terça-feira 09 2013

Erro no site da Fifa pode ter revelado preço de ingressos da Copa

Por Goal.com
Documento que foi ao ar na página oficial do torneio informava valores entre R$ 120 e R$ 2500




Mais salgados?
Mais salgados?




























Um possível erro no site oficial da Copa do Mundo de 2014 pode ter revelado os valores dos ingressos para o torneio que será realizado aqui no Brasil. Uma tabela com esses preços apareceu na seção “última fotos” e foi retirada do ar na tarde desta terça-feira.

De acordo com a imagem, a entrada mais barata seria o de meia-entrada da categoria 4 para as partidas em Cuiabá, Curitiba, Manaus e Natal: R$ 120. O valor mais alto seria o de categoria 1 para o estádio Mané Garrincha, com o custo de R$ 2500.

"Por um erro técnico, um documento de teste foi publicado em uma seção errada do site. Os preços dos ingressos para a Copa do Mundo da FIFA 2014 serão anunciados no dia 19 de julho, em São Paulo", informou a entidade máxima do futebol, por email, ao site Globoesporte.

Alguns dos dados estão ilegíveis, mas é possível também ver valores dos pacotes TST (Team Specific Tickets), que permite ao torcedor seguir sua seleção no campeonato. O TST 4, por exemplo, dá direito aos três primeiros jogos da equipe, mais as oitavas-de-final. O TST 7 permite ir até a final. Se o time for eliminado antes, mesmo assim o cliente recebe ingressos das demais fases. O valor do conjunto desse tipo de entrada varia entre R$ 670 (três partidas partidas na categoria 3) até quase R$ 6800 (sete jogos na categoria 1).

Caso se confirme esta informação, as declarações do secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, de que as entradas do Mundial seriam mais baratas do que a da Copa das Confederações não se confirmarão.

Fifa 'vaza' suposta tabela de ingressos; AM, MT, PR e RN teriam lugares mais baratos, e Brasília, os mais caros

Por ESPN.com.br- espn.com.br
Na tarde desta terça-feira, o site oficial da Fifa "vazou" uma tabela com os possíveis valores dos ingressos para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil..

Fifa 'vaza' suposta tabela de ingressos; AM, MT, PR e RN teriam lugares mais baratos, e Brasília, os mais caros
Jérôme Valcke e Joseph Blatter em coletiva realizada no Maracanã





Na tarde desta terça-feira, o site oficial da Fifa "vazou" uma tabela com os possíveis valores dos ingressos para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
De acordo com a imagem - logo apagada pelo servidor da entidade -, Cuiabá (Arena Pantanal), Curitiba (Arena da Baixada), Manaus (Arena Amazônia) e Natal (Arena das Dunas) teriam os bilhetes mais baratos: R$ 120 na categoria 4, reservada para a meia-entrada.
Por outro lado, Brasília possuiria o ingresso mais caro para o Mundial, R$ 2.500 na categoria 1. O Estádio Mané Garrincha, por sinal, ficaria com os bilhetes mais onerosos em todos os níveis.
A Fifa explicou que a tabela com o preço das entradas para a Copa será divulgada no próximo dia 19, durante evento em São Paulo.

“Grito o meu amor aos 7 ventos”, diz Daniela Mercury


Um dia depois da grande repercussão da foto e declaração que revelam sua homossexualidade, cantora diz que atitude foi para marcar sua posição contrária a permanência do deputado e bispo Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos



“Comuniquei meu casamento com Malu para tratar com a mesma naturalidade que tratei outras relações”. Com essa frase, a cantora Daniela Mercury inicia um breve comunicado no qual comenta suas fotos ao lado na namorada, a jornalista Malu Verçosa, e a declaração de amor à ela publicadas na última quarta-feira, dia 3, no Instagram.

Malu agora é minha esposa, minha família, minha inspiração pra cantar", escreveu Daniela
Segundo Daniela, a revelação de seu relacionamento e de sua homossexualidade foi um posicionamento contra a presença do deputado e bispo Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos e Minorias.
“Eu comuniquei meu casamento com Malu para tratar com a mesma naturalidade que tratei outras relações. É uma postura afirmativa da minha liberdade e uma forma de mostrar minha visão de mundo. Numa época em que temos um Feliciano desrespeitando os direitos humanos, grito o meu amor aos 7 ventos. Quem sabe haja ainda alguma lucidez no Congresso Brasileiro!”, declarou.
Com uma intensa repercussão na imprensa e mídias sociais, a atitude da cantora de declarar o repúdio a postura conservadora de Feliciano se soma a outras recentes declarações e ações de políticos como os deputados Jean Wyllys (Psol- RJ) e Marcelo Freixo (Psol- RJ) da atriz Fernanda Montenegro, que beijou a também atriz Camila Amado para marcar o apoio aos direitos dos homossexuais, além dos cantores Gilberto Gil, Chico Buarque e Preta Gil.
Acusado de homofobia e racismo, o deputado Marco Feliciano enfrenta grande mobilização social contrária a sua permanência na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Apesar disso, Feliciano afirma que não pretende deixar o cargo.

