segunda-feira 01 2015

Os seis alimentos anticâncer que não podem faltar no seu cardápio



Novo livro ensina a transformar a alimentação em uma grande aliada na prevenção ao câncer



Nos últimos anos, diversas pesquisas mostraram que uma alimentação equilibrada influencia na qualidade de vida. Alguns desses estudos focam, sobretudo, nos benefícios de determinados alimentos para a prevenção contra o câncer, uma das doenças que mais matam no Brasil e no mundo, principalmente o câncer de mama, próstata e pulmão. Diz o médico Paulo Hoff, chefe da oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. "Sabemos por análises retrospectivas que determinados alimentos, sobretudo as frutas e verduras, quando consumidos regularmente, podem ter um efeito protetor".
O recém-lançado livro A Dieta Anticâncer-Prevenir é o melhor Remédio (tradução Téo Lorent; Escrituras Médicas, 200 páginas, 34,90 reais), escrito pela farmacêutica espanhola María Tránsito López, funciona como um guia de saúde, apresentando dezenas de alimentos que podem ser grandes aliados na prevenção contra o câncer. Todos os alimentos podem ser facilmente introduzidos ao cardápio diário.
O livro também orienta sobre o preparo dos alimentos e a quantidade consumida. Estima-se, por exemplo, que pessoas com 13 quilos a mais passam a ter mais predisposição ao câncer, principalmente o de mama e de útero. Isso porque o excesso de tecido adiposo pode alterar os níveis de hormônios sexuais, desencadeando, portanto, o surgimento das doenças.
Mas atenção: frente a qualquer suspeita da doença, é fundamental ter a orientação médica. Algumas substâncias anticâncer podem fazer mal em determinadas situações. Tome-se como exemplo, o chá verde. A bebida é um potente antioxidante, mecanismo associado ao câncer. No entanto, ela é contraindicado para grávidas e pessoas com problemas de epilepsia, úlcera gastroduodenal, insônia e alterações cardiovasculares graves.

Seis alimentos que são aliados contra o câncer 

Tomate

Tomate


Rico em licopeno, a substância responsável pela sua cor avermelhada, o tomate tem intenso efeito contra o câncer, inibindo a proliferação das células cancerígenas. Estudos mostraram que o consumo frequente de tomate – fresco ou cozido – é um grande aliado sobretudo contra o câncer de próstata. Isso ocorre porque o licopeno protege as células da próstata contra oxidação e o crescimento anormal -- duas características dos tumores malignos.

Alho

Alho

Estudos científicos mostraram que o consumo de alho pode reduzir o risco de desenvolver alguns tipos de câncer, como o de mama e o gástrico. Seus compostos fitoquímicos são capazes de induzir a morte das células cancerígenas por meio de um processo de apoptose – elas se suicidam – e, dessa forma, evitam a formação de um tumor.
Couve

Couve

A família das crucíferas (couve-flor, couve-manteiga, brócolis, repolho...) é uma das mais conhecidas pelo seu potencial quimiopreventivo. Diversas pesquisas mostram que esses vegetais podem prevenir contra vários tipos de tumores, como de pulmão, de mama, de bexiga, de próstata e do aparelho digestivo. O fato é que a família das crucíferas tem alta concentração de glucosinalatos, compostos que, ao se romperem, dão lugar a isotiocianatos e indóis – nutrientes com propriedade protetora contra tumores.
Vitamina C
Vitamina C Presente em frutas, como laranja e limão, a vitamina c pode ser usada entre as pessoas que já sofreram da doença e estão seguindo algum tipo de tratamento contra ela. Além disso, estudos indicam que a vitamina c também ajuda na hora da prevenção. Seu efeito antioxidante bloqueia a ação dos radicais livres, além de inibir a formação de nitrosaminas – substâncias cancerígenas. “Esses alimentos podem proteger o organismo contra substâncias potencialmente tóxicas”, diz Paulo Hoff.
Chá verde

Chá verde

A grande quantidade de catequina, um fitonutriente do chá, proporciona grande atividade antioxidante e ativadora do metabolismo. A catequina também apresenta atividade anti-inflamatória e induz a morte de células cancerígenas. O ideal é que seja consumido uma xícara por dia na forma de infusão. Mas atenção: o chá verde é contraindicado para grávidas e pessoas com problemas de epilepsia, úlcera gastroduodenal, insônia e alterações cardiovasculares graves.
Uva

Uva

Para se proteger das agressões externas, as uvas produzem uma substância chamada resveratrol, encontrada em suas sementes e pele. Pesquisas mostram que esse composto tem propriedade antinutagênica, por isso previne contra o início do processo canceroso. É por esse motivo que o vinho tinto também se torna um aliado. O consumo, porém, dever ser moderado. A Organização Mundial da Saúde recomenda não mais do que uma taça para as mulheres e duas para os homens, diariamente.

