terça-feira 20 2015

Miracles In Gaza





Israel's Fallen Heroes - Tribute





Cunha denuncia a existência de uma gravação forjada pela PF para incriminá-lo. O troço parece tosco, mas é grave!

Veja.Com

Seja lá o que for que tenha acontecido, é grave. Vamos ver. O deputado Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara e candidato do partido à presidência da Casa, tornou público um áudio em que dois supostos aliados seus conversam sobre eventuais falcatruas que o parlamentar teria praticado. Cunha diz se tratar de uma armação, produzida nos porões — porém na cúpula — da Polícia Federal, com o intuito de prejudicá-lo — é, segundo diz, mais uma “alopragem”.
Só para lembrar: “aloprados” é o termo pelo qual ficaram conhecidos os petistas que, em 2006, tentaram armar um falso escândalo contra José Serra (PSDB) para tentar inviabilizar sua candidatura ao governo de São Paulo. Se a safadeza tivesse dado certo, o beneficiário teria sido Aloizio Mercadante, hoje ministro da Casa Civil. O homem que carregava uma mala com R$ 1,7 milhão para pagar os bandidos era braço-direito do petista. Sabem no que deu o caso? Em nada!
Na conversa tornada pública pelo próprio Cunha, um suposto agente da Polícia Federal ameaça “contar tudo o que sabe” caso seja abandonado. Diz estar sendo pressionado pelo delegado que é seu chefe e que o Ministério Público está à sua procura. Segundo Cunha, a ideia da montagem é sugerir que esse homem seja Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, um dos investigados na Operação Lava-Jato. Careca afirmou em depoimento que teria entregado dinheiro a um aliado do líder peemedebista numa determinada casa no Rio. O doleiro Alberto Youssef, que fez acordo de delação premiada, afirmou não ter nenhum negócio com o deputado.
Cunha diz ter recebido o áudio de um policial federal e que já repassou os nomes dos possíveis responsáveis pela montagem ao ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça. Ouçam o áudio.
Retomo
Vamos ver: lido com texto. Que isso seja uma armação, acho evidente. E os dois atores são péssimos. Um deles nem sabe ler direito. Em vez de afirmar “encher as burras de dinheiro”, diz “encher o burro do dinheiro”. É o tipo de troca que só a Magda do “Sai de Baixo” faria.
Os inimigos de Cunha até podem sugerir que ele usou a tática Odorico: resolveu forjar uma acusação contra si mesmo para atribuí-la a seus adversários e se fazer de vítima. Que se investigue. Que se trata de um troço até meio tosco, parece-me evidente. A sequência das frases e o ritmo da fala lembram teatro infantil amador — e ruim.
De resto, há uma pergunta óbvia: a voz do que faz a ameaça é ou não do tal “Careca”. É fácil saber. Se é, chega-se fácil à origem da “alopragem”. Se não é, aí a investigação pode demorar um pouco mais.
Caso seja uma armação contra Cunha, quem estaria por trás? Ora, os que não o querem presidente da Câmara. Qualquer que seja a origem, trata-se de algo grave. Tanto mais se, de fato, os porões da PF tiverem atuado.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/cunha-denuncia-a-existencia-de-uma-gravacao-forjada-pela-pf-para-incrimina-lo-o-troco-parece-tosco-mas-e-grave/

PF investiga Cerveró por prejuízo de US$ 700 mi na África

Política

Caso passou a ser investigado após depoimento prestado sob sigilo por um informante. Ex-diretor teria feito negócio nocivo à estatal para desviar recursos

