segunda-feira 01 2013

Plebiscito a meio bilhão de reais: consulta pedida por Dilma será mais cara que Eleições 2012

Valor também é o dobro do que foi gasto em 2005 com o referendo do desarmamento
Meio bilhão de reais é o valor estimado pela Justiça Eleitoral para a realização do plebiscito que foi solicitado pela presidente Dilma Rousseff para iniciar a reforma política no Brasil. A consulta será realizada às pressas com a intenção de diminuir o custo político das manifestações que se espalharam por centenas de cidades nas últimas semanas registrando a insatisfação popular com os rumos dos governos.
Normalmente uma consulta popular custa quase o mesmo do que uma eleição, mas esta deverá ser cerca de 25% mais cara do que o pleito de 2012, quando foram gastos R$ 395 milhões para a escolha de prefeitos e vereadores em mais de 5.565 municípios. A preocupação com segurança será um dos motivos que vão deixar a conta tão alta, além da inflação. O governo não quer mais desgaste após as cenas de violência registradas em diversos protestos de rua. Um efetivo das Forças Armadas [Exército, Marinha e Aeronáutica] deverá ser escalado para tentar manter a ordem.
A pressa para realizá-lo também vai custar caro ao contribuinte. De acordo com a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carmen Lúcia Antunes Rocha, um bom planejamento é decisivo para reduzir o custo do pleito. Se confirmado que custo final do plebiscito ficará em R$ 500 milhões, o valor será o dobro do que foi gasto em 2005 com o referendo do desarmamento. Na ocasião, foram consumidos R$ 252 milhões. O dinheiro será destinado à organização da consulta, que inclui desde a campanha de esclarecimento da população até o transporte e resgate das urnas e a contagem digital dos votos. Entenda o que são: constituinte, plebiscito e reforma política aqui. As diferenças entre Plebiscito e Referendo aqui
http://www.anonymousbr4sil.net/2013/06/plebiscito-meio-bilhao-de-reais.html#.UdJBlPk4vK1

‘Dilma Bolada’ tira proveito de crise e perfil cresce nas redes


Durante os protestos ocorridos no País, as contas da personagem no Twitter e no Facebook registraram maior crescimento desde sua criação, em 2010

