domingo 12 2014
Veja como escrever um bom e-mail
Por InfoMoney, InfoMoney
Evite longos históricos de
trocas de mensagens sob o mesmo título: quando o assunto mudar, mande um novo
e-mail
(Getty Images)
SÃO PAULO - Embora seja um ato bastante comum em nossas rotinas, escrever e-mails exige certo cuidado, caso contrário pode acontecer de passarmos uma imagem errada a quem os recebe. Você tem certeza de que está fazendo tudo da forma correta? Garanta-se vendo as 5 dicas a seguir:
1 – Novos assuntos, novos e-mails
Evite longos históricos de trocas de mensagens sob o mesmo título:
quando o assunto mudar, mande um novo e-mail. Assim você evitará aquela enorme
quantidade de siglas de resposta e encaminhamento que precedem o título e
tornará o fluxo de informações muito mais claro e organizado.
2 – Nomeie o e-mail corretamente
Escreva no título do e-mail exatamente do que se trata a mensagem. Ao
invés de escrever algo generalista, como por exemplo, “reunião de conteúdo”,
coloque algo como “reunião de conteúdo às 14h”. Dessa forma o receptor saberá
exatamente com que tipo de informação está lidando e qual será a prioridade
dela dentre as outras.
3 – Dê instruções sobre as respostas
Existem e-mails que são meramente informativos e que, portanto, não
precisam ser respondidos. No entanto, algumas pessoas, por educação, sentem-se
na obrigação de respondê-los. Por isso é importante que você coloque no fim da
mensagem algo do tipo “este e-mail não precisa de uma resposta”. Isso diminuirá
o seu trabalho e o da outra pessoa.
4 – Responda em particular
É muito comum empresas e grupos de amigos enviarem convites para eventos
endereçados a várias pessoas de uma vez. Caso você vá responder a alguma dessas
mensagens, responda somente a quem a enviou, e não para todos do grupo,
evitando, assim, incomodá-los e lotar suas caixas de entrada.
5 – A impessoalidade é importante
O e-mail deve ser uma forma prática de responder mensagens, portanto,
utilize-o exatamente dessa forma. Evite descrever opiniões sobre terceiros e
sentimentos, pois eles poderão ser mal-entendidos por quem estiver lendo
(justamente por essa pessoa não poder enxergar sua expressão facial enquanto os
lê). A impessoalidade é essencial para um e-mail efetivamente bom.
As modalidades de fitness que vão fazer sucesso em 2014
Estilo de vida
Lista elaborada por entidade americana destacou o crossfit como a principal atividade do ano
Vivian Carrer Elias
Academia: treino de alta intensidade, musculação e ginástica funcional serão destaques em 2014 (Thinkstock)
Verão após verão, uma multidão de brasileiros corre às academias em busca de quilos a menos e músculos a mais. Para fisgar os alunos estreantes, e reter os antigos, as academias lançam modalidades, que, rodeadas de promessas, conquistam adeptos. Foi assim com o spinning, o pilates e, mais recentemente, a zumba. Quando a moda passa, novas atividades precisam ser alardeadas.
Uma das principais referências das academias para o que vai crescer ou cair em desuso no fitness é uma lista anual elaborada pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva. Desde 2006, o órgão revela quais aulas devem se destacar no ano, além de fazer um balanço sobre o crescimento ou declínio das modalidades.
As tendências de 2014 foram definidas a partir de enquetes com 3 800 profissionais em mais de 35 países, inclusive o Brasil. No topo do ranking está o crossfit, ou treino intervalado de alta intensidade, caracterizado por aulas de curta duração (30 a 60 minutos) com exercícios intensos e pequenos períodos de descanso entre eles.
O crossfit tem conquistado seguidores com a promessa de promover ganho de massa muscular e perda de gordura em pouco tempo. Segundo médicos, a modalidade deve ser praticada por quem já tem bom condicionamento físico, fruto de anos de prática esportiva regular. Para atletas de primeira viagem, o crossfit é um convite a lesões e frustração – desanimados por não acompanhar o pique exigido, muitos alunos podem voltar ao sedentarismo.
