quarta-feira 19 2012
Diagnóstico precoce de cânceres de mama e próstata cresce no Brasil
Câncer
Com a identificação do câncer cada vez mais cedo, melhoram as condições de tratamento e a sobrevida dos pacientes
Câncer de mama: entre 2000 e 2007, quase 80% dos pacientes diagnosticaram a doença em estágio inicial (Thinkstock)
O diagnóstico dos cânceres de mama e de próstata é feito de maneira cada vez mais precoce no Brasil. É o que aponta um levantamento inédito feito pelo hospital A. C. Camargo, em São Paulo. De acordo com os dados do estudo, de 1970 para 2007 as taxas do diagnóstico precoce do câncer de mama pularam de 20% para 80%. O câncer de próstata, que tinha um índice de diagnóstico tardio de 80% no começo da década de 1980, agora é diagnosticado em fase inicial em 77% dos pacientes com a doença. A descoberta do câncer em fases iniciais resultou em melhores condições de tratamento e no aumento na sobrevida dos pacientes. No câncer de mama, por exemplo, a cura, que era de apenas 40% em meados de 1970, pulou para os 90%.
Segundo o AC Camargo, o aumento do diagnóstico precoce dos cânceres se deve a dois fatores: avanços da medicina e informações sobre prevenção e tratamento. Com a descoberta da doença em fases iniciais, o tratamento é feito com terapias menos complexas, há menor necessidade de intervenções cirúrgicas e menores riscos de metástases (quando o câncer se espalha para outros órgãos).
Mama e próstata — Para o levantamento sobre o câncer de mama, o hospital usou dados de 2.657 mulheres e 14 homens atendidos entre 2000 e 2007. Do total, 79,18% diagnosticaram a doença ainda em estágio inicial — o que resultou em uma sobrevida de 80% a 97%. Por outro lado, quando diagnosticado em um estágio já mais agressivo (5,28% dos casos), com metástase para órgãos como fígado, pulmão e pele, a sobrevida do paciente dentro de cinco anos caiu para 6%. “Quando o diagnóstico é precoce, geralmente o tratamento é menos agressivo, menos complexo e tem menos efeitos colaterais”, diz Maria do Socorro, diretora de Mastologia do A.C. Camargo.
De acordo om o levantamento do hospital, o câncer de próstata segue a mesma tendência: com o diagnóstico precoce, a sobrevida também aumenta. Dos 2.738 pacientes analisados, 77,06% descobriam o câncer em fases mais iniciais — desses, 98% estavam vivos depois de cinco anos do diagnóstico. O diagnóstico tardio, por sua vez, feito em 22,94% dos pacientes, resultou em sobrevida de 44% dentro dos cinco anos. Para o câncer de pênis a sobrevida cai de 80% no diagnóstico precoce para 33% quando ele é feito em fases tardias da doença.
Outro câncer que vem seguindo a mesma tendência é o melanoma (câncer de pele). Dos 1.064 pacientes atendidos pelo A.C. Camargo entre 2000 e 2007, 883 foram diagnosticados em fases iniciais da doença. Para esses pacientes, a taxa de sobrevida em cinco anos foi de 87%. Nos 29 casos em que o câncer foi identificado na fase avançada, a sobrevida despencou para 8%. Já o câncer de tireoide vem atingindo uma taxa de diagnóstico precoce de 90%, com chance de cura próxima de 100% para esses pacientes.
Na contramão — No caminho inverso, os cânceres de estômago, fígado e pâncreas continuam a ser diagnosticados em fases mais tardias da doença. No levantamento do hospital, 66,4% dos casos de câncer de estômago foram identificados em fases avançadas da doença, com sobrevida de apenas 14% nos casos mais severos. Para o câncer de esôfago, os números são de 69,1%, com sobrevida no pior caso de apenas 3%. Nos cânceres de fígado e pâncreas, os diagnósticos precoces são de 76,3% e 80,0%, com sobrevidas de 9% e de 3%, respectivamente.
Congresso usa questão dos royalties para abrir guerra com STF
Mensalão
Recurso dos advogados do Senado para tentar reverter uma liminar do ministro Luiz Fux cita diretamente a decisão sobre cassação de mandatos parlamentares
Laryssa Borges, de Brasília
Marco Maia: porta-voz dos interesses dos mensaleiros (Elza Fiúza/Agência Brasil)
Com um texto de teor político, que extrapola questões jurídicas, o Congresso Nacional utilizou oimpasse sobre a votação do veto da presidente Dilma Rousseff a artigos da "Lei dos Royalties" do petróleo para ampliar o embate institucional deflagrado com o Supremo Tribunal Federal (STF). O pano de fundo do confronto é a resistência das bancadas dos partidos governistas em cumprir a decisão da corte pela perda de mandato de deputados condenados por participar do escândalo do mensalão - Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT) e João Paulo Cunha (PT-SP).
A crise entre Legislativo e Judiciário começou há semanas quando o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), sugeriu, pela primeira vez, que a Casa poderia se valer do tradicional corporativismo e deixar de cumprir uma decisão da Suprema Corte do país. Nesta segunda, Marco Maia não só retomou a carga, como foi além, ameaçando retaliações ao STF. “Tem uma lista de projetos na Câmara dos Deputados que estão tramitando há algum tempo que tratam das prerrogativas do STF. Não tenha dúvida de que, nessa linha que vai, esses projetos andarão certamente dentro da Câmara com mais rapidez”, disse.
Ao agir como porta-voz dos interesses de mensaleiros, Marco Maia ignora que cabe ao próprio Supremo a palavra final como intérprete da Constituição. O petista diz querer debater o veredicto do tribunal e já pediu até estudos à Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar conseguir embasamento jurídico que garanta o não cumprimento da decisão sobre a perda dos mandatos dos mensaleiros.
Acirramento - Hoje, ao apresentar recurso na questão dos royalties, os congressistas evidenciaram o clima de acirramento e desconforto com a decisão do STF. “A interpretação do regimento interno das Casas legislativas, aí evidentemente incluído o normativo que trata do procedimento para cassação de mandato parlamentar, configura matéria interna corporis, insuscetível de escrutínio judicial”, diz trecho do recurso assinado pela Advocacia-Geral do Senado.
Advogados do Senado usaram decisões anteriores da própria corte para defender a tese de que questões interna corporis, como a ordem de votação de matérias em plenário ou o próprio destino de congressistas, cabem exclusivamente ao parlamento. “(Essa interpretação) É a única que bem se coaduna com a independência e harmonia dos poderes constituídos, pois preserva o núcleo essencial da independência política das Casas legislativas para decidirem acerca da violação ética de seus membros”, afirma outra parte do recurso.