José Roberto Castro - Agência Estado
São Paulo - Enquanto a presidente Dilma Rousseff está tendo de lidar com a queda brusca nos índices de aprovação de sua popularidade, a homônima Dilma Bolada, sátira bem humorada da 'presidente mandona' que faz sucesso nas redes sociais, vive dias bem mais tranquilos. O pai da personagem, como o próprio Jeferson Monteiro se define, conta em entrevista exclusiva ao Broadcast Político que foi justamente neste momento de crise que a personagem contabilizou o seu maior crescimento, desde a criação, em 2010. O estudante de publicidade é um admirador da presidente Dilma, apesar de nunca ter sido filiado a um partido político, e afirma que a história do perfil começou justamente por isso.
Página da Dilma Bolada no Facebook tem 425 mil fãs - Reprodução
Reprodução
Página da Dilma Bolada no Facebook tem 425 mil fãs
Foram cerca de 64 mil novos fãs no Facebook entre os dias 15 e 27 de junho. A média de 5.300 novas curtidas por dia representa um aumento de 350% na comparação com os números das semanas anteriores. "Pode-se dizer que este é um case bem sucedido de gerenciamento de crise nas redes sociais, pois foi o maior período de crescimento da página até hoje", diz Jeferson, lembrando que sua sátira, com 425 mil fãs, é mais popular que qualquer outra página de político no Facebook no Brasil. No Twitter são 133 mil seguidores do @diImabr, 18 mil deles chagaram na segunda quinzena de junho.
A mudança de postura da "Bolada" começou junto com os dias difíceis da presidente, no momento em que ela foi vaiada em Brasília na abertura da Copa das Confederações. "Ali já começava um momento muito delicado, a imagem da Dilma já sofria algum impacto. Até então era um personagem inspirado em uma presidente que já teve quase 80% de aprovação", diz seu criador. Ele conta que tinha três opções: "ou eu deixava a personagem calada, ou assumia uma posição de oposição ao governo - postura que não tenho particularmente -, ou eu agia ao lado dos manifestantes e sem ser contra a presidente, sendo o mais imparcial possível". Ele escolheu a última.
Seguindo esta linha, Jeferson denunciou na página abusos policiais e deu um tom mais sóbrio à sua personagem, diminuindo, inclusive o uso de hashtags, marca da personagem. "Aquela auto-exaltação dela ficou de lado. Se eu posto 'sou diva, sou isso e aquilo' poderia causar raiva". Com o aumento no fluxo de informações nas redes sociais durante o período de manifestações, ele optou por postagens mais curtas porque "as pessoas não paravam para ler".
Mesmo certo de que adotou a melhor postura, Jeferson não escapou das críticas. "Está evidente que deixou de ser um olhar debochado de nosso sistema político e passou a ser um amor platônico pela presidenta. Valeu. Até nunca mais", disse uma ex-seguidora. Entre os dias 14 e 24 de junho, no auge das manifestações, 7413 pessoas deixaram de seguir a página. Em contrapartida, desde os anúncios dos pactos, ele conta que voltaram os comentários com elogios, as pessoas chamando de 'Rainha da Nação', coisa que diminuiu muito durante a crise".
Perguntado sobre a repercussão do recuo do governo na questão da Constituinte exclusiva, Jeferson diz que a maioria dos fãs da página não se importou com isso. "O que falou mais alto foi o plebiscito e a reforma política."
Protestos. Mesmo sendo admirador confesso da presidente Dilma, Jeferson, que tem 23 anos, se diz a favor das manifestações por melhorias em nosso País e afirma que também chegou a ir às ruas. "Até fui em uma (marcha), mas achei tudo muito confuso". Mesmo assim, faz uma avaliação positiva do governo da presidente, pois acredita que ela não tem culpa de todos os problemas que o País enfrenta. "No dia do pronunciamento em cadeia nacional eu li uma frase que dizia. 'Quem achava que a Dilma Rousseff ia vir à TV e resolver tudo de uma vez só deve ser o mesmo que acredita que a Dilma Bolada é o perfil oficial da presidenta'. As pessoas tinham vontade de ver ela encarnar a Bolada ali, uma postura de socar a mesa e colocar ordem."
Apesar da admiração, Jeferson vê falhas na forma como a presidente Dilma Rousseff lidou com a crise, principalmente na comunicação com as pessoas. Através da Bolada, o estudante de publicidade identificou deficiências na forma Dilma Rousseff lidar com a crise, principalmente na comunicação. As pessoas, segundo ele, estão cansadas da linguagem técnica. "Na história dos médicos, por exemplo, faltou uma explicação mais simples, como a que foi dada pela Bolada", comenta o estudante, numa referência ao post que mostra que o Brasil criou mais vagas para médicos do que as universidades foram capazes de formar nos últimos anos. Jeferson conta que pensou muito antes de entrar na polêmica, mas ficou satisfeito ao ler comentários como "está melhor que (a Dilma) original" e "muito explicativo".

Revoltosos De Classe Média - Não Vale 20 Centavos - Arnaldo Jabor (12-06...




IRACEMA - ADONIRAN BARBOSA



Elis Regina & Adoniran Barbosa - Tiro ao álvaro



Mulher, Patrão e Cachaça- Adoniran Barbosa



Mulher, patrão e cachaça - Adoniran Barbosa e Osvaldo Molles
"Num barracão da favela do VERGUEIRO
Onde se guarda instrumento
Ali, nóis morava em três.
Eu, Violão da Silveira, seu criado,
Ela, Cuíca de Souza,
E o Cavaquinho de Oliveira Penteado
Quando o cavaco centrava e a cuíca soluçava
Eu entrava de baixaria
E a ximangada sambava, bebia, sacolejava
Dia e noite, noite e dia.
No barracão quando a gente batucava
Essa Cuíca marvada Chorava como ela só
Pois ela gostava demais do meu hit
E bem baixinho gemia
Gemia assim, como quem tem algum dodói
Tudo aquilo era pra mim, gemia e me olhava assim Como quem diz: Alô, my boy
E eu como bom Violão carregava no bordão
Caprichava o sol maior
Mas um dia, patrão, que horror
Foi o rádio que anunciou com o fundo musical
Dona Cuíca de Souza Com Cavaco de Oliveira Penteado se casou
Me deu uma coisa na claquete
Eu ia pegá o Cavaco e o Pandeiro me falou:
Não seja bobo não se escracha
Mulher, patrão e cachaça
Em qualquer canto se acha.
Não seja bobo não se escracha Mulher, patrão e cachaça
Em qualquer canto se acha."

