domingo 06 2015

EUA também monitoraram ligação entre Lula e o governo da Venezuela


Documentos da diplomacia americana avaliaram que o apoio do ex-presidente à campanha de reeleição de Hugo Chávez se dava por meio de licitações da Odebrecht

DINHEIRO SUJO - O empreiteiro apresentou extratos de movimentação de uma conta criada na Suíça para pagar propina. De lá, segundo ele, saíram 2,4 milhões de reais para a campanha de Lula
Estados Unidos monitoraram ligação entre o ex-presidente Lula, a construtora Odebrecht e o governo da Venezuela(Cristiano Mariz/VEJA)
A relação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a empreiteira Odebrecht e o governo da Venezuela também estavam entre os documentos examinados pela diplomacia americana, que monitorou as obras da construtora no exterior e apontou sinais de corrupção. Um telegrama enviado pela embaixada dos EUA em Caracas para o Departamento de Estado, no dia 7 de dezembro de 2006, fala sobre como o apoio de Lula à campanha para a reeleição de Hugo Chávez "poderia parecer um passo diplomático errado, mas realmente foi simplesmente um bom negócio".
O apoio de Lula se dava por meio de licitações vencidas pela empresa brasileira. "A ponte [sobre o rio Orinoco] foi construída pela empresa de construção brasileira Odebrecht e financiada pelo banco de desenvolvimento do Brasil, BNDES", diz o telegrama. "Supostamente, ela custou à Venezuela entre 1,1 bilhão e 1,2 bilhão de dólares [supostamente 40% acima do orçamento] e planos já existem para uma ponte número três", indicou.
"Apesar de a Odebrecht ter também 'vencido' o contrato para a terceira ponte, pelo que sabemos não houve um processo de licitação", indicam os americanos. No mesmo e-mail, a diplomacia dos EUA aponta como a Odebrecht também é a principal empresa nas obras das linhas 3 e 4 do metrô de Caracas.
Em 13 de novembro de 2007, outro telegrama voltou a falar das relações entre a Odebrecht e a diplomacia venezuelana. Desta vez, o alerta havia partido do então senador Heráclito Fortes, ex-DEM e atualmente deputado pelo PSB do Piauí. No dia 5 de novembro, ele telefonou para o embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel, para pedir para ter uma conversa "ao vivo" com o diplomata. "Ele pediu um encontro urgente para levantar um assunto que ele não poderia falar pelo telefone", explicou o telegrama.
O assunto era a relação entre Venezuela, Irã, Rússia e o governo brasileiro. Fortes explicaria no encontro com o embaixador que "a diplomacia oficial venezuelana é cada vez mais comercial, com enormes contratos para empresas como a gigante brasileira Odebrecht, que então faria lobby pela Venezuela".
Nota do deputado Heráclito Fortes enviada ao site de VEJA:
Em 2007, como presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, de fato recebi, com outros colegas e a pedido, a visita do embaixador - conforme registrado na matéria da Agência Senado. Na ocasião, vários foram os assuntos tratados. No entanto, a interpretação que o embaixador deu às conversas foge ao meu alcance. Eu não pedi encontro urgente para tratar de temas da política internacional que faziam, sim, parte da agenda da Comissão de Relações Exteriores e que foram debatidos com vários atores importantes. Minha posição pessoal sobre a Venezuela, sua entrada no Mercosul, as relações com o Brasil e a presença de empresas brasileiras naquele país estão todas expressas em pronunciamentos que fiz à época e que podem ser consultados por qualquer pessoa.
(Com Estadão Conteúdo)

Investigação de dois ministros aumenta desgaste de Dilma


Ministros da Comunicação Social, Edinho Silva, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, são investigados por suspeita de recebimento de propina

A presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto
Investigação dos ministros da Comunicação Social, Edinho Silva, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afetam a já desgastada imagem da presidente(Ueslei Marcelino/Reuters)
A investigação de dois ministros diretamente ligados à presidente Dilma Rousseff, ambos com gabinete no Palácio do Planalto, é mais um fator de desgaste para a petista e mais um ingrediente pesado ao clima político já ruim de Brasília. Um ministro consultado pelo jornal O Estado de S.Paulo tentou minimizar o problema alegando que "investigação não é denúncia". Justificou ainda sua tese lembrando que, no final do mês passado, a Procuradoria Geral da República, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), pediu o arquivamento do inquérito contra o ex-governador de Minas Gerais e senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) depois de ter, primeiro, aberto uma investigação, porque a PGR entendeu que não havia "elementos mínimos" para prossegui-la. E é nisso que eles apostam.
Os ministros da Comunicação Social, Edinho Silva, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que tiveram autorização dada pelo STF para investigação, têm reiterado que todas as doações foram legais. Mas uma das linhas desta investigação é se os recursos doados, mesmo que por meios legais, são oriundos de desvios de contratos, ou seja, de propina. A presidente Dilma tem defendido todas as investigações, mas também tem destacado que não é possível fazer prejulgamento de ninguém. Nesse clima, pelo menos por enquanto, não se fala em afastamento deles no Planalto.
Dilma tem uma reunião agendada com os ministros no final do dia, no Palácio da Alvorada, e o tema, que antes estava previsto para ser buscar meios para cobrir o rombo de 30,5 bilhões de reais do orçamento, deve se deslocar, mais uma vez, para a crise política. O vice-presidente Michel Temer, que havia sido convidado para esta reunião de domingo no Alvorada, não recebeu confirmação do encontro e, a princípio, só deverá estar com a presidente Dilma no palanque da Esplanada dos Ministérios, durante as comemorações do dia 7 de setembro, na manhã desta segunda-feira.
(Com Estadão Conteúdo)

As universidades do Brasil mais respeitadas por empregadores


Descubra quais são as universidades brasileiras mais valorizadas no mercado de trabalho, segundo a opinião de recrutadores de toda a América Latina

Camila Pati, de , em 17.08.2015
publica alguns dos mais renomados rankings de universidades do mundo. Sua mais recente lista é a de melhores universidades da América Latina. Neste ranking, o peso da opinião dos recrutadores equivale a 20% da nota final da instituição ranqueada.
Vale destacar que a reputação acadêmica, proporção entre professores e alunos, número de citações sobre pesquisas da universidade, número de publicações, proporção de professores doutores no quadro docente e o impacto da universidade na internet também têm peso na nota final de cada instituição.
Mas, o ranking que você vai ver agora é focado apenas nas universidades brasileiras que receberam as melhores avaliações dos recrutadores. Veja a seguir as 20 universidades do Brasil preferidas pelo mercado de trabalho.
1. USP (Universidade de São Paulo)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 1º
Nota da reputação entre empregadores: 100
Posição geral no ranking da América Latina: 1º
2. Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 10º
Nota da reputação entre empregadores: 99,7
Posição geral no ranking da América Latina: 2º
3. PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 35º
Nota da reputação entre empregadores: 87,6
Posição geral no ranking da América Latina: 14º
4. UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 37º
Nota da reputação entre empregadores: 86,8
Posição geral no ranking da América Latina: 5º
5. PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 39º
Nota da reputação entre empregadores: 85,8
Posição geral no ranking da América Latina: 31º
6. UNESP (Universidade Estadual de São Paulo)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 47º
Nota da reputação entre empregadores: 79,8
Posição geral no ranking da América Latina: 8º
7. UFSCar (Universidade Federal de São Carlos)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 60º
Nota da reputação entre empregadores: 67
Posição geral no ranking da América Latina: 33º
8. UnB (Universidade de Brasília)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 62º
Nota da reputação entre empregadores: 65,5
Posição geral no ranking da América Latina: 10º
9. UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 81º
Nota da reputação entre empregadores: 58,4
Posição geral no ranking da América Latina: 11º
10. Universidade Presbiteriana Mackenzie
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 86º
Nota da reputação entre empregadores: 56,5
Posição geral no ranking da América Latina: 105º
11. UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 89º
Nota da reputação entre empregadores: 55,2
Posição geral no ranking da América Latina: 12º
12. PUC-Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 103º
Nota da reputação entre empregadores: 49,5
Posição geral no ranking da América Latina: 127º
13. UFPR (Universidade Federal do Paraná)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 106º
Nota da reputação entre empregadores: 48,3
Posição geral no ranking da América Latina: 23º
14. PUC-RS  (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 110º
Nota da reputação entre empregadores: 46,2
Posição geral no ranking da América Latina: 38
15. UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 110
Nota da reputação entre empregadores: 46,2
Posição geral no ranking da América Latina: 24º
16. Unip (Universidade Paulista) (UNIP)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 117º
Nota da reputação entre empregadores: 44,5
Posição geral no ranking da América Latina: 201º
17. PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 123
Nota da reputação entre empregadores: 40,1
Posição geral no ranking da América Latina: 122
18. UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 128º
Nota da reputação entre empregadores: 39,2
Posição geral no ranking da América Latina: 40º
19. IBMEC (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 132º
Nota da reputação entre empregadores: 37,8
Posição geral no ranking da América Latina: 201º
20. Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
Posição no ranking de reputação entre empregadores da Am. Latina: 143º
Nota da reputação entre empregadores: 35,9
Posição geral no ranking da América Latina: 30º
Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

