quarta-feira 06 2013

Só 10,3% dos jovens brasileiros têm aprendizado adequado à sua série em matemática ao final do ensino médio


Por Estadão.edu, estadao.com.br
Dados são do relatório De Olho nas Metas 2012, produzido pelo movimento Todos Pela Educação; melhores indicadores estão nos anos iniciais do fundamental

Somente 10,3% dos jovens brasileiros têm aprendizado adequado à sua série em matemática ao final do ensino médio. Os dados são do relatório De Olho nas Metas 2012, produzido pelo movimento Todos Pela Educação e divulgado nesta quarta-feira, 6. Atualizado com base nos resultados da Prova Brasil/Saeb 2011, o porcentual é inferior ao do levantamento anterior, de 2009, que era de 11%.
O estudo apresenta o acompanhamento dos indicadores educacionais do País de acordo com cinco metas preestabelecidas pela entidade: atendimento escolar à população de 4 a 17 anos, alfabetização, desempenho dos alunos no ensino fundamental e médio, conclusão dos estudos e financiamento da Educação. O Todos Pela Educação elegeu o ano de 2022, quando se comemora o bicentenário da Independência do Brasil, como a data limite para o cumprimento das metas de forma integral.
Todo aluno com aprendizado adequado à sua série é a Meta 3 do movimento e a que tem apresentado resultados mais preocupantes. Nos anos finais do fundamental (9.º ano), 27% dos alunos alcançaram desempenho adequado em língua portuguesa - a meta parcial estabelecida pelo movimento para 2011 era de 32%. Em matemática, o desempenho foi de 16,9% para uma meta de 25,4%. Apesar de não terem atingido a meta, ambos índices são melhores do que os anteriores, que eram de 26,2% para português e 14,7% para matemática.
A situação no ensino médio é pior. O indicador de língua portuguesa manteve-se em 29%, diante de uma meta de 31%. Em matemática, o índice caiu de 11% para 10,3%, afastando-se ainda mais da meta parcial de 20%.
Os anos iniciais do ensino fundamental (5.º ano) foram os únicos que se aproximaram ou ultrapassaram as metas estabelecidas. Em língua portuguesa, 40% dos alunos apresentaram desempenho adequado (eram 34,2% em 2009), para uma meta de 42%. Em matemática, 36% dos alunos tiveram desempenho adequado (eram 32,5% em 2009), superando a meta parcial em um ponto porcentual.
Meta 1 - Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola
O País tem 92% da população nessa faixa etária matriculada na educação básica. A meta estabelecida pelo movimento para 2011, no entanto, era de 94,1%. Com isso, mais de 3 milhões de crianças e jovens brasileiros permanecem fora da escola. Os dados dessa edição foram atualizados com os resultados da edição de 2011 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2011).
Meta 2 - Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos de idade
O levantamento traz o resumo dos resultados da primeira aplicação da Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização, a Prova ABC, realizada em 2011. Os resultados da última edição da prova, de 2012, serão divulgados nos próximos meses apenas. A avaliação foi aplicada a 54 mil alunos do 2.º e 3.º anos do fundamental, de 1.200 escolas públicas e privadas de 600 municípios do País.
A prova ABC avalia a escrita, a leitura e matemática de estudantes com 8 anos de idade. Os resultados obtidos na edição de 2011 apontam que 56,1% dos alunos mostraram desempenho adequado em leitura, 42,8% atingiram as habilidades esperadas em matemática e 53,3% dos alunos demonstraram domínio sobre as bases da escrita.
Meta 4 - Todo aluno com ensino fundamental concluído até os 16 anos e com ensino médio concluído até os 19 anos
De acordo com o relatório, o País não cumpriu as metas parciais estabelecidas e tem se afastado cada vez mais da projeção do movimento ao longo dos anos.
Em 2011, apenas o Centro-Oeste cumpriu a meta parcial, que era de 74,1%, tendo apresentado 74,3% dos concluintes com até 16 anos de idade. O mesmo ocorreu no ensino médio: 58,4% de concluintes com até 19 anos de idade frente à meta de 53%.
Meta 5 - Investimento em educação ampliado e bem gerido
O investimento na educação básica em relação ao PIB não foi divulgado até o fechamento do relatório De Olho nas Metas 2012. O valor mais atualizado é de 2010, com 4,3% para a educação básica. Em 2011, o Ministério da Educação (MEC) divulgou apenas o valor investido em todos os níveis de ensino, incluindo também a educação superior. O investimento foi de 5,3%.

