sábado 10 2012
Tudo certo com a empresa do filho de Fanfarrão Minésio
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Então vamos ver, leitor.
1) Fanfarrão Minésio tinha um filho, Minesiozinho, que não havia demonstrado qualquer tino empresarial até o pai chegar à Presidência da República. No segundo ano de mandato do genitor, o filhote já era um empresário de relativo sucesso. A empresa que criara recebeu um aporte de R$ 5 milhões de uma operadora de telefonia — uma concessionária de serviço público da qual é sócio um banco estatal de investimento.
2) A empresa de telefonia em questão queria comprar outra empresa do setor, mas a lei proibia. Fanfarrão Minésio não hesitou: mudou a lei para permitir que o negócio se realizasse. Fez mais do que isso: antes mesmo que houvesse o novo marco legal, autorizou aquele mesmo banco público a financiar a operação.
Refiro-me, é óbvio!, a Lula, o pai; a Lulinha, o filho; à Oi (antiga Telemar), que investiu dinheiro na Gamecorp (a empresa do Primeiro Filho) e comprou a Brasil Telecom. O “Fanfarrão Minésio” é uma homenagem às “Cartas Chilenas” de Tomás Antônio Gonzaga, que assim se referia ao então governador de Minas, Luís da Cunha Meneses, notório por sua truculência e arrogância. Como não podia dizer o nome do tiranete, inventou uma personagem. O desmando é a nossa mais acalentada tradição…
Ontem, a Procuradoria da República do Distrito Federal divulgou uma nota na qual afirma que dois inquéritos que apuravam eventuais irregularidades nos negócios de Lulinha foram arquivados. Falta de provas.
Leiam a nota. Volto em seguida.
“Nota à imprensa: esclarecimentos sobre caso Gamecorp”Acerca da reportagem “Investigação sobre negócios de filho de Lula é arquivada”, publicada hoje, 9 de novembro de 2012, no jornal Folha de S. Paulo, a Procuradoria da República no DF (PR/DF) tem a esclarecer o seguinte:
Desdobramento cívelEmbora a reportagem afirme que o objetivo do inquérito civil público (ICP) era “apurar suspeita de tráfico de influência em 2005”, o objeto da investigação era averiguar “suposta irregularidade na participação societária da Telemar Internet Ltda na empresa Gamecorp S/A, em virtude de eventual influência do BNDES, acionista da holding Telemar Participações S/A”, conforme expresso na portaria de instauração nº 313/2008, sob titularidade do 2º Ofício da Ordem Econômica e Consumidor da PR/DF, que não tem qualquer atribuição criminal.
Ressalta-se que não era objeto do ICP investigar tráfico de influência ou qualquer outro crime. Tratava-se de investigação de caráter cível, para analisar possível irregularidade na participação de uma concessionária de serviço público (Telemar) em empresa montada pelo filho do então presidente da República e seus possíveis reflexos na regulação do serviço telefônico fixo comutado, mormente diante da posterior fusão entre a Telemar e a Brasil Telecom. Assim, o foco da investigação conduzida pela PR/DF era verificar se o investimento realizado pela Telemar na empresa Gamecorp poderia ter violado alguma norma referente ao serviço de telefonia fixa e trazido algum prejuízo aos respectivos consumidores, sobretudo diante da suspeita de que a fusão entre a Telemar e a Brasil Telecom somente teria sido aprovada em razão do investimento na Gamecorp.
No curso da investigação, foi apurado que o BNDES não concedeu qualquer empréstimo nem efetuou aporte de capital para que a Telemar investisse na Gamecorp e tampouco participou daquela decisão empresarial. É importante notar que, como a Telemar e a Gamecorp são instituições privadas, são livres para investir e participar em outras empresas. A promoção de arquivamento elaborada pelo procurador da República Marcus Goulart, em novembro de 2010 (citada na matéria da Folha), deixa claro que “não foi possível obter qualquer prova que demonstre efetivamente que o investimento da Telemar na Gamecorp exerceu influência na posterior alteração da norma que veio a permitir a compra da Brasil Telecom” e que “tampouco se obteve prova de que o investimento se deu em razão da presença do filho do presidente da República no quadro societário da Gamecorp”.
Quanto à fusão entre Brasil Telecom e Oi, é necessário registrar as seguintes medidas tomadas pelo Ministério Público Federal (MPF):
a) instauração dos ICPs nº 1.16.000.001086/2008-38 (com foco na atuação da Anatel) e nº 1.34.001.003921/2008-46 (acompanhando investigação da Comissão de Valores Imobiliários – CVM);
b) expedição de duas recomendações à Anatel, questionando diversas omissões e contradições da agência;
c) realização de reuniões entre superintendentes da Anatel e o Grupo de Trabalho de Telefonia, da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão da Procuradoria Geral da República (PGR), nas quais foi explicitamente questionado o indevido apressamento na análise da anuência prévia da fusão entre Brasil Telecom e Oi em função de prazo contratual privado;
d) tendo em vista o descumprimento das recomendações, o MPF ajuizou a ação nº 2008.34.00.040371-1, visando impedir a deliberação da anuência prévia antes da edição do Plano Geral de Metas de Competição, pedido posteriormente convertido em pedido de anulação da anuência prévia, infelizmente ainda sem sentença da Justiça;
e) diante da demora na decisão judicial, o MPF acompanhou o cumprimento das condicionantes impostas à fusão pela Anatel.
a) instauração dos ICPs nº 1.16.000.001086/2008-38 (com foco na atuação da Anatel) e nº 1.34.001.003921/2008-46 (acompanhando investigação da Comissão de Valores Imobiliários – CVM);
b) expedição de duas recomendações à Anatel, questionando diversas omissões e contradições da agência;
c) realização de reuniões entre superintendentes da Anatel e o Grupo de Trabalho de Telefonia, da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão da Procuradoria Geral da República (PGR), nas quais foi explicitamente questionado o indevido apressamento na análise da anuência prévia da fusão entre Brasil Telecom e Oi em função de prazo contratual privado;
d) tendo em vista o descumprimento das recomendações, o MPF ajuizou a ação nº 2008.34.00.040371-1, visando impedir a deliberação da anuência prévia antes da edição do Plano Geral de Metas de Competição, pedido posteriormente convertido em pedido de anulação da anuência prévia, infelizmente ainda sem sentença da Justiça;
e) diante da demora na decisão judicial, o MPF acompanhou o cumprimento das condicionantes impostas à fusão pela Anatel.
Desdobramento criminalA investigação sobre possível tráfico de influência foi realizada no âmbito do Inquérito Policial 1094/2011-1, instaurado pela Polícia Federal em São Paulo, sem qualquer influência ou atuação da PR/DF. Referido inquérito foi arquivado em maio de 2012 pela Justiça Federal em São Paulo, por não haver provas que apontassem concretamente o recebimento ou promessa de vantagens a pretexto de influenciar a atuação de funcionário público.