Chico Buarque - O Meu Amor



Protestos são condutores das reformas, diz chefe do MP-SP

 Por Fausto Macedo, estadao.com.br
Para o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Fernando Elias Rosa, as ruas denunciam a crise da democracia mas vão contribuir para aperfeiçoar o sistema representativo






O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Fernando Elias Rosa, disse na noite desta sexta feira, 28, que "os movimentos populares, as mobilizações, denunciam a crise da democracia representativa, mas serão esses mesmos movimentos que haverão de agregar mudanças qualitativas na representação política". Para Elias Rosa, os movimentos nas ruas "são um indicativo da crise que se instalou nas formas de representação política, mas são também a revelação, ainda que ocasional, do desejo de participação política que anima homens e mulheres de todas as idades".

O procurador-geral falou para um grupo de 78 promotores de Justiça – empossados no início desta semana –, em solenidade na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. "O paradoxo está na circunstância de as massas populares indicarem a crise e, ao mesmo tempo, serem o condutor de reformas políticas capazes, como esperamos, de aperfeiçoar o sistema representativo e participativo", acentuou o chefe do Ministério Público paulista.
O procurador se referiu "à ampla mobilização pública que tomou as ruas das cidades brasileiras promovendo o debate de temas caros e sensíveis ao Estado e à sociedade". Ele disse que "o Ministério Público de São Paulo compreende as manifestações populares como vivas formas de expressão da democracia participativa, de exercício pleno do direito de expressão do pensamento, de expressão da cidadania; direito de pacificamente proclamar e reivindicar o quanto lhe seja valioso".
Elias Rosa liderou a mobilização contra a PEC 37, proposta de emenda à Constituição que alijava os promotores das investigações de âmbito criminal, conferindo tal atribuição, exclusivamente, às polícias judiciárias (Federal e dos Estados). A PEC 37 foi rejeitada pelo Congresso, em meio à pressão das ruas. "Ao longo de toda a caminhada o resultado favorável à rejeição (da PEC 37) não era apenas improvável; era impossível de ser obtido", disse o procurador-geral, revelando seu temor.
"Havia uma triste sensação de que, de fato, as investidas contra o regime jurídico do Ministério Público encontrariam êxito com a aprovação da PEC 37, constituindo a primeira modificação contra a instituição após a Constituição de 1988."
Apoio popular. Ele enalteceu o valor da imprensa. "Pelos principais veículos de comunicação, a imprensa nos conferiu espaço suficiente para a promoção do debate desejado, mesmo quando expressou posições contrárias à tese por nós defendida. Importava o debate, o acesso à informação e a difusão dos riscos emergentes daquela proposta. Para que tenhamos a noção da grandeza do que foi realizado, a petição eletrônica lançada pelo Ministério Público paulista, que passou a contar com o apoiamento de outros Ministérios Públicos, somou mais de 460 mil assinaturas."
Elias Rosa comoveu-se ao falar do apoio inesperado. "Como obra do destino, pura coincidência histórica e suma expressão de justiça, tiveram início as mobilizações sociais e populares no Brasil, que ganharam as ruas e praças e que ainda movimentam multidões. Na pauta os temas mais sensíveis, como saúde, educação, transportes coletivos e a rejeição à PEC 37", prosseguiu.
No último sábado, 22, ele mandou abrir as portas do prédio sede do Ministério Público de São Paulo, no Centro da Capital, para que uma multidão protestasse contra a PEC 37. "Escrevemos um dos capítulos mais espetaculares da nossa história político-institucional." O procurador disse que "todos participaram e todos foram decisivos, os membros da instituição, os seus órgãos da administração, os colaboradores e a entidade de classe (Associação Paulista do Ministério Público)."
Aos 78 novos promotores de Justiça, o chefe do Ministério Público enfatizou a meta a ser alcançada. "O que esperam de nós, meus colegas, é a atuação capaz de reverter o triste quadro de desigualdade que ainda assola o território paulista e brasileiro; idealizando e atuando como instância de representação de todos", prosseguiu. "Do Ministério Público contemporâneo o que se espera é a demonstração de sua capacidade de articulação, de conciliação, de mediação; verdadeiro instrumento de pacificação social."
Ele disse que a Procuradoria-Geral está atenta a uma outra PEC, em curso na Assembleia Legislativa de São Paulo, que também inquieta as promotorias – de autoria do deputado Campos Machado, líder do PTB, a emenda 01/13 tira dos promotores o poder de investigar prefeitos, secretários de Estado e deputados estaduais por improbidade.
Elias Rosa disse categoricamente aos novos promotores o que a sociedade deles espera e a responsabilidade do cargo. "Exige profissionalismo, serenidade, equilíbrio e o emprego da melhor técnica. Exige correção ética na vida pessoal e profissional, nos impõe sacrifícios, mas nos confere a expectativa de uma atividade profissional gratificante e realizadora. Não há, meus caros colegas, Ministério Público sem sociedade civil. Não há razão de ser da instituição se não for pela ótica única e exclusiva da concretização do Estado Social e Democrático de Direito."
Sob aplausos, o procurador-geral indicou o caminho aos novos pares. "Examinem, meus colegas, a realidade social da Comarca onde irão atuar, recebam e dialoguem com os vários atores da sociedade local. Não se tranquem no hermetismo de seus gabinetes porque será à porta deles que o cidadão irá bater em busca de soluções para as mazelas que o afligem. Estabeleçam com os Poderes locais o relacionamento institucional que o exercício das nossas funções impõe. O Brasil nos concedeu a Constituição para tomar conta e uma sociedade para defender. Promovam a Justiça."