Adoniran Barbosa - Abrigo de vagabundo (1958)




Que Disseram as Ruas? - SÉRGIO AMARAL


O ESTADO DE S. PAULO - 29/06
Nos Cadernos do Cárcere, Gramsci faz uma curiosa comparação: os fenômenos políticos são por vezes como as doenças de pele, podem aparecer de um dia para o outro, mas são o resultado de um longo processo de transformações orgânicas. As manifestações de rua estão de volta. Ocorreram nos EUA (Ocupe Wall Street), na Grécia e na Espanha (contra a política de austeridade), na França (contra o casamento gay) no Egito (sob a influência da Primavera Árabe) e em tantos outros países e pelas mais distintas razões. São a expressão de um processo mais amplo de enfraquecimento do Estado-nação sob o efeito pinça das pressões que vêm de cima -em decorrência da globalização dos fluxos econômicos - e das demandas que vêm de baixo -como resultado do fortalecimento da sociedade civil. A noção mesmo de Estado-nação sofre expressiva revisão, com considerável impacto sobre a fisionomia da democracia.

Em termos simplistas e até mesmo caricatos, o cidadão quer pagar menos impostos, mas exige mais e melhores serviços; não se contenta em ser representado, mas quer participar das decisões; e assume, mediante novas formas de organização da sociedade, um conjunto de atribuições que eram antes privativas do Estado. O terceiro setor vem desempenhando papel relevante na defesa de causas legítimas, como a igualdade entre homens e mulheres, a defesa do meio ambiente e a proteção dos direitos humanos, temas que se incorporaram à agenda dos países e dos foros internacionais.

Era difícil prever que as ruas das principais cidades brasileiras viessem a ser tomadas por manifestações espontâneas e tão numerosas. Entre nós, as passeatas anunciam a chegada da crise econômica ao cotidiano das pessoas e das empresas -o baixo crescimento, o endividamento, a inadimplência e a inflação. Mas expressam também o repúdio à corrupção e a revolta contra o desperdício. Basta ouvir o que os manifestantes gritam na rua e ler o que dizem seus cartazes para entender o que significam. É um desabafo,
ainda difuso, contra as privações do cotidiano e uma frustração crescente com um sistema político que não é capaz de dar curso às demandas da sociedade e transformar reclamos justificados em decisões acertadas.

À sua maneira, as passeatas explicitam a falta de legitimidade das instituições. Os sindicatos perderam boa parte da relevância que já tiveram. Os partidos políticos não se mostram capazes de representar e conciliar os interesses da sociedade. Os governos hesitam diante da rapidez e magnitude das transformações.

Essas manifestações são ainda, predominantemente, uma iniciativa da classe média. As camadas de renda mais baixa estiveram, pelo menos até agora, mais atentas ao processo de distribuição de renda e aos programas sociais que as beneficiem. Nesse sentido, as passeatas organizadas pelo Movimento Passe Livre (MPL) deixam uma indagação no ar, que está em saber como a mensagem das ruas foi ou será filtrada para os grupos de baixa renda.

Até agora o governo não logrou cumprir com promessas que já havia feito: o crescimento continua a derrapar, a inflação sobe, os investimentos na infraestrutura ainda não decolaram. Os agentes econômicos parecem ter perdido a confiança no País, não investem ou emigram. Saúde, educação, transportes e segurança continuam precários, enquanto os gastos para a Copa do Mundo são percebidos como injustificados ou abusivos se comparados com as reais necessidades da população. Em São Paulo, como noticiado pela imprensa, os usuários dos transportes aumentaram 16%, enquanto a frota de ônibus encolheu.

A representação parlamentar enredou-se no mensalão, emitiu sinais confusos no trato dos direitos humanos, mobilizou-se por causas equivocadas, como no caso da PEC 37, que visava a tolher o papel do Ministério Público nas investigações. O cidadão,hoje mais consciente e participativo, não se considera representado por aqueles em quem votou.