Feira de flores


 Por Redação

Feira de flores da Ceagesp reúne opções e preço baixo


Feira de flores da Ceagesp reúne opções e preço baixo - 1 (© Hélvio Romero AE)

Ponto tradicional, a feira de flores da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), fica na Vila Leopoldina, na zona oeste da cidade

Feira de flores da Ceagesp reúne opções e preço baixo - 1 (© Hélvio Romero AE)

O volume de oferta é tamanho que, muitas vezes, o consumidor que gosta de plantas mas não é especialista fica desorientado

Feira de flores da Ceagesp reúne opções e preço baixo - 1 (© Hélvio Romero AE)

Segundo o florista e decorador Vic Meirelles, de 48 anos, não faltam acessórios à feira, como vasos importados, tesouras de poda e fitas para enfeitar pacotes

Feira de flores da Ceagesp reúne opções e preço baixo - 1 (© Hélvio Romero AE)

O galpão de 20 mil m², que sai da frente da praça do relógio do complexo, reúne mais de mil produtores

Feira de flores da Ceagesp reúne opções e preço baixo - 1 (© Hélvio Romero AE)

Um dos grandes atrativos da feira é o preço, que chega a ser a metade do cobrado em floriculturas

Feira de flores da Ceagesp reúne opções e preço baixo - 1 (© Hélvio Romero AE)

'Quem vai à Ceagesp tem de madrugar mesmo', diz Vic Meirelles, que costuma chegar na feira toda terça, às 4h30

Feira de flores da Ceagesp reúne opções e preço baixo - 1 (© Hélvio Romero AE)

Tem de chegar à feira pelo menos às 5h, porque as boas coisas acabam rápido. Às 7h, as prateleiras começam a esvaziar', diz Vic Meirelles

Já foi à feira de flores da Ceagesp?


 Por VALÉRIA FRANÇA, estadao.com.br
Decorador de festas badaladas, Vic Meirelles preparou um roteiro de compras de orquídeas, vasos e folhagens da moda

Ponto tradicional de compras da cidade, a feira de flores da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina, zona oeste, muitas vezes deixa o consumidor - que gosta de plantas, mas não é especialista - desorientado. Para ajudar no passeio, o florista e decorador Vic Meirelles, de 48 anos, preparou um roteiro especial, com 10 dicas.
"Lá tem de tudo - de rosas colombianas a árvores frutíferas para o jardim. Não faltam acessórios como vasos importados, tesouras de poda e fitas para enfeitar pacotes", diz Vic. O galpão de 20 mil m², que sai da frente da praça do relógio do complexo, reúne mais de mil produtores. E um dos grandes atrativos é o preço, que chega a ser a metade do cobrado em floriculturas.
O florista é famoso por assinar arranjos de grandes festas, algumas que marcaram época, como o casamento do ex-jogador Ronaldo com a modelo Daniella Cicarelli no castelo de Chantilly, na França. Toda terça-feira, nos últimos 28 anos, Vic costuma entrar pelo portão 2 da Avenida Doutor Gastão Vidigal às 4h30.
Madrugada. De cara, ele já avisa: "Quem vai à Ceagesp tem de madrugar mesmo. Aprendi a comprar na feira quando trabalhava como empregado na Leonor Flores, que funcionava dentro de um posto de gasolina", conta. "Tem de chegar à feira pelo menos às 5h, porque as boas coisas acabam rápido. Às 7h, as prateleiras começam a esvaziar." O sacrifício de acordar cedo compensa. "Aqui é possível encontrar plantas exóticas, como uma orquídea importada da Tailândia (R$ 120), que dificilmente se acha numa floricultura", diz Vic. Ao lado, dicas de compras e do que está na moda.

Cinco perguntas para...