"As pessoas precisam entender que devem melhorar o condicionamento físico e cardiorrespiratório antes de experimentar um exercício intenso", diz Turíbio Leite de Barros, fisiologista do esporte da Unifesp e coordenador do Instituto Vitta. Segundo o médico, boas opções para iniciantes são musculação com pouca carga e atividades aeróbicas moderadas, como caminhada e bicicleta.
As tendências de 2014 foram definidas a partir de enquetes com 3 800 profissionais em mais de 35 países, inclusive o Brasil. No topo do ranking está o crossfit, ou treino intervalado de alta intensidade, caracterizado por aulas de curta duração (30 a 60 minutos) com exercícios intensos e pequenos períodos de descanso entre eles.
O crossfit tem conquistado seguidores com a promessa de promover ganho de massa muscular e perda de gordura em pouco tempo. Segundo médicos, a modalidade deve ser praticada por quem já tem bom condicionamento físico, fruto de anos de prática esportiva regular. Para atletas de primeira viagem, o crossfit é um convite a lesões e frustração – desanimados por não acompanhar o pique exigido, muitos alunos podem voltar ao sedentarismo.
"As pessoas precisam entender que devem melhorar o condicionamento físico e cardiorrespiratório antes de experimentar um exercício intenso", diz Turíbio Leite de Barros, fisiologista do esporte da Unifesp e coordenador do Instituto Vitta. Segundo o médico, boas opções para iniciantes são musculação com pouca carga e atividades aeróbicas moderadas, como caminhada e bicicleta.
A moda do crossfit, dizem especialistas, terá vida curta. A tendência é que a modalidade encontre o seu público e estacione no número de adeptos.
Treinamento funcional — Foi esse o destino do treinamento funcional, baseado em exercícios feitos com o peso do próprio corpo e que simulam movimentos realizados no dia-a-dia, como subir uma escada, agachar e deitar. O treinamento funcional explodiu em popularidade em 2007, cativou um público e continua presente na lista das tendências para 2014 do Colégio Americano. Para Almeris Armiliato, educador físico e diretor da consultoria de academias Inner, a sobrevida do treinamento funcional se deve principalmente ao fato de que o público mais fiel dessa modalidade — pessoas com mais de 40 anos — é também um dos que mais cresce nas academias.
Algumas modalidades tendem a desaparecer. Isso costuma acontecer com aulas coletivas que mantêm a intensidade e não forçam o aluno a progredir. Consequentemente, as pessoas se sentem desestimuladas e buscam uma novidade. Um exemplo são as aulas de step: a única mudança é a coreografia – o tamanho do degrau e a velocidade das músicas permanecem inalterados.
Para manter a motivação dos alunos, as academias buscam modalidades diferentes. Um dos principais critérios para a escolha é o custo das aulas. "Existem equipamentos legais, mas caros, no mercado. Os empresários preferem oferecer aulas como a zumba, que não exige aparelhos", diz Armiliato.
O critério científico não costuma ser levado em consideração – ou seja, pouco importa se há estudos que comprovem ou repudiem determinado exercício. "Geralmente as pesquisas surgem depois de a atividade ganhar adeptos", diz Armiliato. "As academias têm pressão de arrecadar, vender, gerar resultados. Qualquer novidade é vendedora."
Treinamento funcional — Foi esse o destino do treinamento funcional, baseado em exercícios feitos com o peso do próprio corpo e que simulam movimentos realizados no dia-a-dia, como subir uma escada, agachar e deitar. O treinamento funcional explodiu em popularidade em 2007, cativou um público e continua presente na lista das tendências para 2014 do Colégio Americano. Para Almeris Armiliato, educador físico e diretor da consultoria de academias Inner, a sobrevida do treinamento funcional se deve principalmente ao fato de que o público mais fiel dessa modalidade — pessoas com mais de 40 anos — é também um dos que mais cresce nas academias.