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A minirreforma política da Câmara institucionalizou as doações ocultas


Câmara decidiu que empresas somente podem doar para partidos políticos – e não para candidatos. Tem agora o dever de criar uma regra que permita acompanhar o caminho do dinheiro nas campanhas

Congresso Nacional - Câmara dos Deputados
Plenário da Câmara dos Deputados(Waldemir Barreto/Ag. Senado)
Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para julgar uma lista de políticos envolvidos no petrolão, a Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira um novo formato de financiamento eleitoral que pode abrir um perigoso precedente para as chamadas doações ocultas. A medida recebeu o aval de 70% dos deputados presentes na sessão.
O texto avalizado pela Câmara parece trazer uma mudança pouco significativa em relação ao formato atual: mantém o modelo de financiamento misto, com doações de empresas e pessoas físicas, mas, em uma regra alardeada como verniz de moralidade, determina que apenas partidos podem receber dinheiro de pessoas jurídicas. A medida foi anunciada como uma forma de impor maior controle ao repasse de recursos.
A proposta, contudo, abre uma lacuna na fiscalização da origem das doações porque não determina as regras para a distribuição dos recursos captados. Nas últimas eleições, oito meses antes do pleito, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou uma resolução na qual determinou que os partidos políticos precisaram declarar à Justiça o valor que os comitês destinaram aos candidatos, explicitando as empresas e os valores doados.
Porém, nem mesmo essa resolução - válida apenas para as eleições do ano passado - coibiu a doação oculta. Os partidos amealharam recursos de diversas fontes, como do fundo partidário e doações de empresas, e posteriormente partilharam o dinheiro com os candidatos como bem quiseram. "Na hora em que o partido recebe um volume total, não tem como garantir a real origem do recurso que chegou ao candidato e se aquela empresa está se beneficiando de um determinado mandatário. Pode ser feita uma mistura de modo a transformar uma arrecadação lícita em algo problemático", afirma o advogado Erick Pereira, doutor em direito constitucional e autor do livro Direito Eleitoral: Interpretação e Aplicação das Normas Constitucionais-eleitorais.
Ao prever apenas o direcionamento dos repasses para partidos, a emenda aprovada na Câmara sequer replica os dispositivos previstos na resolução do TSE. Para o jurista, a proposta aprovada pelos deputados "institucionalizou as doações ocultas".
"Ao mesmo tempo em que legalizou essas doações, a proposta não trouxe os mecanismos que poderiam evitá-las, como um controle da Receita Federal ou de auditores dos tribunais de contas", diz Erick Pereira. Ele classificou a resolução do TSE como um avanço, mas se mostra cético quanto ao fim das irregularidades nos financiamentos. "Na medida em que a Justiça Eleitoral detecta e resolve um problema, cria-se uma outra forma para tentar burlar aquela arrecadação", afirma.
Deputado que votou contra a proposta, Miro Teixeira (Pros-RJ) é favorável ao financiamento privado, mas defende que as empresas devem doar diretamente aos políticos - sem o intermédio dos partidos. "Dessa forma, o candidato passa a ter a responsabilidade sobre a aceitação dos recursos daquela empresa", afirma. Para ele, a brecha na legislação acaba dando respaldo à tese de quem pratica a corrupção. "Todo corrupto que é flagrado põe a culpa nas eleições e nas doações. A corrupção existe porque existe corrupto, o roubo existe porque existe o ladrão. As eleições são uma das principais conquistas da democracia, e a democracia não tem nada a ver com esses escândalos", afirma.
Regulamentação - Apesar das críticas ao novo formato de financiamento eleitoral, a proposta foi aprovada pela Câmara acompanhada da promessa de que uma regulamentação vai fechar essas brechas e evitar que o TSE tenha de editar resoluções por causa da falta de legislação. O problema é que para sair do papel, essa legislação depende de vontade política. Como um exemplo da morosidade do Parlamento, a regulamentação sobre os direitos dos empregados domésticos foi aprovada somente dois anos após a criação da norma.
Relator destituído da comissão que discutiu a reforma política, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) afirmou que preparou uma legislação sobre esse ponto. Ele defende a criação de um limite para que as empresas possam doar até 2% do faturamento total e de um valor absoluto para o teto. Outra proposta é a elaboração de uma regra que vai determinar o formato de distribuição do repasse, com, por exemplo, percentuais específicos para cada cargo em disputa. "Do jeito que foi aprovado, fica como é hoje, sem nenhuma amarra e sem nenhum limite", afirma.
Castro chama atenção ainda para o fato de que o modelo aprovado aumenta os poderes dos partidos políticos. "Todo arbítrio dá margem a privilégios e discriminações. E os próprios deputados não vão querer deixar um arbítrio muito grande na mão dos partidos, já que com essa regra os dirigentes partidários vão acabar se beneficiando e beneficiando candidatos em detrimento de outros", disse.
Outra proposta prevê que o período de captação seja prévio às campanhas e que os eleitores saibam antes do pleito quem investiu nos candidatos. "Isso seria feito com regras de equalização de oportunidades e democratização do acesso aos recursos captados coletivamente", explica o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), vice-presidente da comissão da reforma política. Ele defende ainda que de todo o volume captado, pelo menos metade seja distribuída pelos partidos de forma igualitária entre os candidatos. "O espírito da emenda aprovada é que o processo de financiamento seja coletivo, e não individual. Se não houver uma regulamentação, nós vamos trair esse espírito que norteou a votação", disse.