domingo 09 2014

Assembleia de SP gasta R$ 5,8 milhões para trocar carros de deputados

Maquiavel


Chevrolet Cruze: 661.325 unidades vendidas
Chevrolet Cruze (Divulgação)
Em ano de eleições, os deputados estaduais de São Paulo ganharão carros novos nos próximos dois meses: a Assembleia Legislativa do Estado comprou 94 modelos Cruze, sedan da General Motors, por 5,8 milhões de reais. A compra ocorre um ano após a suspeita de direcionamento do primeiro edital aberto para a renovação da frota da Casa. O Legislativo paulista, porém, ainda não conseguiu vender 94 dos 150 veículos oficiais que fazem parte da frota atual – avaliada em 2,9 milhões de reais. A intenção é utilizar o valor arrecadado na compra dos novos automóveis. Os demais 56 carros da atual frota continuarão a ser usados por diretores da Assembleia. (Com Estadão Conteúdo)

Deputados que bancam advgados com verba da Câmara

Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO)


Escritório: Freitas e Figuerêdo Advogados
Quanto pagou: 117.600 reais
Problema: O vice-governador de Goiás, José Eliton Figuerêdo Júnior, e o secretário de Infraestrutura do Estado, Danilo de Freitas, são sócios do escritório. No ano passado, os dois deixaram o DEM para ingressar no PP, atendendo os interesses do PSDB de Lereia.
Justificativa: O gabinete do deputado diz que a consultoria não tem relação com a parceria política. O advogado Leonardo Batista, que integra o escritório, diz que a ligação foi "coincidência".

Sérgio Moraes (PTB-RS)

Escritório: Borba, Valentin e Konzen Advogados
Quanto pagou: 55 000 reais
Problema: Guilherme Valentin e Marco Antônio Borba, sócios do escritório, representam o deputado em um processo no Supremo Tribunal Federal.
Justificativa: Sérgio Moraes não se pronunciou sobe o caso.

Romário (PSB-RJ)

Escritório: Vasconcelos Advocacia
Valor pago em 2013: 12 000 reais
Problema: Luiz Sérgio de Vasconcelos Júnior representa o deputado em um inquérito no STF por crime contra a ordem tributária.
Justificativa: O gabinete diz que a defesa no STF tem a ver com o exercício do mandato, "haja vista a manutenção da condenação possa implicar em violação à Lei da Ficha Limpa, impedindo-lhe de concorrer as próximas eleições". E diz que Romário paga do próprio bolso pela defesa no Supremo.

Renato Molling (PP-RS)

Escritório: Baumgartz Advocacia
Valor pago em 2013: 30 000 reais.
Problema: Baumgartz representa o deputado em um processo na Vara de Sapiranga (RS). Além disso, o deputado também firmou contrato com outro escritório de advocacia exatamente para prestar assessoria jurídica ao gabinete.
Justificativa: O gabinete do deputado afirma que não há relação entre os pagamentos e os serviços prestados pelo advogado ao parlamentar. Baumgartz afirma que já não atua no caso de Sapiranga, embora seu nome continue constando do processo.

Chico das Verduras (PRP-RR)

Escitório: Senna Advogados Associados
Valor pago: 275 000 reais
Problema: O advogado Amaro Carlos da Rocha Senna defende o parlamentar na Ação Penal 711, no Supremo Tribunal Federal. Chico das Verduras responde por peculato. O parlamentar também destina recursos para um segundo escritório de advocacia.
Justificativa: O gabinete não se pronunciou sobre o caso.

Deputados bancam advogados com dinheiro da Câmara

Congresso

Verba indenizatória permite contratação de consultorias, mas parlamentares destinam recursos a aliados e advogados que os representam na Justiça

Gabriel Castro, de Brasília
Plenário da Câmara aprova projeto Mais Médicos
Plenário da Câmara: mordomia com dinheiro público (Banco de imagens da Câmara dos Deputados)
Na teoria, a verba indenizatória – rebatizada "Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar" – serve para que deputados e senadores não precisem pagar do próprio bolso para exercer o mandato. Não é absurdo que um parlamentar, especialmente de Estados com grandes dimensões territoriais, receba um auxílio financeiro para visitar o eleitorado que lhe entregou o mandato. Mas, como quase todos os benefícios criados para a classe política, a cota parlamentar tem vasto histórico de uso distorcido.
Na lista das rubricas mais difíceis de fiscalizar, e por isso mais suscetível a fraudes, está a contratação de consultorias. Um dos usos possíveis dessa verba é a contratação de advogados sob a justificativa de que eles prestam "assessoria jurídica". Como os advogados não precisam bater ponto no gabinete nem são obrigados a produzir qualquer tipo de material escrito – a consultoria pode ser prestada, por exemplo, via telefone –, a fiscalização desses gastos é praticamente impossível. Para obter o ressarcimento, basta ao deputado apresentar, no fim do mês, uma nota assinada pelo advogado.

Alguns casos constatados pelo site de VEJA têm sinais de irregularidades – ou, no mínimo, de pouco zelo pelos recursos públicos – na Câmara dos Deputados. Um exemplo é o do deputado Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO). Em 2013, ele repassou 117.600 mil reais ao escritório Freitas e Figuerêdo, de Goiânia. Foram oito pagamentos de 14.700 reais.