A mensagem das ruas é ainda difusa. Falta-lhe por vezes foco. Mas foram assim também as primeiras manifestações do Movimento Verde,que chegou a propor a paralisação do crescimento. Com o tempo as propostas amadureceram e se tornaram convincentes.

O MPL mostrou maturidade. Corretamente evitou ser confundido com arruaceiros e assaltantes. Quis deliberadamente afastar-se da companhia oportunista de partidos políticos. Percebeu claramente que sua força não está na violência ou na desordem, mas na conquista da opinião pública e na capacidade de colocar seus temas na agenda prioritária de partidos políticos e governantes.

As manifestações não vão desaparecer, tampouco perenizar-se. Poderão ser suspensas quando o objetivo for atingido, como ocorreu agora em relação ao preço das passagens. Ou amainar quando a resposta parecer convincente. Mas deverão voltar às ruas caso não melhore a qualidade das políticas públicas na área social ou persista a impunidade em casos notórios de corrupção. A esse respeito, uma eventual reversão na condenação dos réus do mensalão terá um efeito explosivo.

As passeatas não são um fato novo. Mas ganharam em capacidade de organização e de divulgação com o avanço das tecnologias da comunicação. Estão-se tornando mais frequentes e consequentes. Numa era de afirmação da democracia em escala mundial, em que golpes e revoluções têm espaço cada vez mais reduzido, os movimentos sociais e suas manifestações se afirmam como instrumento crucial para a transformação da sociedade.

Os gritos da rua são um sinal de alerta. Como bem assinala Manuel Castells, "o eco dos movimentos sociais é bem mais forte do que os próprios movimentos, assim como as suas consequências nas instituições e no mundo dos negócios".

Adoniran Barbosa - Saudosa maloca (1955)



Adoniran Barbosa - Samba do Arnesto



Ao menos 35 cidades têm protestos marcados para esta segunda-feira

Por Clarice Cudischevitch, estadao.com.br
Atos estão previstos em todas as regiões do País e incluem 14 capitais; entre os alvos das manifestações estão a corrupção e a reforma política



Ao menos 35 cidades têm protestos marcados para esta segunda-feira
"Palco de diversos atos nos últimos dias, Brasília tem novos protestos marcados para esta semana"
SÃO PAULO - Um total de 35 cidades em todo o Brasil, incluindo 14 capitais, têm manifestações marcadas para a tarde e a noite desta segunda-feira, 1. Em São Paulo, um protesto contra a corrupção e pela saída de Renan Calheiros da presidência do Senado partirá do Largo da Batata, em Pinheiros, às 17h. Mais de 25 mil pessoas estão confirmadas.
No Rio de Janeiro, está previsto um ato a favor da reforma política. O evento tem mais de 23 mil confirmações, também no Facebook, e sairá da Candelária, às 16h. Em Brasília, uma nova manifestação contra a corrupção, tem concentração às 16h no Museu Nacional da República.
Veja lista dos municípios com atos marcados para esta segunda-feira:
São Bernardo do Campo (SP)
Campinas (SP)
Santos (SP)
São José dos Campos (SP)
Guarujá (SP)
Araçatuba (SP)
Francisco Morato (SP)
Hortolândia (SP)
Itu (SP)
Sorocaba (SP)
Saquarema (RJ)
Volta Redonda (RJ)
Belo Horizonte (MG)
Uberaba (MG)
Caxambu (MG)
Goiânia (GO)
Vitória (ES)
Santa Maria (RS)
Porto Alegre (RS)
Foz do Iguaçu (PR)
Maringá (PR)
Florianópolis (SC)
Salvador (BA)
Fortaleza (CE)
São Luís (MA)
Teresina (PI)
Recife (PE)
Belém (PA)
Manaus (AM)
Macapá (AP)
Maceió (AL)
Criciúma (SC)
São Bento do Sul (SC)
Mossoró (RN)
Outros protestos na semana:
Em São Paulo, uma Assembleia Geral Popular, com o objetivo de definir as principais reivindicações da população, está marcada para esta terça-feira, 2, às 18h. O encontro será na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, no auditório Paulo Kobayashi.
Na quarta-feira, 3, às 10h, acontece um ato contra a desocupação do prédio Margarida Maria Alves, na Luz, onde vivem mais de 60 famílias desde janeiro deste ano. O grupo reivindica políticas públicas de habitação em massa e é contra o cheque-despejo e a alocação em albergues.
Em Campinas, um ato com reivindicações para o setor de transportes também está marcado para esta quarta-feira, 3, às 17h.
No Rio de Janeiro, haverá manifestação contra o arquivamento das investigações das empresas de ônibus, também na quarta-feira, 3, às 18h30, em frente ao Tribunal de Contas do Município (TCM).
Brasília também terá protesto na quarta-feira, 3, pela saída de Renan Calheiros da presidência do Senado.
Em Joinville, o ato reivindicando a tarifa zero no transporte público continua. Organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), o protesto na cidade catarinense está marcado para terça-feira, 2, às 18h30, na Praça da Bandeira.
Florianópolis também terá mais um ato pela redução da tarifa na quinta-feira, 4, às 16h, no Ticen.

