segunda-feira 16 2013
Cientistas decodificam o mais antigo DNA de ancestral humano
Genética
Descoberta relaciona hominídeo que viveu na Espanha há 400 000 anos com o misterioso denisovano, um dos primeiros homens modernos
Igor Zolnerkevic
Hominídios viveram na Espanha há 400 000 anos (Javier Trueba, Madrid Scientific Filmis)
Uma equipe internacional de onze pesquisadores sequenciou o DNA humano mais antigo. O material foi coletado do fêmur de um indivíduo da espécie Homo heidelbergensis, que viveu nas cavernas de Serra de Atapuerca, no norte da Espanha, há 400.000 anos. A descoberta sugere um parentesco inesperado entre esse hominídeo espanhol e uma espécie misteriosa, o denisovano, contemporâneo dos neandertais e um dos primeiros homens modernos, que habitou o leste asiático há 40.000 anos. O estudo foi publicado na quarta-feira, na revista Nature.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: A mitochondrial genome sequence of a hominin from Sima de los Huesos
Onde foi divulgada: periódico Nature
Quem fez: Matthias Meyer, Svante Päabo e outros
Instituição: Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, na Alemanha, e outras
Dados de amostragem: Fêmur fóssil de Homo heidelbergensis, descoberto em 1992 nas cavernas de Atapuerca, na Espanha
Resultado: Recuperação e sequenciamento de 98% do DNA mitocondrial de 400 mil anos de idade revelou ancestral comum entre o hominídeo espanhol e os denisovanos
Título original: A mitochondrial genome sequence of a hominin from Sima de los Huesos
Onde foi divulgada: periódico Nature
Quem fez: Matthias Meyer, Svante Päabo e outros
Instituição: Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, na Alemanha, e outras
Dados de amostragem: Fêmur fóssil de Homo heidelbergensis, descoberto em 1992 nas cavernas de Atapuerca, na Espanha
Resultado: Recuperação e sequenciamento de 98% do DNA mitocondrial de 400 mil anos de idade revelou ancestral comum entre o hominídeo espanhol e os denisovanos
Um DNA mais antigo, com até 700.000 anos de idade, já havia sido recuperado de um osso de cavalo preservado no solo congelado do Canadá. Para ancestrais do homem moderno, o recorde pertencia ao DNA extraído de ossos de neandertais encontrados na caverna Scladina, na Bélgica, com 100.000 anos de idade.
Até recentemente, só era possível sequenciar genomas de fósseis conservados em climas frios, porque as moléculas de DNA se rompem mais rapidamente em altas temperaturas. Mas pesquisadores do Instituto Max Planck para Antropologia Evolutiva, em Leizpig, na Alemanha, desenvolveram uma técnica capaz de recuperar e sequenciar amostras degradadas do genoma.
Os cientistas alemães se uniram à equipe do paleontólogo Juan-Luis Arsuaga, da Universidade Complutense de Madri, na Espanha, que descobriu nas cavernas de Atapuerca, em 1992, o que parece ser uma espécie de tumba, chamada de Sima de los Huesos: um poço de 30 metros de profundidade, contendo esqueletos de 28 indivíduos da espécie Homo heidelbergensis, que viveu na África e na Europa até 200 000 anos atrás, e, acredita-se, deu origem ao homem moderno.
Esqueleto do "Homo heidelbergensis", que viveu nas cavernas de Serra de Atapuerca, no norte da Espanha
Osso em pó – Meyer e seu time coletaram 2 gramas de osso em pó do fêmur de um hominídeo da caverna. "O DNA estava degradado em pedaços muito pequenos e contaminado com DNA humano moderno", diz o geneticista Matthias Meyer, coordenador do estudo, ao site de VEJA. Mesmo assim, sua equipe recuperou 98% da sequência que forma o genoma das mitocôndrias das células ósseas preservadas.
Os pesquisadores compararam esse DNA com o de neandertais, denisovanos, humanos da atualidade e macacos, e estimaram a idade do genoma em 400.000 anos.
Como o homem de Sima de los Huesos é parecido com o neandertal e viveu na Europa, continente que seria dominado pelo neandertal, Meyer esperava que eles tivessem DNAs semelhantes. Para sua surpresa, eles não têm. O hominídeo da Espanha os hominídeos espanhóis eram vinculados mais estreitamente com os denisovanos, uma espécie cujos únicos ossos remanescentes são algumas poucas pontas de dedo e dentes encontradas em 2008 na caverna Denisova, na Sibéria. Ou seja, não há evidências de que os denisovanos chegaram perto de Atapuerca.
