou uma questão que põe em xeque o próprio título com que a pintura passou à história: o fragmento de tinta branca que reproduz o brilho característico de uma pérola parece ser muito posterior. O brinco original talvez fosse então de prata ou de vidro. Às vezes, o imageamento avançado revela obras que nem se supunha existirem – caso de um auto-retrato de Rembrandt que se encontrava encoberto por uma pintura de um autor medíocre e que desde seu restauro, em 2003, está em exposição em Amsterdã. A análise da Gioconda não trouxe à tona novidades de tal calibre. Mas, uma vez que se trata do quadro mais reproduzido da história, qualquer partícula de conhecimento que se acrescente a ele é útil, e de interesse geral.
Do ponto de vista físico, a Mona Lisa é uma tábua de álamo ligeiramente empenada e coberta por um mosaico de milhões de rachaduras de tinta e verniz ressecados – as “rugas”, curiosamente, são mais numerosas no rosto e no colo da Gioconda. Até os novos exames, acreditava-se que ela estava prestes a se desmanchar. Engano. Os pesquisadores confirmam a fragilidade da obra, mas afirmam que o temor de uma deterioração acelerada é exagerado. A matéria pictural está muito bem colada ao suporte, e a fenda de 11 centímetros na madeira acima da cabeça da Mona Lisa não se moveu desde sua restauração. As maiores ameaças são a umidade e as mudanças de temperatura, razões pelas quais uma verdadeira UTI posicionada atrás do quadro o monitora continuamente na novíssima Salle de la Joconde.
A Gioconda guardava ainda outras surpresas. Bruno Mottin, conservador do patrimônio do C2RMF, disse ter sentido um frio na barriga ao examinar a imagem em infravermelho do decote da Mona Lisa. Ele descobriu um tecido finíssimo entre um motivo solto do bordado e o vestido escuro de Lisa Gherardini – um véu que era a vestimenta típica das aristocratas toscanas durante a gestação e nos meses seguintes ao parto. “A descoberta nos permitiu datar o início da obra em torno do ano 1503 e também confirmar a condição social da Gioconda”, diz Mottin. O véu joga por terra a conjectura de alguns historiadores de que a Mona Lisa seria uma mulher “liberada”, já que na época os cabelos soltos eram mais comuns entre prostitutas do que entre mães de família. Há um segredo, porém, que exame nenhum conseguiu arrancar da Gioconda – o das técnicas imperceptíveis e dons intangíveis que Leonardo aplicou na criação da pintura mais famosa do mundo.

Por Antonio Ribeiro

Museu do Prado anuncia descoberta de cópia da Monalisa(VEJA)


Artes plásticas

Museu do Prado anuncia descoberta de cópia da Monalisa, na Espanha
Museu do Prado anuncia descoberta de cópia da Monalisa, na Espanha ( Jean-Pierre Muller e Javier Soriano/AFP)
O museu espanhol do Prado anunciou nesta quarta a descoberta de uma cópia da Monalisa, de Leonardo da Vinci, em seus depósitos. O museu apresentou fotografias da tela, que esteve abandonada por décadas em um sótão, depois de sua restauração. 
A pintura, feita em paralelo à original, retrata a mesma mulher pintada por Da Vinci, mais jovem e com o rosto mais fresco, mas com a mesma pose e o mesmo sorriso enigmático. A versão restaurada mostra no fundo uma paisagem de colinas e rios que muito se parece com a pintura original, atualmente no Museu do Louvre, em Paris. Quando encontrada, porém, a tela tinha o fundo completamente preto, coberto por várias camadas de tinta preta, que foram removidas cuidadosamente por especialistas.
De acordo com um relatório sobre os detalhes descobertos pelos especialistas, publicado na revista britânica The Art Newspaper, o trabalho é uma cópia da pintura de Da Vinci realizado por algum de seus alunos. A publicação acrescentou que o achado ajudará a entender como a obra-prima de Leonardo foi pintada, e que a meia-idade atribuída à mulher da tela original pode ser resultado da ação do verniz sobre o quadro. "Esta descoberta sensacional vai transformar a nossa compreensão da mais famosa pintura do mundo", apontou a publicação. 
O museu confirmou as informações da revista e se comprometeu a oferecer detalhes em breve.
(Com agência France-Presse)

