domingo 10 2013

Dormir menos de seis horas por noite altera atividade de centenas de genes


DO "GUARDIAN"



Dormir pouco por muitas noites em seguida altera a atividade de centenas de genes essenciais para a saúde, como os ligados ao estresse e à resposta imunológica.
Testes em pessoas que dormiram menos de seis horas por dia por uma semana revelaram mudanças importantes na atividade dos genes que regulam o sistema imune, o metabolismo, o ciclo do sono e a resposta ao estresse, sugerindo que a falta de sono possa ter um impacto grande no bem-estar a longo prazo.
As mudanças, que afetaram mais de 700 genes, podem explicar mecanismos biológicos que aumentam o risco de uma série de doenças, como problemas cardíacos, diabetes, obesidade, estresse e depressão em pessoas que dormem pouco.
"A surpresa para nós foi que uma diferença modesta na duração do sono levou a esse tipo de alteração", afirmou Derk-Jan Dijk, diretor do Centro de Pesquisa de Sono da Universidade Surrey, líder do estudo. "É uma indicação de que perturbações do sono ou restrição de sono faz mais do que deixar você cansado."
Estudos anteriores sugeriam que quem dorme menos de cinco horas por noite tem um risco 15% maior de morte por qualquer causa do que quem dorme bem. Em uma pesquisa com trabalhadores britânicos, mais de 5% afirmaram dormir cinco horas ou menos por noite. Outra pesquisa americana de 2010 mostrou que 30% das pessoas não dormem mais do que seis horas por noite.
Dijk e seus colegas pediram a 14 homens e 12 mulheres, todos saudáveis com idades entre 23 e 31 anos, para viver em um centro de pesquisa de sono por 12 dias. Cada um visitou o centro em duas ocasiões. Em uma visita, eles ficaram dez horas por noite na cama por uma semana. Na outra, só seis horas.
No fim de cada semana, eles eram mantidos acordados por um dia e uma noite, de 39 a 41 horas.
Usando um exame de eletroencefalograma, os cientistas viram que os participantes dormiram 8,5 horas por noite na semana das dez horas na cama e 5h42 na semana das seis horas na cama por noite.
O tempo dormindo teve um impacto grande na atividade dos genes, detectada em exames de sangue nos voluntários, como relatado na publicação "Proceedings of the National Academy of Sciences".
Entre os privados de sono, a atividade de 444 genes foi suprimida, enquanto que 267 genes ficaram mais ativos em quem dormia mais.
As mudanças nos genes que controlam o metabolismo podem exacerbar condições como diabetes ou obesidade, enquanto problemas nos genes que regulam a resposta inflamatória do corpo podem ter impacto em doenças cardíacas. Outro genes afetados foram ligados ao estresse e à idade.
A perda de sono teve efeito nos genes que controlam o relógio biológico, sugerindo que o sono ruim possa virar um círculo vicioso.
"Há um feedback entre o que você faz com seu sono e como isso afeta seu ritmo circadiano, o que será muito importante em pesquisas futuras", diz Dijk.
RESSALVAS
Os pesquisadores não viram quanto tempo levou para os genes voltarem à sua atividade normal nos voluntários privados de sono, mas esperam fazer isso no futuro.
Por meio das medições das alterações dos genes após a falta de sono, os cientistas não sabem se elas são uma resposta inofensiva e de curto prazo ao sono ruim, um sinal do corpo se adaptando, ou se são potencialmente perigosas para a saúde.
"Os perigos potenciais do deficit de sono na sociedade atual e a necessidade das oito horas de sono por noite são muitas vezes aumentados e podem causar preocupações indevidas. Apesar de esse importante estudo dar base para essa preocupação, o sono dos participantes foi restrito abruptamente para um nível não usual, o que pode ter sido estressante", afirma Jim Horne, professor de psicofisiologia no Centro de Pesquisa de Sono da Universidade Loughborough.
"Precisamos ter cuidado para não generalizar esses achados para quem dorme sempre seis horas por noite e está feliz com isso. Além disso, o sono pode se adaptar a mudanças e deve ser julgado por sua qualidade, e não só quantidade total."

Jogos intelectuais em benefício do profissional



Autor: Samara Teixeira

JogosExistem diversos jogos que desenvolvem o raciocínio e habilidades de seus praticantes. Um jogador de xadrez, por exemplo, consegue prever até 16 ações antes de mover uma só peça da jogada. Praticar estes jogos aprimora a inteligência estratégica, percepção e a concentração.


Para o mundo corporativo estes jogos são fundamentais para decisões a serem tomadas sem prazo e, principalmente, para administração de crises. Segundo Daniel Oliveira Dantas, presidente da Federação Brasileira de Othello e professor da Universidade Federal de Sergipe, o xadrez e o Othello são dois exemplos de jogos que desenvolvem a capacidade de concentração, memorização e raciocínio lógico.

“O bom jogador de xadrez e Othello precisa memorizar um livro de abertura e um rol de jogadas com as melhores respostas aos movimentos adversários mais comuns. Precisa ser capaz de prever as respostas mais prováveis do adversário a sua jogada e planejar seus movimentos a algumas jogadas no futuro”, explica Dantas.

Esse planejamento e memorização desenvolvem aspectos específicos do intelecto como a memória, concentração e lógica. “Isso requer o esforço do jogador. Ele pode jogar sem se concentrar, sem tentar prever as jogadas futuras e sem estudar aberturas e jogadas. Nesse caso o desenvolvimento intelectual será mínimo”, reforça o presidente.

Em toda empresa existem diversos perfis de funcionários, ou seja, os níveis de exigências serão diversos de acordo com o que a área necessitará. “ Um soldador de componentes eletrônicos deve estar concentrado e ser capaz de realizar uma ação mecânica por horas a fio. Já um gerente deve ser capaz de tomar decisões com poucas informações e ter capacidade de liderança”, afirma Dantas.

Sendo assim, cada pessoa aprenderá uma habilidade com os jogos, aplicando até mesmo na linguística a que está desenvolvendo.