Oposição vai ao Ministério Público contra Cabral

Por LUCIANA NUNES LEAL, estadao.com.br
Três deputados estaduais de oposição protocolaram duas representações contra o governador do Rio, Sérgio Cabral...



Três deputados estaduais de oposição protocolaram duas representações contra o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), pelo uso de helicóptero oficial do Estado para fins particulares. Ao Ministério Público Federal (MPF), os parlamentares pedem investigação de crime de peculato (uso, por parte de servidores, de recursos ou bens públicos para proveito próprio). No Ministério Público Estadual (MPE), formalizaram denúncia de improbidade administrativa (conduta inadequada de agente público).
Os deputados Paulo Ramos (PDT) e Marcelo Freixo (PSOL) estiveram na manhã desta terça-feira, 9, na sede do Ministério Público, mas o procurador-geral, Marfan Vieira, não estava. Eles foram recebidos pelo subprocurador-geral de Direitos Humanos e Terceiro Setor, Ertulei Matos. O deputado Luiz Paulo (PSDB) também assina as representações enviadas aos MPs federal e estadual.
Reportagem da revista Veja desta semana revelou que um helicóptero de luxo do governo do Estado é usado nos fins de semana para transportar o governador, a família, babás dos filhos e até o cachorro, Juquinha, para Mangaratiba, no litoral sul, onde Cabral tem casa de veraneio. A reportagem disse ainda que Cabral usa helicópteros oficiais para ir ao trabalho, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, partindo do heliponto da Lagoa, a uma distância de dez quilômetros.
O MPE abriu procedimento na segunda-feira, 08, para apurar possíveis irregularidades, mas os parlamentares argumentaram que a representação "fortalece as investigações". Além disso, no caso de arquivamento da investigação, os deputados, como autores da denúncia, podem recorrer contra a decisão ao Órgão Especial do Ministério Público.
Segundo Freixo, a denúncia de crime de peculato será investigada pelo MPF em Brasília. Por ser governador, Cabral tem foro privilegiado e um possível processo tramitaria no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os parlamentares pediram informações ao governo do Estado e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre os voos dos helicópteros oficiais. "É um absurdo que o Estado tenha sete helicópteros a serviço do Executivo. É preciso abrir essa caixa e mostrar onde são usados, por quem, a serviço de quem", disse Freixo.
Os deputados também tentam colher assinaturas para abertura de uma CPI sobre o uso dos helicópteros para fins particulares, mas reconhecem as dificuldades de chegar a 24 assinaturas necessárias diante da ampla base governista. "Existe no Legislativo uma proteção ao Executivo", disse Ramos.
"A sociedade ouviu o Ministério Público e derrubou a PEC 37 (que reduzia o poder de investigação de promotores e procuradores). Agora é hora de o MP ouvir a sociedade e fazer essa investigação", disse Freixo.

Planalto criará pacote punindo empresas corruptoras

 Por JOÃO VILLAVERDE E ALANA RIZZO, estadao.com.br
Depois de reabilitar "faxinados" e acomodar na Esplanada partidos que foram protagonistas de escândalos, o Planalto...



Depois de reabilitar "faxinados" e acomodar na Esplanada partidos que foram protagonistas de escândalos, o Planalto planeja um atalho para se sintonizar com a "voz da ruas", que cobrou mais rigor em relação à corrupção. Com a chancela da presidente Dilma Rousseff, a ideia é deslanchar um pacote de decretos na área da transparência e mobilizar o Congresso para aprovar o projeto de lei 6.826, que prevê multas pesadas contra empresas corruptoras.
O projeto prevê a taxação de até 20% do faturamento bruto de companhias privadas que subornarem agentes públicos, fraudarem licitações ou dificultarem investigações de agências reguladoras e do Banco Central. Além disso, o projeto prevê a criação do Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP), com a relação de companhias multadas e o tipo de sanção.
A ideia que circula no Planalto é dar urgência à aprovação do projeto, que serviria para afastar do governo federal a imagem da leniência com a corrupção, levantada por manifestantes nos últimos dias.
O pacote anticorrupção do governo, que não mexe no loteamento político dos órgãos, inclui a edição de dois decretos. O primeiro deve ser publicado nas próximas semanas e regulamenta a lei que prevê punições a integrantes do alto escalão do Executivo envolvidos em conflitos de interesse. O texto trata das situações geradas pelo confronto entre interesses públicos e aumenta a chamada "quarentena" no serviço público.
Também está pronto no Planalto o "Decreto Ficha Limpa" na gestão pública. O texto já foi concluído, após longas discussões no governo, e está na Casa Civil aguardando uma posição da presidente. A norma cria critérios para a nomeação de funcionários em cargos de confiança.
Imagem
Nos bastidores, o governo admite que parte da popularidade de Dilma obtida em 2011, quando a presidente demitiu seis ministros após denúncias, foram parcialmente neutralizados em 2012, com o julgamento do mensalão. O processo fez reacender a ligação entre o governo e os petistas envolvidos no caso.
Além disso, com o acirramento da disputa eleitoral, o Planalto passou a reabilitar partidos afastados na "faxina", como o PDT de Carlos Lupi e o PR de Alfredo Nascimento. Também foi contemplado o PTB de Roberto Jefferson, delator do mensalão e condenado no processo.
Em seu pronunciamento à nação, na noite de sexta-feira, 21, a presidente Dilma Rousseff citou o termo "corrupção" quatro vezes. "Precisamos muito, mas muito mesmo, de formas mais eficazes de combate à corrupção", disse Dilma, para quem "a melhor forma de combater a corrupção é com transparência e rigor".
De acordo com pesquisa CNT/Ibope divulgada no sábado, 22, os políticos e a corrupção receberam, respectivamente, 47% e 32% das menções dos entrevistados em 79 municípios como principal razão para os protestos dos últimos dias.
O projeto que multa as empresas corruptoras foi enviado pelo próprio governo ao Congresso no início de 2010, mas nunca esteve no topo da agenda de prioridades legislativas do Planalto. Ainda assim, o projeto foi aprovado pela Câmara em 12 de junho, e agora está no Senado.
Segundo o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que relatou o projeto na comissão específica da matéria na Câmara, o governo acompanhou a tramitação de perto, por meio da Casa Civil e da Controladoria-Geral da União (CGU). Quando questionado sobre os planos do Planalto de apoiar de forma mais entusiasmada o projeto, Zarattini afirmou que "o governo está com a bola na marca do pênalti, basta chutar para o gol". Se endossar a proposta, segundo Zarattini, Dilma pode receber o texto pronto para ser sancionado antes do recesso parlamentar, em 15 de julho.
A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados com fundamento no projeto serão destinados aos órgão ou entidades públicas lesadas. Haverá um prazo de cinco anos para que os processos administrativos sejam analisados. Pelo texto, a lei entraria em vigor seis meses após a sanção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Partidos são 'corruptos ou muito corruptos' para 81% dos brasileiros

