quinta-feira 08 2012

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A demografia a favor de Obama: minorias serão maioria


Eleição nos Estados Unidos

A menos que republicanos reajam, crescimento populacional de negros, latinos e asiáticos descortina 'futuro democrata' na Casa Branca, diz pesquisador

Gabriela Loureiro
Os latinos são o grupo que mais deve crescer até 2050, e eles são um eleitorado fiel de Obama
Os latinos são o grupo que mais deve crescer até 2050, e eles são um eleitorado fiel de Obama (Marc Piscotty / AFP)
Os Estados Unidos vivem uma tendência demográfica que pode estabelecer uma hegemonia democrata na Casa Branca se a oposição republicana não abrir os olhos ao que indicam os censos e pesquisas de opinião: até 2050, o país dos anglo-saxões protestantes será composto majoritariamente por negros, asiáticos e hispânicos. Ou seja, as minorias serão maioria. E o voto delas, historicamente, favorece os democratas.
Esta é a tese de um dos maiores especialistas em efeitos da demografia na política dos Estados Unidos, Ruy Teixeira, pesquisador da Brookings Institution e The American Foundation. Foi lançada em 2002 no livro A Maioria Democrata Emergente. Seis anos depois, Barack Obama deu rosto ao crescente peso eleitoral das minorias, abocanhou 80% dos votos desta fatia e se tornou o primeiro presidente americano negro. De acordo com Teixeira, a tendência deve se acentuar. "Os grupos que apoiam Obama estão crescendo. Isso vai ser determinante", diz, em entrevista ao site de VEJA.
A identificação de negros, latinos e asiáticos com o Partido Democrata é antiga. "As minorias tendem a preferir governos mais ativos na vida das pessoas, então elas costumam votar nos democratas", explica Teixeira. De qualquer forma, Obama tratou de reforçar os laços. Enquanto seu rival na disputa pela Casa Branca, o republicano  Mitt Romney, defendia a 'autodeportação' de imigrantes, Obama anistiou jovens sem antecedentes criminais que entraram no país ilegalmente.

Economia vs. demografia

Bolso vai pesar em 2012
Obama pode ter a demografia na palma da mão, mas a economia está fora de seu controle - quatro em cada dez americanos desses estados acham que a economia está ficando cada vez pior. Ponto para Romney. Analistas são unânimes ao afirmar que a economia americana, que se recupera aos poucos e com fragilidade, definitivamente é o que mais importa para os eleitores na hora de escolher o futuro presidente. O índice de desemprego, que não dá trégua a Obama, é alvo constante das críticas de Romney.
Em campanha, Romney até tentou se aproximar dos grupos minoritários. Até agora, em vão. Discursou para a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor, e foi vaiado por 25 segundos. Montou um comitê especialmente para angariar o voto dos latinos, mas continua a quilômetros de Obama nas pesquisas: 26% contra 65% das intenções de voto dos latinos.
O voto dos hispânicos é particularmente importante nos Estados Unidos, e a tendência é que ganhe ainda mais relevância. Conforme as projeções demográficas, seu peso vai dobrar até 2050, pulando de 15% para 30% da população. Os negros passarão de 14% para 15% da população, e os asiáticos, de 5 para 9%. Somados, até 2050, latinos, negros e asiáticos terão pulado de 28,4% em 2000 para 54%.

minorias eua
Trunfo republicano - Republicanos também têm seus trunfos (o eleitorado evangélico e a classe operária branca, por exemplo). Um deles, em particular, se impõe a todos os outros e pode ser decisivo em 2012: comparecimento eleitoral. O voto nos Estados Unidos não é obrigatório, e o engajamento político é mais forte em importantes bastiões republicanos.
"Os padrões de desistência tendem a favorecer os republicanos, porque os conservadores e os eleitores mais velhos geralmente são mais fiéis que os mais jovens e mais liberais", afirma Teixeira. Mas, adverte o pesquisador, os republicanos não devem contar apenas com a capacidade de mobilizar seus tradicionais eleitores se quiserem conter a "emergência democrata". Para tanto, Teixeira os aconselha a olhar com atenção para os interesses de negros, latinos e asiáticos. Em particular, o cientista aponta o risco político da intransigência de republicanos quando o assunto é imigração. "Os republicanos têm defendido uma postura conservadora demais", diz. "Acabam passando uma imagem retrógrada e nada moderna dos EUA, principalmente com o Tea Party."

Elas adoram Obama...

...e ele sabe retribuir
Segundo Ruy Teixeira, o voto das mulheres nunca foi tão decisivo como agora. Em 2008, Obama venceu o republicano John McCain por apenas 1% de diferença entre os homens e por 13% entre as mulheres, que são 53% do eleitorado. “Obama se beneficia da popularidade que seu partido sempre gozou no público feminino. As mulheres em geral veem o Partido Democrata como defensor dos seus direitos, tanto no ambiente de trabalho quanto no lar”, diz. A vantagem de Obama entre as solteiras é ainda maior (70% em 2008). E mais uma vez, a demografia está do lado do democrata. Em pouco mais de quarenta anos, elas saltaram de 38% para 47% da população feminina. A inclusão da cobertura de anticoncepcionais no plano de saúde apelidado de Obamacare e a defesa do direito ao aborto são duas cerejas no bolo da popularidade do presidente entre as americanas.
Brasil - No Brasil, renda e geografia são tradicionalmente mais relevantes que as questões de identidade na hora do voto. Em 2010, a petista Dilma Rousseff obteve ampla vantagem entre os eleitores que vivem com até dez salários mínimos, enquanto o tucano José Serra foi mais votado por quem tem renda mensal superior. "No Brasil, as questões sociais são mais determinantes. Por exemplo, os negros votaram mais em Dilma em 2010 e em Lula em 2006, mas não pela questão da cor, e sim porque são mais pobres e menos escolarizados", diz José Eustáquio Diniz Alves, professor de Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE.
Além disso, mesmo por critérios de renda e geografia, o eleitorado não mostra fidelidade aos partidos que têm polarizado as eleições para presidente. Nas primeiras eleições que disputou, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve seu melhor desempenho no Sul do país, no Rio de Janeiro, em alguns bolsões metropolitanos e entre eleitores de nível superior. Ao longo dos anos 2000, o perfil do eleitorado de Lula mudou, e sua popularidade enraizou-se entre as classes mais pobres. Em 2010, apadrinhada por Lula, Dilma Rousseff venceu com larga vantagem no Norte e Nordeste, mas perdeu para José Serra no Sul e Centro-Oeste. E, curiosamente, a primeira mulher presidente do Brasil chegou ao Planalto com o voto dos homens, não das mulheres, que votaram majoritariamente em Serra.