Esclarecemos, ainda, que a colheita de depoimentos sugerida pela reportagem não teria qualquer utilidade probatória no inquérito, eis que inexistem testemunhas sobre a tal suspeita de tráfico de influência. Sem medidas de interceptação de comunicações telefônicas e de dados em tempo real, é quase impossível investigar esse tipo de ilegalidade, até porque não se espera que os investigados se dirijam à Polícia ou ao Ministério Público para confessar os fatos nem que registrem essas tratativas em documentos.
Quando não há provas para embasar acusações nem meios legais e reais de obtê-las, é dever do MPF proceder ao arquivamento dos autos, para não favorecer nem perseguir essa ou aquela agremiação política.”
VolteiDou até de barato que o Ministério Público tenha feito direito o seu trabalho, não encontrando provas de irregularidade. Meu ponto nem é esse.
Revejam lá os fatos. É aceitável que uma concessionária de serviço público, da qual é sócio o BNDES, injete R$ 5 milhões numa empresa que acabara de ser criada, tendo como sócio o filho do presidente? Não é ainda mais espantoso saber que o Pai do Filho alterou a legislação com o propósito específico de beneficiar justamente aquela empresa que apostara no talento de seu rebento?
Parece-me impensável que esse fato não vá ser, um dia, exumado como expressão de um tempo. Se o Brasil não dispõe de leis que coíbam essa farra, isso só nos diz quão longe estamos de um país decente.
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As reservas indígenas e o surrealismo brasileiro: celular, televisão, cesta básica, Bolsa Família e 13% do território brasileiro para… nada! E há gente querendo mais!
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Pois é… as reservas indígenas brasileiras ocupam 13% do território nacional. Se depender da Funai e de alguns antropólogos do miolo mole, chega-se a 20%. A questão não está no número em si. Poder-se-ia destinar até 50% — desde que houvesse índios para tanto e que eles conseguissem tirar das imensas extensões de terra que dominam ao menos o suficiente para a sua subsistência. Mas não acontece. Não é só isso: as reservas são concedidas na suposição — falsa como nota de R$ 3 — de que aqueles enormes vazios econômicos em torno da comunidade são essenciais para que ela preserve sua cultura. Procurem na Internet a poesia indianista em prosa do ministro Ayres Britto, relator do caso Raposa Serra do Sol. Ele apelou a um índio que acabou junto com a literatura romântica. Ainda volto a esse aspecto.
Muito bem: pesquisa Datafolha demonstra que a maioria dos índios brasileiros está integrada às práticas próprias da vida urbana. Uma boa parcela conta com televisão, DVD, geladeira, celular… Esse aparato, não obstante, convive com a pobreza, razão por que quase a metade recebe cesta básica. Isso quer dizer que eles nem plantam nem caçam o que comem: vivem da caridade estatal — e em condições precárias.
As reservas são santuários para lustrar as aspirações de certa antropologia mistificadora, que ainda quer mais. Leiam o que informa Matheus Leitão naFolha. Volto depois:
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Os índios brasileiros estão integrados ao modo de vida urbano. Televisão, DVD, geladeira, fogão a gás e celulares são bens de consumo que já foram incorporados à rotina de muitas aldeias. A formação universitária é um sonho da maioria deles. Pesquisa inédita do Datafolha, encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), revela esse perfil. Entre os dias 7 de junho e 11 de julho, foram realizadas 1.222 entrevistas, em 32 aldeias com cem habitantes ou mais, em todas as regiões do país.
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Os índios brasileiros estão integrados ao modo de vida urbano. Televisão, DVD, geladeira, fogão a gás e celulares são bens de consumo que já foram incorporados à rotina de muitas aldeias. A formação universitária é um sonho da maioria deles. Pesquisa inédita do Datafolha, encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), revela esse perfil. Entre os dias 7 de junho e 11 de julho, foram realizadas 1.222 entrevistas, em 32 aldeias com cem habitantes ou mais, em todas as regiões do país.
Segundo a pesquisa, 63% dos índios têm televisão, 37% têm aparelho de DVD e 51%, geladeira, 66% usam o próprio fogão a gás e 36% já ligam do próprio celular. Só 11% dos índios, no entanto, têm acesso à internet e apenas 6% são donos de um computador. O rádio é usado por 40% dos entrevistados. Para o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), “é evidente que essa novidade produz mudanças, mas isso não significa a instalação de um conflito cultural. Não é o fato de adquirir uma TV ou portar um celular que fará alguém ser menos indígena”.
(…)
Questionados sobre o principal problema enfrentado no Brasil, 29% dos entrevistados apontaram as dificuldades de acesso à saúde. A situação territorial ficou em segundo lugar (24%), seguida da discriminação (16%), do acesso à educação (12%) e do emprego (9%). Em relação ao principal problema enfrentado na vida pessoal, a saúde permaneceu em primeiro lugar para 30%. O emprego apareceu em segundo, com 16%, seguido de saneamento (16%). A questão territorial, nesse caso, desaparece.
(…)
Questionados sobre o principal problema enfrentado no Brasil, 29% dos entrevistados apontaram as dificuldades de acesso à saúde. A situação territorial ficou em segundo lugar (24%), seguida da discriminação (16%), do acesso à educação (12%) e do emprego (9%). Em relação ao principal problema enfrentado na vida pessoal, a saúde permaneceu em primeiro lugar para 30%. O emprego apareceu em segundo, com 16%, seguido de saneamento (16%). A questão territorial, nesse caso, desaparece.
A pesquisa mostra que o aumento de fontes de informação tem influenciado a vida familiar dos índios: 55% conhecem e 32% usam métodos anticoncepcionais como camisinha e pílula. Mais de 80% ouviram falar da Aids. A maioria dos índios (67%) gostaria de ter uma formação universitária. Apesar de ser considerado muito importante para 79% dos entrevistados, o banheiro em casa só existe para 18% deles.
Bolsa família e cesta básicaA pesquisa sobre o perfil indígena feita pelo Datafolha, encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), revela que 64% dos índios são beneficiários do Programa Bolsa Família, recebendo em média R$ 153 por mês. A região Nordeste é a campeã do benefício: 76% dos índios recebem o programa social do governo. O Sul aparece em segundo com 71%; seguido do Centro-Oeste (63%), Norte (56%) e Sudeste (52%).
Mesmo com os benefícios, 36% afirmam ser insuficiente a quantidade de comida que consomem. A maioria dos índios (76%) bebe água que não é filtrada nem fervida. As doenças infectocontagiosas atingem 68% e os problemas estomacais, como diarreia e vômito, 45%. Os índios também afirmam que luz elétrica, água encanada, rede de esgoto e casa de alvenaria são muito importantes para eles.
Mais de 70% dos índios ouvidos atribuem muita relevância à atuação da Funai (Fundação Nacional do Índio) na sua aldeia. No entanto, 39% reprovam o desempenho do órgão, avaliando-o como ruim ou péssimo.