Caminhoneiros vão aderir à onda de protestos

 Por VENILSON FERREIRA, estadao.com.br
Os caminhoneiros vão aderir à onda de protestos para pressionar o governo e o Congresso em busca de soluções para...



Os caminhoneiros vão aderir à onda de protestos para pressionar o governo e o Congresso em busca de soluções para as questões que afetam a categoria. A convocação partiu do Movimento União Brasil Caminhoneiro, que disse contar com "concordância unânime" do setor (motoristas de caminhão, cooperativas, transportadoras e outras empresas de serviços) de apoio imediato às manifestações populares.
A paralisação começa às 6 horas de segunda-feira, 1, e termina às 6 horas do dia 4. O movimento recomenda a todos caminhoneiros que não programem viagens para o período de paralisação, a fim de reduzir o número de veículos de carga nas rodovias e eliminar qualquer possibilidade de transtornos aos demais usuários.
Entre as propostas do Movimento União Brasil Caminhoneiro, estão subsídio ao preço do óleo diesel e isenção do pagamento de pedágio pela categoria em todas rodovias do País, "para baratear preços dos alimentos e produtos". Eles pedem a criação de uma secretaria do transporte rodoviário de cargas, vinculada, diretamente, à Presidência da República, nos mesmos moldes das atuais Secretarias dos Trabalhadores e das Micro e Pequenas Empresas.
A categoria também pedirá nas ruas a votação e sanção imediata do projeto em tramitação no Congresso que aprimora a Lei do Motorista. O movimento também cobra soluções para questões como o cartão-frete, exigência do Código Identificador da Operação de Transporte (CIOT) e concorrência desleal exercida por transportadores ilegais.

Rodovias de SP podem ficar bloqueadas até quinta

 Por Tiago Dantas, estadao.com.br
Caminhoneiros que iniciaram protesto nesta segunda querem negociar com o governo do Estado