Os sócios do escritório são Danilo de Freitas, atua lsecretário de Infraestrutura de Goiás, e José Eliton Figuerêdo Júnior, vice-governador do Estado. Danilo e José Eliton não podem advogar porque ocupam cargo público. Os pagamentos do gabinete ao escritório tiveram início na mesma época em que a dupla, filiada ao DEM, migraram para o PP – o que representou uma escolha pelo grupo político do governador Marconi Perillo (PSDB), o mesmo de Lereia.
Leonardo Batista, outro advogado do escritório, disse inicialmente ao site de VEJA não saber do contrato com o gabinete de Lereia. Depois, voltou atrás: afirmou que presta auxílio na elaboração de propostas e de relatórios a projetos de lei. Sobre a relação política entre Lereia, o vice-governador e o secretário, Batista tem uma explicação: "Foi coincidência".

Mais comum do que a contratação de aliados é a destinação de recursos para advogados que defendem os parlamentares na Justiça. O deputado Renato Molling (PP-RS), por exemplo, tem um contrato com o escritório do advogado César Baumgartz. O acordo prevê a prestação de serviços ao gabinete do parlamentar. Mas Baumgartz também representa Molling em um processo que tramita em Sapiranga (RS).

O deputado Romário (PSB-RJ) também está na lista. O ex-jogador é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por crime contra a ordem tributária. O advogado dele, Luiz Sérgio de Vasconcelos Júnior, recebeu 12.000 reais do gabinete do deputado desde junho do ano passado. O gabinete não disse ao site de VEJA que tipo de serviço justificou a contratação do advogado.

Os parlamentares Sérgio Moraes (PTB-RS) e Chico das Verduras (PRP-RR) também mantêm contratos com advogados que os defendem na Justiça. Moraes é o deputado que já admitiu "se lixar" para o que diz a opinião pública. A dupla não respondeu ao site de VEJA.

Jusitifativa - A chamada "Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar" é a antiga verba indenizatória. O valor não é o mesmo para todos os parlamentares porque os deputados de Estados mais distantes de Brasília têm direito a gastar mais dinheiro com passagens aéreas. Para um parlamentar de São Paulo, por exemplo, a cota é de 33.730 reais. O valor serve para custear despesas com combustível, serviço postal, telefone e aluguel de escritório em suas bases.
A rubrica "consultorias" não é utilizada apenas para bancar gastos com advogados: a Câmara também aceita que os parlamentares paguem por serviços de empresas de pesquisas de opinião e assessoria de imprensa – apesar de existir outra rubrica específica para esta área. O uso da verba para bancar assessorias jurídicas é desnecessária: um parlamentar que queira manter um advogado em sua equipe pode nomeá-lo para um dos 25 cargos de livre nomeação de que dispõe cada deputado.

Cláudio Abramo, diretor da ONG Transparência Brasil, diz que a contratação de advogados com recursos públicos é totalmente injustificável: "Já existe muita gente exercendo tarefas que são relacionadas ao exercício do mandato. Até as pedras sabem que esse tipo de despesa pode ser alocada quase integralmente para fins pessoais", diz ele. Mas, como o debate em torno da redução da cota parlamentar simplesmente inexiste no Congresso, o contribuinte vai continuar bancando despesas desnecessárias dos parlamentares.

Johnny Cash - Hurt







Nome Verdadeiro: JR Caixa

Perfil: cantor, compositor

Data de nascimento: 26 de fevereiro de 1932

Local de nascimento: Kingsland, Arkansas

Educação: Dyess Ensino Médio, Dyess, Arkansas

Relações: esposa: June Carter, ex-mulher: Vivian Liberto; crianças: Rosanne, Kathy, Cindy, Tara, John Carter



Citação: Como assim eu aprendi que não há vedação para sentar-se no entre o céu eo inferno. Há um profundo abismo de largura, um abismo e, nesse abismo não é lugar para qualquer homem. - Johnny Cash

Johnny Cash "I Hung My Head"





Johnny Cash - The Baron legendado pt br





Johnny Cash - Cocaine Blues (LEGENDADA)





Johnny Cash - Personal Jesus - legendado em português





Johnny Cash - One (legendado)





Johnny Cash - Man in Black



Hurt - Johnny Cash (Legendado)





Johnny Cash - You are my sunshine (Legendado)














Legião Urbana - Faroeste Caboclo (ao vivo)





Legião Urbana - Ainda É Cedo - Clip Original - 1985










Ainda é Cedo- Legião/ Paralamas





Copa do Mundo No Brasil. Resposta Certeira de Renato Russo

Legiao Urbana, Ainda é Cedo





Legião Urbana - Angra dos Reis (clipe original)





Legião Urbana - Tempo Perdido (clipe original)





LEGIÃO URBANA - Que País É Este (clipe original)





Legião Urbana - Tempo Perdido (clipe original)





Pais e Filhos - Legião Urbana





Chuck Berry - Johnny B. Goode live





Aplicativos recompensam seus usuários mais fieis

Tendência

Programas dão pontos, que podem ser trocados por produtos, ou dinheiro. Modelo atrai também empresas, interessadas em agradar consumidores