Algumas modalidades tendem a desaparecer. Isso costuma acontecer com aulas coletivas que mantêm a intensidade e não forçam o aluno a progredir. Consequentemente, as pessoas se sentem desestimuladas e buscam uma novidade. Um exemplo são as aulas de step: a única mudança é a coreografia – o tamanho do degrau e a velocidade das músicas permanecem inalterados.
Para manter a motivação dos alunos, as academias buscam modalidades diferentes. Um dos principais critérios para a escolha é o custo das aulas. "Existem equipamentos legais, mas caros, no mercado. Os empresários preferem oferecer aulas como a zumba, que não exige aparelhos", diz Armiliato.
O critério científico não costuma ser levado em consideração – ou seja, pouco importa se há estudos que comprovem ou repudiem determinado exercício. "Geralmente as pesquisas surgem depois de a atividade ganhar adeptos", diz Armiliato. "As academias têm pressão de arrecadar, vender, gerar resultados. Qualquer novidade é vendedora."
Conheça as atividades físicas que, segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva, estarão em evidência neste ano.
Treino intervalado de alta intensidade
Também conhecida como crossfit, a modalidade ganhou adeptos em 2013 e deve continuar como uma das mais procuradas nas academias neste ano. O treino, que dura de 30 a 60 minutos, consiste em exercícios intensos e rápidos, alternados com pequenos intervalos de descanso. A curta duração do treino e os resultados que aparecem em pouco tempo são os atrativos da modalidade. Mas a alta intensidade dos exercícios oferece um risco de lesão maior do que o de outras atividades, especialmente entre pessoas que não têm bom condicionamento físico. "A tendência é que, com o tempo, o crossfit encontre o seu público e diminua o número de adeptos", diz Almeris Armiliato, diretor da consultoria Inner, que atende 145 academias e empresas.
Treinamento funcional
Essa modalidade enfatiza exercícios feitos com o peso do próprio corpo e simula movimentos semelhantes aos realizados no cotidiano, como subir escada, agachar e deitar. Poucos equipamentos são utilizados – bolas e elásticos estão entre os mais comuns. Os exercícios melhoram o equilíbrio, a coordenação motora, a força e a resistência. Em 2007, o treinamento funcional atingiu seu auge e, a partir de então, o número de adeptos começou a declinar. Mas a atividade não vai sumir das academias – ela encontrou o seu público alvo, formado principalmente por pessoas acima de 40 anos.
Atividades ao ar livre
O Colégio Americano de Medicina Esportiva considera que cada vez mais serão oferecidos aos alunos atividades que podem ser praticadas ao ar livre – uma opção para quem não gosta do ambiente fechado da academia. Diante dessa tendência, muitas academias do Brasil oferecem aulas de corrida ao ar livre. "Exercícios em lugares abertos fazem sucesso entre os alunos", diz Almeris Armiliato, da consultoria Inner.
Ioga
As listas anuais do Colégio Americano de Medicina Esportiva incluem há anos a ioga como uma das práticas de destaque. A modalidade não para de crescer desde 2009 e, em 2014, promete ser uma das que ganhará mais adeptos. As variedades que devem se destacar são a power yoga (que exige mais força muscular do que as outras) e a Bikram Yoga (praticada em ambientes úmidos e aquecidos a 40 graus Celsius). O crescimento da atividade é reflexo do aumento da idade média dos frequentadores das academias. Além disso, pesquisas recentes têm comprovado benefícios da prática e da meditação, que incluem redução do stress, proteção ao coração e alívio de dores.
Esportes tradicionais
Esportes clássicos, que combinam saúde e lazer, são uma das principais apostas para 2014 – embora tenham tido destaque maior nos últimos anos. Aulas de futebol, tênis, lutas ou natação, entre outras, são opções para quem não se identifica com a musculação e busca exercícios mais dinâmicos. Além disso, também podem ajudar a introduzir uma atividade física na rotina das crianças.