Nestor Cerveró na chegada ao Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba (PR). A Polícia Federal informou que o ex-diretor da Petrobras foi preso preventivamente por ter feito movimentações financeiras suspeitas após ser denunciado pelo Ministério Público Federal
Nestor Cerveró na chegada ao Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba (PR). A Polícia Federal informou que o ex-diretor da Petrobras foi preso preventivamente por ter feito movimentações financeiras suspeitas após ser denunciado pelo Ministério Público Federal (Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress)
O ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró é investigado pela Polícia Federal por um prejuízo de 700 milhões de dólares em um negócio de exploração de petróleo em Angola, na África. O caso passou a ser investigado após depoimento prestado sob sigilo por um funcionário de carreira da estatal, no Rio, que procurou os policiais um mês após ser deflagrada a Operação Lava Jato, em março de 2014.
O informante citou o nome de Cerveró – preso na Operação Lava Jato – no negócio, que contrariou pareceres internos, e teria ocasionado prejuízo proposital como forma de desviar recursos públicos. Funcionário de carreira com 30 anos de serviços prestados à Petrobras, o informante procurou os delegados para denunciar indícios de crimes e "má gestão proposital" na estatal. "Um dos projetos que teve como objetivo o prejuízo internacional da Petrobras foi o bloco de exploração em Angola", afirmou o informante em depoimento de quatro horas, realizado em 28 de abril de 2014.
Conta ele que quando foi aberto leilão internacional para compra dos direitos de exploração de blocos petrolíferos em Angola, a estatal analisou o negócio. "Diversos pareceres de geólogos da Petrobras foram redigidos analisando o potencial de exploração de cada um deles. Estes pareceres apontavam indícios de que a Petrobras não deveria sequer praticar do leilão, pois não havia indícios de lucros ou rentabilidade na exploração de tais áreas."
Com base nesses laudos, a estatal não entrou no leilão. "Alguns anos depois, a Petrobras decidiu comprar 50% dos direitos de exploração deste poços arrematados no leilão pelo mesmo valor que a empresa inicial arrematou a totalidade".
A empresa vencedora teria pago 500 milhões de dólares pelo negócio na época do leilão. O custo de 50% do direito aos blocos, no entanto, custou à Petrobras "exatamente a mesma quantia paga anos antes por 100% dos direitos" – 500 milhões de dólares. "Existem indícios de que o dinheiro repassado à ganhadora do leilão foi uma forma de desviá-lo da Petrobras e sugere que se investigue se houve retorno deste capital ao Brasil ou a contas controladas pelo envolvidos, no exterior", registra a PF, em documento anexado em novembro aos autos da Lava Jato.
Perfurações – Ao todo, o relatório de Informação Policial 18/2014 registra acusações do funcionário de carreira em seis supostas fraudes para desvios de recursos. Prestes a se aposentar, o informante decidiu contar o que sabia, sem ter seu nome revelado. Delegados da Lava Jato mantém contato direto com o funcionário da estatal. No negócio em Angola, que teria envolvido a Diretoria de Internacional sob o comando de Cerveró, ele relata que a irregularidade não foi só na compra.
O informante declarou que a Petrobras, depois da aquisição de 50% dos direitos de exploração, decidiu então "perfurar três poços (em Angola) com o objetivo de prospecção da capacidade produtiva do bloco recém-adquirido". "Cada um dos poços tem um custo de perfuração de aproximadamente 80 milhões a 120 milhões de dólares", revelou o funcionário.
Segundo o documento, os três poços foram perfurados e "mostraram-se secos". "Confirmando os pareceres técnicos dos geólogos da empresa que analisaram o mapeamento do subsolo do terreno e apontaram tecnicamente que era inviável explorar tais áreas, pois não havia petróleo disponível naquela região."
Os resultados teriam sido usados "nas decisões futuras da empresa em continuar explorando tais áreas, e assim, todo investimento foi descartado". "Desta forma, o prejuízo total deste projeto foi de cerca de 700 milhões de dólares, sendo 500 milhões para adquirir 50% dos direitos e outros 200 milhões em perfuração de poço que já se sabia serem secos", acentua o documento. O informante apontou ainda como responsável pelo negócio o ex-gerente Luis Carlos Moreira da Silva. Segundo ele, Nestor Cerveró criou o cargo de gerente executivo internacional de desenvolvimento de negócios "em tempo recorde". O nome do ex-gerente já foi citado também no caso Pasadena. Em julho, ele foi ouvido sobre o caso na CPI da Petrobras.
"Durante a gestão de Moreira, à frente do cargo criado por Cerveró, alguns negócios teriam sido desenvolvidos contrariando diversos pareceres técnicos." A Petrobras foi procurada para falar sobre o caso, mas ainda não se pronunciou. Luis Carlos Moreira da Silva não foi localizado para comentar o caso. Em julho do ano passado, quando foi ouvido na CPI da Petrobras sobre o caso Pasadena, ele considerou o negócio legal. A defesa de Nestor Cerveró nega o envolvimento dele em qualquer irregularidade.
(Com Estadão Conteúdo)

Lava Jato

Procurador-geral Rodrigo Janot estima prazo de seis meses para analisar todos os indícios contra políticos envolvidos no petrolão

Laryssa Borges, de Brasília
O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot concede coletiva de imprensa, em Curitiba (PR), sobre os indiciados na Operação Lava Jato - 11/12/2014
O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot concede coletiva de imprensa, em Curitiba (PR), sobre os indiciados na Operação Lava Jato - 11/12/2014 (Vagner Rosario/Futura Press)
Para acelerar a análise de indícios e suspeitas contra políticos citados na Operação Lava Jato, o procurador-geral da República Rodrigo Janot decidiu criar nesta segunda-feira um grupo de trabalho com promotores e procuradores, que serão responsáveis por ajudar na formulação de denúncias contra deputados e senadores no Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi antecipada pela coluna Radar, de Lauro Jardim. Embora haja a previsão de que as primeiras denúncias contra parlamentares sejam apresentadas ao STF já no início de fevereiro, Janot estima prazo de pelo menos seis meses para concluir a análise dos casos de autoridades com foro privilegiado apontadas como beneficiárias do esquema do petrolão.
O novo grupo de trabalho, coordenado pelo procurador regional Douglas Fischer, atuará em cooperação com os investigadores que trabalham na primeira instância e terá como integrantes os procuradores regionais da República Douglas Fischer e Vladimir Aras, os procuradores da República Bruno Calabrich, Fabio Coimbra e Rodrigo Telles de Souza, e os promotores de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Sergio Fernandes e Wilton Queiroz.
Citados – Em um acordo de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que políticos da base aliada à presidente Dilma Rousseff e que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que disputava a Presidência da República ao lado de Marina Silva, receberam dinheiro do esquema. O rol de citados pelo delator inclui governadores, senadores e deputados federais que embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal. Caberá ao procurador-geral Rodrigo Janot analisar se há indícios contra autoridades com foro e encaminhar denúncia ao STF ou, no caso da participação de governadores, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os suspeitos sem foro terão os casos analisados na justiça de primeira instância, no Paraná.
Entre os nomes elencados por Paulo Roberto Costa estão ainda o ex-governador Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Entre os beneficiários do propinoduto revelado pelo ex-dirigente da estatal estão políticos do PT, PMDB e PP.