Claudia Tozetto
Reprodução
Aplicativo Pact dá dinheiro para usuário que mantém rotina de exercícios e alimentação saudável (Reprodução)
No mês que vem, chega ao mercado brasileiro o aplicativo Mova+. Ele vai monitorar a atividade física de seus usuários e dar-lhes, de acordo com a assiduidade de cada um, pontos que podem ser trocados por produtos em programas de fidelidade. Recompensar usuários fieis é um modelo que ganha força entre os apps para dispositivos móveis. Alguns oferecem dinheiro como forma de recompensa pela simples utilização, outros, em troca da participação em pesquisas de opinião.
O Mova+ é o primeiro aplicativo criado no Brasil para incentivar atividades físicas por meio de recompensa. Mais de 15.000 pessoas já se inscreveram no site oficial para ter acesso primeiro ao novo app. A lógica é a mesma adotada pelos programas de fidelidade de cartões de crédito — a diferença é que em vez de premiar os maiores consumidores, o programa beneficia quem se exercitar mais. A pontuação acumulada valerá prêmios que vão de liquidificadores a passagens aéreas. "Muita gente não faz exercícios porque o benefício só aparece depois de alguns meses. Nossa ideia é dar uma recompensa imediata para que as pessoas se sintam estimuladas a continuar", diz Marco Gomes, fundador da empresa especializada em publicidade on-line Boo-Box e cofundador da startup Mova+.
O novo aplicativo não é o único a recompensar quem busca uma vida mais saudável. O Pact, desenvolvido por uma startup do Vale do Silício, nos Estados Unidos, está disponível no Brasil desde 2012. Porém, como sua interface ainda não foi traduzida para o português, ele reúne apenas 2.000 usuários no país. Nos Estados Unidos, são mais de 500.000 pessoas cadastradas. "Eu estabeleci uma meta de me exercitar três vezes por semana e tenho que pagar cinco dólares a cada atividade perdida. Esses pagamentos vão para um fundo, de onde tiramos o dinheiro para pagar as pessoas que alcançam suas metas", diz Marissa Jean, gerente de marketing do Pact. As transações são feitas via PayPal. Quem cumpre as metas pode lucrar entre 30 centavos de dólar e 5 dólares por semana.
O modelo deu tão certo que, em janeiro de 2014, a empresa lançou um recurso que remunera o usuário que incluir mais frutas, legumes e verduras em seu cardápio. Os adeptos também estão sujeitos à multa se não atingirem a meta. "Após essa atualização do app, o número de pessoas que se comprometeram a pagar a multa caso não sigam a deita à risca aumentou 65%", diz Marissa. Para não ter surpresas, o usuário pode definir o valor da multa que vai pagar e a quantidade de vegetais (ou atividades físicas) consideradas na meta.
No caso do Mova+, as recompensas não serão custeadas pela comunidade de usuários, mas por empresas que querem estimular a atividade física entre os funcionários, operadoras de planos de saúde e outras companhias que querem se associar ao conceito de qualidade de vida. "Queremos criar uma relação entre a marca que ofereceu aquela recompensa e o usuário. Ela vai oferecer algo tangível, que realmente faz diferença na vida dele", diz Fernando Aquino, responsável pelo desenvolvimento do Mova+.
Outro aplicativo que tem um modelo de negócios parecido, apoiado em servir como intermediário entre marcas e consumidores, é o Kiip. Criado por três empreendedores do Vale do Silício, ele monitora as atividades do usuário em outros aplicativos. Quando alguém quebra um recorde em um game ou atinge um objetivo em um programa de treinamento físico, o Kiip oferece créditos para a aquisição de itens na loja de músicas da Amazon, descontos em caronas pelo serviço digital Uber ou uma assinatura gratuita do serviço de música Hulu.
"O objetivo do Kiip é permitir que as marcas façam parte dos momentos de realização das pessoas, oferecendo-lhes um prêmio", disse Brian Wong, cofundador do Kiip. O programa já está instalado em mais de 75 milhões de dispositivos móveis em todo o mundo e vai chegar ao Brasil nos próximos meses. Até o momento, mais de 2 milhões de prêmios foram entregues por meio do app.
A eficiência da recompensa é objeto de estudo da psicologia econômica, área que investiga de que forma e em que medida fatores sociais, cognitivos e emocionais influenciam a tomada de decisões por indivíduos e também grupos. As principais conclusões das pesquisas ajudam a explicar o mecanismo. Em linhas gerais, o ser humano tem dificuldades em lidar com situações nas quais uma decisão e suas consequências estão separadas por um hiato relativamente longo de tempo. Tendemos a não agir se achamos que vamos demorar a desfrutar do produto dos nossos atos. A recompensa pode encerrar a inércia, como um empurrão, acenando com um pouco de prazer.
No livro Nudge, os acadêmicos da Universidade de Chicago Richard Thaler e Cass Sustein explicam esse comportamento econômico do ser humano de maneira simples: "A maioria das pessoas não precisa ser encorajada a comer mais um brownie, mas elas podem precisar de ajuda para se exercitar mais." De fato, o prazer proveniente do doce é imediato; do exercício físico, demorado. A "ajuda" pode aparecer à nossa frente na forma de pontos a serem trocados por produtos, de pilhas de dinheiro ou até mesmo da aprovação para a fase seguinte de um game. "O ser humano sente prazer quando percebe que está avançando, que é capaz de alcançar um objetivo. Quando ganhamos pontos ou dinheiro, essa sensação aumenta ainda mais", diz Vera Rita de Mello Ferreira, consultora de psicologia econômica e professora da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).
Os primeiros aplicativos que oferecem recompensas começaram a aparecer nos Estados Unidos em 2010. O pioneiro foi o ShopKick, que atualmente reúne 6 milhões de usuários. Ele dá descontos em compras quando um usuário visita uma loja e faz check-in por meio do aplicativo. "Recompensar o consumidor pelo fato de ele ter ido à sua loja é um tremendo incentivo aos potenciais clientes", diz um porta-voz da empresa.
No Brasil, o PiniOn foi o primeiro aplicativo brasileiro a usar o modelo. Lançado em 2013, ele dá pequenas quantias em dinheiro para quem completa determinadas tarefas, em geral relacionadas a pesquisas de mercado. O app pode pedir, por exemplo, que usuário fotografe a gôndola de um produto no supermercado ou dê sua opinião sobre um novo brinquedo do parque de diversões do shopping mais próximo. "Já tivemos um usuário que sacou 675 reais de uma única vez pelas tarefas que realizou no app", diz Ygor Lemos, diretor de tecnologia do PiniOn. Atualmente, mais de 60.000 brasileiros utilizam o aplicativo.