O Senado direciona sua artilharia ao ministro Luiz Fux, cuja decisão individual condicionou a votação do veto a artigos da nova Lei de Royalties à apreciação preliminar de todos os vetos pendentes de apreciação no Congresso. Para os advogados, a determinação de Fux em relação aos royalties é mais um capítulo da interferência do Poder Judiciário em decisões soberanas do Congresso. “A interpretação do regimento interno das Casas legislativas configura matéria interna corporis, insuscetível de escrutínio judicial. A judicialização e a ingerência do Judiciário em questões eminentemente políticas causa o apequenamento do Legislativo e o enfraquecimento da democracia representativa."
Em dura argumentação enviada ao STF, o Congresso ataca decisões judiciais sobre temas do parlamento, como a do veto dos royalties, e diz considerar que há uma clara interferência dos ministros do tribunal constitucional nas funções parlamentares. “O Senado Federal e a Câmara Federal não necessitam do beneplácito do Poder Judiciário”, argumentam os advogados no recurso sobre royalties enviado nesta terça-feira ao STF. Em outro momento, explicam que decisões da corte “usurpam prerrogativa do Poder Legislativo e o deixa de joelhos frente a outro poder”.
Congresso desiste da insanidade de votar vetos
Congresso
No total, mais de 3.000 vetos presidenciais estão acumulados há 12 anos
Laryssa Borges e Marcela Mattos, de Brasília
Plenário da Câmara Federal em Brasília (Saulo Cruz/Agência Câmara)
Uma sucessão de articulações desastradas para montar um insano cronograma de votação dos 3.059 vetos presidenciais em uma sessão conjunta do Congresso Nacional impediu a apreciação, neste ano, do veto que a presidente Dilma Rousseff fez à nova "Lei de Royalties". A derrubada da decisão presidencial, articulada por parlamentares eleitos por estados não produtores de petróleo, permitiria a distribuição dos royalties de campos novos e daqueles já licitados e garantiria a divisão dos benefícios não só a estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo, mas também aos que não têm o insumo em seu território.
Após reuniões, os líderes dos partidos interpretaram que a liminar do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impediu a votação do veto dos royalties em regime de urgência, bloqueia votações no plenário do Congresso, incluindo o Orçamento da União, antes da apreciação dos vetos. Na prática, a análise desses vetos a toque de caixa é impossível já que alguns estão pendentes há mais de uma década: o primeiro da fila, do ano 2000, ainda do governo Fernando Henrique Cardoso, dispensa instituições religiosas de recolher a contribuição previdenciária incidente sobre o salário pago a parte de seus funcionários. Além disso, há vetos sobre temas complexos e controversos, como o Código Florestal e o fator previdenciário.
Reuniões - Uma reunião de líderes foi marcada para o início da tarde desta quarta-feira e nela, segundo relato de participantes, deputados e senadores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo traçaram estratégia que pudesse inviabilizar a votação, numa espécie de mutirão para analisar os mais de 3.000 vetos presidenciais. A ideia era postergar indefinidamente a apreciação do veto dos royalties.
“Para a gente é muito melhor organizar um cronograma, cancelar essa sessão e jogar para fevereiro. Eu acho que é isso que vai acontecer. Isso para nós dá a certeza de que se formos discutir cada veto, vamos ter muito tempo para que se chegue no veto dos royalties do petróleo”, afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
“(Se vingar a proposta de votar os vetos em sequência) Vamos passar o ano, começar o ano seguinte dormindo aqui no Congresso sem conseguir a chegar ao final dessa pauta. Temos que votar os vetos de uma forma racional, e não dizer que vamos acampar aqui na Casa, dormir aqui na Casa. Isso é surreal”, disse a vice-presidente do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES). “Queremos um calendário para votar pausadamente cada veto, com conhecimento de causa”, completou ela.
Para evitar o desgaste, nem o presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), nem a vice-presidente, Rose de Freitas, nem o terceiro-secretário da Mesa, Inocêncio Oliveira (PR-PE), queriam assumir a presidência da sessão plenária marcada para as 12h. Ao final, coube a Rose de Freitas abrir uma sessão pouco depois das 13h, suspendê-la em seguida para uma reunião de líderes, e encerrar na sequência a sessão plenária do Congresso.
Correr para a academia apenas perto do verão funciona?
19/12/2012
às 12:42 \
Com a proximidade do verão, cresce o número de pessoas que se matriculam em academias para exibir um corpo sarado nas praias e piscinas. Ainda que a atividade física tenha sido deixada de lado durante boa parte do ano, muitos desses novos “ratos de academia” acabam praticando exercícios físicos por horas a fio para compensar o tempo perdido. Será que isso funciona?
Como já abordei em texto anterior, os efeitos estéticos da prática regular e orientada de exercícios levam pelo menos trinta dias para serem sentidos. Ou seja, praticar atividade física num esquema “intensivão” apenas para aparentar um corpo mais esbelto pode resultar em frustração. Além do ganho de massa muscular ser lento, a queima da gordura é um processo ainda mais difícil. Quando ouve-se dizer que alguém perdeu mais de três quilos em duas semanas é preciso ter em mente: o que houve, na verdade, foi apenas perda de líquido e de massa muscular – situações nada saudáveis.
Outra questão ainda mais importante: sobrecarregar o corpo com sessões extenuantes e por vários dias sem descanso para obter resultados mais rápidos acentuam consideravelmente o risco de aparecimento de lesões.