No dia do apagão elétrico, o apagão das promessas da governanta Ou: o PT é ruim de software e de hardware. Ou ainda: Há um cheiro de recessão no ar

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Que coisa, não?! Faz 20 dias que Dilma tomou posse; há menos de três meses, reelegeu-se presidente. No dia em que o país passa por um blecaute, ordenado pelo Operador Nacional do Sistema, que atingiu 10 Estados, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy — que os petistas dizem ser um neoliberal — vem a público para anunciar um pacote fiscal que, por si, confessa a falência do modelo petista. Então ficamos assim: o partido é um desastre de hardware e de software. Não está equipado para entender o mundo, e seu sistema operacional é ineficaz para lidar com a realidade. Este 19 de janeiro entrará para a história como uma espécie de dia-síntese de uma era.
O governo decidiu levar R$ 20,6 bilhões da sociedade para seus cofres. Mirou as importadoras, o setor de combustíveis e de cosméticos. E também o crédito da pessoa física. O IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) passa de 1,5% para 3%. O Planalto ressuscitou a Cide, o imposto sobre combustíveis, e aumentou o PIS/Cofins sobre gasolina — R$ 0,22 por litro — e diesel R$ 0,15. Não se sabe quanto chegará ao consumidor. Mas chegará. A alíquota desses impostos sobre importados também será elevada, passando de 9,25% para 11,75%. Finalmente, equiparou, para efeitos de cobrança de IPI, o atacadista e o produtor da área de cosméticos. Ah, sim: o Comitê de Política Monetária do Banco Central deve anunciar nesta quarta a elevação da taxa de juros em 0,5 ponto percentual, passando a 12,25% ao ano.
Como disse Guimarães Rosa, o sapo pula por necessidade, não por boniteza. Não parto do princípio, como normalmente faria um petista se tais medidas fossem anunciadas por tucanos, de que Dilma age assim por maldade. Mas isso não pode nos impedir de constatar: as contas estavam em petição de miséria, não é mesmo?
A imprensa diz aos quatro ventos que são medidas para recuperar a credibilidade. Tomara que sim! Uma coisa é certa: são medidas recessivas, de contenção do consumo, numa economia que já cresceu perto de zero no ano passado e que tinha um crescimento previsto na casa de 1% antes da majoração da tarifa de energia, do reajuste dos combustíveis, da alta da taxa Selic, da contenção do crédito e da elevação dos juros da casa própria.
O governo prometeu fazer um superávit de 1,2% do PIB em 2015 — R$ 66,3 bilhões. Com o pacote de agora, espera conseguir quase um terço disso. Já passou a faca em mais de R$ 22 bilhões no Orçamento e espera poupar R$ 18 bilhões com regras mais rígidas para a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas. O busílis é que elevação de combustíveis e da taxação de importados também pode pressionar a inflação — que, em tese ao menos, será contida com juros mais altos e diminuição do consumo.
Querem saber? Há um forte cheiro de recessão no ar neste 2015. Mas, consta, esse pode ser o preço a pagar para recuperar a tal “confiança” na economia, o que prepararia o Brasil para crescer. A ser assim, a gente tem uma noção do que o fez o PT, no período, com essa tal “confiança”.
Agora tente explicar, sei lá, a um estrangeiro que não conheça direito as coisas do Brasil a seguinte equação: o governo Dilma está pondo em prática tudo o que jurou solenemente não fazer — embora, reconheçamos, algumas medidas sejam necessárias. Pior: ela esconjurou essas escolhas e disse que elas faziam parte do cardápio de seu adversário, que estaria disposto a atender aos interesses de banqueiros cúpidos. O ministro que ela chamou para implementar essas ações era um alto executivo do maior banco do país e foi secretário-adjunto de Política Econômica e economista-chefe do Ministério do Planejamento do governo FHC, que os petistas dizem ser a fonte de todos os males do Brasil.
Não pensem que isso é virtude, a síntese que resulta da tese e da antítese. É só a consumação de um estelionato e mais uma evidência da picaretagem e do atraso da política brasileira. Antes do apagão de energia, há o apagão de vergonha na cara. Não serei refém intelectual de uma falsa questão: saber se essas medidas são ou não necessárias. Digamos que sejam. A presidente que venceu a eleição disse que não eram. E é preciso que se cobre isso dela.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/no-dia-do-apagao-eletrico-o-apagao-das-promessas-da-governanta-ou-o-pt-e-ruim-de-software-e-de-hardware-ou-ainda-ha-um-cheiro-de-recessao-no-ar/