O que os grandes jornais disseram sobre a vitória de Obama


veja.com

A VEJA.com traz uma boa síntese da análise que os grandes jornais fizeram da reeleição de Barack Obama. Há muita coisa a comentar. De saída, noto que certas abordagens parecem sugerir que os republicanos passaram por uma humilhação nas urnas. Falso! O placar do colégio não reflete os votos totais. O país praticamente rachou. Mais ainda: parece que a reeleição de um presidente é a exceção, quando está mais para a regra. Leiam, no entanto, o texto e pensem a respeito. Escreverei depois a respeito. A questão também diz respeito à democracia brasileira, sim.
*
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi reeleito para um segundo mandatoao vencer o rival republicano, Mitt Romney, em meio às dúvidas profundas que persistem sobre a gestão da economia no país. Mulheres, jovens e latinos foram, mais uma vez, decisivos para o presidente. O apoio ao republicano Mitt Romney veio principalmente de eleitores mais velhos, brancos e protestantes. As questões sociais foram determinantes para manter o apoio feminino a Obama. Confira a seguir as avaliações de alguns dos principais veículos americanos sobre o resultado das eleições:

O desafio republicano
O jornal The Wall Street Journal deu destaque para a difícil derrota do Partido Republicano e os desafios do partido daqui para frente. “O maior problema para os republicanos é que agora o partido parece ter como maior apelo a fatia do eleitorado que está em mais rápida queda: os brancos e os mais velhos – e tem apoio sólido apenas em uma parte do país, o sul”, diz a publicação. Para o jornal, a vitória republicana na Câmara dos Representantes não tira o sabor amargo da derrota, já que o partido não conseguiu maioria no Senado e fracassou no esforço altamente financiado de Romney para assumir o controle do país, em um período de ansiedade econômica que favoreceria mudanças. 
No texto, o Wall Street Journal tenta responder à pergunta: o que deu errado para os republicanos? Os partidários do Tea Party diriam que o partido errou ao não nomear um representante conservador mais confiável em vez do ex-governador de Massachusetts. Os moderados diriam que durante as primárias o partido empurrou Romney muito para a direita, abrindo espaço para acusações de obstrução e extremismo. Mas a crítica mais certeira seria a de que os republicanos não conseguiram acompanhar as mudanças no perfil do eleitorado. Pesquisas mostram que Romney venceu com folga entre os americanos brancos, mas perdeu feio entre grupos minoritários, mas importantíssimos, como os hispânicos, os asiáticos e os afro-americanos. 
A matéria cita declarações de Newt Gingrich, um dos derrotados por Romney nas primárias republicanas. Ele afirma que seu partido enfrenta um “grande desafio institucional”: descobrir como se conectar com os eleitores das minorias que compõem uma parcela cada vez maior da sociedade americana. “O Partido Republicano simplesmente tem de aprender a parecer mais inclusivo para as minorias, particularmente hispânicos”, opina Gingrich. Em vez disso, os republicanos continuam a ficar bem atrás dos democratas quando o que está em jogo são os votos dos não brancos, parcela da população que tende a diminuir cada vez mais.
A vantagem democrataEm um editorial, o jornal The New York Times admite que a vitória de Obama foi “dramática” e não pode ser considerada um sinal de que uma nação fragmentada finalmente se uniu para as eleições – apesar do discurso de Obama dizendo que os americanos “não são tão divididos quanto a política sugere“. Porém, destaca a notícia como um forte endosso das políticas econômicas que promoveram o aumento do número de empregos, da controversa reforma de saúde, do aumento dos impostos e da redução equilibrada do déficit – além das políticas moderadas sobre a imigração, o aborto e o casamento gay. Segundo o jornal, a reeleição de Obama mostra “um repúdio à era Reagan” no que diz respeito ao corte exagerado dos impostos e às políticas de “intolerância, medo e desinformação”. 
Para o New York Times, a vitória do presidente se deve de forma decisiva à popularidade de Obama em Ohio, estado-chave nestas eleições, depois que o presidente conseguiu resgatar a importante indústria automobilística local. “Os eleitores do centro-oeste do país parecem ter endossado o argumento do presidente de que o governo tem um papel significativo na criação de empregos no setor privado e no impulso à economia. E eles aparentemente rejeitaram a posição de Romney de que Washington deveria simplesmente ficar de fora desses assuntos e deixar o mercado livre trabalhar à sua vontade”, avalia o jornal. Segundo o texto, uma sólida maioria dos eleitores acredita que George W. Bush é o culpado pelo atual estado da economia, e não Obama. 
De acordo com a publicação, Romney tomou uma decisão fatal durante as primárias, ao assumir uma linha dura sobre a imigração, que lhe valeu uma rejeição contundente por parte dos latinos. “Ao adotar a posição insensível de que os imigrantes ilegais devem ser coagidos a uma ‘autodeportação’, elogiando a cruel lei de imigração do Arizona, Romney fez seu caminho na Flórida e em vários outros estados cruciais ficar muito mais tortuoso”, diz o jornal. Apenas um terço dos eleitores disse que os imigrantes ilegais devem ser todos deportados, enquanto dois terços apoiam um caminho para a residência legal e cidadania. “A abordagem, se não for revista, pode custar caro para os republicanos no futuro”, acrescenta o texto. 
Os próximos quatro anosNo Washington Post, o editorial intitulado Agora o trabalho pesado de fato começa afirma que a perspectiva de mais quatro anos oferece a Obama uma chance para ampliar as realizações do primeiro mandato e completar sua “obra inacabada”. “Quatro anos atrás, Barack Obama tornou-se presidente quando a economia estava derretendo. Sua eleição para um segundo mandato ocorre em um momento um pouco mais calmo, porém, ainda conturbado”, destaca o jornal. “Em 2008, comemoramos, juntamente com americanos de ambos os partidos, que um negro poderia ser eleito presidente. Esperávamos que um líder jovem e carismático ajudaria a curar as divisões partidárias e confrontar escolhas difíceis de que os políticos geralmente preferem se esquivar. Desta vez, a vitória de Obama tem menor importância, mas dá ao presidente a oportunidade de preencher os espaços em branco de um legado ainda incerto”, completa o texto.
Para a publicação, a verdadeira medida do sucesso de Obama, e a avaliação final de seu mandato presidencial, ainda está por vir: resta saber se, em mais quatro anos de governo, o presidente conseguirá cumprir algumas das promessas que fez aos americanos há quatro anos. Ele precisará mostrar a astúcia política e legislativa necessária – que muitas vezes lhe escapou durante o primeiro mandato – para driblar a intransigência da oposição num Congresso dividido. O Washington Post lembra que Obama tem assuntos importantes inacabados. No topo da lista, além da economia, estão a reforma da imigração e as ações relacionadas ao meio ambiente. No âmbito da política externa, o programa nuclear iraniano será um desafio decisivo. Obama também terá de assegurar que os ganhos no Afeganistão e no Iraque não sejam apagados no rescaldo da retirada das tropas americanas.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-que-os-grandes-jornais-disseram-sobre-a-vitoria-de-obama/