Por Jamil Chade, estadao.com.br
Numa escala de 1 a 5, onde cinco é o grau máximo de corrupção, o setor público brasileiro atingiu nota 4,6; percepção é a pior entre os 107 países pesquisados, diz Transparência Internacional



GENEBRA - Cerca de 81% dos brasileiros consideram os partidos "corruptos ou muito corruptos", segundo pesquisa Ibope divulgada ontem pela Transparência Internacional. Isso quer dizer que quatro de cada cinco pessoas põem em xeque a base da representação política no País.
Os números do levantamento concluído em março traduzem uma insatisfação que ficou explícita três meses depois, com a série de manifestações que se alastraram pelas cidades brasileiras.
Se comparados à percepção de moradores de outras áreas do globo, fica claro que os brasileiros estão mesmo descontentes. Na média dos 107 países que participaram da pesquisa organizada pela organização não governamental, algo em torno de 65% dizem que os partidos são "corruptos ou muito corruptos".
A mesma pesquisa – feita em 2010 pela Transparência Internacional – mostra que, no Brasil, a situação se agravou: três anos atrás, o índice de descontentamento sobre o tema era de 74%.
Os dados nacionais sobre percepção de corrupção – obtidos após entrevistas com 2.002 pessoas – mostram também que, depois dos partidos, o Congresso é a segunda instituição mais desacreditada. Cerca de 72% da população o classificam como "corrupto ou muito corrupto". Na média mundial – foram 114 mil entrevistas –, o índice é de 57%.
A pesquisa ainda perguntou se os entrevistados consideravam eficientes as medidas dos governos contra a corrupção: 56% dos brasileiros disseram que não; 54% da média mundial também.
"O desprestígio dos partidos e dos políticos é muito grande, disse Alejandro Salas, um dos autores do informe da Transparência Internacional. "O resultado é triste. Os partidos políticos são pilares da democracia", disse.
Na avaliação de Salas, o que tem sido positivo no Brasil é que as pessoas que saíram às ruas para se manifestar fizeram uma ligação direta da corrupção na classe política ao fato de não haver serviços públicos adequados. "As pessoas fizeram a relação direta entre a corrupção e a qualidade de vida que têm", disse. "Para muitos, o mais dramático é que o Brasil cresceu nos últimos anos. Mas as pessoas perceberam que os benefícios não foram compartilhados e que parte disso ocorreu por conta da corrupção." 
'Caixa-preta'. Segundo o autor do informe, os indicadores mostram que os brasileiros estão cansados de não saber como o poder é administrado, quem paga por ele, quem recebe e quem se beneficia. "Os partidos são como caixas pretas e, para mudar essa percepção, uma reforma importante será dar mais transparência ao financiamento dos partidos."
Ainda segundo a avaliação de Salas, que é diretor regional da ONG para as Américas, as manifestações nas ruas no Brasil colocaram "uma pressão enorme" sobre os políticos. "Depois das manifestações no Brasil, se os partidos não mudarem, vão acabar de se afundar", afirmou. O representante da TI alerta também para a possível aparição e fortalecimento de líderes carismáticos por causa do descrédito dos partidos políticos. Conclui, porém, que o resultado das manifestações de junho é positivo. "O que ocorreu dá esperança."
Os dados mostram que, no Brasil, 81% dos entrevistados disseram que podem fazer a diferença no combate à corrupção. Na médias dos países envolvidos na pesquisa, o índice é de 65%.
Numa escala de 1 a 5, onde cinco é o grau máximo de corrupção, o setor público brasileiro atingiu nota 4,6. "A taxa é mais elevada que no resto da América Latina", afirmou Salas.
Cerca de 70% dos entrevistados no Brasil acreditam que a corrupção no setor público é "muito séria", contra uma média mundial de apenas 50%.
Em torno de 77% dos brasileiros admitem que ter "contatos" na máquina publica é "importante" para garantir um atendimento. A percepção em relação ao setor privado se inverte. No Brasil, apenas 35% das pessoas acham que as empresas são "corruptas ou muito corruptas". Fora do País, a média é superior: 45%.
Disposição. Outra constatação da Transparência Interna cional é que, no Brasil, a proporção de pessoas disposta a denunciar a corrupção é mais baixa que a média mundial: 68% diante de 80%.
Cerca de 44% dos entrevistados disseram que não denunciam por medo, enquanto outros 42% alertam que suas ações não teriam qualquer resultado. "Se o governo estiver sendo sincero de que quer combater a corrupção, precisa criar mecanismos que permitam a denúncia e que protejam as pessoas", disse Salas. Entre os que aceitam fazer a denúncia, a maioria revela que para tal usaria os jornais, e não os órgãos oficiais do governo.
Um a cada quatro entrevistados no Brasil admitiu que pagou propinas nos últimos dez meses para ter acesso a um serviço público. "O pagamento de propinas continua muito alto. Mas as pessoas acreditam que têm o poder para parar isso", disse Huguette Labelle, presidente da Transparência Internacional. Para ela, os políticos devem dar o exemplo, tornando públicos a sua renda e os ativos de família.
Outras instituições. Depois dos partidos e do Congresso, a polícia aparece na pesquisa como a instituição mais desacreditada. Cerca de 70% dos brasileiros a classificam como "corrupta ou muito corrupta". No resto do mundo, o índice é de 60%.
O Judiciário, entre os brasileiros, tem mais crédito do que entre a população dos outros países. Aqui 50% apontam a instituição como "corrupta ou muito corrupta". Fora, o índice é de 56%. As Forças Armadas aparecem com índice baixo de percepção de corrupção. No Brasil é de 30% e na média dos outros países da pesquisa da Transparência Internacional, 34%.