 Por estadao.com.br
Flávio Godas

1.Qual o produto mais vendido na Feira das Flores da Ceagesp? A rosa é a flor mais procurada. Mas o que vem crescendo muito e teve movimentação financeira até maior que a rosa foi a orquídea. Embora tenha vendido menos, é um pouco mais cara. Rendeu R$ 62,9 milhões em 2012.
2. As vendas aumentam no Dia da Mulher (8 de março)? É uma das principais datas, mas o Dia das Mães é a campeã. E vem com maio, mês da noiva. Depois vêm Dia dos Namorados, Dia da Mulher e Finados.
3.Qual a participação das flores para o faturamento total da Ceagesp? Em 2012, representou 1,6% do volume das nossas vendas em toneladas e 5% em movimentação financeira. Foram 56 mil toneladas de produtos e R$ 284 milhões de vendas. Frutas representam quase metade do movimento da Ceagesp.
4.Como o produtor pode expor suas flores na feira? Ano passado, tivemos 1.100 produtores. Em geral, o próprio produtor vem com seu caminhão e usa o veículo para vender o produto. A vantagem é que tira o intermediário do negócio, e os preços ficam muito convidativos. Isso não ocorre com as frutas.
5.De onde vêm as flores? Vem basicamente do Estado de São Paulo. Cerca de 70% da produção nacional está aqui. / TIAGO DANTAS

Barbosa evita comentar agressão verbal a jornalista


Por AE, estadao.com.br
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, negou-se nesta quarta-feira a comentar a agressão...

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, negou-se nesta quarta-feira a comentar a agressão verbal contra o repórter do jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira (5). No episódio, o ministro chamou o jornalista de "palhaço" e o mandou "chafurdar no lixo".
Ao final da sessão de quarta-feira do Supremo, o ministro disse que não queria falar sobre o assunto. "Não quero fazer comentários de nada de ordem pessoal, assim como já não queria falar nada ontem", resumiu-se a dizer. Apenas a assessoria de imprensa divulgou nota no dia do episódio em que pediu desculpas aos profissionais de imprensa.
O ministro afirmou que também não comentaria a nota divulgada pelas principais associações de magistrados do País no sábado em que rebatem as críticas feitas pelo ministro à mentalidade dos juízes. "Eu respondi alguma nota? Não tenho nada a dizer", disse.
Na terça-feira, à saída da sessão do Conselho Nacional de Justiça, Barbosa foi abordado pelos jornalistas, mas não esperou a primeira pergunta para criticar o repórter.
O repórter apenas iniciou a pergunta: "Presidente, como o senhor está vendo". Barbosa o interrompeu: "Não estou vendo nada". O repórter tentou nova pergunta, mas foi interrompido novamente. "Me deixa em paz, rapaz. Vá chafurdar no lixo como você faz sempre".
Horas depois, o assessor de imprensa do STF Wellington Geraldo Silva pediu desculpas aos "profissionais de imprensa" em nome do presidente em nota oficial encaminhada aos jornalistas. E alegou que a reação do ministro devia-se ao cansaço e a dores nas contas.

Gurgel começa a analisar denúncias contra Chalita


 Por MARIÂNGELA GALLUCCI, estadao.com.br
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta quarta-feira que começou a analisar as suspeitas...

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta quarta-feira que começou a analisar as suspeitas de envolvimento do deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) com corrupção durante sua gestão na secretaria de Educação Paulista no período de 2002 a 2006. Por ser parlamentar, Chalita tem direito ao chamado foro privilegiado e somente pode ser investigado a pedido de Gurgel. Se for aberto um processo criminal, a tramitação ocorrerá no Supremo Tribunal Federal (STF).
Existem 11 inquéritos que apuram suspeitas contra Chalita. Entre elas, a de que o deputado teria recebido R$ 50 milhões em propinas de empresas na época em que comandou a Secretaria de Educação em São Paulo. O parlamentar nega que tenha se envolvido com irregularidades. Ao falar sobre a análise das suspeitas, o procurador-geral sinalizou que nem todo o material deverá ser aproveitado num eventual inquérito no STF. "A princípio, penso que possa haver algo a ser eliminado", afirmou.

Promotores lançam abaixo-assinado contra PEC que enfraquece Ministério Público


Por Fausto Macedo, estadao.com.br
Emenda proíbe MP de investigar por improbidade prefeitos, secretários de Estado e deputados estaduais