Mas nem tudo está perdido – ao menos para os que têm paciência. Matricular-se numa academia no verão pode trazer, sim, bons resultados. Os professores provavelmente orientarão os alunos mais afoitos para que o programa se mantenha ao longo do ano, visando o verão do ano que vem. Ainda que um pouco fora do prazo esperado, o mais importante será o resultado: um estilo de vida mais saudável.
http://veja.abril.com.br/blog/saude-chegada/nutricao/correr-para-a-academia-apenas-perto-do-verao-funciona/
Livros de presente? Todo cuidado é pouco
16/12/2009
às 13:30 \ Livros, instruções de uso: declarar em público que não se leu o “Ulisses” e muito menos “Em busca do tempo perdido” (isso, que antes era inconfessável, agora se faz muito porque fala às claras de alguém que, de tanto que leu, pode declarar tal ignorância sem ser tachado de burro). Jamais dizer nada de mal sobre “Uma confederação de estúpidos”, de John Kennedy Toole (a mesma regra é válida para qualquer título de Hunter Thompson, quando se está na companhia de jovens jornalistas). Evitar as seguintes discussões, por perigosas, com companheiros queridos ou amigos próximos: a favor ou contra “Psicopata americano”, de Bret Easton Ellis; a favor ou contra “As partículas elementares”, de Michel Houellebecq; a favor ou contra “As correções”, de Jonathan Franzen; a favor ou contra “As benevolentes”, de Jonathan Littell. Mencionar em qualquer encontro, pelo menos uma vez, Berger, Sebald, Pessoa. Dizer, sempre que surgir a ocasião, que Sándor Márai é chato. Dizer, com o olhar perdido no fundo de um copo, que Truman Capote era manipulador. Dizer, com um suspiro, que os romances de Cortázar envelheceram mal, mas em compensação, ah, seus contos.
É uma delícia de fino humor – e sob o mais banal dos pretextos, o das recomendações de presentes literários de fim de ano – o artigo “A linguagem muda”, de Leila Guerriero, na última edição do “Babelia” (em espanhol, acesso livre). O subtexto é claro: cuidado com o que você dá de presente, o terreno é movediço e as conotações, infinitas – a vítima pode ser você.
Ao mesmo tempo que joga luzes sobre essa linguagem de segundo grau em que livros e autores se tornam “bandeiras, declarações de princípios”, ciente de que é impossível escapar à sua malha, a autora sonda com sutileza o que pode haver de pose e impostura em tais redes de afinidades e rejeições da moda, apontando para um dos mais fugidios objetos que se pode imaginar: aquilo que nós, leitores, quanto mais lemos, vamos perdendo de puro deleite e generosidade diante dos livros.
Leila resume tudo numa pergunta tão bobinha quanto profunda: “Será ou não um preconceito pensar que não há exceções à regra segundo a qual nada de bom se pode esperar de quem responde ‘Fernão Capelo Gaivota’ à pergunta ‘Qual é o seu livro preferido?’.”
Livro de presente é tiro certo. Se não sair pela culatra
veja.com
Será ou não um preconceito pensar que não há exceções à regra segundo a qual nada de bom se pode esperar de quem responde ‘Fernão Capelo Gaivota’ à pergunta ‘Qual é o seu livro preferido?’.
A disposição retrospectiva do fim do ano me leva longe: desencavei aqui o comentário que fiz em 2009 sobre um saboroso artigo (trechinho acima) publicado no jornal espanhol “El País” acerca dos riscos de dar livros de presente. Assinado por Leila Guerriero, o texto satiriza com humor afiado a tendência a um certo esnobismo que costuma atacar em maior ou menor grau todo mundo que se considera bom leitor.
Trata-se de terreno pantanoso: para alguns, o nome desse esnobismo é simplesmente bom gosto, enquanto para outros é preconceito mesmo. De uma forma ou de outra, multiplicam-se as armadilhas no caminho de quem, inocente e bem intencionado, escolhe um título para dar de presente.
Quando acerta na mosca, um livro provavelmente conta mais pontos do que qualquer outro regalo em sua faixa de preço. No entanto, o mesmo exemplar de “Cinquenta tons de cinza” que seria de bom tom dado a cinquenta pessoas pode reduzir seu filme a cinzas nas mãos da quinquagésima primeira.
A verdade é que sem conhecer muito bem o presenteado, seus gostos, seu histórico de leitor (se tiver algum), é mais seguro ficar na caixa de bombons.
*
O ano de 2012 – que, se tudo correr bem, ficará na história da cultura brasileira como o do início do processo de internacionalização de nossa literatura – termina com uma informação curiosa nesse campo: o site PublishNews noticiou que a Romênia é o país em que é maior o interesse espontâneo do mercado editorial por nossa ficção.
Com quinze bolsas de tradução já concedidas pela Biblioteca Nacional, a terra do conde Drácula só perde da Alemanha, mas esta é hors-concours por ser o posto de país homenageado na Feira de Frankfurt 2013 o principal catalisador de atenções para o Brasil.
Como explicar isso? Com um punhado de clichês, segundo Diana Crupenschi, diretora editorial da Univers, a casa romena mais ligada em nossa produção:
Brasileiros e romenos falam línguas de origem latina, muitas palavras são parecidas. E há também o calor humano, a música, o apetite por pratos suculentos, o gosto pelos ritmos e pela dança, que são comuns a ambos os países. Fiquei impressionada com a semelhança entre alguns personagens femininos de Jorge Amado e mulheres da vida real na Romênia.
Atenção, candidatos a Nacib: Gabriela está viva e mora em Bucareste.
Aos 49 anos, Brad Pitt enfrenta crise de meia-idade
Gente
Frustração por não ter um Oscar e peça publicitária infeliz foram fatores determinantes para detonar a atual 'difícil fase' do ator
O ator Brad Pitt durante apresentação do filme "Killing them Softly", no 65º Festival de Cannes, em 22/05/2012 (Reuters)
Um dos astros mais influentes e rentáveis de Hollywood há décadas, Brad Pitt, que completou 49 anos nesta terça, parece não ser imune à clássica crise de meia-idade. Segundo fontes ouvidas pelo tabloide britânico The Sun, a frustração por nunca ter ganhado um Oscar -- este ano ele concorria por Moneyball, O Homem que Virou o Jogo -- foi amplificada pela recente campanha publicitária do perfume Chanel nº 5. O comercial, estrelado por ele e já ridicularizado por humoristas americanos, levou Pitt ao fundo do poço.
O comercial do Chanel nº 5 chamou atenção primeiramente porque foi a primeira vez que um homem divulgou a marca. Mas o problema maior é que o texto entregue a Pitt é péssimo. Nem a presença do ator foi capaz de salvar um monólogo tão raso. O vídeo é constrangedor.
Paródia - Vergonha alheia, o anúncio não foi perdoado por humoristas, o que, segundo um amigo, chateou Brad Pitt. "Ele ficou abalado com a paródia feita do Saturday Night Live daquele comercial hediondo porque não está acostumado a ser alvo de piadas", afirmou. "Além disso, Pitt tem padrões muito elevados em relação ao seu trabalho. Ele esteve ótimo em seus últimos filmes, mas não o suficiente para ele. Ter perdido o Oscar por Moneyball foi uma frustração maior do que ele deixa transparecer."