Os pesquisadores ainda não têm uma explicação para o quebra-cabeça. Eles esperam agora conseguir recuperar também o DNA do núcleo das células de osso, um processo mais difícil do que o do DNA mitocondrial. Enquanto o DNA mitocondrial é transmitido da mãe para os seus filhos, com pouca modificação, a sequência de DNA nuclear de um indivíduo é a recombinação do genoma do pai e da mãe. "Só o DNA nuclear pode nos contar a história da miscigenação entre as espécies", diz Meyer.
Estudo mostra que neandertais já enterravam seus mortos
Evolução humana
Descoberta foi realizada a partir do estudo de três esqueletos encontrados no Sul da França
Reprodução de neandertal feita pela Universidade de Zurique, na Suíça (Domínio público/Wikipedia)
Um equipe internacional de arqueólogos descobriu que os neandertais, homens pré-históricos que viveram entre 130.000 e 30.000 anos atrás, já enterravam seus mortos. A revelação, publicada nesta segunda-feira no periódico PNAS, foi feita depois de treze anos de estudo de fósseis encontrados no Sul da França.
"Esta descoberta não só confirma a existência de enterros de neandertais no Oeste da Europa, mas revela a capacidade cognitiva relativamente sofisticada necessária para realizá-los", explica William Rendu, principal autor do estudo, do Centro de Pesquisa Internacional de Humanidades e Ciências Sociais, nos Estados Unidos.
O estudo foi feito com base em vestígios de neandertais descobertos em 1908 em La Chapelle-aux-Saints, no Sudoeste da França. O fato de os ossos estarem muito bem preservados levou os escavadores da época a acreditar que os corpos haviam sido enterrados. Desde então, essa hipótese tem sido contestada pela comunidade científica.
Redescoberta – Em 1999, Rendu e seus colaboradores começaram a escavar outras sete cavernas naquela região – etapa concluída em 2012. Eles encontraram duas crianças e um adulto neandertal, junto com ossos de um bisão e uma rena.
Análises geológicas mostraram que a depressão na qual os restos mortais estavam enterrados não era uma característica natural do solo da caverna, indicando que ela teria sido feita por seus habitantes. Além disso, ao contrário dos ossos de animais encontrados no local, os esqueletos dos homens pré-históricos apresentavam poucas rachaduras, não pareciam gastos e não tinham sinais de manipulação por animais.
"O fato de esses vestígios de 5.000 anos estarem em boas condições significa que eles foram cobertos logo após a morte, o que apoia fortemente a conclusão de que os neandertais nessa parte da Europa começaram a enterrar seus mortos. Ainda não temos como saber se essa prática fazia parte de um ritual ou era apenas de ordem prática, mas a descoberta reduz a distância comportamental entre nós e os neandertais", explica Rendu.
Joaquim Barbosa manda TJ de São Paulo pagar subsídio integral de desembargador afastado por corrupção
Por Fausto Macedo, estadao.com.br
Presidente do Supremo diz que Resolução do CNJ assegura pagamento até de vantagens e benefícios a magistrado sob suspeita de corrupção
O ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), determinou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) que restabeleça a remuneração completa do desembargador Arthur Del Guércio Filho, afastado das funções desde 3 de abril por suspeita de corrupção e alvo de procedimento disciplinar.
"Apenas a instauração do processo administrativo disciplinar não legitima a supressão de quaisquer verbas na remuneração dos magistrados", assinalou o ministro, em decisão de 4 de dezembro, ao acolher reclamação da defesa de Del Guércio contra suposto descumprimento pela Presidência do TJ paulista das Resoluções 13/2006 e 135/2011, ambas do CNJ.
Del Guércio está sob investigação da Polícia Federal, por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A apuração mostra que era hábito do magistrado enviar torpedos por celular para advogados solicitando quantias em dinheiro, até R$ 35 mil na maioria das incursões. "Tudo a sugerir um verdadeiro padrão de comportamento desbordante da mais comezinha postura expectável de um magistrado", recriminou o presidente do TJ, desembargador Ivan Sartori, quando foi aberto o procedimento disciplinar, há 8 meses.
Na ocasião, o Órgão Especial do TJ - colegiado formado por 12 desembargadores eleitos, 12 mais antigos e o presidente da Corte - decretou provisoriamente o afastamento de Del Guércio após denúncias de um grupo de advogados, que o acusaram de exigir valores para votar favoravelmente em causas de seus interesses. A saída do desembargador foi decretada por unanimidade.