Pedaladas assinadas Decretos assinados por Dilma mostram que ela avalizou as manobras fiscais. Constatação pode levar à rejeição das contas pelo TCU e à condenação por crime de responsabilidade


Izabelle Torres (izabelle@istoe.com.br)
Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), responsáveis por analisar as contas do governo referentes ao exercício de 2014, descobriram que a presidente Dilma Rousseff assinou de próprio punho pelo menos 10 decretos criando gastos bilionários com base em supostos excessos de arrecadação. Além de a iniciativa configurar a chamada pedalada fiscal, para aumentar despesas por meio de créditos extraordinários, Dilma teria de pedir autorização ao Congresso. Mas, sem apoio político, o governo preferiu driblar essa exigência – prevista em lei – e liberou recursos para diferentes órgãos por meio de decretos presidenciais não numerados que passaram a valer mesmo sem o aval dos parlamentares. Um dos decretos, aos quais ISTOÉ teve acesso, mostra a liberação de R$ 15 bilhões pela presidente no dia 3 de dezembro de 2014. O ato de ofício da presidente da República, comprovado agora, pode complicar sua situação durante o julgamento das contas do governo no TCU, previsto para ocorrer na primeira quinzena de outubro.
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AS PROVAS
Decreto mostra que Dilma assinou crédito de R$ 15 bilhões. O ministro
do TCU, Augusto Nardes, relatará o caso em outubro
No entendimento preliminar do TCU, ao criar créditos sem previsão orçamentária e sem autorização legislativa, Dilma Rousseff maquiou as contas públicas e aumentou o rombo no Orçamento longe dos holofotes e da fiscalização. Para o relator do caso no TCU, ministro Augusto Nardes, considerando os decretos recentemente descobertos pelos técnicos, o déficit financeiro do País pode passar de R$ 70 bilhões. Para o Ministério Público junto ao TCU, como a assinatura de Dilma não deixa margem para dúvidas de que ela também foi responsável pela criação dos créditos suplementares em desconformidade com a lei, eles acreditam que o parecer do tribunal deve apontar para o crime de responsabilidade, com a conseqüente rejeição das contas do governo.
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A decisão dos ministros será encaminhada ao Congresso, a quem caberá julgar a presidente. Se as contas de 2014 forem reprovadas, Dilma pode ser afastada da Presidência por 180 dias, período em que responderia por um processo por crime de responsabilidade. Sem apoio político e com a própria base aliada disposta a não avalizar as manobras fiscais da gestão Dilma, a votação do parecer do TCU pelo Congresso pode representar o ponto de partida para um pedido de impeachment.
FOTO: Valter Campanato/Agência Brasil 

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