Reuters
Angelina Jolie durante a cerimônia do Oscar 2012
Até o episódio envolvendo Angelina Jolie no tapete vermelho do Oscar deste ano -- a noiva deixou a perna direita propositada e ridiculamente à mostra pela fenda de seu vestido Versace -- mexeu com Pitt. "Ele não gostou de ser ofuscado pela perna de Angelina", disse o amigo. O casal anunciou o noivado em junho e deve se casar em breve.
Para piorar a situação, o novo filme de Pitt, O Homem da Máfia (Killing Them Softly), em cartaz nos Estados Unidos desde 30 de novembro, recebeu elogios da crítica, mas não teve a mesma resposta do público. O longa arrecadou 6,8 milhões de dólares no fim de semana de estreia e seu custo de produção, de 15 milhões de dólares, não havia sido superado até esta semana. Segundo dados do site Box Office Mojo, no dia 17 o longa tinha arrecadado 14,2 milhões de dólares nos Estados Unidos.
É pouco? Pitt ainda tem que lidar com o sonho romântico de Angelina, que pretende se mudar com a família para a Europa. O ator prefere morar em Los Angeles e tem se esforçado para dissuadir a noiva. Quem disse que a vida de celebridade é fácil?
Qual país tem o sistema de saúde ideal?
estadão.com
Acima a Dra. Marcia Angell
A Dra. Marcia Angell foi editora-chefe do New England Journal of Medicine, um dos periódicos científicos mais respeitados do mundo. Atualmente, a Dra. Angell é professora no Departamento de Medicina Social da Harvard Medical School. Sua especialização é em medicina interna e patologia. Há alguns anos atrás, a revista Time classificou a Dra. Angell como uma das 25 pessoas mais influentes dos Estados Unidos. Ela é uma autoridade reconhecida mundialmente dentro da medicina e defensora de reformas em áreas da saúde em geral e da pesquisa científica. Veja aqui a entrevista que me foi concedida esta semana com exclusividade:
Pergunta Blog: Qual é a função do governo dentro de um sistema de saúde?
Marcia Angell: Eu acredito que qualquer governo decente vê como sua responsabilidade a obrigação de oferecer um sistema de saúde para toda sua população. Em essência, o governo tem a responsabilidade de supervisionar o sistema de saúde. Eu sou a favor de um sistema de saúde sem fins lucrativos, providenciado e administrado pelo governo, que garante tratamento para todos. Eu proibiria o lucro dentro da medicina, pois acredito que este seja o cerne do problema.
Pergunta Blog: Então não haveria um sistema privado que concorresse lado a lado com o sistema governamental que você propõe?
Marcia Angell: Não. Eu não acredito num sistema que tenha dois níveis. Eu acho que um dos pontos fortes do sistema canadense é que todas as pessoas fazem parte daquele sistema. Mesmo com recursos financeiros, o sujeito não tem a opção de um outro sistema de saúde, ou seja, o paciente não encontra uma alternativa para a opção que o governo oferece no Canadá. Eu acredito que nos Estados Unidos todos devem fazer parte de um sistema único incluindo o presidente e os membros do Congresso. Dessa forma, você teria as pessoas mais poderosas certificando-se de que tal sistema fosse adequadamente financiado. Se você permitir que um sistema de saúde tenha dois níveis, o sistema público ficará inevitavelmente cada vez mais enfraquecido e menos financiado… Isso acontece porque pessoas com maior poder aquisitivo podem pagar para obter outro tipo de atendimento.
Pergunta Blog: Em sua opinião, qual país tem um sistema de saúde ideal? Qual o país que tem um sistema que seja exemplo de todos os atributos que você almeja? Você consideraria o Canadá um bom exemplo?
Marcia Angell: Não é o Canadá. O Canadá tem alguns problemas, e as províncias têm muito controle e poder. O sistema canadense não inclui certos serviços que deveria, como, por exemplo, a assistência em longo prazo e nem sempre cobre o custo dos medicamentos prescritos. Embora eu acredite que o sistema canadense seja muito bom porque ninguém é excluído, ele não abrange tudo o que eu acredito que seja importante. Eu simpatizo com o sistema britânico do jeito que era há alguns anos atrás. Ao longo dos últimos anos, no entanto, tem enfraquecido. Mesmo assim, no Reino Unido se gasta um terço do que gastamos por pessoa nos EUA e eles têm uma maior expectativa de vida, menor taxa de mortalidade infantil e um sistema de saúde que é considerado significativamente superior ao nosso em todos os parâmetros. Na verdade, se você olhar para as taxas de mortalidade infantil e de expectativa de vida, nosso desempenho deixa a desejar quando comparado a outros países industrializados. Em termos da satisfação das pessoas, eu diria que os franceses são os que estão mais satisfeitos com o seu sistema de saúde.
Pergunta Blog: O que você acha do sistema britânico ter dois níveis?
Marcia Angell: O fato de ele ter dois níveis é uma fraqueza. É difícil dizer qual sistema é o melhor de todos, mas está claro para mim que o sistema americano é o pior dos países desenvolvidos – o mais caro e o menos adequado.
Pergunta Blog: Você é da opinião que os médicos devem ter um salário tabelado?
Marcia Angell: Eu acredito que médicos deveriam ter um salário fixo. A influência do dinheiro deve ser removida da prática da medicina e ela pode ser vista de duas maneiras diferentes. Se você examinar algumas situações de atendimento médico, você pode se deparar com um cenário no qual quanto menos o médico oferece ao paciente, mais ele é pago. Ele é pago para fazer o menos possível. Por outro lado, existem outras situações nas quais ele é pago para fazer o máximo possível, ou seja, a quanto mais testes ou procedimentos ele submete o paciente, mais ele ganha. As duas situações são injustas. Num deles, há um incentivo para oferecer o menos possível, e no outro, para fazer o máximo possível. O que eu gostaria de ver é que a boa medicina fosse definida pelo que um médico bem preparado faria se não houvesse nenhum interesse financeiro. A melhor maneira de fazer isso seria através de um salário tabelado, que iria obviamente variar de acordo com a especialidade. Tanto a especialidade médica (algumas requerem maior tempo de treinamento) como os anos de experiência seriam fatores que determinariam qual o salário a pagar. O ponto essencial é que o salário de um médico deve ser tabelado, sem bônus por fazer um procedimento em vez de outro.
Pergunta Blog: Qual é a principal razão para os medicamentos serem muito mais caros nos EUA do que em outros países latinos ou até mesmo no Canadá?