Câmara aprova a criação do 39º ministério de Dilma; custo: R$ 7,9 milhões



Por Isabel Braga, no Globo:
Sob protestos da oposição, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, com status de ministério e vinculada à Presidência da República. Enviado ao Congresso em 2011, o projeto prevê a criação de 66 cargos em comissão, a serem ocupados por servidores não concursados, e os cargos de ministro e de secretário-executivo. O custo previsto na exposição de motivos é de R$ 7,9 milhões. O projeto precisa ser aprovado no Senado, antes de ir à sanção presidencial.
A oposição reclamou da criação de mais uma secretaria e do 39º ministro do governo Dilma. Afirmou que a intenção não é beneficiar o setor das pequenas e micro empresas, mas acomodar novos aliados do Planalto. Nos bastidores, especula-se que a nova secretaria poderá ser oferecida ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, presidente do PSD, partido que deverá integrar a base do governo Dilma Rousseff.
“É mais uma secretaria com status de ministério. O projeto nada mais é do que arrumar emprego para os indicados da base aliada. Enquanto isso, o custeio da máquina pública foi para as estrelas e o país fica sem investimentos”, criticou o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE). O projeto foi aprovado nesta quarta-feira à noite por 300 votos a 45.
Deputados da base aliada elogiaram a iniciativa, mas não esconderam que a nova pasta traz à tona disputas por espaços no governo. “Estão dizendo que é para o Kassab? Não é não, é para o (Gabriel) Chalita (deputado do PMDB que disputou a prefeitura de São Paulo e apoiou o petista Fernando Haddad no segundo turno)”, brincou o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), preferiu não brincar com o fato e procurou ressaltar a importância da nova pasta: “É uma secretaria importante para um segmento crescente no Brasil”. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse que o projeto que cria a secretaria tramitava há mais de um ano na Casa e que houve acordo com os líderes partidários, em reunião feita, na semana passada, para votá-lo. ”É uma matéria que dialoga com um setor importante da sociedade brasileira, o setor de micro e pequenas empresas. A criação da secretaria dá um tratamento especial para políticas nesse setor e garante o desenvolvimento da economia brasileira”, disse Maia.
Em agosto de 2011, Dilma convidou a empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, para comandar a pasta. Diante da necessidade de acomodação de aliados, não se sabe se o convite será mantido. A criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa foi uma promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff. Na transição de governo, a pasta foi oferecida ao PSB, que indicaria para o cargo o senador Antônio Carlos Valadares (SE), mas ele disse que não aceitaria um ministério criado só para acomodá-lo.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

O repúdio à democracia nos EUA e no Brasil. Ou: Os novos autoritários do bem!