Jogos corporativos: A evolução dos jogos intelectuais


Os jogos de tabuleiro citados na matéria são opções de desenvolvimento e prazerosos devido ao contato direto com o adversário, no entanto, para aqueles que gostam de jogos digitais, já existem ofertas interessantes no mercado.

Segundo Solange Machado, professora de Inovação da HSM Educação, existem vários tipos de jogos e hoje os mais amplamente utilizados são aqueles que podem ser customizados para a realidade da empresa, como por exemplo, os softwares desenvolvidos pela empresa e-guru.

Na mesma linha existem os jogos on-line como os World of Warcraft, Eve Online, EverQuest, Star Wars, entre outros. “Os games mais utilizados pelas empresas brasileiras são os jogos corporativos que simulam as operações ou estratégias da empresa. Na indústria os jogos mais utilizados são aqueles que simulam os desafios da cadeia de suprimento e das operações financeiras”, explica Solange.

Na área de serviços, os jogos mais utilizados simulam a gestão de materiais, capacitação de equipes e interação com o mercado e concorrência. “Os games virtuais ainda são um grande desafio para a sua aplicação nas empresas, pois ainda apresentam um design pobre e deficiente segundo pesquisa do Gartner de 2012”, afirma a professora.

O foco dos jogos está nas suas regras e mecânica ao invés de investir em elementos de design mais sutis e importantes como a competição e a colaboração.

Quais características são desenvolvidas no colaborador?


Os jogos corporativos simulam cenários e situações de desafios existentes no mercado e tem como objetivo testar pessoas em situações de pressão, conflitos, ambiguidade e, principalmente, simular mudanças no cenário externo que podem concentrar novas tecnologias ou novos concorrentes.

“Os melhores jogos são aqueles que conseguem simular ou criar analogias com o ambiente real da empresa e por isto devem ser customizados para cada um dos clientes”, resume Solange.


Fonte: MSN Empregos 

Beber água mata a sede da pele?



Thinkstock
Tenho pele seca. Beber bastante água ajuda a hidratar minha pele?
(Rosa)
Beber muita água é bom, claro, principalmente no calor. Mas, para manter a pele jovem e hidratada, a capacidade da pele de reter água é mais importante do que a quantidade de água que você bebe. E como você pode ajudar sua pele a reter umidade?
1. Preserve a hidratação natural da sua pele
Se você tem pele seca, tenha alguns cuidados na hora do banho, eles fazem diferença, porque água quente e sabonete acentuam o ressecamento da pele.  Por isso, tome banhos rápidos e mornos ou frios, use sabonete neutro ou sabonete apropriado para peles ressecadas. Uma opção ao sabonete comum é usar syndet (do inglês synthetic detergent), mais suave e apropriado.
2. Use hidratante
Hidratantes atraem e retêm água na pele. Experimente alguns até escolher o que for melhor para você. Aplique logo após o banho com a pele úmida, para ter mais efeito. Para o rosto, use cremes que combinam hidratante e filtro solar. E não deixe de usar uma combinação de hidratante com filtro solar também no pescoço, colo e mãos, regiões delicadas e sujeitas ao foto-envelhecimento precoce.
Por Lucia Mandel
http://veja.abril.com.br/blog/estetica-saude/tratamento/beber-agua-mata-a-sede-da-pele/

Bicicletas ergométricas



bicicleta-ergometrica1
Há um grande número de leitores com dúvidas em relação ao uso e à eficiência da bicicleta ergométrica. Recentemente respondi algumas, mas acho pertinente aprofundar um pouco a discussão. Afinal, são aparelhos bastante populares no uso doméstico. Fáceis de usar, menores e bem mais baratas que as esteiras.
Vale a pena usar?
Apesar de apresentar uma demanda cardiovascular e respiratória entre 10 e 15% inferior à corrida, pedalar é sem dúvida um excelente exercício aeróbico. E as bicicletas ergométricas são uma excelente alternativa para pessoas com sobrepeso e obesidade. E, em termos de gasto calórico, as estimativas são animadoras. São queimadas entre 350 e 600 calorias por hora de atividade, dependendo da bicicleta, do tamanho do praticante e da intensidade empregada.
Os modelos
Particularmente, eu prefiro correr, mas não há como negar que a bicicleta ergométrica facilita a vida de quem prefere se exercitar de forma prática, assistindo TV, ouvindo música ou lendo um livro. Há uma infinidade de modelos e marcas no mercado. Recomendo aquelas que ofereçam o ajuste de esforço magnético, pois tornam a pedalada mais suave e uniforme. Além disso, evita-se o desgaste mecânico e a troca de correias.
As mais conhecidas são a bicicleta vertical, a reclinada e a de spinning. A vertical é semelhante a uma bicicleta de passeio tradicional. Você senta em um pequeno banco, com as costas sem apoio e os pedais ficam posicionados.
As bicicletas reclinadas são indicadas para pessoas que estão acima do peso ou que sofrem de problema nas costas. Uma bicicleta ergométrica reclinada possui um assento de poltrona vertical com apoio para as costas, e os pedais ficam à frente – não embaixo. A desvantagem das reclinadas se encontra no preço (mais elevado) e na demanda cardiovascular e respiratória, um pouco inferior aos modelos verticais.
As bikes de spinning são bastantes populares em academias de ginástica, mas menos usadas em casa, pois são mais caras e exigem um conhecimento maior sobre o ajuste do selim, guidão, mesa e outros detalhes. No entanto, é sem dúvida a melhor opção para os que visam um condicionamento físico mais pronunciado.
Obervação: O ciclismo indoor (nome como a modalidade foi chamada) foi criado em 1995 nos EUA, pelo ciclista sul-africano Johnny G. O nome spinning é uma marca registrada, sendo um método de condicionamento físico utilizando a bicicleta ergométrica de ciclismo indoor.
Por Renato Dutra
http://veja.abril.com.br/blog/saude-chegada/treinamento/bicicletas-ergometricas/

O que você faria com cinco anos a mais?