Plebiscito não valerá para 2014, afirma presidente da Câmara

Por Ricardo Della Coletta, da Agência Estado, estadao.com.br
Henrique Eduardo Alves considera que prazo estabelecido pelo TSE torna 'inviável' mudanças para próximas eleições



BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, descartou qualquer possibilidade de um plebiscito sobre a reforma política ter validade já para as eleições de 2014. Considerando que o prazo estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral para a realização da consulta, de 70 dias, torna "inviável" e "impraticável" as alterações entrarem em vigor já no ano que vem, o presidente da Câmara anunciou a criação, ainda hoje, de um grupo de trabalho para elaborar uma proposta de reforma política.

"É uma questão de ordem prática", resumiu o presidente. "Dentro do prazo que a anualidade constitucional exige, não haveria como fazer o plebiscito para a eleição de 2014. Isso é uma constatação de todos", afirmou Alves.
Ele complementou que isso não significa que a ideia do plebiscito esteja "enterrada" e disse que a Câmara vai analisar a proposta, desde que parlamentares apresentem as assinaturas necessárias. "Se surgir (a proposta) de plebiscito e conseguir as assinaturas necessária, esta Casa não vai se furtar de examinar, mas sabendo que só valerá para as eleições de 2016", disse o presidente.
Grupo de trabalho. O grupo de trabalho, considerado por Alves uma "carta de seguro", será coordenado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT) e terá 90 dias para apresentar uma proposta de reforma. O resultado da reforma política elaborada por essa comissão, disse o presidente, iria a consulta popular, mas na forma de um referendo.
As informações são do Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado dedicado à cobertura política.

Elis Regina - Tatuagem



Se Eu Quiser Falar Com Deus - Elis Regina - Capela



CARTA DAS ENTIDADES MÉDICAS AOS BRASILEIROS

Após anúncio do programa do Governo Federal nesta segunda-feira (8), as entidades médicas nacionais divulgaram nota onde reafirmam sua posição crítica com relação aos pontos anunciados por entender que todas carecem de âncoras técnicas e legais. “Nos próximos dias, deverá ser feito o questionamento jurídico da iniciativa do Governo Federal, o qual contraria a Constituição ao estipular cidadãos de segunda categoria, atendidos por pessoas cuja formação profissional suscita dúvidas, com respeito a sua qualidade técnica e ética”, diz o documento.
Segundo as entidades, é inaceitável que o país, cujo Governo anuncia sucessivos êxitos no campo econômico, ainda seja obrigado a conviver com a falta de investimentos e com a gestão ineficiente no âmbito da rede pública. “Trata-se de quadro que precisa ser combatido para acabar com a desassistência”.  A nota é assinada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
Veja documento na íntegra:


CARTA DAS ENTIDADES MÉDICAS AOS BRASILEIROS

A dificuldade de acesso da população aos serviços de saúde configura preocupação recorrente das entidades médicas brasileiras. É inaceitável que nosso país, cujo Governo anuncia sucessivos êxitos no campo econômico, ainda seja obrigado a conviver com a falta de investimentos e com a gestão ineficiente no âmbito da rede pública. Trata-se de quadro que precisa ser combatido para acabar com a desassistência.
Neste processo, as entidades apontam como fundamentais a adoção de medidas profundas, que elevarão o status do Sistema Único de Saúde (SUS) ao de um modelo realmente eficaz, caracterizado pela justiça e a equidade. Sendo assim, assumem alto risco a adoção das medidas anunciadas, as quais não observam a cautela imprescindível ao exercício da boa medicina.
As decisões anunciadas pelo Governo demonstram a incompreensão das autoridades à expectativa real da população. O povo quer saúde com base em seu direito constitucional. Ele não quer medidas paliativas, inócuas ou de resultado duvidoso. O sonho é o do acesso a serviços estruturados (com instalações e equipamentos adequados) e munidos de equipes bem preparadas e multidisciplinares, inclusive com a presença de médicos, enfermeiros, dentistas, entre outros profissionais.
A vinda de médicos estrangeiros sem aprovação no Revalida e a abertura de mais vagas em escolas médicas sem qualidade, entre outros pontos, são medidas irresponsáveis. Apesar do apelo midiático, elas comprometerão a qualidade do atendimento nos serviços de saúde e, em última análise, expõem a parcela mais carente e vulnerável da nossa população aos riscos decorrentes do atendimento de profissionais mal formados e desqualificados.
Outro ponto questionável da medida se refere à ampliação do tempo de formação nos cursos de Medicina em dois anos. Trata-se de uma manobra, que favorece a exploração de mão de obra. Não se pode esquecer que os estudantes já realizam estágios nas últimas etapas de sua graduação e depois passam de três a cinco anos em cursos de residência médica, geralmente em unidades vinculadas ao SUS.
Também não se pode ignorar que o formato de contratação de médicos - sem garantias trabalhistas expressas, com contratos precários e com uma remuneração não compatível com a responsabilidade e exclusividade – são pontos que merecem críticas. Em lugar desse caminho, o Governo deveria ter criado uma carreira de Estado para o médico, dando-lhe as condições estruturais para exercer seu papel e o estimulo profissional necessário para migrar e se fixar no interior e na periferia dos grandes centros.
Diante do cenário imposto, as entidades médicas reafirmam sua posição crítica com relação aos pontos anunciados por entender que todas carecem de âncoras técnicas e legais Nos próximos dias, deverá ser feito o questionamento jurídico da iniciativa do Governo Federal, o qual contraria a Constituição ao estipular cidadãos de segunda categoria, atendidos por pessoas cuja formação profissional suscita dúvidas, com respeito a sua qualidade técnica e ética.
A reação das entidades expressa o inconformismo de parcela significativa da sociedade e serve de alerta às autoridades que, ao insistir em sua adoção, assume total responsabilidade pelas suas consequências. Entendemos que o Governo atravessa momento ímpar, com condições de fazer a revolução real e necessária dentro do SUS. Contudo, deve evitar a pauta imediatista e apostar no compromisso político de colocar o SUS em funcionamento efetivo.

Brasília, 8 de julho de 2013.

ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA (AMB)
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MÉDICOS RESIDENTES (ANMR)
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS (FENAM)

Que tal usar os aviões da FAB para levar médicos para lugares distantes do Brasil?

Que tal usar os aviões da FAB para levar médicos para lugares distantes do Brasil? Podiam aproveitar que estão levando os médicos e levarem também os equipamentos que eles precisam para trabalhar, não acha, Sr. Renan? Para lugares mais próximos poderiam ir com o helicóptero do Sergio Cabral.

OS VERDADEIROS VÂNDALOS NO BRASIL


MÉDICO DESMASCARA DILMA EM ENTREVISTA

'Quando o navio naufraga, os ratos saltam'

Por Erich Decat / Brasília, estadao.com.br
Demitido do Ministério do Trabalho no primeiro ano do governo Dilma Rousseff, o presidente nacional do PDT, Carlos...



Demitido do Ministério do Trabalho no primeiro ano do governo Dilma Rousseff, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse ontem que o momento é de solidariedade à presidente da República.
Qual sua análise sobre a queda da popularidade de Dilma?
É natural que os protestos acabem focando no poder central, que acaba canalizando tudo, mesmo não sendo o responsável por todas as questões, como diminuição de tarifa de transporte. É a hora de solidariedade. Não adianta a gente ficar atirando para todos os lados porque as pesquisas retratam o pior momento do governo, mas o que está posto pelas manifestações é contra tudo e todos. Quem acreditar que está imune vai errar.
A base aliada pode implodir?
O Congresso está atento. O senador Renan Calheiros, por exemplo, tem dado respostas defendendo diminuição de ministérios e colocando projetos importantes na pauta. Se a base implodir será a parte podre que vai embora. É como dizem: quando o navio dá sinal de naufrágio, os ratos são os primeiros a saltar.
Pode crescer o coro pela volta do ex-presidente Lula?
Não se pode falar em "volta Lula", porque isso não foi colocado. A Dilma representa o Lula. Alguém tem dúvidas disso? É um processo que temos que tomar muito cuidado para não nos precipitarmos.

Dilma critica voos em jatinhos da FAB:'isso não é sério'

Por VERA ROSA, estadao.com.br
MSN.COM
A presidente Dilma Rousseff disse a interlocutores que não quer mais nem ouvir falar em uso de aviões da Força...