veja.com

Caros, vai abaixo um texto longo, dos mais importantes, creio, que já escrevi neste blog. Se gostarem, passem adiante para o debate. Acho que ele capta o espírito de um tempo. Avaliem.
*
Os valores democráticos, ao menos como os conhecemos, estão em declínio. E, se a democracia já não é mais como a conhecemos, então democracia não é, mas outra coisa, ainda a ser definida. Lembro, de cara, que a palavra “democracia” não é um fetiche, que deva ser necessariamente adorado. As pessoas podem, a exemplo de Lênin, Stálin, Hitler, Mao e outros tantos que os seguiram repudiá-la — e, com a palavra, os valores que encerra. No que me diz respeito, continuo apegado à tradição democrática. Refiro-me àquele regime baseado na representação, que garante a plena liberdade de organização da sociedade, que repudia a censura à opinião e que se pauta pela igualdade dos homens perante a lei. Eu o considero uma experiência civilizatória, não apenas um método de tomada de decisão pautado pela eficiência. Fosse assim, convenham, a ditadura dispõe de instrumentos bem mais convincentes até para promover o bem comum! De fato, a democracia não tem nem o monopólio das boas intenções e das boas realizações. Não se é um democrata convicto apenas por pragmatismo. O valor exclusivo da democracia, meus caros, é a liberdade.
As experiências de engenharia social oriundas do socialismo — que se multiplicaram em correntes várias, que guardam, sim, aquela matriz, mas estão bastante transformadas hoje — foram minando pouco a pouco os pilares da democracia como a conhecemos. À medida que uma ideia abstrata de igualdade — QUE TAMBÉM PODE SER PROMOVIDA POR UMA DITADURA! — tomou o lugar da liberdade como elemento distintivo e exclusivo do regime democrático, valores essenciais dessa experiência civilizatória foram entrando em declínio. Episodicamente, pragmáticos do ultraliberalismo se uniram às esquerdas renovadas (que já não querem mais, claro!, a planificação da economia de modelo soviético) no que chamo de desprestígio (e até de ódio) à democracia.
Há um bom tempo venho percebendo esse movimento no Brasil e em vários outros países. O resultado das eleições americanas deu o ensejo para que adoráveis autoritários — alguns nem mesmo sabem o nome do que praticam — expusessem todas as suas tentações. Das vocações supostamente as mais libertárias, ouvi a satanização da divergência, da oposição, do contraditório. E não só no Brasil. Editoriais de jornais americanos jogam fora os fatos e a história do país para emprestar ao resultado das urnas a expressão de uma suposta vontade coletiva de que Barack Obama seria uma espécie de antena ou de demiurgo, de sorte que opor-se a ele, como fazem os republicanos (que crime!), passa a ser encarado como sabotagem, expressão do atraso, do reacionarismo, coisa de “macho, branco e velho”. Nessa perspectiva, a nova metafísica é “mulher, latina e jovem” (ainda voltarei a esse aspecto).
Pausa para um momento emblemático. Depois retomo.Assistia ontem ao Jornal da Globo. O correspondente Marcos Uchoa apresentou uma reportagem sobre a escolha do novo dirigente máximo da tirania chinesa. Falou-se das conquistas econômicas do país (o modelo é eficiente), das novas gerações que se beneficiam do crescimento (promove-se o bem comum…) etc. e tal. E só um pouquinho da ditadura. Tendo como fundo a eleição americana, lembrou-se que também o regime chinês escolherá seu dirigente máximo, mas sem consulta popular. Então Uchoa disse o seguinte:
Do comunismo, só restou o nome. Essa geração que vai assumir o poder é de filhos de antigos membros importantes do partido e é uma elite bem-educada e que hoje descartou dogmas ideológicos do passado e se concentra nas peças-chave da política: poder e dinheiro. Na mesma semana, o mundo vai ver duas maneiras bem diferentes de jogar o mesmo jogo.
ComentoNão estou atribuindo intenções sub-reptícias ao repórter, de cujo trabalho não tenho nenhuma opinião. Nunca parei para pensar nisso. Também não o tomo como um pensador que deva ser contestado porque, afinal, influente e capaz de formar escola. Não! A questão é ainda mais séria. Temo que ele tenha sido apenas porta-voz de uma concepção corrente — ou que pode se tornar corrente. Um dos principais telejornais do país, da emissora mais importante e com maior audiência, sustenta que a eleição de um presidente nos EUA, sob o regime democrático (ainda), e a escolha do novo tirano chinês são “maneiras bem diferentes de jogar o mesmo jogo” — assim como, sei lá, Barcelona e Chelsea correndo atrás da bola. Uchoa estabelece as peças-chave da política: “poder e dinheiro”. Até Delúbio Soares poderia dizer a mesma coisa.
Reitero: não estou tentando acusá-lo de ser um defensor de tiranias ou algo assim, mas o “jogo” que Obama ainda joga é outro — cada vez mais contaminado, é verdade, nos EUA, no Brasil e em várias outras democracias por aquele “esporte” que se pratica na China. E não! É falso que, naquele país, só tenha restado do comunismo o nome, Marcos Uchoa! Restou também, e isto é fundamental, o modelo de organização política. A fala do repórter tem importância porque ela é a plena expressão de um tempo em que a igualdade (ou o bem-estar social) tomou o lugar da liberdade como valor essencial da democracia. Como escrevi logo de início, também as ditaduras podem fazer coisas boas para as pessoas — como provam, no Brasil, o Estado Novo e o Regime Militar. Fim da pausa para um momento emblemático.
RetomoMuito bem! Os republicanos perderam a eleição. E daí? Atribui-se a derrota — como se ela tivesse sido vexaminosa, submetendo o partido ao ridículo, o que é uma piada — a suas convicções, que seriam ultrapassadas, conservadoras, reacionárias. Escolham entre esses e outros adjetivos aquele que lhes parecer mais depreciativo. Mas é isso o que dizem, afinal de contas, os fatos???
Mitt Romney teve seu nome sufragado por 48,1% daqueles que foram votar, contra 50,4% de Obama. Não foi pequeno o risco de se ter, mais uma vez, um presidente vitorioso nas urnas que, não obstante, perde no colégio eleitoral. A regra, nos EUA, é o presidente conquistar a reeleição, não o contrário. A excepcionalidade de Obama, havendo uma, está em tê-lo conseguido com uma das mais baixas margens da história — apenas 2,3 pontos de vantagem. Do primeiro ano do século 20 até agora (incluindo-se o segundo mandato do atual presidente), os republicanos foram governo por 15 mandatos; os democratas, por 14. Considerado só o século passado, o placar é de 13 a 12 a favor dos primeiros. Neste século, chegarão ao empate: dois a dois. Os democratas ficaram 20 anos no poder (de 1933 a 1952). Seus líderes chegaram a namorar com tentações fascistoides, mas o regime democrático acabou triunfando. Nas eleições deste ano, não custa lembrar, os republicanos mantiveram o controle da Câmara.
Por que, afinal, analistas de lá — dos EUA — e daqui insistem em apontar o que seria uma derrota histórica do partido (???), havendo mesmo quem anteveja, santo Deus!, até a sua extinção?
Vamos láEmbora Obama tenha sido eleito e reeleito segundo as regras vigentes na democracia americana, é visto, por deslumbrados de lá e daqui, não como um procurador daqueles valores, mas como um seu reformador. Em certa medida, algo análogo acontece, no Brasil, com o lulo-petismo. Como a “igualdade e o bem-estar social” (aquilo que a China também promove…) tomaram o lugar da liberdade como valor essencial da democracia e como o presidente é visto como a encarnação desses valores, opor-se a ele fugiria da esfera da luta democrática. Os republicanos, assim, não seriam representantes de uma parcela da população americana — simbolicamente, nesta eleição, a metade! — que discorda de suas medidas, de suas políticas, de suas escolhas! Nada disso! Seriam apenas porta-vozes do atraso, sabotadores, defensores de privilégios, insensíveis sociais que não estariam atentos ao novo momento.
Se os EUA se fizeram (e até Obama lembrou isso no discurso da vitória) articulando suas diferenças e divergências — e falamos de um povo que fez uma das guerras civis mais cruentas da história —, esse momento da democracia vigiado por minorias militantes, por alcaides do pensamento e por censores bem-intencionados excomunga o contraditório. À oposição, assim, não cabe nem mesmo o papel de vigiar as escolhas de Obama — muito menos de recusá-las. A ela estaria reservado o silêncio obsequioso, já que o mandato deste presidente não viria apenas das urnas, mas também dessa espécie de encarnação de utopias coletivas e igualitárias.
A VEJA.com publicou ontem uma boa síntese do que escreveram sobre o resultado das eleições alguns jornais americanos. O Wall Street Journal vislumbra severas dificuldades para os republicanos (com, reitero, 48,1% dos votos totais!!!) porque o partido teria sido escolhido, principalmente, pela população branca e mais velha — que está em declínio. Poderia ter incluído também “os homens”. Assim, este seria o retrato da “reação” na América: macho, branco e coroa. Newt Gingrich, derrotado por Romney nas primárias, não perde a chance de embarcar no equívoco. Afirmou que seu partido enfrenta um “grande desafio institucional”: descobrir como se conectar com os eleitores das minorias que compõem uma parcela cada vez maior da sociedade americana. “O Partido Republicano simplesmente tem de aprender a parecer mais inclusivo para as minorias, particularmente hispânicos.” Repete, mais ou menos, o juízo asnal de alguns tucanos no Brasil, que estão convictos de que o PSDB deve disputar o eleitorado cativo do PT… “Ah, mas um dia os brancos serão minoria, e aí…” Bem, é preciso ver se os descendentes dos latinos, em 20 ou 30 anos, continuarão seduzidos pela pauta democrata, não é?
Os republicanos construíram, eis a verdade, uma alternativa real de poder — refiro-me à questão política; no conteúdo, os dois candidatos foram sofríveis, especialmente nos temas internos. E o fizeram, no que concerne aos valores, sendo quem são. Os números e a história demonstram que a virtude da democracia americana, ao contrário do que tenho ouvido por aí, está justamente na polarização. “Mas os republicanos quase levam os EUA ao calote, Reinaldo!” Não! Os republicanos se utilizaram de uma garantia constitucional para não permitir que o Executivo impusesse a sua vontade. Obama foi obrigado a negociar, e eis aí o homem reeleito.
O New York Times (aquele jornal que aceita anúncio conclamando católicos a deixar de ser católicos, mas recusa o que conclama muçulmanos a abandonar a sua religião) foi mais longe. Viu na reeleição de Obama “um repúdio à era Reagan” no que diz respeito ao corte exagerado dos impostos e às políticas de “intolerância, medo e desinformação”. Uau! É um triplo salto carpado dialético e tanto, não sei se já sob a influência de Mark Thompson, ex-chefão da BBC e contratado para ser o chefão do jornal americano. Na empresa britânica, ele se tornou célebre por declarar que, por lá, permitia-se zombar de Jesus, mas não de Maomé. Evoco essas questões laterais porque elas compõem a metafísica de um tempo. Então vamos ver. Talvez eu não tenha entendido direito o “raciossímio” do Times. Em 1980, Reagan venceu Carter em 44 estados — o democrata ficou com apenas 6 (50,7% dos votos a 41%). No Colégio, o placar foi de 489 a 49. E Carter era presidente! Em 1984, o republicano foi reeleito de forma humilhante para os democratas: sagrou-se vitorioso em 49 estados (58,8% a 40,6%). Deixou apenas um para o adversário; no colégio, 525 a 13! O presidente fez o seu sucessor, Bush pai, que triunfou em 40 estados (426 a 111): 53,37% a 45,65%. Não obstante, a era Reagan teria sido repudiada agora, e a evidência estaria na vitória de Obama em apenas 26 estados (contra 24 do adversário), por um placar com 2,3 pontos de diferença. Clinton venceu em 33 estados na primeira eleição (1992) e em 32 na segunda (1996). E manteve os fundamentos da economia da era Reagan. Eis a verdade traduzida em números da afirmação feita pelo jornal.
Que fique claro!A mim me importam menos as respectivas pautas de cada candidato do que essa cultura de aversão à democracia que vai se espalhando. E que, por óbvio, não nos é estranha. Também entre nós o exercício da oposição, agora que “progressistas” estão no poder, vai se tornando algo malvisto, mero exercício de sabotagem e de oposição àqueles que seriam os interesses do povo. Dou um exemplo evidente: as cotas raciais foram impostas às universidades federais sem nem mesmo debate no Parlamento. A simples crítica à medida é apontada como ódio aos pobres, às minorias, aos oprimidos — todas aquelas tolices fantasiosas que compõem o estoque de agressões dos autoritários.
Os republicanos? Ah, eles tiveram a coragem de enfrentar o tal “Obamacare”, o que parecia, à primeira vista, suicídio político e, mais uma vez, obrigaram o governo a negociar. E sabem por que o fizeram? Porque tinham mandato de seus eleitores para fazê-lo. E agiram dentro das regras estabelecidas pela democracia americana. “Ah, mas olhe aí o resultado!” Sim, olho e vejo um partido que era uma real alternativa de poder. E só o era — e como as emissoras de TV suaram frio desta vez, não é? — porque, em vez de aderir à pauta do adversário — que, afinal, do adversário é —, fez a sua própria ao longo dos quatro anos de mandato de Obama. Reitero: não entro no mérito; talvez, nos EUA, eu apoiasse o plano de saúde de Obama. O ponto não é esse: estou advogando o direito que tem a oposição de ser contra ele. Se é por bons ou por maus motivos, isso o processo político evidencia. Chega a espantoso que muitos cobrem da oposição brasileira coragem para enfrentar o PT, mas adiram alegremente à satanização dos republicanos porque estes fazem lá — reitero: não estou tratando de conteúdo — o que a oposição brasileira não aprendeu a fazer aqui.
Fala-se, finalmente, de um país dividido. É? Melhor do que outro em que um partido, com pretensões hegemônicas, recorre a expedientes criminosos para eliminar a oposição. Os “decadentes” republicanos terão, por exemplo, o domínio da Câmara. Não existem PMDB e PSD nos EUA, aqueles que não são “nem de esquerda, nem de direita, nem de centro”. Os derrotados do dia anterior não são os vitoriosos do dia seguinte — ou, para ficar na espécie (como diria Marco Aurélio), derrotados e vitoriosos num mesmo dia… O que se chama um “país rachado” é um país que reconhece, ainda!!!, instituições por meio das quais se articulam essas divergências.
O valor exclusivo da democracia é a liberdade. E a característica exclusiva da liberdade é poder dizer “não”.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Curitibanos, é hoje!