Na reclamação ao Supremo, a defesa de Del Guércio - sob responsabilidade do advogado Sebastião Botto de Barros Tojal, do escritório Tojal, Teixeira Ferreira, Serrano & Renault Advogados Associados - relatou que a Presidência do TJ/SP determinou a suspensão do pagamento de qualquer outro benefício que não aquele necessário para garantir a sua subsistência, por encontrar-se afastado do exercício de suas funções em decorrência de decisão proferida em processo administrativo disciplinar.
O TJ/SP sustentou ao Supremo não ter havido qualquer descumprimento de decisão ou ato do CNJ e informou que apenas suspendeu o pagamento das verbas intituladas "abono variável" e "Parcela Autônoma de Equivalência (PAE), em razão da suposta prática de atos qualificados como improbidade administrativa.
Segundo o TJ/SP tais verbas são pagas de forma parcelada a todos os magistrados, proporcionalmente a seus vencimentos e de acordo com a disponibilidade orçamentária da Corte, "por tratar-se de créditos vultosos".
Del Guércio reiterou suas alegações perante o Supremo afirmando que "as verbas que lhe foram suprimidas enquadram-se no conceito de subsídio e, portanto, não podem ser excluídas, sob pena de ofensa aos atos normativos do CNJ".
Para Joaquim Barbosa, "a irresignação (de Del Guércio) merece acolhida". O presidente do STF considera que "os elementos apresentados pelo requerente (Del Guércio) e as informações prestadas pelo TJ/SP evidenciam a ocorrência de descumprimento da Resolução 135/CNJ, que dispõe sobre a uniformização de normas relativas ao procedimento administrativo disciplinar aplicável aos magistrados".
O ministro destacou que o afastamento de Del Guércio ocorreu a 3 de abril sem a supressão de qualquer verba de sua remuneração. Mas, com a instauração do processo disciplinar, em 6 de agosto de 2013, a Presidência do TJ/SP determinou, por meio do expediente 017/2013, a suspensão de "qualquer outro pagamento que não aquele para garantir a sua subsistência, enquanto tramitam os respectivos processos administrativos ou judiciais".
Segundo o presidente do STF, o artigo 15 da Resolução 135/CNJ assegura o pagamento do subsídio integral ao magistrado afastado do cargo durante a tramitação do processo disciplinar. "Julgo procedente a reclamação para determinar ao presidente do TJ/SP que restabeleça a remuneração do desembargador Del Guércio, nos exatos moldes como era paga antes do seu afastamento".
AINDA O FINANCIAMENTO DE CAMPANHA – Quem vai controlar os fundos de pensão das estatais? Barroso? Luiz Fux? Joaquim Barbosa? Dias Toffoli?
O Supremo Tribunal Federal está a dois votos de fazer uma grande, uma monumental, uma gigantesca bobagem, prestando um enorme desserviço ao Brasil, à democracia e à transparência nas eleições. Os males decorrentes da proibição das doações de empresas a partidos e candidatos são muitos, são de várias naturezas, e todos eles se combinam para tentar eternizar a hegemonia do petismo. Não por acaso, o país só está prestes a cair nessa esparrela agora que o PT é o maior partido do país. Quando ele amargava o seu naniquismo, certamente não pensaria em um sistema dito público de financiamento das eleições.
De alguns dos males já tratei aqui. Quanto mais converso — e o mesmo podem fazer os outros jornalistas —, novas possibilidades deletérias vão surgindo no horizonte. Já sabemos, até aqui, que a proibição das doações de empresas provocará:
– o aumento brutal do caixa dois de campanha;
– a imposição do financiamento público.
– o aumento brutal do caixa dois de campanha;
– a imposição do financiamento público.
O financiamento público, por sua vez, terá de obedecer a determinados critérios. O único razoável é aquele que distribui os recursos segundo o desempenho do partido na eleição anterior. Logo, a consequência óbvia será o fortalecimento de quem já é forte e o enfraquecimento de quem já é fraco — a menos que esses fracos recorram a métodos “não contabilizados” para tentar ganhar musculatura, coisa que os fortes certamente farão para continuar musculosos.
Podemos antever, então, todas as consequências óbvias e fatais do “novo constitucionalismo” do companheiro Luís Roberto Barroso, que contou, até agora, com a adesão entusiasmada de Luiz Fux, de Dias Toffoli e de Joaquim Barbosa. Ocorre que as coisas não param por aí.
A gente vai conversando e vai sabendo como funcionam as coisas, não é? Alerta-me alguém que há muito investiga o bas-fond das campanhas eleitorais que há um risco adicional. Não é segredo para ninguém que os fundos de pensão das estatais, todos eles controlados por homens do PT, já, como direi?, participam freneticamente do processo eleitoral por meios nada ortodoxos. Num cenário em que os adversários do partido estariam impedidos de se financiar fora dos limites impostos por um fundo eleitoral — a menos que corressem um risco imenso —, o modelo corresponderia a entregar as eleições a um “estamento” financeiro-sindical que passaria, de fato, a governar o país. Já hoje, note-se, os fundos de pensão são um dos pilares do poder petista. Muito especialmente em razão das privatizações que tanto demonizam. Sua importância cresceria enormemente.