Marcia Angell: Muitos países têm alguma forma de controle nos preços de medicamentos. Tanto o Canadá como o Reino Unido, por exemplo, têm. Eu não sei se o Brasil tem ou não. Nós não temos controle de preços nos EUA. Os medicamentos de marca (não genéricos) são duas vezes mais caros. Nos EUA, as empresas farmacêuticas recebem todo o tipo de favores e privilégios por parte do governo. Ironicamente, estas mesmas companhias afirmam ser adeptas e defensoras da iniciativa privada e do livre mercado. No entanto, tais empresas recebem isenções fiscais e vivem de pesquisas custeadas pelo National Institute of Health (NIH), que é financiado com fundos públicos.
Nos EUA as empresas farmacêuticas podem cobrar o que quiserem. Durante muitos anos elas têm usado a desculpa do elevado gasto financeiro relacionado com as pesquisas como razão para o preço de medicamentos ser tão altos, mas isso não passa de uma grande mentira. Na verdade, elas estão pouco envolvidas na pesquisa, e de fato, a maior parte de suas despesas são decorrentes de diversas manobras de marketing para atingir os consumidores de forma indiscriminada. Finalmente, o grande objetivo dessas companhias é maximizar o lucro a qualquer custo, ao ponto de serem considerados imorais e de serem até um exemplo grotesco de ganância incontrolável.
Pergunta Blog: Os Estados Unidos e a Nova Zelândia são os dois únicos países do mundo onde quaisquer medicamentos que requerem prescrições médicas são anunciados diretamente aos consumidores na televisão. Qual é a repercussão desse modelo para o paciente?
Marcia Angell: As pessoas mais idosas quando assistem televisão são bombardeadas com propaganda de diversos medicamentos de alto custo para tratar todos os tipos de condições médicas como a disfunção erétil, o colesterol alto, a azia e outros sintomas. Basicamente, é o paciente que tem a iniciativa de procurar o fármaco e de obter a prescrição de um médico na busca de um determinado medicamento. Na verdade, o oposto deveria acontecer. Os médicos, em geral, estão extremamente ocupados nos seus consultórios, não tendo o tempo disponível para submeter o paciente a um exame completo. Assim sendo, muitas vezes é mais fácil ceder ao pedido do paciente receitando o medicamento requerido.
Pergunta Blog: Diversas leis, aprovadas na década de 1980 nos EUA, tiveram um impacto tremendo na medicina em geral. Você poderia comentar especificamente sobre o impacto da lei Bayh-Dole?
Marcia Angell: Basicamente, tal lei garantiu que universidades e pequenas empresas pudessem patentear suas descobertas que estavam diretamente ligadas a recursos públicos do NIH (National Institute of Health). Antes da Lei Bayh-Dole, as pesquisas e as descobertas financiadas com o dinheiro do contribuinte eram consideradas de domínio público e estavam disponíveis para qualquer empresa que tivesse interesse em beneficiar delas. Uma das principais consequências desta legislação foi uma crescente parcialidade por parte de muitos pesquisadores acadêmicos em várias de nossas instituições médicas. Estes tendem a favorecer a indústria, tornando-se empreendedores com participação financeira nas empresas nas quais trabalham. Outras leis também aumentaram a vida de patente de vários medicamentos de marca (não genéricos), permitindo assim que as empresas cobrem preços exorbitantes por um determinado medicamento por um longo período de tempo. Parece-me que os maiores perdedores terminam sendo os consumidores.
Pergunta Blog: O que deve fazer um paciente quando ouve falar de um tratamento ou de um medicamento que é apresentado como uma cura para tudo?
Marcia Angell: Eles devem estar sempre cientes de que os interesses comerciais são muito influentes dentro da medicina americana. Desta forma, acredito que os pacientes não devem tomar qualquer medicamento que esteja no mercado por menos de três anos, até que haja tempo suficiente para poder determinar quais são os problemas e os efeitos secundários que estes possam ter. É obvio que há exceções a estes casos, em que o paciente não pode e nem deve esperar para tomar um medicamento. Evidentemente, numa situação de vida ou morte, como por exemplo, no caso de uma infecção que só pode ser tratada com um antibiótico novo, o paciente não deve esperar para tomar o fármaco. De modo geral, em relação à maioria dos medicamentos eu não tomaria nada que tenha entrado no mercado recentemente. Acredito que procederia da mesma forma no que diz respeito aos procedimentos médicos. Sempre que possível, sou a favor da cautela, ou seja, de aguardar por mais provas, pois, se algo parece ser bom de mais para ser verdade, é realmente bom demais para ser verdade. Eu tenho uma maneira muito conservadora de encarar a medicina.
Pergunta Blog: Quais são as especialidades médicas nas quais você vê maior abuso de procedimentos e tratamentos?
Marcia Angell: Esse abuso o qual você se refere pode ser constatado em qualquer especialidade onde há uma utilização maciça de medicamentos e dispositivos médicos como, por exemplo, na cardiologia e na ortopedia. Existem outras áreas como a dermatologia, a endocrinologia e a pediatria, em que a utilização de dispositivos médicos não é tão prevalecente. As áreas que usam alta tecnologia são precisamente aquelas nas quais existem os maiores abusos.
Pergunta Blog: Que regras devem ser adotadas pelos editores de periódicos científicos para que suas publicações tenham maior credibilidade e transparência?
Marcia Angell: Eu realmente acredito que os editores de periódicos científicos devem continuar com as políticas que o New England Journal of Medicine iniciou. Uma delas foi adotada em 1984 e estipulava que todos os autores de pesquisas científicas originais tinham a obrigação de avisar os editores sobre quaisquer vínculos financeiros que tivessem com companhias que poderiam ser afetadas pelas conclusões da pesquisa. O nosso periódico foi o primeiro a adotar essa política e, eventualmente, a maioria das outras publicações de renome na área seguiram o nosso exemplo. A outra política que instituímos em 1990 determinou que a divulgação (dos vínculos financeiros do autor) não era suficiente em alguns casos como, por exemplo, em artigos editoriais e de análise crítica. Em outras palavras, determinamos que pesquisadores que tinham a responsabilidade de escrever editoriais ou artigos de análise crítica para a nossa publicação que envolvessem um alto teor de objetividade e de averiguação dos fatos dentro da literatura, não poderiam ter vínculos financeiros com empresas que pudessem ser diretamente afetadas por tais matérias. Essa política continuou durante todo o meu tempo como editora-chefe, porém, tendo sido abandonada pelo meu sucessor. Nenhuma outra publicação tentou fazer o mesmo. No entanto, eu creio que essa regra era muito importante. Atualmente, eu também estou muito menos otimista (descrente da eficácia) sobre a utilidade de regras que determinem a divulgação destes conflitos de interesses.