veja.com

Leitores de Curitiba, hoje é o dia de a gente se encontrar na “Livrarias Curitiba” do Shopping Estação. Entre 19h e 20h, haverá um bate-papo com os presentes. Depois, os autógrafos. Eu os espero lá.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Sarney diz que Senado devolverá pagamentos indevidos


Congresso

Auditoria do TCU confirmou irregularidades na folha salarial da Câmara e do Senado e pede a devolução de valores pagos a pelo menos 1.500 servidores

Tai Nalon
José Sarney recebeu a proposta de reforma do Código Penal
Só no Senando, presidido por Sarney, prejuízo com supersalários pode chegar a 157 milhões (André Dusek/AE)
O presidente do Senado, José Sarney, disse nesta quinta-feira que a Casa deve cumprir a determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que verificou irregularidades na folha salarial da Câmara e do Senado. O tribunal deve julgar nesta quinta-feira relatório que pede a devolução de pagamentos indevidos a pelo menos 1.500 servidores, que, segundo estimativas, podem chegar a um prejuízo de 157 milhões de reais por ano só ao Senado.
Segundo Sarney, a questão é de responsabilidade do primeiro secretário da Casa, Cícero Lucena (PSDB-PB), que cuida de trâmites administrativos. Ele disse que, embora não saiba com detalhes o conteúdo do relatório, o Senado pretende sanar quaisquer irregularidades.
"O TCU é um órgão fiscalizador, de maneira que todas as irregularidades que ele achar que tem, chegando aqui, nós temos que cumprir e procurar corrigir durante esse tempo todo que tem passado daquelas recomendações que têm sido feitas", disse o presidente do Senado.

Conforme proposta a ser levada a plenário do TCU, as duas casas terão de providenciar o ressarcimento de valores pagos acima do teto do funcionalismo, horas extras não trabalhadas e contribuições não debitadas nos últimos cinco anos, além de recursos pagos por jornadas de serviço não cumpridas e pensões ilegais.
Segundo o TCU, só na Câmara 1.100 funcionários ganham acima do teto (26 700 reais); no Senado, são mais 464.