Cesta básicaQuase metade dos entrevistados (46%) relatou receber cesta básica da Funai ou da Funasa (Fundação Nacional da Saúde). Os índios da região Nordeste são os que mais recebem o benefício: 79%. Na região Norte apenas 7% ganham a cesta básica.
O acesso ao atendimento médico é considerado difícil por 63% dos índios; 69% deles foram atendidos em postos de saúde dentro da aldeia e 12% dentro de casa. Eles ainda usam mais os remédios naturais (66%) do que os farmacêuticos (34%). A maioria dos índios (66%) sabe ler, e 65% sabem escrever na língua portuguesa. Segundo a pesquisa, 30% exercem trabalho remunerado, mas somente 7% têm carteira assinada.
A agricultura é exercida por 94%, e 85% praticam a caça; 57% deles consideram que o tamanho das terras onde vivem é menor do que o necessário. Os índios também citaram algumas medidas governamentais que poderiam melhorar a vida dos indígenas no país: intervenções na área da saúde (25%), demarcação de terras (17%), reconhecimento dos direitos indígenas (16%), investimentos públicos (15%) e educação (15%).
Procurada anteontem, a Funai afirmou, pela assessoria de imprensa, que tinha muitas demandas e que não poderia responder às questões da reportagem até o encerramento desta edição. “A presidente [Marta Azevedo] está em viagem, sem disponibilidade de agenda. Ela seria a pessoa mais indicada para comentar a pesquisa”, afirmou, por e-mail.
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VolteiViram só o que o modelo das reservas, que está em expansão (?!), provoca? Uma horda de miseráveis com celular, televisão e DVD. Prega-se a expansão das terras indígenas para que se produza ainda menos em um território maior… Com Raposa Serra do Sol, aconteceu o óbvio: os arrozeiros tiveram de ir embora, deixando atrás de si uma legião de desempregados. Na terra agora sob o controle de caciques ideológicos disfarçados de militantes indígenas, não se produz quase mais nada. Muitos dos índios foram viver como favelados em Boa Vista. A razão é simples: ser indígena não quer dizer ser… índio!
Leiam este trecho do voto de Ayres Britto (em vermelho):
(…) III – ter a chance de demonstrar que o seu tradicional habitat ora selvático ora em lavrados ou campos gerais é formador de um patrimônio imaterial que lhes dá uma consciência nativa de mundo e de vida que é de ser aproveitada como um componente da mais atualizada ideia de desenvolvimento, que é o desenvolvimento como um crescer humanizado. Se se prefere, o desenvolvimento não só enquanto categoria econômica ou material, servida pelos mais avançados padrões de ciência, tecnologia e organização racional do trabalho e da produção, como também permeado de valores que são a resultante de uma estrutura de personalidade ou modo pessoal indígena de ser mais obsequioso: a) da ideia de propriedade como um bem mais coletivo que individual; b) do não-enriquecimento pessoal à custa do empobrecimento alheio (inestimável componente ético de que a vida social brasileira tanto carece); c) de uma vida pessoal e familiar com simplicidade ou sem ostentação material e completamente avessa ao desvario consumista dos grandes centros urbanos; d) de um tipo não-predatoriamente competitivo de ocupação de espaços de trabalho, de sorte a desaguar na convergência de ações do mais coletivizado proveito e de uma vida social sem narsísicos desequilíbrios; e) da maximização de potencialidades sensórias que passam a responder pelo conhecimento direto das coisas presentes e pela premonição daquelas que a natureza ainda mantém em estado de germinação; f)de uma postura como que religiosa de respeito, agradecimento e louvor ao meio ambiente de que se retira o próprio sustento material e demais condições de sobrevivência telúrica, a significar a mais fina sintonia com a nossa monumental biodiversidade e mantença de um tipo de equilíbrio ecológico que hoje a Constituição brasileira rotula como “bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida” (art. 225, caput), além de condição para todo desenvolvimento que mereça o qualificativo de sustentado.
(…) III – ter a chance de demonstrar que o seu tradicional habitat ora selvático ora em lavrados ou campos gerais é formador de um patrimônio imaterial que lhes dá uma consciência nativa de mundo e de vida que é de ser aproveitada como um componente da mais atualizada ideia de desenvolvimento, que é o desenvolvimento como um crescer humanizado. Se se prefere, o desenvolvimento não só enquanto categoria econômica ou material, servida pelos mais avançados padrões de ciência, tecnologia e organização racional do trabalho e da produção, como também permeado de valores que são a resultante de uma estrutura de personalidade ou modo pessoal indígena de ser mais obsequioso: a) da ideia de propriedade como um bem mais coletivo que individual; b) do não-enriquecimento pessoal à custa do empobrecimento alheio (inestimável componente ético de que a vida social brasileira tanto carece); c) de uma vida pessoal e familiar com simplicidade ou sem ostentação material e completamente avessa ao desvario consumista dos grandes centros urbanos; d) de um tipo não-predatoriamente competitivo de ocupação de espaços de trabalho, de sorte a desaguar na convergência de ações do mais coletivizado proveito e de uma vida social sem narsísicos desequilíbrios; e) da maximização de potencialidades sensórias que passam a responder pelo conhecimento direto das coisas presentes e pela premonição daquelas que a natureza ainda mantém em estado de germinação; f)de uma postura como que religiosa de respeito, agradecimento e louvor ao meio ambiente de que se retira o próprio sustento material e demais condições de sobrevivência telúrica, a significar a mais fina sintonia com a nossa monumental biodiversidade e mantença de um tipo de equilíbrio ecológico que hoje a Constituição brasileira rotula como “bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida” (art. 225, caput), além de condição para todo desenvolvimento que mereça o qualificativo de sustentado.
EncerroEsse índio acima descrito só existe na cabeça de Ayres Britto, como aqui falei tantas vezes. A tal integração “telúrica” com a natureza é uma fantasia. O desenvolvimento “sustentado” se faz com Bolsa Família e cesta básica — cedidas por nossa civilização tão egoísta…
Britto transformou os índios em grandes ecologistas, o que é uma piada até antropológica! Existissem realmente aos milhões, a Amazônia já seria uma savana. O ministro tem de descobrir que a ideia de preservação da natureza é um valor desta nossa triste civilização. Não tem nada a ver com índio, que não louva o meio ambiente nem retira da terra o sustento.
Com as terras de que dispõem, os índios poderiam estar é produzindo comida para os seus e para muitos outros brasileiros. Em vez disso, estão na fila do Bolsa Família e da cesta básica.