Pergunta Blog: Por que o editor que lhe sucedeu não continuou com as mesmas regras que você implementou?
Marcia Angell: Ele deixou claro que encontrar pessoas renomadas sem conflitos de interesse para escrever artigos de revisão e editoriais se tornou muito difícil. Eu acredito que ele deveria se esforçar mais para encontrar essas pessoas mesmo que seja difícil.
Pergunta Blog: O leitor deve olhar com ceticismo para periódicos científicos que não têm regras de divulgação de conflitos de interesses?
Marcia Angell: Claro que sim. Sem dúvida nenhuma. Eu acho que uma política transparente de divulgação seja um critério muito importante quando o leitor for determinar qual periódico científico ele vai dar sua atenção.
Pergunta Blog: Existem muitos periódicos científicos que não têm regras de divulgação de conflitos de interesse?
Marcia Angell: Sim, claro. Existem milhares de periódicos científicos e muitos deles são meras operações de transmissão de anúncios da indústria de medicamentos, de dispositivos médicos e para publicar artigos que são favoráveis aos diversos anunciantes.
Pergunta Blog: Qual é a porcentagem destas publicações que você acha que não tem regras de divulgação de conflitos de interesse?
Marcia Angell: A grande maioria delas.
Pergunta Blog: Existem fontes de informação isentas de interesses financeiros, nos EUA, a quem os consumidores ou os pacientes possam recorrer com o intuito de obter informações de forma objetiva e imparcial sobre questões relacionadas à medicina?
Marcia Angell: Existem diversas fontes de informação sobre a saúde. Uma delas é o Public Citizen Health Research Group que é dirigido por um médico chamado Sidney Wolfe. Esta organização lançou um livro intitulado Worst Pills, Best Pills. Outra fonte importante é o trabalho desenvolvido pela publicação Consumer Reports, que faz uma avaliação de diversos medicamentos e de outros assuntos relacionados com a medicina e a saúde em geral.
Pergunta Blog: Resumindo, qual é o problema do sistema de saúde norte-americano?
Marcia Angell: É um sistema baseado nas tendências do mercado, que distribui os cuidados de saúde de acordo com a capacidade de pagamento e não de acordo com as necessidades médicas.
Depois das 6 mil creches que são só sete, Dilma vai deixar de construir 800 aeroportos
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Empolgado com a inauguração da Arena Castelão, o neurônio solitário que se empolga até quando inaugura pedras fundamentais enxergou no primeiro estádio pronto para abrigar jogos da Copa do Mundo outra evidência de que governa uma potência de impressionar presidente americano. Faltam 11, mas o pontapé inicial bastou para que Dilma Rousseff desandasse na discurseira: “O Castelão honra o Brasil e mostra pro Brasil inteiro que nós somos capazes, sim, não só di ganhá o jogo no campo mas di ganhá o jogo fora do campo”, caprichou no domingo em Fortaleza.
“Nesse momento, olhando este estádio, nós sabemos que nós damos conta das mais diferentes, das mais importantes ações e obras”, gabou-se a supergerente de araque. Nem todas, nem tantas, alertara na véspera mais um apagão. Sobre a “interrupção do fornecimento de energia”, a oradora não disse uma única vírgula. Apagão é coisa de FHC desde 2003, quando Lula avisou que descobrira uma doutora em energia capaz de tornar o Brasil mais feérico que Las Vegas. Passados dez anos, o que mudou foi o nome da coisa. Apagão virou apaguinho.
O comício em Fortaleza confirmou que o espetáculo da tapeação não pode parar. O Brasil que Lula inventou e Dilma aperfeiçoa é tão deslumbrante que, se melhorar, estraga. Nada a ver com o país infestado de governantes ineptos, ministros corruptos, parlamentares vigaristas e quadrilheiros de estimação. Esse Brasil de verdade castiga o bolso e a paciência dos habitantes com licitações fraudadas, roubalheiras espantosas, colossos que nunca ficam prontos, canteiros de obras desertos, maluquices em ruínas emonumentos ao desperdício. O governo não cuida do que existe nem executa o que planeja, mas é muito inventivo.
Os programas ou projetos federais, por exemplo, já não são enterrados quando morreram. Por falta do atestado de óbito, continuam oficialmente vivos. O Fome Zero, o Primeiro Emprego, o PAC da Copa, o PAC da Olimpíada ou o Segundo Tempo, por exemplo, morreram de inépcia, de ladroagem, de inoperância, de politicagem ─ ou da soma dessas pragas tropicais. Permanecem no porão dos fracassos insepultos,para que os brasileiros que pagam todas as contas não enxerguem os naufrágios que financiaram nem os embustes eleitoreiros em que embarcaram.
É o caso do terceiro aeroporto de São Paulo, que começou a tomar forma em 20 de julho de 2007, na entrevista coletiva concedida por Dilma Rousseff em Congonhas. “Determinamos a construção de um novo aeroporto e a expansão dos já existentes. Os estudos ficarão prontos em 90 dias”, acelerou a Mãe do PAC já na largada do falatório. Onde seria construído?, excitaram-se os jornalistas. “Não sabemos onde será e, se soubéssemos, não diríamos”, ensinou Dilma. “Jamais iríamos dizer isso para não sermos fontes de especulação imobiliária” (veja o vídeo abaixo).
Cinco anos e meio depois, Cumbica e Congonhas estão na antessala do colapso e o terceiro aeroporto não existe. Nesse período, sempre em parceria com o chefe, padrinho e agora preceptor, Dilma fez de conta que reformou Viracopos, construiu o trem-bala, ressuscitou a malha ferroviária e espalhou aeroportos pela rota da Copa de 2012. e ainda achou pouco. Na visita à França, resolveu assombrar uma plateia de empresários com a novidade de dimensões chinesas: a presidente que não construiu nenhum aeroporto vai fazer 800 de uma vez só.
“Oitocentos aeroportos parecem muitos, não?”, perguntou a jornalistas brasileiros um perplexo Tony Tyler, executivo chefe da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). Deveria ter buscado informações com gente menos desinformada ─ e menos compassiva com um governo que esconde a indecorosa nudez administrativa com fantasias que fundem muita propaganda, muita discurseira e muito cinismo.