Barbosa, o generoso

veja.com



Quase como um movimento orquestrado, advogados do mensalão se entreolharam e esboçaram um sorriso amarelo conjunto na sessão plenária desta quinta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF). A reação veio após um comentário do relator do processo, Joaquim Barbosa, a uma intervenção do decano da Corte, Celso de Mello. Na ocasião, Barbosa disse que tem sido parcimonioso na definição das penas dos 25 condenados.
“Tenho sido generoso em todos os réus”, disse o relator ao comentar que, no crime de peculato cometido pelo publicitário Cristiano Paz, poderia impor pena de dois a doze anos. Definiu a sanção em três anos.
Até agora, a parcimônia de Barbosa não é vista pelos advogados dos réus. O operador do mensalão, Marcos Valério, teve pena estipulada acima dos 40 anos. O sócio dele, Ramon Hollerbach, foi apenado com quase 30 anos.
(Laryssa Borges, de Brasília)

Cirurgia vaginal ajuda as mulheres a perderem a inibição no sexo


Pesquisa indica que mais de 20% da ala feminina gostaria de passar por uma cirurgia plástica na região vaginal; saiba quais são as intervenções mais requisitadas


Embora seja um assunto pouco comentado, a insatisfação com a aparência da região genital é um problema que incomoda muitas mulheres. Os números chamam a atenção: de acordo com uma pesquisa do site britânico “The Good Surgeon Guide”, realizada com mil mulheres, 24% delas evitam ter relações sexuais devido ao aspecto de suas vaginas, e mais de 20% gostariam de passar por uma cirurgia plástica na área. Os procedimentos, relativamente simples e com recuperação rápida, são cada vez mais procurados no consultório dos cirurgiões plásticos, e proporcionam uma intensa melhora na qualidade de vida e no prazer sexual feminino.

As alterações genitais são, na grande maioria das vezes, genéticas ou congênitas – adquiridas antes do nascimento. “No entanto, o crescimento anormal dos pequenos e grandes lábios pode também ser fruto de alterações hormonais, como o uso contínuo de anabolizantes na vida adulta”, afirma o cirurgião plástico André Colaneri, membro da Sociedade Brasileira deCirurgia Plástica. Segundo o profissional, esses são problemas que, hoje, podem ser resolvidos com operações muito simples, rápidas e com alta no mesmo dia.

Um dos fatores que favorecem o crescimento do número de cirurgias íntimas é o fato de o pós-operatório não ser doloroso, demandando somente a ingestão de antiinflamatórios e analgésicos comuns, e a volta ao trabalho ocorrer apenas três dias após a operação. Além disso, como os pontos não precisam ser retirados, muitas pacientes vêm de outros estados para operar e voltam para as suas cidades no dia seguinte, o que é uma grande vantagem nesse tipo de cirurgia, já que a grande maioria não revela a ninguém que será operada.

As operações de design vaginal, aliás, têm um importante impacto psicológico nas mulheres, afetando diretamente a vida sexual. “Elas se tornam mais confiantes e satisfeitas com o próprio corpo, parando de evitar relacionamentos íntimos e se sentindo mais à vontade com os parceiros”, explica o especialista. Ele ressalta que os benefícios, no entanto, não são meramente psicológicos ou estéticos, uma vez que as alterações na vagina, como o excesso de pele, podem provocar corrimento e assaduras no contato com a calcinha, gerando um ambiente propício para o surgimento de infecções dolorosas.

Colaneri, que realiza uma média de três cirurgias do tipo por semana, chama atenção, inclusive, para o fato de que o problema atinge muito mais mulheres do que se imagina. A hipertrofia dos pequenos lábios vaginais, por exemplo, é diagnosticada em uma a cada mil brasileiras. “A maior parte das pacientes tem entre 18 e 40 anos, faixa etária em que a atividade sexual é maior. Mas não há idade máxima ou mínima para operar, é preciso apenas que a mulher esteja com o corpo plenamente desenvolvido, o que, hoje em dia, já costuma acontecer por volta dos 15 anos”, diz.

As Cirurgias
Redução do Monte de Vênus
Monte de Vênus é o nome dado à região coberta de pelos acima do púbis. Batizada em homenagem à deusa do amor e da beleza, sua predominância confere um aspecto abaulado acima dos genitais. A cirurgia é indicada a pacientes com um aumento excessivo nessa região, muitas vezes visível sobre as roupas. Realizado com anestesia local, o procedimento dura em média quarenta minutos. Relações sexuais devem ser evitadas por quatorze dias após o ato cirúrgico.

Redução dos Grandes Lábios Vaginais
A cirurgia busca reduzir o comprimento dos grandes lábios, localizados na parte mais externa da vagina. O procedimento é indicado para as pacientes que apresentam excesso de pele ou flacidez na região, causando uma distorção estética da genitália. Assim como na redução do Monte de Vênus, a anestesia usada é local, e o tempo médio de duração é de quarenta minutos.

Ninfoplastia ou redução dos pequenos lábios vaginais
A Ninfoplastia, ou redução dos pequenos lábios vaginais, é a cirurgia íntima mais realizada no mundo. Os pequenos lábios localizam-se dentro dos grandes lábios e se estendem do capuz do clitóris até debaixo davagina, envolvendo o orifício vaginal e a abertura da uretra. A cirurgia busca diminuir o seu tamanho, porém sem deixá-los pequenos demais, já que eles têm a importante função de proteger a entrada da vagina. A redução exagerada da região pode causar o ressecamento vaginal, principalmente depois da menopausa. Realizado com anestesia local, o procedimento também tem duração média de quarenta minutos.

Aumenta a procura por cirurgias plásticas íntimas entre mulheres brasileiras




Prótese de silicone no seio e lipoaspiração estão no topo da lista de cirurgia plástica. Mas um novo procedimento, com objetivo puramente estético, está fazendo a cabeça das mulheres. As chamadas cirurgias íntimas cresceram 50% nos últimos dois anos no Brasil, segundo apontam médicos brasileiros, como Christiane Cursi Régis, ginecologista há 12 anos.
Nos EUA, são 1,5 milhão por ano. Em Santa Catarina, não é diferente. A cirurgiã plástica de Florianópolis Taís Saraceno chega a realizar cinco procedimentos deste tipo por mês, média que mantém desde o ano passado. Em 2010, a médica fazia cerca de duas intervenções por mês.
Cirurgia íntima ou ninfoplastia são procedimentos na região da vagina. A grande maioria implica na redução dos pequenos lábios. Mas há outras cirurgias (veja quadro).
Taís comenta que um número muito pequeno de mulheres vai ao consultório por desconforto em função de exercícios físicos ou uso de roupas mais apertadas.
— A maioria vem mesmo pela questão estética. Com frequência, chegam por indicação de alguma amiga que já fez. Em geral, são mulheres com idade acima de 30 anos — comenta a médica.
Segundo Taís, a cirurgia é indicada para mulheres que têm os pequenos lábios proeminentes — do tipo que se sobressai aos grandes lábios. Por ser uma região com muitas terminações nervosas, ela não aconselha realizar intervenções próximas do clitóris para que a mulher não corra o risco de perder sensibilidade ou prazer sexual.
— O que eu percebo é o contrário. Por ficar com a autoestima elevada depois da cirurgia, a mulher costuma melhorar seu prazer e performance sexual — comenta.
Segundo a ginecologista Christiane, o padrão estético muda de acordo com o país. Nos EUA, as mulheres querem vaginas menores e cor-de-rosa. Já no Brasil, a preferencia é pelo mesmo tom da pele, com lábios entre 1 cm a 1,5 cm.