A presidente Dilma Rousseff disse a interlocutores que não quer mais nem ouvir falar em uso de aviões da Força Aérea Brasileira por ministros e outras autoridades fora do serviço e das normas legais. "Isso não é sério", afirmou Dilma. "Não dá para deixar essa situação assim."
Foi a presidente quem determinou ao ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, a divulgação na internet de todos os dados sobre uso de aviões oficiais pelo Executivo. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, e os presidentes da Câmara, Henrique Alves, e do Senado, Renan Calheiros, foram flagrados recentemente fazendo uso particular dos aviões da FAB. Reveladas as viagens, decidiram ressarcir os cofres públicos.
Jorge Hage, da CGU, disse que o decreto 4.244, de 2002, limitando o uso de aeronaves oficiais, sofrerá mudanças e será mais detalhado. "Vamos abrir tudo o que é caixa preta", avisou Hage. "É um processo que não tem retorno." Atualmente, os aviões da FAB podem ser requisitados apenas por "motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência permanente". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Grades estilizadas cercam o Palácio do Planalto

Por TÂNIA MONTEIRO, estadao.com.br
veja.com
Desde a sexta-feira passada, o Palácio do Planalto está com a sua frente protegida por novas grades, agora estilizadas...



Desde a sexta-feira passada, o Palácio do Planalto está com a sua frente protegida por novas grades, agora estilizadas com colunas do Palácio da Alvorada - à la Oscar Niemeyer - desenhadas ao seu centro. A compra das grades foi feita pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), ao custo de R$ 37, 6 mil. O GSI diz que as grades "serão utilizadas quando a situação de segurança recomendar ou com a finalidade de melhor organizar eventos".
Grades alugadas já vinham sendo usadas no Planalto desde os primeiros protestos pelo País, realizados em junho. O GSI diz que as novas grades estilizadas, apesar de permanecerem lá, são "amovíveis (removíveis), portanto não definitivas".
"Brasília foi criada quando se respeitava as liberdades e a democracia. Se vier o furor das grades, será inaceitável", criticou o ex-superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Alfredo Gastau. Ele esteve por mais de oito anos à frente do órgão. Gastau considera "um absurdo" a colocação de grades permanentes na Praça dos Três Poderes, em frente ao Planalto, como pode ser visto hoje. A direção atual do Iphan não quis fazer comentários sobre a decisão do governo ao qual pertence.
Antes de colocar as grades estilizadas na frente do Planalto, o GSI chamava uma empresa que trabalha no setor a cada anúncio de manifestação nas proximidades da Praça dos Três Poderes. Há dez dias, quando as manifestações aumentaram, o governo chegou a pôr duas fileiras de grades na frente do Planalto.
As grades anteriores, de acordo com o GSI, eram alugadas, ao preço de R$ 136,23 o módulo de 50 metros lineares instalado, por dia, "usado em eventos presidenciais e na segurança de instalações" do Planalto.
As novas grades do Planalto são iguais às já colocadas no Palácio da Alvorada há cinco anos. O GSI explicou que usou o mesmo símbolo nas grades do Planalto que as do Alvorada "por uma questão de padronização". No início, a justificativa do governo era que as grades na frente da residência oficial da Presidência eram apenas em caráter preventivo e que não seriam permanentes. Mas elas acabaram ficando por lá definitivamente. E hoje, até os carros oficiais têm de fazer zigue-zague quando passam pelo portão principal do Palácio da Alvorada.
O Supremo Tribunal Federal tem seguido o Planalto e também tem colocado grades em frente ao seu prédio. Nas recentes manifestações, as grades ficaram montadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Entidades médicas criticam ações do governo para a saúde e se dizem surpresas

Por Bruno Deiro e Davi Lira, estadao.com.br
veja.com
Segundo representantes de classe, as principais demandas dos profissionais não foram ouvidas



As principais entidades médicas de classe afirmam ter recebido com surpresa as mudanças propostas pelo Ministério da Saúde para os cursos de Medicina no País. Segundo dirigentes, apesar de longas reuniões e dos grupos de estudos formados em conjunto com o governo para discutir a questão da saúde, as medidas anunciadas foram tomadas de forma unilateral. Nesta segunda-feira (8), entre outras ações, foi anunciado um plano para que os cursos passem de 6 para 8 anos a partir de 2015 e que os estudantes dediquem dois anos de trabalho aos serviços públicos de saúde.

"Ficamos bastante surpresos, pois não houve discussão sobre estas ações específicas com a classe médica", afirma Renato Azevedo Junior, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). "São propostas paliativas e demagógicas, que não combatem o problema principal, que é a falta de estrutura." Segundo ele, as medidas deixam de lado exigências básicas para que se consiga fixar médicos em regiões pouco atendidas, como melhores condições de trabalho e um plano de carreira bem estabelecido.
Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), afirma que as sugestões feitas pelas entidades não foram ouvidas. "O governo anotou tudo o que dissemos, mas fez tudo à maneira dele, do jeito que quis", diz Cardoso.
Para o dirigente, a ampliação do tempo de formação e a obrigatoriedade de atuação no SUS não resolvem os três problemas principais: falta de financiamento, gestão precária e corrupção na alocação de recurso. "Precisamos cumprir a lei, e não se pode obrigar médicos, que já passam 6 anos se dedicando em tempo integral, a passar por mais dois sob condições precárias, onde não quer. E só faltam médicos nesta comunidades mais remotas? E outras profissões? Por que só os médicos?", questiona.
Ensino ampliado. A ampliação no prazo de duração do curso é alvo de críticas por parte de alguns estudantes. "A maioria dos alunos faz um ano de cursinho, agora seriam mais 8 anos de graduação, além dos 2 a 4 anos de residência. O tempo para se formar fica muito longo", diz Flora Goldemberg, de 20 anos, presidente do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, que representa os alunos de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Flora ainda critica o valor da remuneração proposto pelo governo – ainda não definido, mas que ficaria em torno do valor concedido hoje para os médicos residentes(R$ 2,9 mil mensais). "O que é pago hoje já é alvo de crítica dos residentes. É uma remuneração ainda baixa" diz a estudante.
As diretrizes dessas modificações, no entanto, ainda serão definidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). "Vamos realizar audiências públicas, chamaremos as universidades, os conselhos de medicina e nomearemos uma comissão para propormos da melhor forma possível as medidas operacionais que vão nortear essas mudanças", afirma José Fernandes de Lima, presidente do CNE.