Thinkstock
A população mundial vem fazendo cada vez menos atividade física,  e isso não é novidade. Todos sabem dos malefícios causados pelo sedentarismo: sobrepeso, fatores de risco, uma série de doenças. Talvez a maioria não saiba ainda que pela primeira vez na história da humanidade, a atual geração de crianças viverá cinco anos a menos do que a nossa. Isso mesmo, ao invés de ocorrer o processo natural de melhoria da qualidade de vida e assim termos uma geração mais saudável e longeva, teremos filhos que sofrerão mais com doenças causadas pela vida moderna.
Se o leitor não estiver acreditando no que afirmo, por favor assista este vídeo. A organização We Are Designed to Move (Somos feitos para o movimento) trava uma batalha contra a inatividade física entre as crianças ao redor do mundo. Não só por causa dos problemas de saúde que aumentam entre os jovens, mas principalmente porque serão adultos doentes, com baixo desempenho acadêmico e profissional. Em outras palavras, a criança que não se mexe hoje, será um adulto que viverá com maiores dificuldades. E tudo isso vai gerar um custo considerável para a economia global.
A educação física escolar não tem recebido a devida atenção e as consequências já aparecem. Por exemplo, nos Estados Unidos a maioria dos colégios passou a adotar a educação física como atividade extra curricular. No Brasil, ainda faz parte da grade curricular. Todavia, com menor carga horária que outras disciplinas e sem considerar que o desenvolvimento das capacidades físicas e todo o processo de aprendizagem motora tem uma relação estreita com o desempenho acadêmico e profissional.
Até os dez anos de idade, os hábitos são formados e depois servirão como referência na fase adulta. E já citei em outros textos que são os pais que devem dar o exemplo e praticar exercícios. A geração atual pagará por isso com cinco anos a menos, ou não. Depende de nós.
Por Renato Dutra
http://veja.abril.com.br/blog/saude-chegada/saude/o-que-voce-faria-com-cinco-anos-a-mais/

Sem royalties, petróleo passa a ser mau negócio para o Rio


Rio de Janeiro

Secretário municipal de governo propõe que navios carregados de petróleo ancorem em outro litoral

Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
Plataforma de petróleo da OGX na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro
Plataforma de petróleo da OGX na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro (Divulgação/OGX)
Já que outros estados querem os royalties, que fiquem com o petróleo também. Vamos mandar o navio, na hora que sair da plataforma, parar lá no Piauí, na terra do senador autor da proposta”, disse Bethlem. 
O Rio de Janeiro começou a se movimentar nesta quinta-feira para reagir às perdas impostas pela aprovação da lei que redistribui os royalties e participações especiais do petróleo. Com a derrubada dos vetos da presidente Dilma Rousseff pelo Congresso, o governador Sérgio Cabral decidiu não pagar empenhos, repasses ou qualquer outra transferência no estado. O deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), que é secretário municipal de Governo do Rio de Janeiro, sugeriu a Cabral que ele suspenda todas as licenças ambientais concedidas às atividades petroleiras. Ao site de VEJA, Bethlem diz que a exploração do petróleo, sem a contrapartida financeira, não vale a pena para o estado.

“Quando os royalties são subtraídos, a situação muda. A licença tem que ser revista. Não tem como mitigar eventuais problemas sem a verba. Baseando-se nisso, a bancada federal do estado, com 32 assinaturas, pede que o governador suspenda todas as licenças ambientais”, explica o secretário. A cidade do Rio, de acordo com Bethlem, recebe 100 milhões de reais por ano. Para a cidade, a quantia não é tão significativa quanto para o estado, que perderá 3,1 bilhões de reais em royalties.

“A perda dos royalties para o estado reduz drasticamente as atividades econômicas da cidade. O Rio perde repasse de ICMS, reduz arrecadação de ISS e, provavelmente, cairá a arrecadação de IPTU”, diz Bethlem, que aproveitou para alfinetar o senador Wellington Dias (PT/PI), o criador do texto que modifica a lei de distribuição dos royalties. “Já que outros estados querem os royalties, que fiquem com o petróleo também. Vamos mandar o navio, na hora que sair da plataforma, parar lá no Piauí, na terra do senador autor da proposta”, disse Bethlem. 

Sem royalties, Rio fica ‘de mal’ com a indústria do petróleo


Petróleo

Ações pontuais tentam dificultar a atividade petrolífera e extrair, a fórceps, compensações pela perda dos recursos redistribuídos pela nova lei

Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
Plataforma de petróleo da OGX na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro
Plataforma de petróleo da OGX na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro (Divulgação/OGX)
"A imaginação é infinita, dá para fazer um monte de maldade", disse na sexta-feira o secretário de Desenvolvimento do Rio de Janeiro, Júlio Bueno
O ‘ouro negro’ que jorra nas plataformas off-shore, tratado nas últimas décadas como dádiva divina e solução milagrosa para recolocar o Rio de volta nos trilhos do desenvolvimento, entrou subitamente no campo dos incômodos para o estado. Tudo, por enquanto, resume-se a um grande jogo de ameaças e sinais – alguns à beira da infantilidade – para pressionar os envolvidos na decisão sobre o futuro da nova lei dos royalties. O cenário futuro, mantida essa tendência, pode ser resumido da seguinte forma: sem os bilhões de reais oriundos dos royalties e participações especiais, o Rio de Janeiro, assim como os demais estados produtores, passa a ter mais a perder do que a ganhar com a atividade petrolífera.
A ideia é correta na origem. Royalties são recursos previstos como forma de compensar os danos ambientais, as necessidades de investimento em infraestrutura e todo o impacto de um segmento altamente agressivo da economia. O derramamento de óleo na Baía de Guanabara, na década passada, o acidente com a plataforma de Chevron na Bacia de Campos e a explosão demográfica no Noroeste do estado são apenas alguns dos impactos mais visíveis desse negócio. A partir do momento em que os royalties são distribuídos de forma igualitária, a conta para o Rio e o Espírito Santo não fecha: ambos passam a receber os impactos, mas sem a compensação financeira.
O Rio calcula as perdas com a mudança no pagamento dos royalties do petróleo em 75 bilhões até 2020. Em 2013, serão entre 3 e 4 bilhões de reais. Desde a última quarta-feira, quando o Congresso derrubou os vetos da presidente Dilma Rousseff aos trechos que permitiam redistribuir também os recursos oriundos de poços já licitados, a Justiça passou a ser a última chance de os estados produtores evitarem a perda bilionária. Com ações no Supremo Tribunal Federal (STF), os estados produtores esperam que a Justiça evite a quebra de contrato. A aposta é de alto risco, afinal, uma intromissão do Supremo no campo legislativo tende a exaltar os ânimos entre os poderes e as instituições – algo nunca desejável, em qualquer cenário.
As saídas, agora, são domésticas. E não necessariamente parte de um plano organizado de recuperação das perdas. "A imaginação é infinita, dá para fazer um monte de maldade", disse na sexta-feira o secretário de Desenvolvimento do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, a respeito das medidas que podem ser tomadas pelo Rio caso haja rompimento de contratos. Entre elas estão a alteração das alíquotas de ICMS e a não concessão de licenças ambientais para o setor de petróleo. "Não posso supor que o Supremo vá transgredir a norma jurídica. Acho que sinceramente a Justiça vai imperar no Brasil", afirmou, dizendo acreditar que o Supremo Tribunal Federal (STF) defenda a constitucionalidade de contratos já firmados, se posicionando favoravelmente aos Estados produtores.
Bueno afirmou que a decisão do governador Sergio Cabral de suspender pagamentos, com exceção de salários de servidores, deve ser temporária. O secretário disse encarar a medida de Cabral como "um freio de arrumação", pois haverá perda relevante de receitas para o Estado, e, principalmente, municípios.
O estado abriu várias frentes para tentar minimizar o impacto que o estado sofrerá com a redistribuição dos royalties e participações especiais dos campos já leiloados. Na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a quinta-feira foi de apresentações de projetos de lei que, se aprovados, podem dirimir as perdas de arrecadação do Rio. Deputados da base aliada e da oposição se mobilizaram. Na próxima terça, vai a votação o projeto de criação de uma taxa de controle, monitoramento e fiscalização das atividades relacionadas ao petróleo.
O projeto de lei foi vetado pelo governador Sérgio Cabral, mas será recolocado em pauta para que o veto seja derrubado. O autor da proposta é o deputado estadual André Ceciliano, do PT. “Minas Gerais instituiu a taxa de poder de polícia para fiscalizar a produção de minério. Faremos isso no Rio com o petróleo. Alegamos que essa taxa pode ser instituída por causa do impacto ambiental da exploração do petróleo”, afirma Ceciliano. Em um estudo feito pelo deputado usando por base a produção de dezembro de 2011, a taxa geraria de 6,9 bilhões de reais anuais. “Se derrubarmos o veto, essa lei terá eficácia em 2014, quando a arrecadação poderá chegar a 8,3 bilhões de reais porque a produção vai aumentar”, explica.
Outra ação do deputado, em conjunto com Clarissa Garotinho, do PR, e Pedro Fernandes, do PMDB, propõe autorizar o governo do estado a extinguir todos os benefícios concedidos à extração do petróleo. “Hoje, o executivo incentiva, através de isenções, a produção do petróleo. No mínimo, o estado abre mão de 600 milhões de reais por ano”, diz Ceciliano.
O deputado estadual Luiz Paulo Correa da Rocha, do PSDB, também deu entrada em um projeto de lei que propõe a arrecadação do ICMS sobre a atividade petroleira na origem – e não no destino. “O congresso não rasgou a Constituição? Não quebrou o pacto federativo? Quem achar que não está certo é só arguir isso no tribunal”, argumenta o tucano, que calcula um valor em torno de 7 bilhões de ganhos para o Rio no caso de uma mudança na foram de tributação sobre a atividade petroleira.
Outros dois projetos, esses já existentes desde 2011, vão voltar a tramitar na Alerj, ambos impulsionados pela derrubada dos vetos de Dilma Rousseff a trechos da nova lei de distribuição dos royalties e participações especiais do petróleo. Um deles propõe cobrar ICMS sobre o gás queimado pela Petrobras. Quando a estatal extrai o óleo, parte do gás presente é reinjetado no poço, parte vira produto e outra parte é queimada. “Para nós, o gás, no momento em que sai do poço, vira produto”, afirma Correa da Rocha.
O terceiro projeto do tucano é fazer com que a implantação de qualquer oleoduto ou minerioduto passem pela autorização da Alerj. O texto propõe que, depois de concedida a licença e instalado o emrpeendimento, também fica definido que o poder executivo altere a alíquota do ICMS incidente sobre operação interna, interestadual e importação de tubos destinados a construção e manutenção de oleodutos e mineriodutos e para transporte de petróleo e minério no território do estado do Rio de Janeiro de no mínimo 18% e no máximo 37%.
(Com Estadão Conteúdo)

"Comfortably Numb" Roger Waters & Eddie Vedder@Sandy Relief Concert



“Eu poderia ter sido um arquiteto, mas eu não acho que eu seria muito feliz. Quase toda a arquitetura moderna é um jogo bobo, tanto quanto eu posso ver. “
Roger Waters

ALIMENTOS CONTRA O CÂNCER


Comer frutas, legumes e verduras pode evitar 19% dos casos da doença


Mais do que ajudar a perder peso, adotar um cardápio saudável pode prevenir o surgimento do câncer. A informação faz parte do relatório "Políticas e Ações para a Prevenção do Câncer no Brasil, Alimentação, Nutrição e Atividade Física", lançado este ano pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). O documento aponta que a combinação de alimentação com atividade física é responsável pelo controle de 19% dos casos da doença no Brasil. Seguindo essa dobradinha, o percentual de prevenção para tumores de boca, laringe e faringe chega a 63%, seguido de esôfago, com 60%; endométrio, com 52%; estômago, com 41%; e intestino grosso (colorretal), com 37%.
Apesar da boa notícia, um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) alerta que os brasileiros estão ingerindo menos de um terço dos alimentos recomendados para a prevenção do câncer. De acordo com o nutricionista da Área de Alimentação, Nutrição e Câncer do INCA, Fabio Gomes, é necessário consumir diariamente pelo menos 400 gramas de frutas, legumes e verduras para combater o surgimento da doença.
"Esses alimentos possuem diversas substâncias anticerígenas. Podemos destacar o licopeno, presente em tomate, goiaba e melancia. O agrião é rico em isotiocianato, ativado durante a mastigação. Nesse caso, o ideal é cozinhar o vegetal em uma panela de plástico, pois o metal oxida esse componente. Já o espinafre e os alimentos alaranjados, como mamão e cenoura, contêm carotenóides. No entanto, mais importante do que o tipo de fruta, legume ou verdura, é atingir a quantidade de 400 gramas por dia. Varie o máximo que puder e evite os legumes mais calóricos, como batata, aipim e inhame", ensina Fabio.

