domingo 07 2016
Festa de abertura da Rio-2016 empolga imprensa internacional
Ritmos brasileiros e a top Gisele Bundchen são destaques na cobertura internacional do evento no Maracanã
Samba, funk, maracatu, bossa nova… e Gisele Bündchen. A festa musical brasileira no Maracanã e a presença da top empolgam a imprensa internacional. “Espetacular”, resumiu um dos jornalistas do americano New York Times.
O jornal Washington Post ressalta que o público acompanhou em coro o “cantor de samba muito amado” Zeca Pagodinho. “Os brasileiros conhecem as letras de centenas e centenas de músicas, portanto esses coros são muito comuns”, diz oPost.
A rede BBC destaca a reação positiva de seus leitores nas redes sociais e elogiou a cerimônia com um tuíte em sua conta no microblog: “Não sei quanto a vocês, mas nós estamos impressionados até agora pela #CerimoniadeAbertura da #Rio2016. Uau!”
O desfile da top brasileira Gisele Bündchen também é destaque na cobertura internacional. “Gisele acaba de entrar. Alguma outra coisa importa?”, pergunta o jornal Washington Post, enquanto Gisele atravessa o cenário da abertura ao som de Garota de Ipanema.
A modelo de 36 anos também impressionou os hermanos do jornal argentino La Nación, que chamou Gisele de “a garota de Ipanema mais sensual da cerimônia”.
O britânico The Guardian elogiou a apresentação de Daniel Jobim, neto do compositor Tom Jobim, da famosa Garota de Ipanema. O jornal ressalta que essa é a “segunda música mais tocada na história”, atrás apenas de Yesterday, dos Beatles, mas a cerimônia de abertura “nos lembrou que Garota de Ipanema é 20 MILHÕES DE VEZES MELHOR QUE YESTERDAY”, brinca o Guardian. E não poupa ainda elogios à bela Gisele, “que vem e que passa, num doce balanço a caminho do mar”.
A modelo Gisele Bündchen desfila no estádio do Maracanã durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016
Maracatu? Gambiarra?
Enquanto noticiam os eventos relacionados à cerimônia de abertura, as publicações estrangeiras explicam aos seus leitores termos típicos brasileiros, como maracatu e gambiarra.
O NYT tenta explicar a ‘gambiarra’, celebrada no evento e descrita pelos organizadores como o “talento brasileiro para transformar quase nada em algo grandioso”. “Acho que eles querem dizer que isso teve um baixo custo e pouca tecnologia, mas tem muita energia, orgulho e emoção”.
O Washington Post resumiu em poucas palavras o maracatu: “um amontoado de sons de bateria”. “É a real celebração da rica cultura musical do Brasil”, disse o jornal americano sobre a festa da abertura de cerimônia da Rio-2016.
Inventor do avião
A agência de notícias Associated Press lembrou a polêmica envolvendo a invenção do avião, creditada aos Irmãos Wright fora do país, no momento da homenagem a Santos Dumont na cerimônia de abertura. “No Brasil, eles dizem que Alberto Santos Dumont é o inventor – e que os Irmãos Wright inventaram, na verdade, uma máquina de saltar”, explicou a AP.
TSE investiga uso de verbas públicas da Petrobras pelo PT
Processo que pode cassar registro do partido se baseia em informações da Lava-Jato; Tribunal diz que requisição original, feita em 2015, foi extraviada
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, abriu processo para apurar uso de verbas públicas da Petrobras pelo PT. Em caso de confirmação da ilegalidade, o partido pode ter o registro de funcionamento cassado. O pedido original da Corregedoria-Geral Eleitoral foi feito em setembro do ano passado, mas, segundo a Corte, teria “extraviado”.
O processo deriva da prestação das contas da campanha da presidente Dilma Rousseff e do Comitê Financeiro do PT em 2014, aprovadas com ressalvas, devido às suspeitas de irregularidades detectadas à época. Foi instaurado com base em informações da Operação Lava-Jato, que levantou provas de que o esquema de desvio de recursos na estatal abasteceu o caixa da legenda.
Em troca de contratos públicos, empreiteiras teriam feito repasses ao PT e às campanhas do partido, inclusive as presidenciais, na forma de doações oficiais e clandestinas. O suposto uso do sistema oficial para recebimento de propina é um indício de lavagem de dinheiro obtido por meio de corrupção.
O pedido de abertura de processo havia sido feito em setembro do ano passado pelo ex-corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha, ao gabinete do então presidente do TSE, Dias Toffoli. Ele embasou o pedido em informações remetidas por Mendes, relator das contas de campanha de Dilma e do PT.
“As doações contabilizadas parecem formar um ciclo que retirava os recursos da estatal, abastecia contas do partido, mesmo fora do período eleitoral, e circulava para as campanhas eleitorais. No período eleitoral, o esquema abasteceria também as campanhas diretamente”, escreveu Mendes à época. “Aparentemente, o ciclo se completaria não somente com o efetivo financiamento das campanhas com dinheiro sujo, mas também com a conversão do capital em ativos aparentemente desvinculados de sua origem criminosa, podendo ser empregados, como se lícitos fossem, em finalidades outras, até o momento não reveladas”, acrescentou.
A instauração do processo, no entanto, não foi levada adiante pelo gabinete de Toffoli. O TSE sustenta que o pedido do ex-corregedor “extraviou”. Recentemente, a gestão de Mendes constatou que não havia sido tomada providência a respeito e pediu que o procedimento fosse reconstituído.
Nesta sexta-feira, 11 meses após o pedido original, o atual presidente autuou e deu número ao processo, que inicialmente ficará sob relatoria da atual corregedora, ministra Maria Thereza de Assis Moura. Ela fica no cargo este mês e depois será substituída pelo ministro Herman Benjamin, que assumirá o caso.
O processo ainda está em fase inicial, cabendo toda a coleta de provas e de depoimentos. Não há prazo para que a investigação se encerre e seja levada a julgamento em plenário.
Conforme a Lei dos Partidos, as legendas só podem usar recursos públicos se a fonte for o Fundo Partidário. O uso de qualquer outra verba é considerado irregularidade grave, passível da cassação do registro de funcionamento. Na prática, deixa de existir formalmente, não podendo mais disputar eleições, receber doações e fazer propaganda partidária.
(Com Estadão Conteúdo)
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