SÃO PAULO - A Associação Paulista do Ministério Público (APMP) lançou nesta quarta feira, 6, um abaixo-assinado contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tira poderes dos promotores e os proíbe de investigar por improbidade prefeitos, secretários de Estado e deputados estaduais.
Inconformados com a ameaça a suas prerrogativas, os promotores chamam a proposta em curso na Assembleia Legislativa de São Paulo de PEC estadual da impunidade ou PEC da mordaça.
A PEC número 001/2013, de autoria do deputado Campos Machado, líder do PTB, confere poderes extraordinários ao procurador-geral de Justiça, que é o chefe do Ministério Público.
Ao procurador-geral caberá a missão de investigar prefeitos, secretários de Estado e deputados estaduais em casos de violação à Lei de Improbidade Administrativa e Enriquecimento Ilícito.
Na avaliação da diretoria da Associação Paulista do Ministério Público, se aprovada, a PEC vai gerar "pressão e acúmulo sobre uma só pessoa, dificultando as investigações, reduzindo a eficiência das apurações e facilitando a impunidade".
"O Estado de São Paulo possui mais de 600 prefeitos e dezenas de deputados, secretários estaduais e demais autoridades e agentes públicos", afirma Felipe Locke Cavalcanti, presidente da entidade dos promotores . "É humanamente impossível que uma só pessoa seja responsável por investigá-los. Por isso, estamos lançando esse abaixoassinado contra a PEC Estadual da Impunidade."
Locke Cavalcanti diz que o objetivo dos promotores é alcançar "cada vez mais transparência e eficiência". "Uma PEC como essa visa o contrário: truncar investigações e tornar inacessível à população fatos importantes referentes a casos de corrupção, colarinho branco e remessas ilegais de divisas para o exterior", alerta.
Em nota oficial emitida recentemente, o presidente da associação dos promotores já havia observado que a PEC Estadual da Impunidade pretende reeditar as atribuições previstas pelo inciso V do artigo 116 da Leia Orgânica do Ministério Público do Estado de São Paulo, cuja eficácia da expressão 'ação civil pública' acha-se suspensa por força de liminar concedida no curso da Ação Direta de Inconstitucionalidade 1285/SP, em andamento no Supremo Tribunal Federal. (STF).

Roger Waters & Eddie Vedder: "Comfortably Numb" Live at "12-12-12" The C...




“Eu poderia ter sido um arquiteto, mas eu não acho que eu seria muito feliz. Quase toda a arquitetura moderna é um jogo bobo, tanto quanto eu posso ver. “
Roger Waters

Promotores levantam ficha de deputados


Por Fausto Macedo e Bruno Boghossian, estadao.com.br
Parte do Ministério Público reage à iniciativa da Assembleia de tentar retirar seu poder de investigação e rastreia processos dos parlamentares