COMO OS ALIMENTOS AGEM NA PREVENÇÃO DO CÂNCER

Segundo o nutricionista, a doença começa a aparecer quando algum componente cancerígeno entra no organismo e danifica o material genético, ou seja, o DNA. Isso afeta as células do corpo, que começam a se multiplicar desordenadamente, dando origem aos tumores. Uma maneira de combater a doença é evitar que este tipo de lesão chegue à célula.
"Os componentes presentes em frutas, legumes e verduras protegem as células contra agressões. O DNA tem um mecanismo próprio de reparação de defeitos e pode se autoconsertar quando encontra um agente agressor. Mas quando a pessoa tem uma alimentação adequada, esse conserto é feito mais rapidez e impede a multiplicação celular, que origina o câncer", explica o especialista.
Outro ponto positivo que um cardápio balanceado traz é a capacidade de matar as células defeituosas. "Vamos supor que as células não foram consertadas antes da entrada do agente agressor. Nesse caso, os componentes presentes nos alimentos impedem a multiplicação celular, matando a célula", enfatiza Fabio.
Leguminosas e alimentos integrais, como feijão, grão de bico e lentilha são ricos em fibras, que também são anticancerígenas. "Todos os dias nosso intestino produz fatores cancerígenos. A diferença é que quando o órgão funciona regularmente, também eliminamos diariamente esses compostos nocivos. As fibras ajudam a manter o intestino regulado e por isso evitam o câncer nessa região", complementa o nutricionista.

CONSUMO E PREPARO DE CARNES PEDE MODERAÇÃO

Outro dado que preocupa é a presença semanal de 523 gramas de carne vermelha na mesa dos brasileiros, conforme o IBGE mostra. O nutricionista do INCA alerta que a ingestão de carnes, incluindo peixes e aves, também deve ser evitada para prevenir o surgimento de câncer, principalmente os de estômago, cólon e reto.
Segundo Fabio, a média semanal de consumo de carne vermelha não deve ultrapassar 500 gramas. Também é preciso ter atenção no modo de preparo deste tipo de alimento. Carnes grelhadas, fritas ou feitas na chapa ficam submetidas a uma temperatura que varia entre 330º ou 400º. Isso ativa a formação de compostos que provocam erro no DNA e iniciam a multiplicação desordenada das células do corpo. Esse tipo de ação é justamente o que as frutas, legumes e verduras tentam evitar.
Para o especialista, é mais seguro preparar carnes ensopadas ou assá-las no forno. "O grelhado é erroneamente considerado mais saudável. Se por um lado o tempo que a carne fica na chapa reduz a gordura, por outro facilita a formação de compostos cancerígenas no alimento. Quem quiser cozinhar dessa maneira, a dica é pré-cozinhar a carne e só depois levá-la na chapa para dar uma cor. A quantidade de substâncias cancerígenas é proporcional ao tempo que o alimento fica submetido ao calor", compara o nutricionista.

ALIMENTO CRU OU COZIDO?

Alguns especialistas apontam que legumes, frutas e verduras devem ser ingeridos crus, pois assim conservam o máximo de nutrientes ainda inalterados. No entanto, o nutricionista acredita que este tipo de precaução não precisa ser tomada.
"Ninguém deve se restringir a essa recomendação de consumo cru ou cozido. Você consegue se beneficiar dos alimentos consumindo as duas formas, pelo menos no que diz respeito ao reino vegetal. Por mais que a gente perca o benefício de um componente ao cozinhar um tomate, por exemplo, ao mesmo tempo ativamos outro igualmente benéfico. Mas vale lembrar que isso não se estende ao preparo das carnes. A digestão é mais lenta quando os alimentos do reino animal são consumidos crus", informa Fabio.

BEBIDAS CANCERÍGENAS

Bebidas alcoólicas também podem ser prejudiciais à saúde e facilitar o surgimento do câncer. O nutricionista explica que o álcool agride a região com a qual ele tem contato direto, como esôfago, boca e laringe. Consequentemente, o consumo sem precaução aumenta o risco de desenvolver a doença nessas áreas.
"Isso acontece por que o álcool dissolve a proteção nessas regiões. Se a pessoa fuma enquanto bebe, piora ainda mais a situação. Os compostos cancerígenas do cigarro entram mais facilmente no organismo, já que não encontram nenhum tipo de barreira", alerta.
Segundo Fabio, pessoas do sexo masculino podem consumir até duas doses de 350 ml por dia, enquanto o limite para as mulheres é de somente uma dose. No entanto, vale lembrar que esse sistema não é compensatório. O especialista esclarece que o maior problema do álcool é a quantidade alta de consumo, em apenas um dia. Ficar longe da bebida de segunda a sábado não permite que ninguém consuma sete doses no domingo.
Apesar de parecer inofensivo, o refrigerante também é indiretamente cancerígeno. Como uma das principais causas de câncer é a obesidade, todas as bebidas açucaradas, como mate, refresco com xarope e guaraná natural, facilitam o ganho de peso e, consequentemente, o surgimento da doença.

OBESIDADE E CÂNCER

De acordo com dados do INCA, a obesidade é uma das causas de câncer de pâncreas, esôfago, rins, vesícula biliar e mama. O especialista explica que isso acontece por que quando a pessoa está muito acima do peso, as células de gorduras produzem um fator pró-inflamatório. Isso provoca lesão em células, transformando as saudáveis em precursoras de câncer.
"Pessoas obesas também possuem um desequilíbrio hormonal, que estimula a multiplicação celular. Nesse sentido, é importante a prática de atividades físicas, pois os exercícios evitam o estímulo exagerado das células, além de diminuírem as chances do ganho de peso", aconselha o nutricionista.