Musculação
Embora não seja novidade, a musculação continuará sendo uma das principais modalidades esportivas no próximo ano. Ao contrário do crossfit, que trabalha vários grupos musculares ao mesmo tempo, a musculação utiliza aparelhos para estimulam um grupo de cada vez, aumentando a força, a resistência e a massa muscular. As vantagens em relação a outras modalidades incluem menor risco de lesão e resultados rápidos.
Fontes: Almeris Armiliato, educador físico e diretor da consultoria de academias Inner; Eduardo Neto, diretor técnico da academia Bodytech; Turíbio Leite de Barros, fisiologista do esporte da Unifesp e coordenador do Instituto Vitta; Wesley Olivar, coordenador do setor de crossfit da academia Reebok
Os 10 cursos que mais formam milionários
Por Redação InfoMoney, InfoMoney
Engenharia está no topo da lista realizada pela consultoria WealthInsight
Escolher um curso para trabalhar com o que ama pode levá-lo ao sucesso e bem-estar, mas se seu objetivo é ganhar dinheiro, o caminho é ter um diploma do curso de Engenharia. Isso porque ela é a graduação que mais forma milionários, segundo pesquisa realizada pela consultoria WealthInsight.
O levantamento mostra os dez cursos -- entre graduação e pós-graduação -- que algumas das pessoas mais ricas do mundo fizeram. Vale ressaltar, entretanto, que não necessariamente os profissionais desenvolveram suas carreiras na área de formação: muitos engenheiros, por exemplo, atuam como empresários. Confira a seguir as dez formações mais promissoras (leia a pesquisa completa no site da NewStatesman)
Engenharia
MBA
Economia
Direito
Administração de Empresas
Comércio
Finanças
Ciência da Computação
Contabilidade
Política
O projeto de lei que quer permitir o acesso de adolescentes à universidade antes da conclusão do Ensino Médio
Veja.Com
Eis uma situação longe de ser incomum: bom aluno, o adolescente passa no vestibular antes de terminar o ensino médio e seus pais vão à Justiça para conseguir o direito de ingresso na faculdade.
Um projeto de lei estacionado na Comissão de Educação e Cultura da Câmara acaba com o problema. O texto autoriza alunos aprovados em universidades públicas a se matricularem sem a necessidade de apresentar o certificado de conclusão escolar.
As únicas exigências são: o estudante ter mais de 16 anos e estar aprovado no segundo ano do ensino médio.
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/congresso/o-projeto-de-lei-que-quer-permitir-o-acesso-de-adolescentes-a-universidade-antes-da-conclusao-do-ensino-medio/
Os dez piores presídios do Brasil
Uma CPI instaurada pela Câmara dos Deputados para apurar a situação do sistema prisional brasileiro fez o ranking dos piores presídios do país, em 2008.
Presídio Central de Porto Alegre (RS)
Com capacidade para abrigar 2.000 presos, o Presídio Central de Porto Alegre mantém atualmente 4.500 encarcerados, o que corresponde a mais do dobro da lotação. É a pior penitenciária do Brasil, segundo a CPI. Apelidada de “Masmorra”, a parte superior da prisão abriga cerca de 300 detentos em celas descritas pelos deputados como “buracos de 1 metro por 1,5 metro”. O esgoto escorre entre as frestas das paredes do pátio central e trinta presos chegam a se amontoar em celas onde cabem cinco detentos, segundo o relatório.
Presídio Lemos de Brito (BA)
A penitenciária localizadas em Salvador (BA) lembra o Coliseu Romano. Formado por um prédio circular que envolve um campo de futebol, o presídio abriga 158 pessoas a mais do que a sua capacidade — 1.030. Segundo o relatório da CPI, o local tem um déficit de agentes penitenciários, apenas 74 homens cuidam da segurança, e condições precárias de higiene – há registros de contaminações por HIV e tuberculose. De acordo com a CPI, os presos que “tem mais dinheiro” possuem TVs, geladeiras e fogões nas celas enquanto os “mais pobres” improvisam cortinas para ter privacidade em aposentos lotados. Em 2013, cinco detentos fugiram da prisão.