Contraceptivos não orais apresentam maior risco de causarem trombose do que pílulas

Métodos contraceptivos

Pesquisa feita com mais de 1,5 milhão de mulheres mostrou que, embora pílulas também elevem as chances do problema, adesivo e anel vaginal são mais perigosos

Adesivo anticoncepcional
Adesivo anticoncepcional: o método aumenta em 2,5 vezes o risco de trombose em comparação com pílula (Thikstock)
Uma pesquisa publicada nesta quinta-feira no periódico British Medical Journal (BMJ) concluiu que os contraceptivos não orais, como os anéis vaginais, apresentam maiores riscos de causarem trombose venosa do que a pílula (entenda como cada método contraceptivo funciona). De acordo com o estudo, as participantes que faziam uso de adesivos foram as mais propensas a terem o problema.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Venous thrombosis in users of non-oral hormonal contraception: follow-up study, Denmark 2001-10

Onde foi divulgada: periódico British Medical Journal (BMJ)

Quem fez: Øjvind Lidegaard, Lars Hougaard Nielsen, Charlotte Wessel Skovlund e Ellen Løkkegaard

Instituição: Universidade de Copenhague, na Dinamarca

Dados de amostragem: 1.626.158 mulheres de 15 a 49 anos

Resultado: Em comparação com pílulas com levonorgestrel, o risco de trombose é 2,5 vezes maior com o uso de adesivos e duas vezes maior com o uso de anel vaginal
Nesse estudo, os pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, selecionaram mais de 1,5 milhão de mulheres com idades entre 15 e 49 anos que não haviam apresentado trombose ou câncer até então. Eles acompanharam as participantes durante nove anos. Após esse período, foram registrados 3.434 casos de trombose.
O maior risco de trombose venosa foi encontrado entre as mulheres que faziam uso de adesivos. Quando comparadas àquelas que usavam pílula contendo levonorgestrel, um tipo de hormônio feminino sintético utilizado principalmente nas pílulas mais antigas, essas participantes tiveram 2,5 mais chances de terem trombose venosa. No caso das mulheres que faziam uso do anel vaginal, esse risco dobrou.
Quando os pesquisadores confrontaram os dados das participantes que não faziam uso de nenhum método contraceptivo com os das outras, eles descobriram que o adesivo aumenta o risco de trombose venosa em oito vezes. Essas chances aumentaram em 6,5 vezes entre as mulheres que usavam anel vaginal e triplicou entre as que tomavam pílula contendo levonorgestrel. Porém, os implantes subcutâneos apenas elevaram ligeiramente a chance de trombose, e o dispositivo intra-uterino (DIU), além de não ter demonstrado prejuízos à saúde, mostrou um pequeno efeito protetor em relação à doença.

Saiba mais

TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
É a formação de coágulos (trombos) nas veias profundas do corpo, causando uma inflamação que pode ser leve ou grave. Os trombos podem se originar nas veias profundas ou superficiais da perna. Como o sangue das pernas vai ao coração e aos pulmões, pode ocorrer uma obstrução das artérias pulmonares (embolia pulmonar). A trombose venosa profunda pode ocorrer devido a uma lesão no revestimento da veia, um aumento das chances de o sangue coagular ou a uma diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo. Cerca de metade das pessoas com o problema não apresenta sintoma algum.
Pílulas novas — As pílulas levadas em consideração por esse estudo, que são feitas com levonorgestrel, porém, apresentam um risco menor de trombose venosa do que as feitas a partir do hormônio drospirenona — como a Yaz e Yasmin, que entraram mais recentemente no mercado. Uma pesquisa também publicada no BMJ, em abril de 2011, mostrou que mulheres que fazem uso de pílulas com esse hormônio são três vezes mais prováveis de terem trombose venosa do que aquelas que tomam pílulas com levonorgestrel.
De acordo com os pesquisadores, esses resultados mostram que há uma taxa considerável de mulheres que devem trocar os métodos contraceptivos não orais pela pílula com levonorgestrel a fim de diminuir o risco de trombose.
Posicionamento — Em comunicado, a MSD, empresa que fabrica o anel vaginal NuvaRing, disse: "O artigo “Venous thrombosis in users of non-oral hormonal contraception: follow-up study, Denmark 2001-10”, do British Medical Journal, mostra risco 1.9 vez maior de trombose na comparação entre o anel vaginal e a pílula anticoncepcional combinada, o que é considerado risco pouco expressivo e que, de maneira nenhuma, é suficiente para superar os benefícios de evitar uma gravidez não planejada que, por si só, aumenta em 12 vezes a chance de ocorrência de trombose em mulheres sem nenhuma patologia".