Novo acelerador de partículas será sete vezes mais potente

Física

Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear pretende construir um novo colisor de partículas circular para substituir o LHC, usado na descoberta do Bóson de Higgs

LHC
Corredor do Grande Colisor de Hadrons, no complexo do CERN, Suíça. (Getty Images)
A Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) afirmou nesta quinta-feira que pretende construir um colisor de partículas circular sete vezes mais potente do que o famoso LHC (sigla em inglês para o Grande Colisor de Hádrons), que foi usado para a descoberta do Bóson de Higgs, a chamada "partícula de Deus". Constituídos de grandes túneis no interior dos quais partículas são aceleradas até quase atingir a velocidade da luz, esses aparelhos ajudam a responder questões sobre a criação do universo, a natureza da matéria e fenômenos exóticos observados no espaço.

Saiba mais

BÓSON DE HIGGS
O bóson de Higgs é uma partícula subatômica prevista há quase 50 anos. Descoberto em 2012, o bóson rendeu no ano seguinte o Prêmio Nobel de Física ao britânico Peter Higgs e ao belga François Englert. Trata-se de um elemento-chave da estrutura fundamental da matéria.
LHC
O Grande Colisor de Hádrons (do inglês Large Hadron Collider, LHC) é o maior acelerador de partículas do mundo, com 27 quilômetros de circunferência. Ele pertence ao CERN, o centro europeu de pesquisas nucleares e está instalado na fronteira franco-suíça. Em seu interior, partículas são aceleradas em até 99,9% da velocidade da luz. Os experimentos ajudam a responder questões sobre a criação do universo, a natureza da matéria e fenômenos exóticos observados no espaço.
ELÉTRON-VOLT (eV)
O elétron-volt (eV) é uma unidade de medida que representa a quantidade de energia que um elétron ganha ao ser acelerado com a ajuda de 1 volt, no vácuo. A massa das partículas pode ser expressa em termos de elétron-volt. A relação se dá pela equação de Albert Einstein em que a energia é igual à massa vezes a velocidade da luz ao quadrado.
As estimativas do CERN são de que o LHC tenha mais vinte anos de vida útil. Como o desenvolvimento de um sucessor é um processo demorado, eles já anunciaram que pretendem construir um anel de 100 quilômetros de circunferência entre a França e a Suíça, possivelmente no mesmo local do LHC, aproveitando a estrutura de túneis já existente, de 27 quilômetros. Denominado FFC (Futuro Colisor Circular), o novo anel poderá ter até 100 teraelétron-volts (TeV) de energia nas colisões, enquanto a do LHC fica em 14 TeV.
Uma centena de pesquisadores vindos de todo o mundo se reunirá entre os dias 11 a 13 de fevereiro, na Universidade de Genebra, para lançar o programa e começar os estudos. Esta pesquisa se somará a outra, iniciada há vários anos, de um colisor linear compacto (Clic), um acelerador retilíneo de 80 quilômetros que poderia também passar sob a Suíça e a França.
O objetivo desses dois trabalhos é examinar a viabilidade das diversas máquinas e avaliar os custos para 2018/2019, quando será atualizada a estratégia europeia sobre a questão. "Somente os próximos resultados do LHC poderão nos indicar o tipo de acelerador mais adaptado", afirmou Sergio Bertolucci, diretor de pesquisas informáticas no CERN.
(Com Agência France-Presse)

Petistas tentam isolar Pizzolato para preservar tese de 'julgamento injusto'

Política

Descoberta de ex-diretor do Banco do Brasil na Itália é motivo de constrangimento no PT, que tenta taxar processos como "políticos"

Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil
Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil (Rodrigo Paiva/AE)
A prisão de Henrique Pizzolato na Itália na semana passada com documentos falsos e a descoberta de um plano de fuga que remonta a 2007, cinco anos antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) definir a sentença de sua participação no mensalão, deixaram petistas constrangidos. Alguns de seus integrantes trabalham para 'isolar' o caso do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil. Pizzolato foi condenado a doze anos e sete meses de prisão no julgamento do mensalão.
A reação mais contundente de constrangimento com Pizzolato veio do líder do PT na Câmara, Vicentinho. "Quando foge parece que está assumindo a culpa. É um sentimento de vergonha que fica para a militância do PT. Estamos defendendo a tese da inocência, combatendo o que foi feito no julgamento, então ele não tinha que ter fugido." No dia seguinte, Vicentinho afirmou que a declaração foi só um "desabafo".
"A fuga do Pizzolato não diz respeito a nada do PT. O governo brasileiro está tomando todas as medidas para providenciar a extradição. É um problema que está a cargo da Justiça e da polícia internacional. Esta questão não envolve o PT nem tangencialmente nem lateralmente", disse Emidio de Souza, presidente do diretório estadual do PT em São Paulo.
O relato da tentativa de Pizzolato de se passar por Celso, seu irmão morto num acidente de carro em 1978, inclusive na hora em que foi descoberto pela polícia italiana, contrasta com as imagens da prisão, em novembro do ano passado, de petistas com os braços levantados, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do partido José Genoino.
O gesto, que buscou dar uma conotação de "julgamento político" ao mensalão, também foi repetido por João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara, dias antes de sua prisão, e virou provocação quando feito pelo vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), ao lado do presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, na cerimônia de abertura do ano legislativo.
(Com Estadão Conteúdo)

