sexta-feira 27 2012
Collor na CPI do Cachoeira
Por ramalhino
Do Tribuna Hoje
Collor vai para o ataque 20 anos após o impeachment
O ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) partiu para o ataque nesta quarta-feira assim que assumiu como membro da CPI que vai investigar o elo do bicheiro Carlos Cachoeira com políticos.
Antes no banco dos réus, quando sofreu o processo de impeachment e renunciou à Presidência, agora Collor assume o papel de juiz e disse hoje que vai combater a “vileza política” e não vai deixar que a CPI seja “um campo fértil de desrespeito aos direitos constitucionais dos homens públicos e de qualquer cidadão brasileiro”.
Ex-presidente deixou cargo em 1992 após denúncias de corrupção em seu governo e Cássio Cunha Lima foi alvo da Lei da Ficha Limpa
iG São Paulo |
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que também faz parte da comissão, teve em 2009 seu mandato de governador cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob a acusação de ter distribuído R$ 3,5 milhões em cheques de um programa social da Paraíba. Chegou a ser barrado no Senado depois de eleito em 2010, mas assumiu o cargo depois que o Supremo Tribunal Federal considerou que a Lei da Ficha Limpa não valeria para o último pleito.
Nesta sexta-feira, o senador Vital do Rêgo (PMDB) afirmou que foi indicado pelo seu partido para presidir a CPI que investigará as ligações entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com servidores públicos e privados. Ele aceitou o convite feito oficialmente na tarde de quinta pelo senador Renan Calheiros.
Com a maior bancada no Senado, cabia ao PMDB a prerrogativa de indicar o presidente da comissão, assim como cabe ao PT a escolha do nome para a relatoria, devido à maioria na Câmara dos Deputados.
As lideranças do Senado confirmam alguns de seus integrantes. Além de Cássio Cunha Lima, o bloco da minoria já apontou os nomes de Alvaro Dias (PSDB-PR), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e Jayme Campos (DEM-MT). Vicentinho Alves (PR-TO) é o outro senador que junto a Collor representará o bloco União e Força.
Também foram indicados Ciro Nogueira (PP-PI), Pedro Taques (PDT-MT), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), sendo que esses três últimos devem entrar como suplentes em vagas cedidas pela minoria. A indefinição maior fica por conta do PT, já que o líder do partido, senador Walter Pinheiro (BA) ainda não apresentou os nomes.
Segundo a presidenta interina do Congresso Nacional, a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), os líderes tem até às 19h30 de terça-feira para definir seus integrantes.
A CPMI do Cachoeira foi criada na manhã de quinta-feira em sessão conjunta do Congresso Nacional. Ela contará com 16 deputados e 16 senadores e será instalada na próxima semana, provavelmente na terça-feira. São 15 membros de partidos maiores e um de legenas menores de cada uma das casas que, pelo tamanho das bancadas, não teriam vaga na comissão.
O foco de investigação da CPI são as relações entre Cachoeira, políticos e empresários. O bicheiro é alvo da Operação Monte Carlo que investiga o jogo ilegal no País e está preso desde fevereiro. Esta semana, ele foi transferido do Presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Com Agência Senado
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2012-04-20/cpi-do-cachoeira-tera-collor-e-fichasuja-entre-integrantes.html
Grampos: Cachoeira cita pagamentos ao governo de GO
Política
Em gravações obtidas pela PF, o contraventor fala em pagamentos a Perillo e integrantes do governo em troca de nomeações e vitórias em licitações
Carlinhos Cachoeira, depõe ao Conselho de ética da Câmara, em Brasília (José Varella/CB/D.A Press)
Novas gravações obtidas pela Polícia Federal durante a Operação Montecarlo flagraram o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e seus aliados falando em pagamentos ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e integrantes do primeiro escalão do governo em troca de vantagens em negócios públicos. As conversas, que citam diretamente o nome do governador, complicam ainda mais a situação do tucano, que deve ser alvo de investigação da CPI instalada no Congresso sobre as ligações do bicheiro com políticos.De acordo com as gravações, obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a organização do contraventor, acusado de chefiar um esquema de jogos ilegais no país, se valia dos repasses para emplacar nomeações, abocanhar obras e vencer licitações tocadas pelo governo estadual em diversas áreas. Os diálogos mostram que Cachoeira "emprestou" 600.000 reais ao presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, um dos principais aliados de Perillo, ex-tesoureiro de sua campanha em 2010. A assessoria do governador não quis comentar o caso.
O pagamento é relatado pelo próprio Cachoeira numa ligação de 1.º de agosto de 2011. Do outro lado da linha, o então diretor da Delta Construções no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, responde que é preciso "tirar proveito da situação", conforme relatos que constam na investigação da PF.
Onze dias depois, Abreu diz a Cachoeira que está em segundo lugar em três licitações e que, se Wladimir Garcez - ex-vereador do PSDB que, segundo a PF, atuava como elo entre a quadrilha e o governo - negociasse com sucesso a saída de concorrentes melhor colocados do páreo, ganharia recompensa. "Quero o lote 18. Se o Wladimir conseguir com o Marconi e com Jayme que o cara arranque a proposta dele e eu entre com a minha proposta, assino o contrato e eu dou 50.000 reais para ele", promete.
Em outra conversa, fica claro que o empréstimo de 600.000 reais a Rincón teria rendido ao grupo de Cachoeira a nomeação de um parente na Agetop.
Em outro telefonema, interceptado pela PF em 27 de abril do ano passado, Cachoeira se mostra irritado com Garcez. Ele reclama do desempenho do secretário de Infraestrutura, Wilder Morais, ao nomear desafetos para cargos no Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO).
"Um b... consegue emplacar um cara que a gente estava boicotando! Vai falar que é competência de quem? Dele, né? Porque não deu um centavo para o Marconi", queixa-se o contraventor ao ex-vereador.
Os grampos mostram o apetite da organização por obras de outras áreas. Em 26 de abril de 2011, Cachoeira ouve de um aliado, identificado como "Júlio", que Perillo construiria escolas. Em seguida, o interlocutor diz que o titular da Secretaria de Educação facilitaria a entrada no negócio: "É o Thiago Peixoto. É nosso, 100% nosso. Precisa ligar para o Marconi, não. Wladimir vai falar com ele". Em nove de julho de 2011, Garcez fala para Cachoeira sobre recapeamento asfáltico: "É aquilo que o Marconi, você lembra que falou lá na casa do Edivaldo (Cardoso ex-chefe do Detran) para nós dois?", questiona.
(Com Agência Estado)
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/em-audio-cachoeira-fala-em-pagamento-a-perillo
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