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Estado de Niemeyer 'requer cuidados', diz boletim
Rio de Janeiro
Desde sexta-feira, Niemeyer está na Unidade Intermediária (UI) do hospital Samaritano, no Rio de Janeiro; ele respira sem ajuda de aparelhos
O arquiteto Oscar Niemeyer segue internado no Rio de Janeiro (Vanderlei Almeida/AFP)
O arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos, segue internado no Hospital Samaritano, no Rio, segundo boletim médico divulgado na manhã deste sábado. "O estado clínico do arquiteto requer cuidados", diz o texto assinado pelo médico Fernando Gjorup, que visitou Niemeyer.
O arquiteto respira sem a ajuda de aparelhos, está lúcido, porém o quadro de piora da função renal ainda preocupa. "Não há previsão de alta", termina o boletim. Desde sexta-feira, Niemeyer está na Unidade Intermediária (UI) do hospital.
(Com Estadão Conteúdo)
Homens da caverna produziam 'armas' antes do que se imaginava
Pré-história
Segundo estudo da 'Nature', escavações na África do Sul mostram que humanos sabiam tratar lâminas utilizadas como lanças há 70.000 anos
Pequenas lâminas microlíticas usadas por humanos há 70.000 (Simen Oestmo)
Paleontólogos encontraram pequenas lâminas na África do Sul que provam que o os primeirosHomo sapiens tinham a capacidade de produzir armas e outros instrumentos complexos há pelo menos 71.000 anos, muito antes do que se pensava. A descoberta sugere que a capacidade de produzir esses artefatos deu aos nossos primeiros antepassados da África uma vantagem evolutiva sobre o homem de Neandertal, segundo os autores de um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature.
Os cientistas concordam que nossa linhagem apareceu na África há mais de 100.000 anos, mas ainda há muito debate sobre quando a capacidade cultural e cognitiva do Homo sapiens começou a se assemelhar com a do homem moderno.
Saiba mais
NEANDERTAL
A Homo neanderthalensis é uma espécie extinta do gênero Homo, o mesmo dos humanos modernos, que viveu na Europa e em partes da Ásia entre 200.000 e 30.000 anos atrás. Os neandertais, que coexistiram com os Homo sapiens, receberam este nome porque a primeira ossada do homem pré-histórico foi encontrada em uma caverna no Vale de Neander, na Alemanha, em 1856. "Tal" significa "vale" em alemão.
A Homo neanderthalensis é uma espécie extinta do gênero Homo, o mesmo dos humanos modernos, que viveu na Europa e em partes da Ásia entre 200.000 e 30.000 anos atrás. Os neandertais, que coexistiram com os Homo sapiens, receberam este nome porque a primeira ossada do homem pré-histórico foi encontrada em uma caverna no Vale de Neander, na Alemanha, em 1856. "Tal" significa "vale" em alemão.
Pequenas lâminas similares tinham sido encontradas na África do Sul entre 65.000 e 60.000 anos atrás. Agora, uma equipe de cientistas descobriu lâminas muito mais antigas, chamadas microlíticas, que foram produzidas através de lascas de pedra aquecidas, em uma caverna perto da Baía de Mossel, litoral sul da África do Sul.
"Nossa pesquisa mostra que a tecnologia microlítica se originou na África do Sul, evoluiu durante um longo período de tempo (11.000 anos) e teve um complexo tratamento com calor", afirmam os autores do estudo. "Tecnologias avançadas na África eram antigas e duradouras", explicaram. Segundo ele, a longa ausência de artefatos instrumentais no registro paleontológico é explicada por um número relativamente pequeno de sítios escavados até o momento, e não por uma inexistência de conhecimento tecnológico do homem primitivo.
Aprendizado — A descoberta evidencia que o antepassado do homem moderno na África do Sul tinha a habilidade de fazer artefatos complexos e ensinar as técnicas a outras pessoas. Isso permitiria que eles produzissem instrumentos como flechas capazes de atingir maiores distâncias do que as lanças manuais. "As armas do tipo projéteis microlíticos ampliaram a capacidade de sucesso na caça, reduziram o risco de ferimentos dos caçadores e estenderam o raio de violência letal interpessoal", afirma a equipe.
De acordo com Curtis Marean, pesquisador da Universidade do Estado do Arizona, armas que podiam ser lançadas conferiram vantagens substanciais aos homens da época quando eles deixaram a África e encontram na Europa neandertais equipados apenas com lanças manuais e mais pesadas. "Se enfrentar um competidor que consegue arremessar lanças a longa distância, você está em clara desvantagem", afirma Marean.
O homem de Neandertal viveu em partes da Europa e partes da Ásia entre 200.000 e 30.000 anos atrás. Comentando o estudo, a antropóloga Sally McBrearty, da Universidade de Connecticut, afirmou que, ao fazer essas armas, os humanos arcaicos teriam usado lascas de pedras cuidadosamente selecionadas por sua textura e com uso do calor para poder trabalhar com elas mais facilmente. Eles teriam moldado as lâminas em formas geométricas, provavelmente para o uso de flechas atiradas de arcos.
Isso, por outro lado, implicaria que aqueles homens teriam de coletar outros materiais como madeira, fibras, penas, osso e tendões por um período de dias, semanas ou meses, o que teria sido interrompido por outras tarefas mais urgentes. "A habilidade de preservar e manipular operações e imagens de objetos na memória, e depois executar procedimentos, é um componente essencial da mente moderna", escreveu McBrearty.
(Com Agência France-Presse)
Estrelas binárias criam jatos em nebulosa planetária
Astronomia
Cientistas confirmam que Fleming 1 tem duas anãs brancas em seu interior que trocam matéria entre si. Fenômeno, até então sem explicação, faz com que jatos cósmicos sejam lançados dos polos de uma das estrelas
Ricardo Carvalho
A nebulosa planetária Fleming 1 observada com o Very Large Telescope, do ESO. Na imagem, aparecem as estruturas simétricas dos jatos existentes nas nuvens de gás circundantes (H. Boffin/ESO)
Edward Pickering (1846-1919), diretor do Harvard College Observatory, disse certa vez que sua governanta faria um trabalho muito melhor do que os assistentes que o observatório da universidade americana dispunha no final do século 19. Ele não poderia estar mais certo. Aluna brilhante desde os tempos do colégio, a escocesa Williamina Fleming (1857-1911) rapidamente aprendeu o ofício, desenvolveu novos métodos de classificação de estrelas e foi a primeira a observar e catalogar diversos corpos celestes. Entre eles, a nebulosa planetária batizada de Fleming 1.
Desde que o desenvolvimento de telescópios mais modernos, como o Hubble, tornou possível a observação de nebulosas na nossa galáxia em mais detalhes, um fato peculiar chamou a atenção dos astrônomos. Além de uma coroa de gás esverdeada mais ou menos esférica, Fleming 1 apresentava dois jatos vermelhos em espiral (assista ao vídeo abaixo), cuja existência simplesmente não podia ser explicada.