Deputada cobra impostos por 'vaquinha' de Genoino

Mensalão

Família tem de pagar 30.478 reais em tributos ao governo do Distrito Federal

Gabriel Castro, de Brasília
O ex-deputado José Genoino, condenado e preso no processo do mensalão, é visto na casa alugada pela família para ele cumprir a prisão domiciliar provisória para tratamento médico, no bairro Jardim Botânico, área de classe média alta de Brasília
O ex-deputado José Genoino, condenado e preso no processo do mensalão, é visto na casa alugada pela família para ele cumprir a prisão domiciliar provisória para tratamento médico, no bairro Jardim Botânico, área de classe média alta de Brasília   (Pedro Ladeira/Folhapress)
Depois de utilizar doações para pagar a multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, a família do petista José Genoino agora vai precisar cumprir as obrigações tributárias geradas pela campanha de arrecadação. Uma lei do Distrito Federal, onde o petista declara residência, estabelece que o destinatário de doações deve pagar um tributo de 4% sobre o valor recebido. É o Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos. A família teria, portanto, de repassar 30.478 reais ao governo distrital – chefiado pelo colega de partido Agnelo Queiroz – onde Genoino vive em prisão domiciliar e execeu mandato na Câmara. Até agora, entretanto, o depósito não foi feito.
A deputada distrital Liliane Roriz (PRTB) enviou à Secretaria de Fazenda do Distrito Federal um ofício pedindo que o órgão assegure o pagamento do tributo exigido pela legislação local.

"Conhecedora do fato de que o imposto recolhido cairá diretamente nas contas do governo do Distrito Federal, e que o mesmo poderá ser revertido em benfeitorias para a sociedade, como a compra de remédios, solicito especial atenção no sentido de esclarecer, tão longo seja possível, esses importantes questionamentos", diz o ofício, enviado nesta terça-feira. A Secretaria não se pronunciou sobre o caso.

Mesmo com a taxa, a família de Genoino não deve ficar no prejuízo: o total arrecadado superou em quase 100.000 reais o valor da multa aplicada, de 667.513 reais. A justificativa para o excedente, segundo o site criado pelos familiares, é justamente "o pagamento dos encargos tributários dos diferentes estados da federação".

'O Brasil precisa se antecipar à epidemia do câncer'

Dia Mundial do Câncer

Paulo Hoff, diretor-geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), explica como o hospital modelo pode inspirar outras instituições do país