Rodovias de SP podem ficar bloqueadas até quinta
"Fila de caminhões na Rodovia Castelo Branco, em Barueri, na manhã desta segunda-feira"
Atualizado às 16h20.
SÃO PAULO - O bloqueio das rodovias Castelo Branco, na região de Itapevi, Anchieta, em São Bernardo do Campo, ambas na Grande São Paulo, e Cônego Domênico Rangoni, em Cubatão, na Baixada Santista, iniciado nesta segunda-feira, 1, pode se prolongar até quinta-feira, 4. O protesto pode terminar antes, caso o governo aceite negociar com os caminhoneiros.
A categoria pede a suspensão da cobrança do eixo suspenso nas praças de pedágio, que passaria a valer nesta segunda, a redução do preço dos pedágios e do óleo diesel, além de mais segurança para os caminhoneiros na Região Metropolitana de São Paulo.
A cobrança do eixo suspenso foi uma das medidas anunciadas pelo governo do Estado na semana passada para viabilizar a suspensão do reajuste do pedágio. Prevista para esta segunda, a cobrança não começou, segundo a Artesp, agência responsável por fiscalizar as concessões de rodovias no Estado.
Em nota, a Artesp afirma que houve várias conversas com sindicatos a respeito da cobrança. "Há casos de reclamação, mas não representam a opinião da categoria", diz o texto. "A paralisação ocorrida hoje não é apoiada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região e nem pela União Nacional dos Caminhoneiros. A única entidade que contesta a medida é a Movimento União Brasil Caminhoneiro."
A Artesp destaca ainda que a cobrança já é feita nos pedágios das rodovias federais. "A adoção da medida beneficiará toda a população ao integrar o pacote de ações para zerar o reajuste. É importante destacar que o uso do eixo suspenso provoca efeitos na frenagem e estabilidade do caminhão, afeta a estabilidade do veículo, tornando-o mais suscetível ao tombamento, reduz sua capacidade de frenagem e leva à insegurança."
Facebook. A mobilização foi liderada por caminhoneiros autônomos que, desde a semana passada, estavam organizando as paralisações por meio do Facebook. Os protestos começaram às 5h40. Alguns motoristas já cogitam dormir dentro dos veículos caso a greve continue.
A Rodovia Castelo Branco tinha cerca de 8 km de congestionamento na pista sentido interior no início da tarde desta segunda-feira, 1. O trânsito seguia lento do km 22 ao 30, onde começa a fila de caminhões. A reportagem levou cerca de uma hora para percorrer uma distância de 3 km às 14h20.
Ao notar o congestionamento na região de Alphaville, alguns motoristas davam ré ou até seguiam no acostamento pela contramão para pegar o retorno. Os manifestantes liberaram o acostamento para carros de passeio, ônibus e ambulâncias. Os caminhões, porém, ficam parados. Uma faixa também está liberada na pista sentido capital.
Na Anchieta, o bloqueio acontece nos dois sentidos a partir do km 23. Segundo caminhoneiros, a fila de veículos parados chega a 10 km. Os manifestantes dizem que não são ligados a sindicatos e que a manifestação foi organizada no boca a boca.

Governador diz que não vê problema se reeleição for extinta

 Por estadao.com.br
Sei....
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ontem não ver "nenhum problema" na aprovação do fim da possibilidade...



O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ontem não ver "nenhum problema" na aprovação do fim da possibilidade de reeleição no Brasil, e se disse contrário ao aumento do atual tempo de quatro anos de mandato. Ele, contudo, opinou que a instituição da reeleição é recente em termos históricos, e avaliou que talvez ainda não haja tempo suficiente para avaliar seus benefícios.
Partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff sugerem que o tema seja um dos itens incluídos no plebiscito que o governo pretende fazer sobre a reforma política. Assim como a presidente Dilma Rousseff no plano federal, Alckmin também é provável candidato à reeleição ao governo do Estado em 2014.
"(No Brasil) Nós somos às vezes mudancistas. Tivemos quantas reeleições? No caso de eleição para presidente, só o Fernando Henrique e o Lula. Não sei se já deu tempo pra gente avaliar, maturar os prós e os contras", disse ontem durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes na qual anunciou o corte de gastos de custeio. "Essa é uma questão em aberto. Não vejo nenhum problema se aprovar o fim da reeleição. O que sou contra é querer aumentar mandato. Nas democracias modernas as consultas são mais periódicas. Não é bom ter mandato de seis, sete anos. Acho que deve ser de quatro anos".
Alckmin lembrou que muitas das reformas no sistema político-eleitoral podem ser feitas por legislação ordinária, como mudanças no horário eleitoral, e mudanças nos formatos de coligações partidárias. O governador disse também ser necessário "reduzir essa proliferação de partidos estimulados com dinheiro público na veia". "(Hoje) Criou partido, dinheiro público direto". criticou. / FERNANDO GALLO

Cai aprovação de Alckmin e Haddad depois de protestos, diz pesquisa

Por atualizada às 8h37, estadao.com.br
Datafolha mostra que avaliação positiva do governador de SP passou de 52% para 38% e do Prefeito, de 34% para 18%; no Rio, popularidade de Cabral e Paes também registrou queda



A avaliação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e do prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), também foram atingidas pelos protestos contra o aumento do preço da tarifa do transporte público. Segundo pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira, 1º, a popularidade do tucano caiu 14 pontos e do petista, 16 pontos.