Saiba mais
NEBULOSA PLANETÁRIA
Corpos como a Nebulosa da Hélice são chamados de nebulosas planetárias, mas não têm nenhuma relação com planetas. O nome foi dado graças ao aspecto circular do fenômeno, que lembra um planeta. Quando morrem, as estrelas com até oito vezes a massa do Sol começam a expelir suas camadas exteriores, formando uma coroa de gás brilhante.
Corpos como a Nebulosa da Hélice são chamados de nebulosas planetárias, mas não têm nenhuma relação com planetas. O nome foi dado graças ao aspecto circular do fenômeno, que lembra um planeta. Quando morrem, as estrelas com até oito vezes a massa do Sol começam a expelir suas camadas exteriores, formando uma coroa de gás brilhante.
Agora, os cientistas dizem finalmente ter descoberto o que causa esse fenômeno na nebulosa. Após observações com os instrumentos do Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (ESO, em inglês), no Chile, um grupo de astrônomos confirmou que o efeito, também chamado "irrigador", é causado por um sistema binário. Em outras palavras, pela interação e troca de matéria entre duas estrelas já mortas (anãs brancas) que orbitam entre si.
A partir de simulações de computador, os cientistas já tinham levantado a hipótese segundo a qual esses jatos, que se assemelham a longos braços saindo da coroa de gás da nebulosa, eram resultado da interação de duas estrelas. Só que faltava encontrá-las.
Proximidade inesperada — Um par estrelas de fato foi avistado no interior de Fleming 1, confirmando as simulações de computador. Mas as imagens do ESO também capturaram algo inesperado: as duas anãs brancas estavam muito próximas uma da outra, com um período orbital de apenas 1,2 dia. "Os astrônomos já tinham sugerido uma estrela binária (como causa do efeito "irrigador"). Mas sempre pensou-se que, sendo este o caso, o par estaria bem separado, com um período orbital de dezenas de anos ou ainda mais longo", afirma Henri Boffin, um dos responsáveis pelo estudo que será publicado nesta sexta-feira na revista Science.
Astrofísico da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Gustavo Rojas explica que a incrível proximidade entre as duas estrelas faz com que haja uma intensa transferência de matéria entre os dois corpos. Apesar de terem idade semelhante, algo em torno de 8 bilhões de anos (o Sol tem cerca de 5 bilhões), por alguma razão um dos astros adquiriu mais massa do que o outro. Como resultado, ele começou a sugar a matéria do companheiro, formando um disco (chamado disco de acreção) que circula a "estrela vampira". O disco altera o comportamento de qualquer material que é ejetado dos polos da anã branca de maior massa, dando o formato dos dois jatos espirais observáveis na Fleming 1.
Localizada na constelação de Centauro, Fleming 1 faz parte de um grupo de nebulosas que apresentam morfologias bastante estranhas, como filamentos e jatos intensos. Um outro exemplo disso é a nebulosa Olho de Gato, com uma complexa estrutura de arcos que se entrelaçam. Diego Falceta-Gonçalves, astrofísico da USP, explica que há uma série de teorias sobre o que causa configurações tão intricadas. "Tentava-se explicar esses fenômenos pela velocidade de rotação das estrelas, pelos campos magnéticos ou pela interação entre duas estrelas", diz. É a primeira vez que uma dessas concepções é confirmada em observações. "Isso não quer dizer que todas (as nebulosas de forma complexas) são causadas por isso", pondera Falceta-Gonçalves.
David Jones, do ESO, espera que a descoberta ajude a explicar as estruturas inesperadas em outras nebulosas. "Estudando esse sistema, podemos começar a entender todo o processo em funcionamento desses objetos. Não apenas os que formam os espetaculares jatos na Fleming 1, mas os que criam anéis, nodos e demais estruturas estranhas (em outras nebulosas)."
Nebulosas – Comparado ao tempo total de vida de uma estrela, de bilhões de anos, uma nebulosa planetária dura bem menos, apenas alguns milhares de anos. Por isso, a coroa de gás multicor de uma nebulosa planetária é uma espécie de último suspiro de uma estrela. Quando morre, a estrela começa a inchar e a ejetar camadas exteriores, perdendo massa e formando uma enorme – e belíssima – coroa de gás. Essa coroa pode ser constituída por átomos de hidrogênio, oxigênio ou nitrogênio, entre outros elementos, que se excitam quando são bombardeados pela luz proveniente da matéria quente no centro da estrela moribunda. Isso faz com que os gases das nebulosas assumam as mais diferentes cores. Pela sua massa, o nosso Sol, quando morrer, formará uma nebulosa.
"Entender o que acontece com a Fleming 1 talvez nos ajude a prever como será o futuro do nosso Sol"
David Jones
Astrônomo do ESO que pesquisa a formação e evolução de nebulosas planetárias
Astrônomo do ESO que pesquisa a formação e evolução de nebulosas planetárias
Como a atual pesquisa nos ajuda a compreender a formação da nebulosa Fleming 1?
Por muito tempo, acreditou-se que duas estrelas fossem necessárias para produzir esse fenômeno, mas esta é a primeira vez que alguém realmente encontrou as duas estrelas no interior do sistema – e elas estão completamente de acordo com os modelos de computador que foram criados para tentar explicar o fenômeno.
Por que a forma dos jatos em espiral na Fleming 1 intrigou os astrônomos por tanto tempo?
A imagem clássica que temos nos livros sobre a formação de nebulosas planetárias é que elas surgem quando as estrelas, como o nosso Sol, expelem suas camadas exteriores – e são essas camadas que constituem as nebulosas. O maior problema com essa ideia é que muitas das nebulosas que conhecemos apresentam formatos muito, mas muito incomuns, como os jatos em espiral da Fleming 1. Também há nebulosas com anéis e filamentos no formato de cordas, tudo muito diferente da forma esférica das estrelas. Nós não sabemos ao certo de onde essas formas vêm. Nossa melhor hipótese, por muito tempo, é de que as estrelas que formam essas nebulosas têm uma parceira que as ajudam a criar esses desenhos, mas elas são muito difíceis de encontrar.
Como a pesquisa poderia ajudar no estudo de outras nebulosas planetárias?
Como disse anteriormente, nós acreditamos que estrelas binárias são responsáveis pela produção dessas estruturas incríveis que vemos nas nebulosas planetárias, mas elas (estrelas binárias) são bastante difíceis de encontrar. Com a descoberta das duas estrelas no centro de Fleming 1, precisamos tentar encontrar mais estrelas binárias desconhecidas (em outras nebulosas). Estudando esse sistema, podemos começar a entender todo o processo em funcionamento nesses objetos. Não apenas os que formam os espetaculares jatos na Fleming 1, mas os que criam anéis, nodos e outras estruturas estranhas (em outras nebulosas).
Qual a contribuição que a pesquisa pode trazer para o estudo da astronomia?
É a mais completa imagem que já tivemos de como esse objeto maravilho é criado. Talvez o mais interessante é que as estrelas que formaram essa nebulosa são bem parecidas ao nosso Sol. Portanto, entender o que acontece com a Fleming 1 e outros objetos similares talvez nos ajude a prever como será o futuro do nosso Sol.