Natalia Cuminale
Doutor Paulo Hoff
Doutor Paulo Hoff (Breno Rotatori)
"Na América Latina inteira, o Brasil é um dos últimos colocados em gastos per capita com saúde. É muito importante que a sociedade como um todo entenda que vai ser preciso financiar a saúde"
"No setor da saúde, há um déficit na nossa balança comercial porque nós importamos a maior parte das medicações de alto custo" 
Não é raro que a sobrevivência ao câncer seja associada ao acesso a hospitais de ponta e a abundantes recursos financeiros. Aqueles que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), em geral, podem enfrentar longas filas, receber atendimento superficial ou ainda não receberem os melhores tratamentos existentes. O oncologista Paulo Hoff, conhecido por seu trabalho em hospitais renomados, como Albert Einstein e Sírio-Libanês, quer mudar essa imagem em São Paulo.
Nomeado novo diretor-geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ele será o responsável por um dos melhores centros de referência de câncer no país. Inaugurado em 2008, o Icesp possui 247 leitos de internação, 44 leitos de UTI, 61 consultórios médicos e quase 4.000 colaboradores. Toda essa estrutura é gerida independentemente pela Fundação Faculdade de Medicina, da USP, mas está vinculada à Secretaria de Saúde do estado de São Paulo. Hoff acredita que este é um modelo a ser seguido, em um momento que o país precisa se prevenir da epidemia do câncer, doença que segue em ascensão e deve se tornar a principal causa de morte até 2020, ultrapassando as doenças cardiovasculares.
Leia a seguir a entrevista que ele concedeu ao site de VEJA, no Dia Mundial do Câncer - lembrado nesta sexta-feira:
O senhor vai assumir o cargo de diretor-geral do Icesp, que ambiciona ser o maior centro oncológico da América Latina. O que falta para isso acontecer? O objetivo é dar o melhor tratamento possível aos nossos pacientes e sermos reconhecidos como uma das instituições de ponta da América Latina para o tratamento de câncer. Na parte acadêmica, uma das grandes dificuldades que temos hoje no Brasil é que, por ser uma especialidade recente, a oncologia precisa de mais profissionais especializados, médicos oncologistas, médicos radioterapeutas, físicos que trabalham com radioterapia, tomografia e imagem e mais cirurgiões capacitados para operar o câncer. Um serviço com o tamanho do Icesp tem a massa crítica para poder ajudar na formação desses quadros. Estamos aumentando o número de residentes em oncologia, cirurgia oncológica, radioterapia e estamos trabalhando com a Universidade de São Paulo para o treinamento de físicos, além de enfermeiros e técnicos de enfermagem.
E o atendimento aos pacientes? Na parte assistencial, embora tenhamos atendido 12.000 novos casos em 2010, isso não é suficiente. E sabemos que o hospital comporta mais. Fechamos o ano passado com 60% da capacidade operacional do hospital. Pretendemos fechar 2011 entre 75% e 80% da capacidade. Gostaria que fosse mais do que isso. Mas, obviamente, é preciso organizar o crescimento de acordo com a disponibilidade financeira e de pessoal. Não adianta abrir o hospital inteiro e não ter pessoas treinadas e qualificadas para atender os pacientes. Hoje, o nosso complexo tem nove unidades de radioterapia, o que acredito ser o maior parque radioterápico da América Latina. Queremos atender mais de 15.000 novos casos esse ano. Estimo que a capacidade do hospital esteja próxima de 18.000 casos.
Com menos de dois anos desde a inauguração, o Icesp foi apontado como o segundo melhor hospital do estado de São Paulo. A que o senhor atribui isto? Foi uma eleição feita entre os usuários. O Icesp tem uma filosofia de trabalho muito clara. É um hospital que tem uma filosofia de humanização desde a porta de entrada. Os médicos têm uma dedicação altíssima ao paciente. No instituto, o paciente consegue identificar quem é o médico responsável pelo seu atendimento. Ao ser admitido, ele participa de uma reunião em que lhe é apresentado o que está disponível para facilitar o tratamento, desde nutricionistas, psicólogos e a equipe de enfermagem. O fato de possuirmos uma equipe altamente treinada dá ao paciente a segurança de que ele vai receber um tratamento de ponta.
Existe alguma preparação voltada para o funcionário? Temos várias atividades aqui para fazer com que o funcionário se sinta bem aqui dentro. Trabalhamos a questão psicológica, já que trabalhar com câncer é difícil. No início, tivemos uma rotação alta de técnicos e enfermeiros. É difícil sair da faculdade e começar a ver doentes aqui no hospital. Às vezes é pesado.
Sabe-se que esse modelo deveria ser seguido, mas isso não é comum, principalmente em um serviço público. Por que no Icesp deu certo? Aqui deu certo porque começou do nada. É uma filosofia que fez parte da cultura da instituição desde o seu nascimento. Já nascemos com a missão de fazer um tratamento humanizado. Temos tido mais sucesso que as outras instituições por isso. Esse espírito de humanização pode ser implantado, talvez de forma mais lenta, em todas as unidades públicas. É preciso dar ao médico uma carga de horário que seja justa e que permita a ele que dê atenção diferente ao paciente. Não pode ser uma fábrica. Como a medicina é subfinanciada, você acaba tentando corrigir esse problema forçando uma produtividade maior. Até certo ponto, pode ser válido. Mas chega a um momento em que você começa a pecar por falta da relação humana.
O ministro da Saúde Alexandre Padilha costuma dizer que o problema da saúde é a gestão. O senhor concorda com isso? Certamente, a gestão tem um ponto importante em todos os níveis. A gestão pode ajudar a melhorar certos gargalos. Mas não há como negar que a saúde do Brasil é subfinanciada. Hoje, nós gastamos per capita um terço do que o México gasta per capita, um país que tem um nível sócio-cultural muito similar ao nosso. Deveríamos estar gastando, se não a mesma coisa, pelo menos o mais próximo deles. Na América Latina inteira, o Brasil é um dos últimos colocados em gastos per capita com saúde. Nós temos um serviço de saúde que, dadas as limitações orçamentárias, é melhor que a maior parte dos serviços públicos da América Latina. Então, é um paradoxo, gastamos pouco e temos um serviço que em muitos pontos é considerado um modelo. É difícil querer que um serviço funcione de uma maneira ideal se ele é subfinanciado. Nesse momento, é muito importante que a sociedade como um todo entenda que vai ser preciso financiar a saúde.
Que benefícios esses recursos poderiam trazer? O que incomoda os pacientes atualmente é a demora de atendimento, falta de certos procedimentos de alto custo e ausência de médicos em algumas áreas. São coisas que você pode melhorar de uma maneira relativamente rápida se houver um aporte de recursos maior. Sei que achar dinheiro na administração pública não é fácil. O ministro tem parcialmente razão. Mas é necessário ter o aporte de recursos. Não adianta ter um sem o outro.