NÓS TESTAMOS: COACHING DE SAÚDE INTEGRATIVA


Atendimentos orientam como promover mudanças benéficas na vida
Decidi experimentar o coaching de Saúde Integrativa da Mulher porque estava tratando um problema hormonal que tinha afetado minha energia e humor. Já tinha lido alguns artigos da Melissa Setubal no Personare, e me interessei pela possibilidade de entender como modificar meu cardápio e meu estilo de vida me ajudaria a balancear meus hormônios.
Já conhecia outras modalidades de coaching, como o executivo e o pessoal/de vida, mas não tinha nenhuma referência sobre coaching de Saúde Integrativa. A Melissa é uma das primeiras profissionais no Brasil a utilizar esta técnica, adotando uma abordagem holística para transformar a saúde física e mental dos clientes. Essa visão mais abrangente foi o que mais me agradou, pois queria ter um diagnóstico completo do meu quadro. Sabia as consequências do problema hormonal no meu corpo, mas queria analisar as causas daquele desequilíbrio e ter apoio profissional para lidar com os efeitos psicológicos delas.
Ao longo de oito encontros, realizados quinzenalmente, via skype, a coach de saúde compartilha orientações sob medida para cada cliente, ajudando a modificar padrões mentais, comportamentais e hábitos alimentares que possam estar impactando negativamente a saúde. Orienta e apoia a definição das metas de vida e sonhos a curto e médio prazo, sobre corpo, saúde, peso, estilo de vida e outras prioridades identificadas durante os encontros. Também oferece cardápios, listas de compras e receitas que ajudam muito a manter as orientações nos intervalos entre um encontro e outro.
Eu achava que o maior benefício do programa seria entender melhor o funcionamento do meu corpo e, assim, modificar o que estava causando o desequilíbrio hormonal. Mas, no decorrer dos encontros, compreendi profundamente a mim mesma e fui percebendo grandes mudanças no meu comportamento, não apenas com relação à minha alimentação e saúde, mas em todas as áreas da minha vida. Guiada pela coach, defini minhas metas para um, dois e quatro meses, nas áreas da vida que mais precisavam de atenção. E, surpreendentemente, fui alcançando-as de forma mais rápida e fácil do que imaginava. Fui encontrando equilíbrio no dia a dia e tendo mais tempo para me observar, para perceber onde eu estava me deixando de lado e cuidar de mim com carinho.
Eu vivia presa aos meus medos, à minha vontade imensa de fazer o bem para todos e me deixando sempre por último. Se alguém estivesse doente, eu era a primeira a marcar consulta médica, lembrar de fazer o exame, prestar toda a assistência necessária. Mas se fosse para mim mesma, poderia ficar para depois. E eu repetia esse padrão nas outras áreas da vida também. O coaching de Saúde Integrativa me ajudou a me colocar entre as minhas prioridades, a pensar em mim com amor, a me olhar por completo - celebrando minhas qualidades e conquistas; reconhecendo meus defeitos e falhas.
* Luciana Ramalho é editora de negócios do Personare, responsável pelo conteúdo dos livros da Coleção Personare e pela linha editorial das análises personalizadas do portal. Ama escrever e sonha transformar positivamente a vida das pessoas com seu trabalho.



O quebra-cabeça dos palanques estaduais para 2014


Eleições

Potenciais candidatos à Presidência têm problemas nos estados para construir alianças; divergências entre PT e PMDB podem prejudicar Dilma Rousseff