Astrônomos encontram planeta em área que pode oferecer condições à vida
Espaço
A "apenas" 42 anos-luz, planeta recém-descoberto encontra-se na chamada zona habitável da estrela HD 40307
Com sete vezes a massa da Terra, o candidato a planeta 40307g está na zona habitável de sua estrela (J. Pinfield, RoPACS network, University of Hertfordshire)
Astrônomos europeus afirmam ter encontrado o que pode ser um planeta reunindo as condições necessárias para a existência de vida. Uma super-Terra (planeta extrassolar com uma massa maior do que a do planeta Terra), o HD 40307g tem uma massa mínima de sete vezes a terrestre. O HD 40307g ainda é um candidato a planeta e, portanto, precisa ser confirmado em futuras observações.
Para os padrões de distância da astronomia, pode-se dizer que o HD 40307g é uma espécie vizinho, pois está a apenas 42 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Pictor. Os resultados foram publicados no periódico Astronomy and Astrophysics.
Em 2008, pesquisadores já tinham anunciado a descoberta de três planetas orbitando a estrela HD 40307, ligeiramente menor e menos brilhante do que o Sol. O problema é que nenhum dos corpos avistados à época estava na chamada zona habitável, região do sistema onde a temperatura não é tão quente nem tão fria, permitindo a existência de água no estado líquido. Uma nova análise dos dados empreendida por cientistas das universidades de Hertfordshire (Reino Unido) e Goettingen (Alemanha) encontrou outros três planetas, sendo que o mais afastado da estrela, justamente o HD 40307g, encontra-se na distância equivalente a pouco mais da metade da distância entre o Sol e a Terra (ou 90 milhões de quilômetros).
Se estivesse em nosso Sistema Solar, possivelmente essas coordenadas inviabilizariam a vida no planeta recém-descoberto pelas altas temperaturas. Mas, apesar da proximidade, estima-se que o novo planeta receba algo em torno de dois terços da luz que a Terra recebe do Sol, justamente pelo menor tamanho da estrela HD 40307.
Outro aspecto importante observado pela equipe das duas universidades é que o planeta parece ter um movimento de rotação em torno do seu próprio eixo. Isso é importante porque alguns corpos, quando próximos de um objeto muito maior, acabam presos em um efeito chamado acoplamento de maré (como se ficassem ‘travados’ pela atração gravitacional). Dessa forma, apenas uma face do corpo ficaria voltada para a estrela, fazendo com que metade do planeta estivesse eternamente mergulhada em noite. Como parece girar em torno de seu próprio eixo, é possível que no HD 40307g existam intervalos entre dias e noites, como ocorre na Terra.
Nova geração — O ano nesse planeta é calculado em cerca de 200 dias. Ainda não se sabe se o HD 40307g tem uma estrutura rochosa como a da Terra, outra condição para a ocorrência de condições à vida. "Precisaríamos saber ao menos a densidade do planeta para tentar estimar qual a sua estrutura, se rochosa ou gasosa", diz Jorge Meléndez, astrofísico da Universidade de São Paulo.
"Descobertas como esta são realmente empolgantes e esse sistema será um alvo natural para mais observações quando uma nova geração de grandes telescópios estiver em funcionamento", conclui David Pinfield, um dos autores do estudo.
TCU recomenda licitação para a realização do Enem
Geral
Duas últimas edições do exame foram feitas por contrato direto entre o Inep, responsável pela prova, e o consórcio Cespe. Valor pago foi de R$ 372 milhões
Estudantes antes do início da prova do Enem 2012, em São Paulo (Ivan Pacheco)
O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) faça licitação para o próximo Enem. O tribunal também pede que, em caso de contratação sem concorrência, o órgão ao menos realize rodízio de empresas.
Segundo o TCU, o Inep deve avaliar a licitação "em face dos valores envolvidos e do interesse de outras instituições". Os dois últimos exames foram feitos por contrato direto firmado com consórcio liderado pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), ligado à Fundação Universidade de Brasília. O contrato de 372 milhões de reais, assinado em 2011, previa a realização de dois ou mais exames para um total de 10 milhões de candidatos - já alcançado.
À época, o Inep dispensou licitação sob o argumento de que não havia empresa com condições técnicas para aplicar o Enem, além do consórcio escolhido, também integrado pela Cesgranrio. O acórdão do TCU é uma resposta à representação protocolada pela empresa Consulplan, que exige a concorrência. A Consulplan era a responsável pela realização do Enem em 2009, ano em que a prova vazou e o exame foi adiado.
Por conta da representação, o pagamento à Cespe chegou a ser suspenso pelo tribunal para que o Inep aprofundasse as informações sobre os gatos, quantia considerada "expressiva". Apesar da recomendação, o ministro José Jorge, relator do processo, entendeu que a contratação direta para organizar o Enem não feriu a lei de licitações. O tribunal concordou com o argumento do Inep, que recorreu ao artigo 24, inciso 13, que permite a dispensa de licitação na contratação de instituição "de pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional".
Além do Enem, a representação questiona a contratação de órgão ligado à Universidade Federal de Juiz de Fora para organização do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) de 2010. O tribunal pede esclarecimentos sobre o pagamento "indevido" de 209.000 reais. O Inep tem 60 dias para responder.
Em nota, o Inep diz se comprometer a analisar o pedido formulado pelo TCU e apresentar suas razões ao tribunal.
(Com Estadão Conteúdo)
Blackberry pode ser pior para a saúde do que iPhone
Smartphones
Pesquisa observou que parte dos Blackberrys possui composto químico que provoca alergias na pele. Substância não está presente no produto da Apple
BlackBerry: Produto apresenta maior risco de reações alérgicas do que iPhone (Scott Olson/Getty Images)
Um estudo apresentado nesta sexta-feira no encontro anual do Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia (ACCAI, sigla em inglês), na Califórnia, Estados Unidos, mostrou que as diferenças entre o iPhone e o Blackberry vão além das tecnológicas. Segundo a pesquisa, o Blackberry e outros modelos mais simples de celular contêm substâncias químicas que podem desencadear reações alérgicas na pele. Esses compostos, por outro lado, não estão presentes no produto da Apple.
A pesquisa, desenvolvida por membros do próprio ACCAI, analisou a composição dos smartphones mais populares no mercado americano e observaram se os produtos continham cobalto ou níquel. Essas duas substâncias, presentes em produtos como bijuterias, lâminas de barbear, armações de óculos, maquiagem e esmaltes, podem provocar reações alérgicas na pele, causando vermelhidão, inchaço, coceira, bolhas e lesões cutâneas. Segundo os pesquisadores, a alergia a níquel é uma das reações mais comuns do tipo, atingindo 17% das mulheres e 3% dos homens.