Impedir a alternância do poder
O financiamento público de campanha, é bom que se tenha claro, pode significar o mais duro golpe, se não for o definitivo, contra a alternância de poder no país. De resto, todos sabem — e não o ignoram os ministros do Supremo — o peso que tem o estado no Brasil. Pouco são os grandes empresários (se é que existe algum) que não foram vítimas de alguma forma indecorosa de assédio. MAS ATENÇÃO! NÃO SÓ PARA FAZER DOAÇÕES PARA CAMPANHA. Isso é o de menos.
O financiamento público de campanha, é bom que se tenha claro, pode significar o mais duro golpe, se não for o definitivo, contra a alternância de poder no país. De resto, todos sabem — e não o ignoram os ministros do Supremo — o peso que tem o estado no Brasil. Pouco são os grandes empresários (se é que existe algum) que não foram vítimas de alguma forma indecorosa de assédio. MAS ATENÇÃO! NÃO SÓ PARA FAZER DOAÇÕES PARA CAMPANHA. Isso é o de menos.
A doação legalizada, meus caros, não é a fonte da grande corrupção. Essa é uma das mais escandalosas falácias que se podem sustentar. A fonte maior da lambança é de outra natureza: está na licitação dirigida, na falta de licitação, nos aditamentos de contratos, no dinheiro sujo passado por baixo do pano etc. Proibir a doação legal de empresas a partidos e candidatos me lembra, em muitos aspectos, aquele referendo estúpido que tentou PROIBIR A VENDA DE ARMAS LEGAIS. Ocorre que o problema do país, nessa área, estava e está nas ARMAS ILEGAIS. A propósito: que ideia tem Barroso, Fux, Toffoli e Barbosa contra as doações ilegais? Resolveram combatê-las proibindo as legais?
Por onde quer que se olhe essa história, o resultado é sempre o mesmo — e é invariavelmente ruim. De resto, há uma questão que é óbvia: não criem, senhores homens de estado, um sistema legal que predisponha à corrupção porque, a exemplo de qualquer outro, ele será comandado pelos mais aptos: os corruptos.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
Acidentes expõem limite de capacidade na Petrobras
Petróleo
Nas últimas duas semanas, ocorreram acidentes em quatro refinarias da estatal
As unidades chegaram a operar a 99% de sua capacidade (Reinaldo Canato)
A Petrobras anunciou pelo menos dez vezes neste ano recordes em suas refinarias. As unidades chegaram a operar a 99% de sua capacidade e, com melhora de eficiência, nunca se produziu tanto combustível no país. Mas acidentes em quatro refinarias nas últimas duas semanas expuseram os limites de uma possível sobrecarga na produção. O maior impacto foi um incêndio de 54 minutos que paralisou uma das maiores refinarias no Brasil, a Repar (Paraná).
Sindicalistas dizem que a política da Petrobras de cortar custos ao mesmo tempo em que opera refinarias no limite da capacidade para dar conta da crescente demanda nas bombas aumentou riscos operacionais e está entre as causas do incêndio da unidade de Araucária, no entorno de Curitiba. O mesmo vale para Manaus e Bahia, onde também houve acidentes. Em Minas, em São Paulo e no Rio, funcionários fazem coro às reclamações das condições de segurança. Falta pessoal para fazer vistorias, substitutos para viabilizar treinamento, represamento em custos e atraso em manutenção. A Petrobras afirma que as medidas de aumento na eficiência operacional respeitam estritamente os princípios de segurança.
"Uma série de salvaguardas foi derrubada e levou ao incêndio (Repar). Parte delas fruto de uma política de corte de investimento que exige mais de equipamentos e dos funcionários", disse o presidente do sindicato dos petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR-SC), Silvaney Bernardi.
Os movimentos são efeito indireto da política de preços imposta à Petrobras por causa do efeito na inflação. Para evitar o prejuízo com importações, a estatal precisa elevar a produção interna. E para amenizar o prejuízo também da defasagem de preços, revê custos.
Cenário — Sentados na última quinta-feira sob um gramado em frente à Repar, no Paraná, funcionários da Petrobrás discutiam as causas do incêndio. Em estado de greve, eles temem novos acidentes se não houver mais manutenção e vistoria. "O cano que estourou estava lá há trinta anos sem manutenção", disse Bernardi.