No sábado, também de acordo com levantamento do Datafolha, a popularidade da presidente Dilma Rousseff passou de 57% para 30% nas últimas três semanas. A redução é a maior queda de aprovação de um presidente aferida pelo Datafolha desde Fernando Collor em 1990.
A comparação da avaliação do desempenho de Alckmin e Haddad foi feita entre 6 e 7 de junho, antes da intensificação dos protestos na capital, e 27 e 28 de junho, quando já havia sido anunciada a revogação do aumento das tarifas do metrô, CPTM e ônibus. No primeiro levantamento, 52% achavam o governo Alckmin ótimo ou bom e 31% achavam regular. Na semana passada, a avaliação positiva registrou 38% e a regular subiu para 40%. O índice daqueles que consideram ruim ou péssimo também aumentou de 15% para 20%.
A pesquisa foi realizada nos dias 27 e 28 de junho em 44 municípios e ouviu 1.723 pessoas. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Já em relação a Haddad, no início de junho, 34% o consideravam ótimo ou bom e 21%, ruim ou péssimo. Três semanas depois, a avaliação positiva caiu para 18% e a reprovação saltou para 40%. Aqueles que consideram regular oscilou de 37% para 35%. A pesquisa foi realizada nos dias 27 e 28 de junho e entrevistou 1.106 pessoas. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
No Rio. A onda de protestos também influenciou a aprovação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e do prefeito da cidade, Eduardo Paes (PMDB). A popularidade do governador passou de 55% para 25% e reprovação subiu de 12% para 36%, na comparação com a pesquisa anterior, feita em novembro de 2010. O levantamento foi realizado nos dias 27 e 28 de junho em 27 cidades e ouviu 1.108 pessoas. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Em relação a agosto de 2012, a avaliação positiva de Eduardo Paes caiu de 50% para 30%, e a reprovação aumentou de 12 para 33%. O instituto ouviu 605 pessoas entre os dias 27 e 28 de junho. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

Dilma Despenca


Dilma em chamas



BRASÍLIA - O Datafolha confirma para o leitor/eleitor o que oposições, Planalto e Lula já sabiam: a popularidade de Dilma esfarela e a reeleição vai para o beleléu. Uma queda de 27 pontos pode ser mortal.
Não foi por falta de aviso. Dilma entrou mal em 2013, autoconfiante com os recordes nas pesquisas, surda para o baixo crescimento com inflação alta, muda para os políticos e estridente com os auxiliares.
A popularidade já tinha despencado oito pontos antes mesmo das manifestações, pela falta de comando político e de rumo na economia. A explosão social fechou o cerco.
E não houve má vontade da mídia, tão demonizada no poder. Telejornais e jornais resistiram a admitir que a crise batia à porta da presidente, mesmo com o Planalto cercado na quinta-feira aguda. Não foi só o Exército que protegeu Dilma...
Mas o presidencialismo brasileiro é muito concentrador, e os louros e as culpas de tudo e qualquer coisa são sempre do (da) presidente. Dilma ainda pode se recuperar em parte, mas a abstrata reforma política não sensibiliza as massas e ela nunca mais será a mesma.
A perda de mais da metade da popularidade (8 mais 27) deixa o PT em pânico, desequilibra as peças no PMDB e mexe com os cálculos de toda ordem na complexa base aliada.
Do outro lado, reacende a candidatura Eduardo Campos, dá gás a Marina Silva e cria a sensação de "agora vai" na campanha de Aécio Neves, em que as atenções estão no PMDB, que tem faro para o poder.
Dilma ofendeu o vice Temer com a "barbeiragem" da constituinte exclusiva, bateu de frente com o deputado Eduardo Cunha, que manda na bancada, e não tem ideia do efeito arrastão que o PMDB pode ter nos outros partidos aliados.
Mas o mais devastador para Dilma é o efeito em Lula. Calado estava, calado continua. Soltou nota burocrática na sexta-feira e escafedeu-se para Lilongwe e Adis Abeba. Posto a salvo, enquanto Dilma vira cinzas.
Eliane Cantanhêde, jornalista, é colunista da Página 2 da versão impressa da Folha, onde escreve às terças, quintas, sextas e domingos. É também comentarista do telejornal "Globonews em Pauta" e da Rádio Metrópole da Bahia.