De acordo com Tania Mucci, médica alergista e uma das autoras do estudo, um terço de todos os Blackberrys analisados continha níquel. Entre os smartphones mais simples, 91% continham níquel e 52%, cobalto. Nenhuma dessas duas substâncias foi encontrada nos iPhones. "Pacientes com alergia a níquel e cobalto devem considerar o uso de iPhones para reduzir a chance de ter uma reação alérgica. Por outro lado, os usuários de BlackBerry que costumam apresentar alergias na pele devem evitar conversas prolongadas ou mexer por muito tempo no telefone se começarem a perceber as reações”, diz Luz Fonacier, outro autor da pesquisa.
Riscos do crack serão discutidos em mais de 56 mil escolas
Drogas
Ministérios da Saúde e da Educação escolheram a droga como tema do Programa Saúde na Escola de 2013
Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Jovem consome crack no centro de Manaus (Bruno Kelly/Reuters)
O uso do crack, os efeitos da droga no organismo e seu alto poder de causar dependência serão discutidos em pelo menos 56 mil escolas do país no próximo ano. De acordo com o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, o risco que a droga representa foi o tema escolhido para o Programa Saúde na Escola. A ação, que tem a parceria dos ministérios da Saúde e Educação, acontece desde 2008 e tem como objetivo a melhoria da qualidade de vida dos estudantes da rede pública através da prevenção a doenças. A estimativa é de que pelo menos 12 milhões de alunos sejam preparados para dizer não ao crack.
“O crack é hoje um dos principais problemas de saúde pública do país. O consumo da droga não está restrito às cracolândias e não afeta apenas os que estão nas ruas. Decidimos que o tema precisa ser discutido nas escolas. Por isso o crack foi escolhido o tema do Programa Saúde na Escola do ano que vem. A ideia é usar várias matérias para discutir o problema. Vamos explorar a grade curricular para abordar a prevenção ao crack. Ou seja, o professor vai ser incentivado a abordar o tema na aula de ciências, de português, de redação. Até mesmo nas aulas de educação física a prevenção ao consumo do crack pode ser feita”, afirma Helvécio. “O importante é que não vai ser algo pontual, como uma palestra, por exemplo”.
Em 2012, o tema escolhido foi obesidade. Profissionais de saúde visitaram 56 mil escolas em 2.495 municípios, alcançando 12 milhões de alunos. O programa, que hoje envolve estudantes com idades entre 5 e 19 anos, será ampliado. A partir de 2013, as atividades incluirão estudantes com até 19 anos e incluirá creches. Por isso, a estimativa é que no ano que vem o programa supere os números de 2012.
Prevenção - A inclusão do tema crack nas escolas marca uma mudança importante no enfrentamento da dependência que leva adolescentes e jovens adultos a perambular pelas ruas em busca da droga. Antes visto como problema de segurança, devido à estreita relação com o tráfico e com os roubos cometidos por dependentes desesperados por mais uma pedra, a dependência à droga hoje é classificada como problema de saúde. A inclusão do tema nas escolas aponta para um caminho importante: o governo, pela primeira vez, vai tratar a epidemia de crack com prvenção, como qualquer outra doença que tem causa conhecida.
Os ministérios da Saúde e da Educação ainda não definiram detalhes operacionais da abordagem do crack dentro do programa, mas o objetivo é que a partir do ano que vem o debate sobre o crack seja continuo nas escolas. “ Queremos ter intervenção na primeira infância, na educação básica, no segundo grau, no ensino secundário. É importante que o trabalho seja desenvolvido em todas as faixas etárias e ao longo da vida a criança, do adolescente e do jovem”, explica o secretário.
“O crack é hoje um dos principais problemas de saúde pública do país. O consumo da droga não está restrito às cracolândias e não afeta apenas os que estão nas ruas. Decidimos que o tema precisa ser discutido nas escolas. Por isso o crack foi escolhido o tema do Programa Saúde na Escola do ano que vem. A ideia é usar várias matérias para discutir o problema. Vamos explorar a grade curricular para abordar a prevenção ao crack. Ou seja, o professor vai ser incentivado a abordar o tema na aula de ciências, de português, de redação. Até mesmo nas aulas de educação física a prevenção ao consumo do crack pode ser feita”, afirma Helvécio. “O importante é que não vai ser algo pontual, como uma palestra, por exemplo”.
Em 2012, o tema escolhido foi obesidade. Profissionais de saúde visitaram 56 mil escolas em 2.495 municípios, alcançando 12 milhões de alunos. O programa, que hoje envolve estudantes com idades entre 5 e 19 anos, será ampliado. A partir de 2013, as atividades incluirão estudantes com até 19 anos e incluirá creches. Por isso, a estimativa é que no ano que vem o programa supere os números de 2012.
Prevenção - A inclusão do tema crack nas escolas marca uma mudança importante no enfrentamento da dependência que leva adolescentes e jovens adultos a perambular pelas ruas em busca da droga. Antes visto como problema de segurança, devido à estreita relação com o tráfico e com os roubos cometidos por dependentes desesperados por mais uma pedra, a dependência à droga hoje é classificada como problema de saúde. A inclusão do tema nas escolas aponta para um caminho importante: o governo, pela primeira vez, vai tratar a epidemia de crack com prvenção, como qualquer outra doença que tem causa conhecida.
Os ministérios da Saúde e da Educação ainda não definiram detalhes operacionais da abordagem do crack dentro do programa, mas o objetivo é que a partir do ano que vem o debate sobre o crack seja continuo nas escolas. “ Queremos ter intervenção na primeira infância, na educação básica, no segundo grau, no ensino secundário. É importante que o trabalho seja desenvolvido em todas as faixas etárias e ao longo da vida a criança, do adolescente e do jovem”, explica o secretário.
2 - Dez formas de evitar os prejuízos do stress no trabalho
veja.com
Para especialistas ouvidos pelo site de VEJA, porém, embora não seja possível fugir do stress no trabalho, há formas de amenizar os impactos o problema tem sobre a nossa vida. Conheça dez formas de fazer isso:
Para especialistas ouvidos pelo site de VEJA, porém, embora não seja possível fugir do stress no trabalho, há formas de amenizar os impactos o problema tem sobre a nossa vida. Conheça dez formas de fazer isso:
Identifique o que está provocando o stress
É preciso saber o que está provocando o stress no trabalho para que a atitude mais correta seja tomada. O problema pode ser você, então procure avaliar se você está se sobrecarregando porque não delega funções, cobra demais de si mesmo, leva o perfeccionismo ao extremo ou por outro motivo. No entanto, pode ser que as próprias características do trabalho (pressão, risco de vida e prazos apertados, por exemplo) acarretem stress. Finalmente, o ambiente de trabalho, construído pelos funcionários e pelas relações entre eles, pode ser o grande culpado.