O senhor já trabalhou no M.D. Anderson Cancer Center, da Universidade do Texas, o maior centro de oncologia dos Estados Unidos, tem um cargo importante no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e agora é o diretor-geral do Icesp. Após ter passado por todos esses níveis, qual é a grande dificuldade? Sou muito feliz aqui. Dirigir essa instituição para mim é uma grande missão, que me foi confiada pelos pares e pelo governo, de ajudar essa instituição a se solidificar como um grande centro. Espero que a gente possa ter tanto orgulho do Icesp, como os americanos têm do M.D. Anderson. Ou como nós temos do Sírio-Libanês. Nossa meta é essa, que ele seja considerado referência no tratamento do câncer.
Além disso, o senhor também já disse que deseja que o Icesp passe a produzir mais conteúdo científico. Por que esse interesse? Primeiro, porque eu sou um professor universitário. Um hospital associado a uma universidade tem uma missão também educacional e científica. Este hospital não pode ser um hospital que simplesmente vise o atendimento do paciente. Ele não estaria atingindo todo o seu potencial. Atender o paciente é a nossa primeira missão. Mas formar pessoas que vão atender o paciente aqui e em outras instituições é importantíssimo. E gerar conhecimento também. No Icesp, a ciência pode trazer avanços importantes.
Qual a importância das pesquisas em um hospital? A pesquisa científica disponibiliza ao paciente tratamentos que ele não teria de outra forma. Nós tratamos câncer, uma doença que em muitos casos não tem cura e não tem tratamento. Então, o melhor tratamento para alguns tipos de câncer é entrar no estudo clínico. O paciente precisa participar da pesquisa para ter acesso a essas drogas. Quando você faz um estudo, você pode descobrir tratamentos mais baratos, que podem ajudar outras pessoas. Queremos curar todos os tipos de câncer um dia, mas só a pesquisa clínica vai nos permitir a chegar nesse patamar.
O Brasil está atrasado nesse sentido? O Brasil tem tido um aumento na produção científica nos últimos anos. Infelizmente, esse aumento até agora não resultou em aumento de patentes. Se nós olharmos a produção de patentes no Brasil, esse número ainda é muito pequeno. Temos que estimular a cultura de inovação científica. Porque gerar conhecimento também é importante. Importamos conhecimento e isso tem um custo para o país. Se gerássemos mais conhecimentos, poderíamos melhorar a eficácia dos tratamentos e, a longo prazo, ajudar o país economicamente. No setor da saúde, há um déficit na nossa balança comercial porque nós importamos a maior parte das medicações de alto custo. 
O câncer é a segunda maior causa de morte no Brasil, atrás somente das doenças cardiovasculares. O senhor acha que falta conscientizar mais a população? Ao irem a público, pessoas famosas que tiveram esse problema recentemente, como (ex-vice-presidente José) Alencar e a apresentadora Hebe Camargo, ajudaram a conscientizar a população de que a doença independe do nível social. Isso fez com que as pessoas pensassem mais sobre a doença. Enfatizo ainda que, apesar de ser a segunda causa de morte, a incidência é crescente. Em alguns estados americanos, pela primeira vez, o câncer se tornou a principal causa de morte, ultrapassando a doença cardiovascular em 2010. Estima-se que até 2020 - não falta muito - o câncer passe a ser a principal causa de morte. No caso das doenças do coração, as pessoas estão se conscientizando e o tratamento está melhorando. A pessoa não morre mais do coração, e vive por mais tempo, o que aumenta o risco do aparecimento de câncer.
O senhor citou os casos de Hebe Camargo e de José Alencar como exemplos de conscientização. É possível que se pense que o tratamento deles foi bem-sucedidodevido à condição financeira e acesso a serviços de ponta. O que o senhor pensa sobre isso? Um ponto importante que vale ressaltar é que nem sempre eles se curam. O dinheiro sozinho não garante a cura. É fato que a disponibilidade de medicações modernas é limitada no sistema público brasileiro. Isso porque as drogas de alto custo têm um impacto gigantesco no orçamento. Mas temos uma experiência interessante no estado de São Paulo. Dialogamos com a Secretaria da Saúde e escolhemos um pacote de drogas de alto custo, associamos esses medicamentos a uma indicação específica para a doença. Conseguimos a anuência do governo do estado para quando essas medicações forem utilizadas para áreas em que estão comprovadamente indicadas. Hoje, temos no estado de São Paulo uma disponibilidade que, se não é perfeita, é muito forte. Se você comparar com outros países onde a medicina é controlada, como Austrália e Inglaterra, o nosso pacote de medicamentos nas indicações especificas não fica devendo muito ao que é oferecido nesses outros países.
Então, hoje há acesso ao que existe de mais moderno aqui no Brasil? No estado de São Paulo, a pessoa não precisa ter dinheiro para receber tratamento adequado e de ponta. O que tem comprovação cientifica está sendo paulatinamente incorporado. Além disso, o nosso hospital possui exames de imagem, dois PET-CT [equipamentos de tomografia computadorizada], nove máquinas de radioterapia, equipamentos sofisticados que também são encontrados em hospitais de ponta, como o Hospital Israelita Albert Einstein e o Sírio-Libanês.
O que uma pessoa precisa fazer para ter acesso ao Icesp? Se nós tivéssemos as portas abertas, teríamos uma fila interminável. São 130.000 casos de câncer em São Paulo por ano. Só na grande São Paulo são 30.000 casos. É preciso esclarecer que o instituto é um centro de referência e que existem instituições que são credenciadas para nos encaminhar um paciente. Uma pessoa que deseja ser admitida aqui precisa ter passado numa unidade mais próxima de sua residência, que vai fazer o encaminhamento pela Secretaria de Saúde. Várias instituições mandam seus pacientes para cá. Mas eles não podem vir direto, apenas com o diagnóstico já feito.
Vendo a realidade atual do Icesp,  é possível ser otimista sobre o futuro do tratamento de câncer no Brasil? O Icesp mostra o que o Brasil pode ser. Mostra dinamismo, vontade política, comprometimento, já que o orçamento colocado aqui pelo governo do estado é grande. Também demonstra a visão de montar um instituto de câncer, uma doença em ascensão, que será uma epidemia no futuro. Há uma preparação para o futuro. Em vez de esperar o problema chegar e responder a ele, o governo do estado se antecipou e tomou a iniciativa. O Icesp também mostra um modelo de gestão que pode ser utilizado, que são as OSS (Organizações Sociais de Saúde). O Icesp é um prédio da secretaria de saúde, gerida pela Fundação Faculdade de Medicina, que pertence à Universidade de São Paulo, que faz parte do estado. Aqui dentro os médicos seguem horário, são remunerados de uma maneira adequada e são exigidos pelo trabalho que prestam. Nós trabalhamos com metas a cumprir, que são enviadas trimestralmente para a Secretaria de Saúde. Se não cumprirmos a meta, cai o nosso repasse. Acho que esse pode ser um modelo. Não adianta Brasília achar que vai controlar tudo lá de cima. Deixar a gestão na mão de uma fundação dá uma agilidade, o que é fundamental.