Com um certo orgulho, acompanharam a refinaria ter a capacidade dobrada para 200 mil barris/dia e chegar à produção máxima com troca de equipamentos que melhoraram sua eficiência. Mas os trabalhadores temem que esteja acontecendo com a área de refino o que a Petrobras sofreu, há alguns anos, na área de produção de petróleo, quando as metas para quebrar recordes atrasaram manutenções e levaram a acidentes.
"Sempre que há pressão por produção crescem os riscos. Para se atingir a meta de produção de 500 mil barris na década de 80, mais de trinta funcionários morreram no campo de Anchova. Para atingir um milhão de barris, onze morreram no acidente da P-36. Há trinta anos não construímos novas refinarias no país e estamos de fato operando acima do limite, a carga máxima", disse João Antonio de Moraes, da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Regulação — A Agência Nacional do Petróleo (ANP) acompanha com atenção os acidentes e estuda desde o ano passado uma nova regulação para manutenção de refinarias. Uma minuta deve sair em janeiro. Da última vez que a agência aplicou uma regulação do gênero, na área de produção, a Petrobras precisou parar plataformas para reparos.
O tema segurança será levado ao conselho de administração da Petrobras dia 20 pelo representante dos trabalhadores no órgão, José Maria Rangel. O sindicalista diz que a maior parte dos acidentes é tragédia anunciada, pois acontece depois de alertas dos funcionários que operam no chão de fábrica.
Os trabalhadores reclamam de efeitos danosos das metas do Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop) que a Petrobras lançou no ano passado. Dizem que a pressão pela redução provocou represamento nas manutenções. Até o terceiro trimestre, o programa economizou 4,8 bilhões de reais.
A Petrobras diz que o Procop não reduz investimentos, especialmente em manutenção, sendo um programa de otimização de custos, não de cortes. "Iniciativas como o Procop e o aumento na eficiência operacional respeitam estritamente os princípios de segurança, meio ambiente e saúde que norteiam as ações da companhia", disse a estatal em nota.
(Com Estadão Conteúdo)
Morre Joan Fontaine, estrela de Hollywood nos anos 40
Memória
Atriz ganhou o Oscar por 'Suspeita', de 1941 – única estatueta por atuação dada a um filme dirigido pelo mestre Alfred Hitchcock, de quem Fontaine foi musa
A atriz Joan Fontaine durante a cerimônia do Oscar de 1978 (AP)
A atriz Joan Fontaine, vencedora de um Oscar por seu papel em Suspeita, de 1941, morreu neste domingo aos 96 anos. Segundo informou seu assistente ao site 'Hollywood Reporter', a morte da estrela de Hollywood nos anos 40 decorreu de causas naturais. Ela estava em sua casa na cidade de Carmel, perto de São Francisco, na Califórnia.
Fontaine se tornou um ícone do cinema após suas atuações em dois clássicos do diretor Alfred Hitchcock, Rebecca, A Mulher Inesquecível e Suspeita, onde contracenou com Cary Grant e pelo qual ganhou o maior prêmio da indústria cinematógrafica em 1942 – por sinal, a única estatueta por atuação dada a um filme dirigido pelo mestre Hitchcock, de quem a atriz foi musa. Ela retribuiu a admiração, nomeando Hitchcock seu diretor preferido, ao lado de George Cukor.
Joan Fontaine ao todo foi indicada ao Oscar de melhor atriz por três vezes seguidas. No ano em que saiu vencedora, derrotou sua irmã e rival Olivia de Havilland, com quem começou a se desentender ainda na infância. As duas cortaram relações nos anos 70. Vencedora de dois Oscar, Havilland tem 97 anos e vive em Paris.
Reprodução
Joan Fontaine em 'Suspeita', de Alfred Hitchcock
Joan Fontaine era filha de um advogado britânico de patentes e nasceu em Tóquio, no Japão, onde seu pai atuava profissionalmente. Seu nome de batismo era Joan de Beauvoir de Havilland. Ainda criança, ela se mudou com a família para a Califórnia – a atriz voltaria a viver no Japão até a juventude, quando foi morar em Los Angeles, onde a irmã já seguia a carreira de atriz.
Escolhida por Alfred Hitchcock para atuar em seu primeiro filme produzido em Hollywood, Rebecca, A Mulher Inesquecível, Joan Fontaine em pouco tempo se transformou em estrela do cinema. Seus últimos trabalhos foram em produções para a TV nos anos 80 e 90.
(Com agência EFE)
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O trabalho ininterrupto gera diversas consequências físicas e psicológicas ao empregado. A exigência constante por produtividade faz com ...