Fontes: Renato Mancini, psiquiatra da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e do Hospital São Luiz, em São Paulo; Mara Fernandes Maranhão, psiquiatra do Hospital Albert Einstein, São Paulo.
Fique atento aos sinais do seu corpo
Os problemas clínicos associados ao stress que costumam aparecer primeiro são cansaço e desânimo desproporcionais, fadiga constante, dificuldades de concentração, problemas de memória, comportamento explosivos e irritabilidade. Além deles, sintomas comuns quando o nível de stress profissional é grande incluem depressão, transtornos de ansiedade, hipertensão, compulsão alimen tar, aumento de peso, gastrite e outras alterações gastrointestinais.
Seja flexível, não abrace o mundo
Não delegar tarefas e cobrar muito de si são alguns dos comportamentos que podem se virar contra você, já que colaboram com o aumento do stress no trabalho. “Por exemplo, uma pessoa muito perfeccionista nunca vai ficar satisfeita com o seu trabalho, não importa o resultado. Ou ela vai considerar que não fez mais do que sua obrigação, ou vai se culpar pois deixou a desejar”, diz o psiquiatra Renato Mancini.
Não guarde os problemas para si
A falta de comunicação é um dos principais males da convivência profissional. Para melhorá-la, um profissional deve buscar e estudar quais são as melhores formas de interagir e de se comportar no ambiente de trabalho. “Se os problemas persistirem, é preciso conversar sobre eles, por mais difícil que possa ser, já que o ambiente profissional é muitas vezes opresso. É importante discutir, por exemplo, quando o prazo de um trabalho for impossível de ser cumprido”, diz Mancini.
Conheça o emprego antes de aceitá-lo
Saber quais são as características do seu emprego é fundamental para evitar uma quebra de expectativa e uma frustração. “É preciso ter certas coisas em mente. Não podemos esperar, por exemplo, que um colega de trabalho seja nosso melhor amigo”, diz Manicini. Além disso, é provável que o emprego atinja uma certa rotina e que as funções deixem de ser novidade. “Quem só gosta de novidades e desafios e cai na rotina se frustra. Por isso precisamos entender o ambiente em que estamos inseridos e avaliar se ele é estimulante”, afirma o médico.
Não limite sua vida ao trabalho
Quando a vida de uma pessoa está resumida somente ao trabalho, ou seja, quando nada mais lhe satisfaz, qualquer fato que ocorra no ambiente profissional terá um impacto muito maior do que deveria. Por isso é importante que um indivíduo tenha um hobbie, mantenha contato com família e amigos, procure um curso para fazer ou outra atividade para se engajar fora do trabalho.
Fortaleça o seu sistema imunológico
Hábitos alimentares corretos ajudam a fortalecer o sistema imunológico e, consequentemente, tornam uma pessoa menos vulnerável ao stress e seus efeitos. Vitamina C e alimentos ricos em zinco, como as amêndoas, são aliadas da imunidade.
Durma pelo menos 8 horas por dia
Dormir bem é outra maneira de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar, diminuindo o cansaço e aumento a disposição para trabalhar. O sono adequado, ou seja, de oito horas diárias, ajuda uma pessoa a ser mais forte em frente ao stress e melhora a sua memória e raciocínio. “Uma melhor qualidade de vida melhora o desempenho no trabalho e a forma como uma pessoa lida com os conflitos profissionais, já que o stress prejudica o raciocínio e a tomada de decisões”, explica a psiquiatra Mara Maranhão.
Pratique atividades físicas
O bem-estar e a qualidade de vida também dependem do exercício físico. Eles melhoram a disposição de um indivíduo e o tornam mais forte para enfrentar situações de stress. O ideal é a prática de 30 minutos de qualquer atividade ao menos três vezes na semana.
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Procure ajuda profissional
Pode ser difícil encontrar formas de lidar com o stress, mesmo sabendo o motivo pelo qual ele existe e quais são as suas consequências. Por isso, o auxílio de um profissional que seja especialista em saúde mental pode ser fundamental para que o stress permaneça distante e não afete a sua vida.
Dez formas de evitar os prejuízos do stress no trabalho
Saúde mental
O stress no ambiente profissional pode ser altamente prejudicial à saúde. Porém, algumas medidas podem evitar essa situação e, assim, proteger você
Vivian Carrer Elias
Stress no trabalho: De cansaço a câncer, a situação pode ser altamente prejudicial à saúde (Thinkstock)
O trabalho pode matar — e isso não é apenas força de expressão. O principal culpado por isso é o stress. Seus efeitos no organismo vão além dos problemas emocionais. "O stress faz com que o corpo libere mais hormônios como a adrenalina e o cortisol que, em excesso, aumentam a frequência cardíaca e a pressão arterial, diminuem a imunidade, aumentam o apetite e agravam o acúmulo de gordura na região abdominal", diz Mara Fernandes Maranhão, psiquiatra do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. As possíveis consequências desses problemas são conhecidas: obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e até condições mais graves como o câncer.
Uma série de pesquisas feitas com pessoas do mundo todo já comprovou esses prejuízos. Um estudo da Universidade de Harvard, feito com mais de 20.000 mulheres e publicado em julho deste ano, revelou que trabalhar em ambientes estressantes e sob muita tensão pode aumentar em 70% o risco de um infarto e em 40% de outro evento cardiovascular. Outra pesquisa divulgada neste ano, desenvolvida no Instituto de Pesquisas sobre Trabalho e Saúde do Canadá, concluiu que o stress no trabalho dobra as chances de uma mulher ter diabetes.
Três causas — Mas, afinal, quem é o verdadeiro culpado por uma pessoa sofrer altos níveis de stress no trabalho? Depende. Por exemplo, o problema pode ser intrínseco à própria profissão. "Algumas carreiras podem gerar um stress crônico porque lidam com constante pressão de tempo, de cumprimento de metas ou então com risco de vida, como bombeiros, por exemplo", diz Mara. Além disso, o ambiente de trabalho pode ser o grande responsável por esse stress ocupacional, especialmente se nele há muita competitividade e agressividade entre as relações. Por fim, a culpada pela condição pode ser a própria pessoa estressada, seja porque ela tem mais dificuldades em se adaptar a novos ambientes ou em receber ordens, ou, na vontade de fazer o trabalho bem feito, não delega funções, leva trabalho para casa e, portanto, se sobrecarrega.
Como trabalho e stress são duas coisas que andam de mãos dadas, é praticamente impossível evitar o problema no ambiente profissional. Deixar de trabalhar não é uma opção para se livrar do stress — e mudar de emprego nem sempre dá certo, já que o novo trabalho pode ser tão ou mais estressante que o anterior. Talvez por isso seja tão comum que o 'stress ocupacional' se acumule e desencadeie vários problemas à saúde, que vão desde um desânimo crônico até doenças graves, como hipertensão.
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O trabalho ininterrupto gera diversas consequências físicas e psicológicas ao empregado. A exigência constante por produtividade faz com ...