sábado 21 2020

Pedra na vesícula: os alimentos para tratar e prevenir o cálculo biliar

 


Alimentos como tomate, pepino e frutas cítricas (limão, por exemplo) são ótimos para desintoxicar o fígado e prevenir a ocorrência de pedras na vesícula
Alimentos como tomate, pepino e frutas cítricas (limão, por exemplo) são ótimos para desintoxicar o fígado e prevenir a ocorrência de pedras na vesícula

É incrível como a alimentação influencia em todos os aspectos do nosso corpo, né? Afinal, com uma dieta saudável e balanceada é possível tratar diferentes doenças e problemas de saúde - basta contar com um bom acompanhamento profissional para acompanhar a dieta.

Você sabia, por exemplo, que existe uma alimentação específica para tratar pedra na vesícula? Essa doença, também conhecida como colelitíase, é geralmente causada pelo excesso de colesterol ruim no sangue e problemas no fígado. No entanto, com a alimentação correta é possível tratar, amenizar os sintomas e, em alguns casos, prevenir a ocorrência da doença. Para ajudar, nós listamos dicas de como se alimentar para tratar pedras na vesícula. Confira e coloque em prática!

Evite alimentos gordurosos, como frituras, carnes vermelhas e produtos industrializados

A primeira dica para quem quer tratar ou prevenir a colelitíase é evitar ao máximo alimentos gordurosos. Isso porque a bile - líquido produzido pelo fígado e armazenado na vesícula biliar - é a principal responsável pela digestão da gordura. No entanto, quando ocorre o consumo excessivo de alimentos gordurosos, a digestão da gordura acaba não sendo completa. Neste caso, é possível que placas de colesterol acumulem na vesícula, ocasionando a colelitíase.

Por isso, o mais indicado para quem está tratando - ou quer evitar - pedras na vesícula, é evitar ao máximo frituras (salgadinhos, batata frita e alimentos a milanesa, por exemplo), carnes vermelhas (que possuem muita gordura saturada), assim como biscoitos recheados, pipocas de micro-ondas e congelados (pizzas, lasanhas e hambúrgueres, por exemplo).

Em contrapartida, busque uma dieta rica em fibras - com cereais, aveia, trigo, azeitonas pretas e leguminosas, por exemplo. Esses alimentos garantem saciedade e também contribuem para o funcionamento do sistema digestivo.

Busque alimentos que façam bem para o fígado, como tomate, alho, frutas cítricas e abacate

Outra dica interessante é recorrer a alimentos que contribuem para a saúde do fígado. Afinal, o órgão é responsável pela produção da bile - que, como já citamos, é essencial para a digestão da gordura. Além disso, o órgão sintetiza o colesterol, desintoxica o organismo e, quando em bom funcionamento, evita a ocorrência da colelitíase. Então, para evitar essa doença, uma boa dica é investir em alimentos que limpam e contribuem para a saúde do fígado.

Dentre os principais alimentos, estão: tomate, repolho, espinafre, alho, frutas cítricas, abacate e cenoura. Eles podem estar sempre presentes na dieta, e a melhor parte é que também permitem o preparo de diferentes receitas. O tomate, por exemplo, pode ser usado em saladas, molhos e como ingrediente para pratos principais (risotos, tortas etc.). Ele é fonte de licopeno - um pigmento avermelhado que atua como antioxidante - e também de glutationa, substância essencial para a desintoxicação do fígado.

O alho, por sua vez, é um dos temperos preferidos dos brasileiros - ótimo para o preparo de carnes, massas, arroz, feijão e diferentes pratos. Mas, o que muita gente não sabe, é que ele também possui substâncias anti-inflamatórias e elementos químicos (como o selênio e o enxofre) que contribuem para o funcionamento do fígado. Quanto mais natural for a alimentação - pautada em legumes, verduras, sementes e cereais -, melhor será para a saúde do fígado e do organismo como todo.

Já ouviu falar no feijão azuki?

Muita gente não conhece o feijão azuki, mas ele também é uma ótima sugestão para quem quer evitar pedras na vesícula e outras doenças. Esse alimento conta com uma lista grande de benefícios: ajuda a controlar o nível de glicose no sangue (o que é ótimo para quem tem diabetes), faz bem para a saúde do coração, dos ossos, auxilia na digestão e, além disso, ajuda diretamente quem sofre com pedras na vesícula. Isso porque esse feijão atua como diurético e, assim, contribui muito para a eliminação de toxinas pela urina, evitando a formação de pedras.

Outros alimentos diuréticos são abacaxi, melancia, pera, cenoura, pepino e berinjela - todos frutas e legumes naturais que podem ser acrescentados à alimentação diária de diversas formas. Que tal incorporá-los à sua dieta?

Pedra na vesícula (cálculo biliar)

 


A vesícula biliar é um órgão em forma de saco, parecida com uma pera, localizada abaixo do lobo direito do fígado. Sua função é armazenar a bile, líquido produzido pelo fígado que atua na digestão de gorduras no intestino. A bile é formada pela mistura de várias substâncias, entre elas o colesterol, responsável pela imensa maioria da formação de cálculos (pedras), que podem impedir o fluxo da bile para o intestino e causar uma inflamação chamada colecistite.

Sintomas:

Alguns casos de pedra na vesícula podem não ter sintomas, mas outros provocam dor intensa do lado direito superior do abdômen que se irradia para a parte de cima da caixa torácica ou para as costelas. A dor normalmente aparece meia hora após uma refeição, atinge um pico de intensidade e diminui depois. Pode vir ou não acompanhada de febre, náuseas e vômitos.

Causas:

Muitos fatores podem alterar a composição da bile e acionar o gatilho de formação de pedra na vesícula. Alguns fatores que aumentam o risco são:
- dieta rica em gorduras e carboidratos e pobre em fibras;
- vida sedentária, com elevação do LDL (mau colesterol) e diminuição do HDL (bom colesterol);
- diabetes;
- obesidade;
- hipertensão (pressão alta);
- fumo;
- uso prolongado de anticoncepcionais;
- elevação do nível de estrogênio - o que explica a incidência maior de cálculos biliares nas mulheres;
- predisposição genética.

Diagnóstico:

O diagnóstico é feito através do exame de ultrassom.

Tratamento:

O tratamento, tanto para quem apresenta sintomas quanto para quem não apresenta, é a remoção cirúrgica da vesícula biliar (colecistectomia). A cirurgia é feita por videolaparoscopia, com anestesia geral, habitualmente com recuperação rápida e baixos riscos quando comparado aos riscos das possíveis complicações.

Os pacientes não operados correm o risco de 30 a 50% de sofrerem complicações graves, tendo que se submeter à cirurgia de emergência, como, por exemplo:

- colecistite aguda – ocorre quando um cálculo (pedra) obstrui o ducto cístico causando inflamações e acúmulo de pus, peritonite (inflamação do peritônio - tecido que reveste a parede interna do abdômen) ou acúmulo de muco;
- fístulas (perfurações) para o intestino delgado ou cólon causando obstrução intestinal (íleo biliar), sangramento e infecções;
- coledocolitíase (cálculos no ducto que transporta a bile);
- colangite e papilites (inflamação das vias biliares);
- pancreatite (inflamação no pâncreas). A mortalidade nesses casos é de 7 a 15%.


IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.


 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella

Dr. Dráuzio Varella - entrevistas