O cardápio ideal contra o câncer

Dia Mundial do Câncer

Todo ano, são 500.000 novos casos de câncer no Brasil. Embora a doença seja causada por vários fatores, uma alimentação correta pode ajudar a preveni-la. O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) fez uma lista de alimentos indicados por sua ação anticancerígena. Confira quais são seus componentes benéficos, como agem no organismo e qual o consumo diário recomendado

Natalia Cuminale
Migre: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/cardapio-contra-o-cancer

Anvisa libera medicamento que trata câncer sem queda de cabelo

Tratamento

Remédio, que deve estar disponível no Brasil em três meses, é indicado para um tipo de câncer de mama avançado

Câncer de mama: Anvisa aprova nova droga para tipo avançado da doença
Câncer de mama: Anvisa aprova nova droga para tipo avançado da doença (Thinkstock)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um medicamento para o tratamento do câncer de mama que não causa queda de cabelo e provoca menos efeitos colaterais do que a quimioterapia tradicional. A ação é possível porque o remédio atua diretamente no tumor, em vez de afetar todas as células do corpo. De acordo com os organizadores do estudo, trata-se da primeira droga com esse mecanismo aprovada no país.

O medicamento trastuzumabe entansina (também chamado de T-DM1) é indicado para um tipo de câncer de mama avançado, identificado como HER2 positivo, que corresponde a 20% de todos os casos da doença. Seu uso deve ocorrer quando o tratamento convencional não apresentar mais resultados. Além de evitar os efeitos colaterais da quimioterapia, ele aumenta em 50% o tempo de sobrevida.

“"A droga tem um efeito casado. Ela possui um anticorpo e um quimioterápico. Por ser extremamente potente, esse quimioterápico não poderia ser aplicado sozinho porque seria muito tóxico ao organismo. O que acontece é que o anticorpo conduz o quimioterápico até o interior da célula tumoral e libera o medicamento lá dentro”", explica José Luiz Pedrini, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia e um dos coordenadores do estudo do medicamento no Brasil. O mecanismo do remédio é conhecido como “cavalo de troia”.

Segundo o médico, a pesquisa, realizada em vários países, incluiu cerca de cem brasileiras. “"Há pacientes que começaram a participar do estudo em 2011 e seguem vivas. Sem essa opção, elas sobreviveriam por cerca de seis meses porque não teriam outra alternativa de tratamento”", explica.

Uma das razões para o melhor prognóstico é que o novo medicamento pode ser usado por mais tempo do que a quimioterapia tradicional. "“Os medicamentos já existentes podem ser aplicados por, no máximo, oito sessões, por causa da toxicidade. Por ser menos agressiva, a trastuzumabe entansina pode ser utilizada por tempo indeterminado"”, afirma o médico. A aplicação da droga é feita a cada 21 dias.Embora o remédio possa aumentar a sobrevida das pacientes, o tumor de mama do tipo HER2 positivo continua sendo incurável.

Nova opção — Coordenadora da oncologia clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Maria del Pilar Estevez Diz classificou a droga como uma opção “interessante” de tratamento e afirmou que o Icesp passará a utilizá-la. "“A gente ganha uma linha de tratamento com menos efeitos colaterais, que propicia maior qualidade de vida às pacientes"”, diz.
A aprovação da trastuzumabe entansina foi publicada pela Anvisa em janeiro, mas o medicamento deverá estar disponível no mercado em três meses. Novos estudos vão verificar se o medicamento também é eficaz e seguro se utilizado em fases iniciais da doença.

Câncer no Brasil

Estimavias do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para novos diagnósticos da doença em 2014

Brasil

Total: 576 580 novos casos (52,4% entre homens e 47,6% entre mulheres)
Principais tipos entre homens: Câncer de pele não melanoma (32,5%); de próstata (22,8%); de traqueia, brônquio e pulmão (5,4%); s cólon e reto (5%) e de estômago (4,3%).
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (30,3%); de mama (20,8%); de cólon e reto (6,4%); de colo do útero (5,7%); e de traqueia, brônquio e pulmão (4%)

Sudeste


Total: 299 730 novos casos (52,3% entre homens e 47,3% entre mulheres)
Principais tipos entre homens: Câncer de pele não melanoma (34,7%); de próstata (22,9%); de cólon e reto (5,9%); de traqueia, brônquio e pulmão (4,8%); e da cavidade oral (4%)
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (33,9%); de mama (21,5%); de cólon e reto (7,4%); de traqueia, brônquio e pulmão (3,5%); e de colo do útero (3,1%)

Sul



Total: 116 330 novos casos (57% entre homens e 43% entre mulheres)
Principais tipos entre homens: Câncer de pele não melanoma (33,7%); de próstata (19,3%); de traqueia, brônquio e pulmão (7,1%); de cólon e reto (4,3%) e de estômago (3,4%)
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (25,2%); de mama (20,8%); de cólon e reto (6,4%); de traqueia, brônquio e pulmão (6,2%); e de tireoide (4,7%)

Nordeste




Total: 99 060 novos casos (48% entre homens e 52% entre mulheres)
Principais tipos entre homens: Câncer de próstata (27,2%); de pele não melanoma (23,1%); de estômago (5,9%); de traqueia, brônquio e pulmão (5,2%); e da cavidade oral (4,1%).
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (25,8%); de mama (20,4%); de colo do útero (10,4%); de cólon e reto (4,3%); e de traqueia, brônquio e pulmão (3,6%)

Centro-Oeste





Total: 41 440 novos casos (51,3% entre homens e 48,7% entre mulheres)
Principais tipos entre homens: Câncer de pele não melanoma (38%); de próstata (21,5%); de traqueia, brônquio e pulmão (4,8%); e cólon e reto (4,2%); e de estômago (3,7%)
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (36,5%); de mama (18,9%); de colo do útero (8,1%); de cólon e reto (5,5%); e de traqueia, brônquio e pulmão (3,1%)

Norte






Total: 20 020 novos casos (50,4% entre homens e 49,6% entre mulheres)
Principais tipos entre homens: Câncer de próstata (24,6%); de pele não melanoma (23%); de estômago (8,9%); de traqueia, brônquio e pulmão (6,1%); e de cólon e reto (3,6%)
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (20,1%); de colo do útero (19%); de mama (17,3%); de estômago (4,7%); e de cólon e reto (4,3%)