Por ignorância ou má fé, a imprensa limitou-se a reproduzir o absurdo. Existem no Brasil 721 aeroportos ou aeródromos com pistas pavimentadas, quase todos em estado lastimável. Dilma decidiu dobrar esse número porque os eleitores de todas as cidades com mais de mil habitantes merecem andar de avião. Os jornalistas só desconfiaram da conversa de hospício dois dias mais tarde. e então se soube que Dilma, antes da viagem, examinara numa reunião com assessores da área um plano que prevê a construção de menos de 50 aeroportos.
Viraram 800 porque Dilma Rousseff mente compulsivamente, e com a naturalidade de espiã de cinema. A candidata à presidência da República passou a campanha de 2010, por exemplo, prometendo inaugurar 6 mil creches nos quatro anos seguintes. Passados dois anos, construiu sete. Aplicada aos 800 aeroportos, essa conta permite calcular quantos estarão em funcionamento no fim de 2014. Nenhum.
Oito governadores decidem engrossar movimento que pretende intimidar oposição, Ministério Público e imprensa
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Gestos de solidariedade política sempre são, em igual medida, gestos de repúdio. Ontem, oito governadores de estado deixaram seus respectivos afazeres para se encontrar com Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, no instituto que leva seu nome, em São Paulo. Cid Gomes (PSB), do Ceará, resumiu a intenção do gesto segundo noticia o Estadão: “Viemos dizer para ele que estamos indignados com essa coisa [denúncia de Marcos Valério], que isso não é respeitoso para com a figura do ex-presidente e com a memória do Brasil”.
Volto, então, à minha questão: sabemos que o alvo do desagravo é Lula, mas quem é o agravado? Marcos Valério? Oito governadores e um vice-governador recorreram ao dinheiro do contribuinte para defender Lula das acusações de um homem que o presidente do PT, Rui Falcão, diz ser um desqualificado? Acho que não! Parece que os agravados são outros. Já chego lá. Em tempo: estiveram no Instituto Lula, além de Cid, os governadores Tião Viana (PT-AC), Camilo Capiberibe (PSB-AP), Jaques Wagner (PT-BA), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Silval Barbosa (PMDB-MT), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Teotônio Vilela Filho (PSDB- AL). Luiz Fernando Pezão, vice de Cabral, também estava lá. Segundo o Estadão, o tucano foi um dos porta-vozes do grupo. Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco e tido como presidenciável, preferiu ser incluído fora dessa.
Vamos aos fatosSuponho que os governadores não tenham ido a Lula para mandar um recado a Marcos Valério: “Olhe aqui, nós não confiamos em você; pare com essa história. Onde já se viu fazer isso com um homem da dimensão de Lula?” Parece que a situação de Valério o coloca ao abrigo desse tipo de apelo patriótico. Para quem, então, falavam os governadores?
Outro noticiário que colhe Lula em cheio é aquilo que a Polícia Federal — não a imprensa ou a oposição — chama de “quadrilha” na Operação Porto Seguro. O grupo foi flagrado operando no coração do poder. O seu “braço político” (de novo, expressão da PF) seria Rosemary Nóvoa Noronha, “amiga íntima”, segundo o eufemismo em curso, de Lula. Foi ele quem instalou aquela senhora no escritório de representação da Presidência em São Paulo. Utilizando-se das facilidades do cargo, diz a polícia, ela atuava em favor da “quadrilha”.
Suponho que o alvo do agravo dos governadores, nesse caso, não fosse a Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, de que é titular José Eduardo Cardozo. Acho que não ocorreria a esses senhores pedir que a PF fosse livre para fazer o seu trabalho desde que os casos investigados não importunem Lula porque, como disse José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, ninguém tem autoridade para acusa-lo, devolvendo consideração feita pelo petista em 2009, segundo quem “Sarney não é um homem comum”. Coisa de fidalgos, vocês sabem.
Volto à questão
Assim, volto à questão. O alvo do desagrado era Lula, mas quem, afinal, estava sendo agravado? A quem se dirigiam os governadores? A resposta é óbvia e inescapável: Procuradoria-Geral da República, imprensa e, evidentemente, os setores mais aguerridos da oposição.
Assim, volto à questão. O alvo do desagrado era Lula, mas quem, afinal, estava sendo agravado? A quem se dirigiam os governadores? A resposta é óbvia e inescapável: Procuradoria-Geral da República, imprensa e, evidentemente, os setores mais aguerridos da oposição.
Comecemos por esta última. O objetivo — e lá estava Teotônio Vilela Filho — é silenciar qualquer manifestação crítica, fazendo ver aos setores moderados (e como há moderados na oposição, não!?) que será um mau negócio se engajar em qualquer pedido de investigação no Congresso. Aí o leitor pode se perguntar: mas o que a oposição fez efetivamente para que estes dois problemas passassem a assombrar Lula — Rosegate e Marcos Valério? A resposta óbvia é esta: nada. E, como contrapartida ao nada, os petistas, recém-saídos de uma CPI patética, que preferiu fugir daquilo que começou a apurar, anunciam que pretendem fazer outra, a “da Privataria do governo FHC”. Para apurar o quê? Eles ainda não sabem. Eles insistem em fazer uma CPI da maioria para investigar a minoria… Nos primeiros tempos dos fascismos europeus, isso era muito comum. Depois se tornou desnecessário porque não havia mais “minorias”…
O alvo do agravo também é a Procuradoria-Geral da República, aquela que os petistas, associados a este notável progressista chamado Fernando Collor, tentaram atingir com a CPI do Cachoeira. Seja no caso Valério, seja no Rosegate, o que se pretende demonstrar é que a nação (?) não aceitará qualquer investigação que atinja Lula. Outra pessoa qualquer, num caso e noutro, poderia estar sujeita à investigação. Mas ele? Não! Há no país as leis e os procedimentos que valem para todos, e há aquelas especiais, que não estão escritos, que devem atender a um só homem. No ano que vem, Gilberto Carvalho já anunciou: “O bicho vai pegar”.
O terceiro alvo, é evidente, é a imprensa independente. Insistirei na pergunta retórica que já fiz aqui algumas vezes: na opinião do PT — e a indagação se estende agora aos governadores —, o que deveriam ter feito os jornalistas? Omitido a informação de que Valério acusara Lula em depoimento ao Ministério Público? Não publicar mais notícias sobre o Rosegate?