Gabriel Castro, de Brasília
A presidente Dilma Roussef, o senador Aécio Neves e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos
A presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (Antonio Cruz/ABr e Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
O debate sobre a eleição presidencial de 2014 começou cedo. Quatro potenciais candidatos já iniciaram suas articulações de olho na disputa do próximo ano: Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (sem partido). A possibilidade do fim da polarização entre PT e PSDB, aliada à fama de bom articulador do pré-candidato tucano Aécio Neves e à crescente influência de Eduardo Campos, deu ainda mais relevância à montagem dos palanques estaduais. Em cada unidade da federação, as forças em jogo têm um quebra-cabeça para resolver. E já surgiram os primeiros problemas, especialmente na ampla base de Dilma.
Hoje, o PSDB governa oito estados; PSB, seis; PMDB, cinco; e o PT, quatro, além do Distrito Federal. A desordem do quadro partidário brasileiro se evidencia nos cenários estaduais. Não são poucos os exemplos de siglas adversárias no plano local e aliadas em âmbito nacional - ou vice-versa. O quadro de 2014 apresenta desafios distintos para as diferentes forças em jogo. Na candidatura petista, o problema é a possível cisão em alguns estados onde há mais de um pré-candidato na base de apoio de Dilma. Sem a máquina federal nas mãos, os tucanos podem perder alianças tradicionais nos estados. Enquanto isso, o PSB admite a dificuldade de construir palanques em todos as regiões do país. Para a "Rede" de Marina Silva, que poderá se configurar como a principal novidade partidária em 2014, o caminho deve ser a independência.
O palanque estadual é importante porque permite ao candidato presidencial andar lado a lado com lideranças locais que podem lhe render votos - por serem mais próximos do eleitor, esses políticos regionais muitas vezes atuam como fiadores do candidato nacional. 
Dentro da heterodoxa base da presidente Dilma, os entraves para a montagem dos palanques são mais evidentes. Os maiores dizem respeito ao PMDB, o partido do vice-presidente, Michel Temer. O presidente da sigla, senador Valdir Raupp, cita os estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul como os principais problemas para a unificação das candidaturas na base. "Estamos conversando, tenho certeza de que vamos chegar a um acerto", diz Raupp. 
Estados - Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul têm histórico de resistência à parceria com o PT - em 2010, o diretório gaúcho apoiou o tucano José Serra, e o sul-mato-grossense ficou no meio do caminho.
A situação no Rio de Janeiro é novidade: com um pré-candidato petista, o senador Lindbergh Farias, e um peemedebista, o vice-governador Luiz Fernando Pezão, o clima de confrontotem aumentado e os dois lados não cogitam recuar As pretensões do petista, que fala abertamente como postulante ao governo e já começou a percorrer o estado, não são bem recebidas pelo PMDB fluminense. Recentemente, o presidente da sigla no estado, Jorge Picciani, ameaçou retirar o apoio à reeleição de Dilma se o PT não apoiar o projeto de Pezão. O clima não é dos melhores.
Há ainda outras arestas para os peemedebistas resolverem. Em Santa Catarina, por exemplo, o PMDB apoiou a candidatura do tucano José Serra à Presidência, em 2010. Coligados, peemedebistas, tucanos e democratas elegeram o governador Raimundo Colombo e três senadores. Agora, o quadro mudou: o PMDB se aproximou do PT, e a maior parte dos integrantes do DEM no estado (inclusive Colombo) passou para o PSD, que deve aderir ao governo Dilma no plano federal. 
Cacique do PMDB catarinense, o senador Luiz Henrique da Silveira tenta montar uma chapa em que a ministra Ideli Salvatti, potencial candidata petista ao governo, ficasse com a vaga para o Senado. Raimundo Colombo disputaria a reeleição, e o candidato a vice seria indicado pelo PMDB. A proposta tem poucas chances de vingar. Mas, se der certo, empurrará o PSDB para fora da aliança, com candidato próprio. O PSB, por sua vez, pode formar uma parceria com o PSD e desfazer a grande aliança. "Nunca o palanque federal influenciou tanto uma eleição no estado", diz o ex-governador catarinense e deputado Esperidião Amin (PP) - ele próprio, aliás, ainda não faz ideia de qual rumo tomará em 2014. Luiz Henrique não esconde que sonha com a parceria PMDB-PT: "Por um equívoco do PT, nós apoiamos o Serra na eleição passada. Ele ganhou por 500.000 votos no estado. Se tivermos esse palanque, a Dilma ganha com mais de 1 milhão de votos de vantagem", diz.
Na Bahia, o peemedebista Geddel Vieira Lima pretende disputar o governo em uma aliança com o DEM do prefeito de Salvador, ACM Neto. O PT, ainda em busca de um nome para a disputa, não nutre esperanças de um acerto com o PMDB no estado. O senador Walter Pinheiro, possível candidato, minimiza o impasse: "Num momento até mais delicado, em que a presidente não tinha o governo, isso não foi motivo de nenhum desconforto", diz ele, fazendo menção à disputa de 2010. "O PMDB nacional está cada vez mais integrado ao governo Dilma", diz o petista.
O cenário em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, também pode pesar: Aécio Neves e o governador tucano Antonio Anastasia mantêm uma aliança que abarca PR e PP, aliados de Dilma no plano federal, e o próprio PSB de Eduardo Campos. O PMDB, aliado do PT, ensaia um voo solo em 2014. Não por acaso, a presidente Dilma Rousseff avalia entregar o Ministério dos Transportes a um peemedebista de Minas. 
PSB - A possibilidade do fim da polarização entre PT e PSDB no plano nacional pode fazer a diferença na formação de algumas alianças. O PSB, do governador Eduardo Campos (PE), caminha para lançar candidatura própria à Presidência. 
O PSD, que já nasceu próximo ao PSB, seria um candidato natural à composição de chapa para consolidar uma terceira via. Mas o partido do ex-prefeito Gilberto Kassab já começou a formalizar o apoio à reeleição de Dilma - em troca de um ministério cedido pelo governo justamente como parte de uma manobra para isolar o PSB. Por isso, os socialistas já calculam que vão precisar caminhar sozinhos em alguns estados ou apoiar candidatos de outras siglas.
Rodrigo Rollemberg, líder do PSB no Senado e potencial candidato ao governo do Distrito Federal, diz que em algumas unidades da federação há uma tendência natural à candidatura do partido ao governo. Mas há locais em que a sigla ainda não tem candidaturas viáveis: "Em muitos lugares, com ou sem candidato a presidente, nós não vamos conseguir ter candidaturas próprias, vamos fazer alianças", diz Rollemberg - que pretende disputar o governo do Distrito Federal. Ele diz que há opções à polarização entre PSDB e PT: "Em Mato Grosso, podemos fazer um palanque com o Pedro Taques, é perfeitamente possível", diz Rollemberg, em referência ao senador do PDT, cotado para disputar o governo mato-grossense.
Marina - Já a Rede, o novo partido de Marina Silva, ainda luta para obter o registro na Justiça Eleitoral a tempo de disputar eleições. A sigla é nova, o que traz uma vantagem e uma desvantagem. Vantagem: como a perspectiva de alianças é pequena, não custa nada lançar candidatos próprios em cada estado. Desvantagem: há poucos puxadores de votos para garantir palanques fortes a Marina, possível candidata à Presidência. Em 2010, o PV não obteve grandes resultados regionais - mesmo com Marina para puxar votos. O partido não conseguiu um governo sequer, e também fracassou na tentativa de eleger um representante no Senado. Até agora, não há sinais de que a Rede terá um desempenho melhor.

Cachoeira tenta retomar negócios 1 ano após prisão


Por ALANA RIZZO, ENVIADA ESPECIAL / GOIÂNIA, estadao.com.br
Depois de ficar preso por 266 dias no ano passado sob acusação de comandar uma rede de tráfico de influência envolvida...