A CIRURGIA
Redução de pequenos lábios ou labioplastia é indicada para mulheres que querem melhorar o design vaginal ou que sentem desconforto com calças apertadas ou na relação sexual.
O procedimento dura de 30 a 60 minutos. É feito em hospital, com anestesia local.
Consiste em fazer incisões finas nos lados de cada lábios, colocadas dentro de pregas e dobras naturais. O excesso de tecido é removido.
A paciente costuma ter alta cerca de duas horas depois do procedimento. Cuidados pós-operatórios são simples: repouso nos dois dias seguintes, evitar jeans e calças apertadas na semana seguinte, retornar às atividades físicas cerca de duas semanas depois e relação sexual após 45 dias.
O aumento dos pequenos lábios pode ser causado por gravidez e/ou parto, alguns esportes e efeitos hormonais. Algumas mulheres nascem com os pequenos lábios aumentados, enquanto outras desenvolvem o aumento com a idade.
A finalidade dos pequenos lábios é de proteger a vagina e a uretra de bactérias que ficam apenas no interior dos grandes lábios.
Fonte: Taís Saraceno, ginecologista

OUTROS TIPOS
Diminuição do púbis — o púbis pode ceder com a idade ou com o ganho de peso.  Ele pode ser elevado e reduzido em altura e largura. As cicatrizes resultantes são normalmente escondidas dentro dos pelos pubianos. O púbis proeminente pode ser tratado com a lipoaspiração.
Escurecimento da mucosa vaginal — retira-se, com anestesia local, uma pequena quantidade da mucosa dos lábios na região escurecida. Dura em media 30 minutos e o paciente recebe alta logo após a cirurgia.
Correções do clitóris — excesso de pele, flacidez e dobras extras podem ser removidas para melhora do contorno. Mas a avaliação deve ser muito criteriosa, pois a mulher pode perder o prazer sexual.
Diminuição do volume dos grandes lábios — em geral, o aumento dos grandes lábios se dá pelo aumento de peso corporal. Realiza-se a lipoaspiração infiltrativa para a remoção do excesso gorduroso da região.
Aumento do volume dos grandes lábios — algumas mulheres, com o envelhecimento, sofrem uma atrofia, uma diminuição do volume dos grandes lábios, deixando esta região murcha e com flacidez. Nestes casos indica-se a aplicação de enxerto de gordura, retirada da própria paciente, no mesmo ato cirúrgico.


Fonte: Diário Catarinense | Foto: Renato Nascimento e Felipe Parucci / Donna
http://www.tivinet.com.br/site/?pg=noticias&noticia=12828

Ter boa saúde cardíaca aumenta em até 14 anos a expectativa de vida


Expectativa de vida

A ausência de fatores de risco, como pressão e colesterol altos, não evitam que o problema apareça, mas contribuem para uma maior longevidade

idoso
Saudável: Adultos livres de fatores de risco para doenças cardíacas vivem 14 anos a mais do que pessoas com ao menos duas condições, como pressão alta e colesterol elevado, por exemplo (Thinkstock)
É quase impossível evitar que, em algum momento da vida, sejamos vítimas de um problema cardiovascular. Mas ter cuidado com o coração compensa, afirma um estudo da Universidade Northwestern, dos Estados Unidos, publicado nesta segunda-feira no periódico JAMA, da Associação Médica Americana. Ter um coração saudável acrescenta até 14 anos na expectativa de vida de uma pessoa comparada com outra que apresenta ao menos dois fatores de risco para doenças cardiovasculares, como hipertensão ou colesterol alto.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Lifetime Risk and Years Lived Free of Total Cardiovascular Disease

Onde foi divulgada: revista JAMA

Quem fez: John Wilkins, Hongyan Ning, Jarett Berry, Lihui Zhao, Alan Dyer e Donald Lloyd-Jones

Instituição: Universidade Northwestern, Estados Unidos

Dados de amostragem: 905.115 pessoas de 45 a 95 anos

Resultado: Pessoas que não têm nenhum fator de risco para doenças cardiovasculares, em comparação com indivíduos que apresentam ao menos dois, vivem, em média, 14 anos a mais
Essa pesquisa se baseou nos dados de mais de 900.000 pessoas que, de 1964 a 2008, estiveram inscritas em um entre cinco levantamentos diferentes feitos nos Estados Unidos sobre saúde cardíaca. No início desses estudos, nenhum participante apresentava doenças cardiovasculares. Esses indivíduos foram divididos em grupos de acordo com a faixa-etária: 45 anos, 55 anos e entre 65 e 95 anos.
A equipe, então, coletou dados sobre fatores de risco para doenças cardiovasculares, como pressão alta, níveis elevados de colesterol na corrente sanguínea, tabagismo e diabetes, e analisaram a incidência de condições como doença coronariana, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca e mortes por doenças cardiovasculares.
As conclusões mostraram que a presença de fatores de risco na meia idade está fortemente associada à presença de doenças cardiovasculares na terceira idade. No entanto, a equipe concluiu que o risco de desenvolver doenças cardíacas ao longo da vida é alto mesmo entre adultos livres de fatores de risco. O benefício de não apresentar nenhum desses fatores, portanto, 

está no aumento da expectativa de vida. "Nós precisamos fazer tudo o que está ao nosso alcance para garantir que as pessoas não apresentem fatores de risco para doenças cardiovasculares e que, assim, vivam por mais tempo e mais saudáveis", diz John Wilkins, coordenador do estudo.