Todos sabemos, e o Brasil sabe, quem é Marcos Valério, aquele que recebeu a maior pena no processo do mensalão: mais de 40 anos! Mas foi condenado no mesmo processo e pelo mesmo tribunal que condenou José Dirceu, aclamado como herói no petismo. Os ataques que ele disfere em seu site contra a oposição, o STF, a PGR e a própria imprensa são… notícia na imprensa!
Valério, convenha-se, só interessa aos jornalistas quando vem a público com alguma informação bombástica — e poderia ser diferente? Dirceu não! Outro dia, um grande portal transformou em notícia o que ele pensava sobre a reforma política . o financiamento público de campanha… Se Dirceu tomar um Chicabon, já gera um lead.
Assim, a manifestação dos oito governadores e de um vice-governador tinham como alvos os oposicionistas mais assertivos, o Ministério Público e a imprensa. Até parece que foram esses setores a colocar Lula em dificuldades. E, como resta escandalosamente claro, eles não tem nada com isso.
EstranhezaManifesto, adicionalmente, a minha estranheza com esse furor rancoroso do petismo. Ora, e já escrevi isso aqui, o partido deveria estar em festa, não é? Pesquisa CNI-Ibope indicou a alta popularidade de Dilma (sei que os lulistas odiaram essa notícia em particular, mas, vá lá, é tudo PT). A pesquisa eleitoral do Datafolha — aquela que trouxe até Joaquim Barbosa como candidato, o que é uma de uma bobagem realmente exemplar! — aponta que Dilma ou Lula poderiam vencer a disputa no primeiro turno…
Já seria delinquência intelectual e política suficiente fazer como fazem os petralhas, que, para usar a linguagem deles, “esfregam isso na cara” dos “reacionários” (Sarney, Maluf e Collor são progressistas; tenham a bondade de não confundir…). Afirmam coisas mais ou menos assim: “Estão vendo? Não adianta nada!” Mas eles não se contentam com isso: acham que a popularidade da presidente e do próprio Lula são a evidência, então, do que chamam de “golpe”. Eu ainda não entendi que golpe é esse que seria desferido contra alguém que não está no poder. De resto, golpe dado por quem? Pela Polícia Federal? Por Marcos Valério?
A minha estranheza é justamente esta: por que vocifera o PT quando deveria estar comemorando? Às vezes, a gente fica com a impressão de que esse é um movimento preventivo para se resguardar do pior para eles, que pode ainda não ter chegado.
Concluindo…
No encontro, eles teriam debatido ainda a reforma e a valorização da política. Entendi. Lula também tem uma fórmula mágica para resolver o conflito dos royalties segundo Cid Gomes: “O presidente sempre pregou o diálogo, mas, às vezes, se tem de radicalizar para encontrar um caminho para o meio termo”. Não entendi se Lula parou no “diálogo”, sendo o resto da lavra de Cid, ou se o petista responde pela formulação inteira.
No encontro, eles teriam debatido ainda a reforma e a valorização da política. Entendi. Lula também tem uma fórmula mágica para resolver o conflito dos royalties segundo Cid Gomes: “O presidente sempre pregou o diálogo, mas, às vezes, se tem de radicalizar para encontrar um caminho para o meio termo”. Não entendi se Lula parou no “diálogo”, sendo o resto da lavra de Cid, ou se o petista responde pela formulação inteira.
Bem, com a concordância de ao menos um governador tucano, Teotônio Vilela Filho, agora já sabemos: não importa o tema, Lula tem de ser posto acima das leis vigentes no país. Já os petistas, é certo, apenas fazem política quando anunciam a pretensão de criar uma CPI para investigar as… privatizações do governo FHC. Encerro lembrando que os petistas fizeram pressão parecida às vésperas do julgamento do mensalão — a CPI do Cachoeira, como se lembram, foi usada como parte da pressão. Não deu em nada. Mas eles são petistas. E não desistem nunca!
A conspiração não vai continuar porque não há conspiração nenhuma. A imprensa digna desse nome continuará a dar notícias quando notícias houver. E torço para que Ministério Público Federal e Polícia Federal continuem a cumpir o seu papel, sempre nos limites da lei.
Texto publicado originalmente às 4h08
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/oito-governadores-decidem-engrossar-movimento-que-pretende-intimidar-oposicao-ministerio-publico-e-imprensa/
Astrônomos descobrem planeta habitável perto de estrela
Espaço
Tau Ceti, da Constelação da Baleia, é próxima do nosso sol (12 anos-luz) e muito semelhante, em massa e irradiação (L. Calcada/AFP)
Visível a olho nu da Terra, a estrela Tau Ceti é uma das que mais se assemelha ao sol em massa e irradiação - e escondia alguns mistérios, como acabam de descobrir os astrônomos. Cientistas encontraram cinco planetas na órbita da estrela, um deles em uma "zona habitável", onde a água líquida pode existir, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira.
Tau Ceti, que faz parte da Constelação da Baleia, está localizada a 12 anos-luz do sol. No passado, muitos olhares se voltaram para ela, em vão, em busca de vida extraterrestre. Nenhum planeta foi detectado no entorno de Tau Ceti até que uma equipe internacional teve a ideia de testar nesta estrela sua nova técnica de coleta de dados astronômicos, capaz de detectar sinais duas vezes mais potentes.
"Nós escolhemos Tau Ceti porque achamos que ela não comportaria nenhum sinal. E ela é tão brilhante e similar ao nosso sol que constitui uma cobaia ideal para testar nosso método de detecção de planetas de pequena proporção", explicou em um comunicado Hugh Jones, da Universidade britânica de Hertfordshire. Os astrônomos descobriram cinco planetas, com massa compreendida entre duas e seis vezes a da Terra. Um deles encontra-se na zona "habitável", nem muito quente, nem muito fria, permitindo a existência de uma atmosfera, de água em estado líquido em sua superfície, e portanto, talvez uma forma de vida.
"Tau Ceti é uma de nossas vizinhas cósmicas mais próximas, tão brilhante que nós poderíamos chegar a estudar as atmosferas de seus planetas em um futuro não muito distante", afirmou James Jenkins, da Universidade do Chile, que participou do estudo, publicado na revista Astronomy & Astrophysics. Esta descoberta confirma a nova ideia "que quase todas as estrelas têm planetas e que a galáxia deve, portanto, conter um grande número de planetas potencialmente habitáveis de tamanho próximo do nosso", acrescentou Steve Vogt, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.
O Observatório Europeu Austral (ESO, na sigla em inglês) estimou recentemente que bilhões destes planetas existiriam na Via Láctea, dos quais uma centena na vizinhança do nosso sol.
(Com agência France-Presse)
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