SÃO PAULO - Um grupo de promotores de Justiça de São Paulo insatisfeitos com a Proposta de Emenda à Constituição que lhes tira o poder de investigar está rastreando os processos que têm deputados como réus em ações de caráter civil e penal, incluindo nessa lista os que já sofreram condenação ou que ainda são alvo de inquéritos.
A ofensiva é uma resposta ao avanço da PEC que concentra exclusivamente nas mãos do procurador-geral - chefe do Ministério Público Estadual - a missão de investigar, até no âmbito da improbidade administrativa, secretários de Estado, prefeitos e deputados estaduais - tarefa hoje conduzida por promotores em qualquer município.
O mapeamento é informal - os promotores pretendem mostrar apenas a razão para a tentativa de "amordaçar" a classe. Também não se trata de iniciativa institucional, mas de alguns promotores preocupados com o risco de perderem prerrogativas que conquistaram em 1988 - a Constituição conferiu ao Ministério Público o papel de fiscal da lei. Eles pesquisam parlamentares que assinaram a PEC: 33 ao todo. A consulta, ainda parcial, indica que seis deles estão sob investigação.
Autor do projeto, o deputado Campos Machado, líder do PTB na Casa, disse que a iniciativa dos promotores é "uma infantilidade". O petebista repudia o rótulo de PEC da impunidade. "É a PEC da dignidade, do respeito que (os promotores) devem ter com agentes públicos."
A proposta vai à Comissão de Constituição e Justiça. Alguns deputados rastreados têm mais de uma pendência nos tribunais.
O procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, defende enfaticamente o Ministério Público e não abre mão dos poderes que lhe foram conferidos, mas quer evitar atritos com a Assembleia paulista, a maior do País, com 94 deputados.
Independência. Elias Rosa está disposto a preservar a todo custo as relações da instituição que dirige com o Legislativo. Na solenidade de posse do corregedor-geral do MP Nélson Gonzaga de Oliveira, o procurador-geral tranquilizou seus pares e mandou um claro recado a quem ameaça sua instituição. "As sucessivas investidas que ressurgem contra o regime constitucional do Ministério Público não encontrarão, não encontraram no passado, apoiamento no meio social e jurídico e haverão de ser rechaçadas pelo próprio Legislativo ou pelo Judiciário."
"O Ministério Público atua com independência e tem obtido resultados altamente positivos em defesa dos interesses superiores da coletividade", prosseguiu Elias Rosa. "Nossa instituição já deu mostras suficientes de ser capaz de atuar com profissionalismo, com retidão ética na defesa do regime democrático e para consolidação do ambicionado Estado social. É das virtudes da atuação ministerial que vertem as críticas injustas e as tentativas que se revelarão inúteis. Serão essas virtudes que atuarão como freio e como meio de contenção no intento inconfessável de alguns ou de muitos."
Segue a mesma linha do procurador-geral a Associação Paulista do Ministério Público, que congrega promotores e procuradores. Seu presidente, Felipe Locke Cavalcanti, afirmou em nota que a entidade é contrária à proposta, por considerar que "ela cerceia, restringe e coíbe o poder de atuação dos promotores, prejudicando a população e o andamento de investigações de grande importância".
Locke ressalta que a PEC pretende reeditar atribuições previstas no inciso V do artigo 116 da Lei Orgânica do MP do Estado. Nesse inciso, a eficácia da expressão 'ação civil pública' está suspensa por liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade 1285/SP. Na prática, essa liminar abriu caminho para que os promotores instaurem inquéritos e proponham ações civis contra gestores públicos com base na Lei de Improbidade.
A PEC de Campos Machado joga na mesa do procurador-geral competência única para investigar no âmbito civil secretários de Estado, prefeitos e deputados estaduais - em matéria criminal, essa missão já é do mandatário do Ministério Público.
Em sua página no Facebook, Campos publicou protestos contra a PEC. "Mas o senhor não tem nada de mais útil pra fazer com sua cabeça???", postou uma mulher. Outro sugeriu. "O que acha de retirar essa proposta, antes que sejam feitas campanhas contra vossa senhoria?"
A PEC foi apresentada depois que a Promotoria arrancou dos deputados o auxílio-moradia - em ação civil, liminarmente acolhida pela 13.ª Vara da Fazenda, a Promotoria apontou inconstitucionalidade na regalia concedida a todos os deputados. A ação mostra prejuízo anual de R$ 2,5 milhões aos cofres públicos.
Promotores que se lançaram ao rastreamento dos antecedentes de deputados acreditam que a ira da Assembleia não se deve à perda da verba de moradia, mas ao contingente cada vez maior de colegas que vão para o banco dos réus em ações por improbidade, enriquecimento ilícito e fraudes. Essas infrações, na maioria dos casos, teriam sido praticadas por eles quando ocupavam cargos no Executivo, como prefeitos de seus municípios de origem.
Barros Munhoz (PSDB), por exemplo, que tem sido um crítico atroz de alguns promotores, antes de chegar à Assembleia, que preside pela segunda vez, foi três vezes prefeito de Itapira, deixando rastro de pendências judiciais - em janeiro, o tucano foi absolvido pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça, por maioria de votos, em ação criminal.
Promotores destacam que um deputado de sete mandatos, Roque Barbieri (PTB), em 2011, declarou que 30% de seus pares vendem emendas parlamentares.

TJ mantém fim de auxílio-moradia da Assembleia de SP


Por AE, estadao.com.br
O Tribunal de Justiça rejeitou na terça-feira recurso da Assembleia paulista que pretendia devolver o auxílio-moradia...

O Tribunal de Justiça rejeitou na terça-feira recurso da Assembleia paulista que pretendia devolver o auxílio-moradia aos 94 deputados estaduais - benefício cortado liminarmente, em janeiro, a partir de ação da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social.
A decisão foi tomada pelo desembargador Luiz Sérgio Fernandes de Souza, da 7.ª Câmara de Direito Público do TJ. Em despacho de 15 linhas, Souza manteve ordem do juiz Luís Manuel Fonseca Pires, da 13.ª Vara da Fazenda Pública, que cortou o privilégio de R$ 2,25 mil concedido a cada um dos parlamentares, indistintamente, até para os que residem nas cercanias da Assembleia - a promotoria calcula em R$ 2,5 milhões o prejuízo anual.
A ação contra o auxílio-moradia desencadeou crise sem precedentes entre o Legislativo estadual e o Ministério Público. O capítulo mais tenso do embate culminou com uma proposta de emenda constitucional de autoria do deputado Campos Machado (PTB), que tira poderes dos promotores e os impede de investigar por improbidade administrativa prefeitos, secretários e deputados. O texto está em tramitação e foi chamado pelos promotores de "emenda da mordaça" ou "emenda da impunidade". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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