'Mona Lisa' jovem foi pintada por Da Vinci, diz fundação(VEJA)


Artes plásticas

Obra será apresentada nesta quinta-feira. Quadro mostra a modelo de Leonardo da Vinci dez anos mais jovem

Versão mais jovem de 'Monalisa' é apresentada pela Fundação Mona Lisa, na Suíça
Versão mais jovem de Monalisa é apresentada pela Fundação Mona Lisa, na Suíça (Denis Balisouse/Reuters)
Uma versão da Mona Lisa mais jovem, atribuída também a Leonardo da Vinci, será apresentada em Genebra na quinta-feira. A Fundação Mona Lisa, com sede na Suíça, que organiza o evento, informou nesta quarta-feira que uma pesquisa realizada ao longo de três décadas indica que a obra é um retrato anterior feito pelo gênio italiano. Parte da crítica, porém, se mostra cética em relação à autoria do quadro - que nada tem a ver com a versão supostamente pintada por um discípulo de Da Vinci, encontrada recentemente pelo Museu do Prado, na Espanha. 

A Mona Lisa jovem não é exatamente uma novidade: foi descoberta em 1913 pelo colecionador Hugh Blaker. "Investigamos a pintura por todos os ângulos relevantes. Toda a informação acumulada indica que ela é uma versão anterior da Gioconda que está no Louvre", disse Stanley Feldman, historiador de arte e membro da fundação. O retrato a ser apresentado aos especialistas e à imprensa em Genebra mostra uma mulher com 20 e poucos anos - não com cerca de 30, como na pintura do Louvre - na mesma pose da obra-prima de Da Vinci.
Entre os especialistas que apoiam, ainda que com cautela, a tese das "duas versões" -- que, se confirmada, será uma grande sensação no mundo da arte -- estão o crítico italiano Alessandro Vezzosi, integrante da fundação, e historiador italiano Carlo Pedretti, da Universidade da Califórnia. Já o professor Martin Kemp, de Oxford, afirmou ao jornal The Guardian que considera pouco provável que o autor da pintura seja Da Vinci. Ele destaca que a pintura suíça foi feita sobre tela e não sobre madeira, o meio preferido do mestre italiano.
Mona Lisa é também chamada de La Gioconda ou La Joconde, em homenagem à Lisa Gherardini, mulher do nobre italiano Francesco Del Giacondo. Foi Del Giacondo, no século XVI, que encomendou a Da Vinci um retrato dela. O pintor, porém, nunca entregou a obra.

Cabeçada de Zidane em Materazzi vira estátua em Paris(VEJA)


Gente

Estátua representando o ex-jogador Zinedine Zidane dando uma cabeçada no zagueiro italiano Marco Materazzi durante a final da Copa do Mundo de 2006, feita pelo artista argelino Adel Abdessemed, vista em frente ao Museu de Arte Moderna em Paris
A cabeçada de Zidane, na obra do artista argelino Adel Abdessemed (Christian Hartmann/Reuters)
A cabeçada que o francês Zinedine Zidane, 40 anos, deu no italiano Marco Materazzi, na final da Copa da Alemanha, em 2006, está retratada numa estátua de 5 metros exposta em frente ao museu de arte moderna Centro Pompidou, em Paris. Naquele jogo, em que a Itália foi campeã nos pênaltis (5 a 3), após empate em 1 a 1, Zidane foi expulso e ali encerrou sua carreira. Zidane atingiu Materazzi com uma cabeçada no peito aos cinco minutos do segundo tempo da prorrogação. O italiano foi ao chão e Zidane foi expulso pelo árbitro argentino Horácio Elizondo.
Após o incidente, Zidane pediu desculpas ao público, mas explicou que sua ação foi uma resposta ao insultos que recebeu de Materazzi.
Zidane foi decisivo para a conquista do título da Copa do Mundo de 1998 e foi eleito o melhor do mundo três vezes, além de ter vencido uma Liga dos Campeões pelo Real Madrid e uma Eurocopa pela França.

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