Corrida em ritmo moderado aumenta expectativa de vida em até seis anos


tividade física

Estudo apontou que benefício é melhor com até 2,5 horas da prática na semana do que correr em intensidade exagerada

Praticar corrida já foi mais barato
Correr reduz risco de morte em até 44% (Thinkstock)
Praticar corrida regularmente aumenta a expectativa de vida de homens e mulheres em ao menos cinco anos, concluiu uma nova pesquisa apresentada nesta quinta-feira no encontro anual da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC, na sigla em inglês), em Dublin, na Irlanda. Segundo o estudo, uma maior longevidade pode ser alcançada com entre uma e duas horas e meia da atividade por semana em ritmo lento ou moderado.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Jogging-healthy or hazard?

Onde foi divulgada: encontro anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, Irlanda

Quem fez: Peter Schnohr, cardiologista chefe do Estudo do Coração da Cidade de Copenhague

Instituição: Estudo do Coração da Cidade de Copenhague

Dados de amostragem: 20.000 homens e mulheres de 20 a 93 anos

Resultado: Correr de uma a duas horas e meia por semana reduz chances de morte em até 44% em homens em mulheres, além de aumentar em 6,2 e 5,6 anos a expectativa de vida dos sexos masculino e feminino, respectivamente. O benefício é maior quando a atividade é feita com essa frequência e em ritmo leve a moderado
Essa conclusão faz parte do Estudo do Coração da Cidade de Copenhague, um trabalho que vem sendo feito na Dinamarca desde 1976 com mais de 20.000 pessoas com idades entre 20 e 93 anos. Esse levantamento busca aumentar o conhecimento sobre prevenção de doenças cardíacas e também sobre outros problemas, como os de sono e de alergia, por exemplo. Mais de 750 pesquisas já foram publicadas ao longo desses anos a partir de resultados do estudo.
Como explicam os pesquisadores, há diversos trabalhos que sugerem que a corrida pode ser prejudicial para a saúde de adultos e idosos. No entanto, o novo estudo, segundo os próprios autores, ao buscar oferecer uma resposta definitiva ao assunto, concluiu que correr é bom para a saúde e aumenta a longevidade. “A corrida proporciona vários benefícios à saúde: melhora a absorção de oxigênio, aumenta a sensibilidade à insulina, reduz a pressão arterial e melhora as funções cardíaca e respiratória. E a boa notícia é que você não precisa fazer muito para conseguir esses efeitos positivos”, afirma Peter Schnohr, cardiologista chefe do estudo.




A pesquisa — Foram acompanhados, de 1976 a 2003, 1.116 homens e 762 mulheres que costumavam praticar corrida, e suas informações foram comparadas com as do restante dos indivíduos cadastrados no estudo, os quais não costumavam correr. Todos os participantes responderam a questionários sobre a frequência e o ritmo (lento, médio ou rápido) em que corriam. Os dados foram coletados quatro vezes: entre 1976 e 1978; entre 1981 e 1983; entre 1991 e 1994; e de 2001 a 2003.
No período do estudo, 10.158 pessoas que não praticavam corrida e 122 corredores morreram. A análise feita pelos especialistas mostrou que a corrida reduziu em 44% o risco de morte em indivíduos de ambos os sexos e aumentou a expectativa de vida em 6,2 anos entre os homens e em 5,6 anos entre as mulheres. Segundo os pesquisadores, o melhor benefício foi conquistado com a prática de uma a duas horas e meia de corrida por semana, especialmente quando esse tempo foi dividido em três sessões da atividade, em ritmo lento ou moderado, em uma semana. De acordo com os autores do estudo, essa intensidade é caracterizada quando uma pessoa, ao fazer esforço, se sente um pouco ofegante, mas não com muita falta de fôlego.
Segundo o trabalho, essa frequência surtiu efeitos mais positivos do que quando uma pessoa não corria ou realizavam exercícios com frequência e intensidade extremamente intensos. “Essa associação se parece com a estabelecida em relação ao consumo de álcool. Ou seja, o consumo moderado é melhor do que ser abstêmio ou ingerir quantidades excessivas da bebida”, diz  Schnohr .

Atividades de lazer já garantem boa saúde cardíaca, diz estudo


Atividade física

Prática regular de qualquer tipo de exercício nas horas vagas reduz os níveis de uma proteína que indica quadros de inflamação no organismo

Família joga futebol
Horas vagas: optar por atividades físicas nos momentos de lazer beneficia o coração (Getty Images/Latinstock)
Movimentar-se nos momentos de lazer e nas horas vagas já garante uma boa saúde para o coração dos adultos que não costumam praticar nenhum exercício físico com frequência, concluiu um novo estudo da Universidade de Londres, na Inglaterra. Segundo os pesquisadores, que publicaram o trabalho nesta semana no periódico Circulation, entre essas atividades estão a caminhada, a prática moderada de esportes, e até jardinagem e trabalhos domésticos.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Physical Activity and Inflammatory Markers Over 10 Years: Follow-Up in Men and Women from the Whitehall II Cohort Study

Onde foi divulgada:  periódico Circulation

Quem fez: Mark Hamer, Severine Sabia, David Batty, Martin Shipley, Adam Tabàk, Archana Singh-Manoux e Mika Kivimaki

Instituição:  Universidade de Londres, Inglaterra

Dados de amostragem: 4.200 pessoas com idade média de 49 anos

Resultado: Praticar ao menos 150 minutos de qualquer atividade física moderada por semana, seja trabalhos domésticos ou caminhadas, reduz os níveis de um marcador inflamatório no organismo e, consequentemente, diminui as chances de um evento cardíaco
Os pesquisadores selecionaram 4.200 pessoas que tinham, em média, 49 anos de idade e mediram níveis de um marcador inflamatório no sangue desses participantes em dois momentos: no início do estudo e após dez anos. O marcador analisado foi a proteína C-reativa, que em quantidades acima do normal indica uma inflamação nas artérias e, consequentemente, um alto risco de doenças cardíacas. Os autores também olharam para a prática de exercícios moderados que esses adultos realizavam nos momentos de lazer.
Os indivíduos que eram fisicamente ativos — ou seja, que praticavam ao menos 150 minutos de qualquer tipo de exercício moderado por semana — apresentaram níveis baixos dessa proteína tanto no começo quanto no final da pesquisa. Além disso, aqueles que eram sedentários no início do estudo, mas passaram a realizar alguma atividade física nos dez anos seguintes, reduziram significativamente os níveis do marcador.







"Não são apenas exercícios intensos e esportes profissionais que são importantes. As atividades de lazer representam exercícios moderados que também são essenciais à saúde, principalmente entre pessoas mais velhas, já que ser fisicamente ativo garante um envelhecimento melhor", diz o coordenador da pesquisa, Mark Hamer. "Outros estudos haviam associado marcadores inflamatórios a atividades físicas, mas eles foram feitos a curto prazo, diferentemente do nosso trabalho, que foi realizado em um período maior de tempo.”

The Doors - Touch Me (Live)