Depois de ficar preso por 266 dias no ano passado sob acusação de comandar uma rede de tráfico de influência envolvida com negócios públicos e jogos ilegais, Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está aos poucos restabelecendo velhas conexões políticas e empresariais.
Argumentando que as provas da Operação Monte Carlo serão anuladas, Cachoeira faz reuniões em casa com amigos e empresários, especialmente do setor de coleta de lixo. Entre os convidados, está Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções no Centro-Oeste, vizinho do contraventor e também réu na Justiça.
O que Cachoeira ainda não conseguiu foi marcar sua volta à sociedade de Goiânia. Sua mulher, Andressa Mendonça, é requisitada em festas e eventos sociais. "Ele nunca foi das 'altas rodas' da capital. É de Anápolis e, por mais que tenha dinheiro, não é de família tradicional", diz um parlamentar que atuou na CPI do Cachoeira na Assembleia de Goiás.
A comissão terminou em pizza na última semana, sem indiciamentos ou relatório final. Segundo deputados da oposição, os aliados do governador Marconi Perillo (PSDB) literalmente se esqueceram de votar o texto.
A exposição pública de Cachoeira - condenado a quase 40 anos de cadeia - tem sido evitada, especialmente após o flagra em um resort de luxo na Bahia, com diárias de R$ 3 mil. Há mais ou menos duas semanas, a defesa ordenou que o contraventor submergisse para não atrapalhar a montagem de um figurino mais discreto para quem ainda responde a ações na Justiça. A personalidade expansiva e articulada do contraventor sempre preocupou os advogados que o defendem.
Sob os cuidados do criminalista Nabor Bulhões, Cachoeira tornou-se evangélico na prisão e estabeleceu uma rotina de cultos semanais em casa. Na nova fase, ele pega os filhos na escola, deixou de frequentar a noite goiana e agora encomenda jantares em casa nos melhores restaurantes da cidade.
"É uma orientação pessoal dele e que casa com a nossa. Ele está muito discreto e focado na família e nos processos. Carlinhos está trabalhando na defesa. Isso tudo absorve bastante tempo", afirma Nabor, negando que ele tenha retomado a vida empresarial.
Delação. Sobre uma eventual colaboração com a Justiça, Nabor responde: "Não aceito assistir cliente que cogite a delação. É uma questão de princípio". Ao deixar a cadeia, Cachoeira prometeu revelar tudo o que sabia e anunciou ser o "verdadeiro garganta profunda do PT". Até agora, nada veio a público.
Mesmo condenado, Cachoeira aguarda em liberdade o trânsito em julgado da sentença. O Ministério Público avalia a possibilidade de novas denúncias por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção. Uma força-tarefa foi montada para analisar o fluxo financeiro da organização criminosa, e os volumosos saques em espécie já despertaram a atenção dos investigadores.
Para a procuradora Léa Oliveira, uma das autoras da denúncia contra Cachoeira, o resultado da operação é positivo. "Só nos ressentimos de que, se não fossem os vazamentos de setores de onde não esperávamos, conseguiríamos ter desenvolvido uma persecução financeira do grupo. Mas levantamos o véu que cobria uma realidade extremamente complexa."
A procuradora não descarta a possibilidade de o grupo criminoso ainda estar atuando. "Conseguimos desarticular temporariamente o grupo, mas não desmantelá-lo completamente."

Dilma reduz repasses para Estado de Eduardo Campos


Por AE, estadao.com.br
A gestão da presidente Dilma Rousseff derrubou repasses federais para financiar projetos apresentados por Pernambuco,...

A gestão da presidente Dilma Rousseff derrubou repasses federais para financiar projetos apresentados por Pernambuco, do governador Eduardo Campos (PSB), potencial adversário da petista na eleição presidencial de 2014. Dilma alterou, assim, a trajetória de transferência desse tipo de recurso, iniciada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo dados do Tesouro Nacional, em 2012, o valor repassado voluntariamente pelo governo federal chegou a patamar menor que o de 2006, último ano de gestão do então governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), que fazia oposição ao governo do PT.
As transferências voluntárias são aquelas em que não há obrigatoriedade prevista em lei, como nos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) ou do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Compreendem recursos obtidos por meio de convênios ou acordos, mediante solicitação dos Estados. Também não incluem investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cujos projetos são definidos pelo governo federal.
Campos tem dado sinais de que pode ser candidato em 2014. Aumentou as críticas à política econômica de Dilma, num aceno ao empresariado, que está insatisfeito com as taxas de crescimento do PIB. Passou também a fazer reuniões políticas com maior frequência, inclusive com integrantes da oposição - embora aja como candidato, ainda analisará o cenário de 2014 para ponderar a conveniência de se lançar ou de negociar com o PT a retirada da candidatura.
De acordo com os dados do Tesouro, o governo federal aumentou o porcentual de verbas distribuídas ao governo pernambucano quando Lula e Campos estavam no poder. Em 2007, primeiro ano do mandato de Campos, a participação de Pernambuco no total das transferências voluntárias era de 5%. Em 2010, último ano de gestão Lula, alcançou 14,6%, a maior fatia de tudo o que foi repassado aos Estados no ano.
No mesmo período, caiu a participação de São Paulo, administrado pelo PSDB, maior partido de oposição. Em 2007, o Estado recebia 9,62% do total de transferências voluntárias do governo federal. Três anos depois, o porcentual caiu para 6,27%. Enquanto isso, os valores totais repassados pela União cresceram: de R$ 4,4 bilhões para R$ 6,8 bilhões.
Em 2010, Campos chegou a receber R$ 994 milhões dessas transferências voluntárias. O governador disputava a reeleição com o apoio do PT - e Lula usava Pernambuco como vitrine de projetos federais em infraestrutura e combate à pobreza para promover a candidatura de Dilma.
Os números do Tesouro mostram que a trajetória de crescimento dos repasses para Pernambuco foi interrompida por Dilma. Em 2011, as transferências caíram para R$ 318 milhões. O valor, no entanto, ainda era maior que o verificado em 2007, 2008 e 2009. Mas em 2012 os repasses diminuíram mais uma vez e chegaram a R$ 219 milhões, o menor desde 2006, ano em que o governador era Vasconcelos. As transferências voltaram a 4,88% do total enviado para os Estados, o mais baixo porcentual do governo Campos.
Em 2012, o PT e o PSB de Campos saíram rachados na eleição para a Prefeitura do Recife. Venceu o candidato do governador, Geraldo Julio. A partir daí, a relação com o PT começou a azedar.
Na semana passada, Lula chegou a criticar a postura de Campos, que integra a base governista, mas ensaia um discurso oposicionista. "Se alguém quiser romper conosco, que rompa. Não podemos impedir as pessoas de fazerem o que é de interesse dos partidos políticos", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.