Presídio Vicente Piragibe (RJ)
Um dos presídios do Complexo do Gericinó, em Bangu (RJ), a unidade construída para 1.400 presos mantém hoje cerca de 2.500 encarcerados. A penitenciária é conhecida por abrigar chefes do tráfico dos morros cariocas e membros do Comando Vermelho. Segundo a CPI, o local é “insalubre e úmido” e parece um labirinto devido à falta de luz nos corredores. Presos portadores do vírus HIV e tuberculose se misturam em celas coletivas e superlotadas. Em 2013, 27 detentos fugiram pela tubulação de esgoto do presídio.
Penitenciária Dr. José Mário Alves da Silva, o 'Urso Branco' (RO)
A situação precária do presídio veio à tona durante rebelião ocorrida em 2002, que terminou com 27 mortos – alguns deles decapitados. Dez anos depois, a penitenciária localizada na cidade de Porto Velho ainda tem problemas de superlotação e casos de tortura. O local tem capacidade para abrigar 420 presos, mas mantém atualmente 700 encarcerados. Segundo a CPI, as celas são abafadas e os detentos são agredidos pelos próprios agentes penitenciários. Em 2013, um funcionário do presídio foi assassinado e oito presos foram transferidos para penitenciárias federais
Centro de Detenção de Pinheiros (SP)
Apelidado de “Novo Carandiru”, o complexo penitenciário mantém aproximadamente três presos por vaga. São 6.000 presos para 2.000 vagas disponíveis. A superlotação lembra os números do Carandiru, que já chegou a ter 8.000 presos para 3.500 vagas. Segundo a CPI, a penitenciária é marcada pela presença do Primeiro Comando da Capital, facção criminosa que atua em 90% dos presídios paulistas.
Instituto Penal Masculino Paulo Sarasate (CE)
O presídio cearense mantém cerca de 482 presos em condições precárias de higiene, alimentação e conservação das instalações. Segundo a CPI, os detentos recebem as refeições em sacos de plásticos e comem com as mãos por falta de talheres. O esgoto flui das celas para o pátio e há sujeira por toda parte. Entre os encarcerados de Sarasate, estão os acusados pelo envolvimento no célebre assalto ao Banco Central de Fortaleza.
Penitenciária Feminina Bom Pastor (PE)
O presídio no Recife (PE) tem capacidade para alojar 140 mulheres, mas mantém 660 presas em espaços com condições mínimas de higiene. Segundo a CPI, presas e filhos recém-nascidos dividem celas “insalubres e superlotadas” – algumas chegam a dormir com a cabeça encostada na privada por falta de espaço. Mulheres portadoras de doenças contagiosas dividem os pavilhões com presas sadias.
Penitenciária Feminina de Florianópolis (SC)
O presídio, construído para 66 mulheres, abriga atualmente 125 encarceradas. A CPI registrou denúncias de tortura e de assédio sexual praticado por agentes penitenciários homens, que são proibidos por lei de trabalhar em instituições penais femininas. Segundo o relatório, a superlotação leva algumas mulheres a dormirem nos corredores e na porta dos banheiros.
Casa de Custódia Masculina (PI)
Na penitenciária piauiense, cerca de 780 detentos se espremem em oitenta celas com capacidade para 336 presos. Segundo a CPI, as instalações são precárias e escuras. Os presos habituados com a falta de iluminação do presídio são chamados de homens-morcegos. Foram registrados casos de tortura praticada por agentes penitenciários.
Casa de Detenção Masculina (MA)
Uma das oito unidades do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, a Casa de Detenção Masculina abriga 275 presos a mais do que a sua capacidade, 402. Desde 2008, o complexo é palco de batalhas entre facções rivais. Só no ano passado, 60 pessoas morreram. O colapso no presídio veio à tona com a divulgação de imagens das execuções nas quais aparecem detentos sendo decapitados e esquartejados. Segundo a CPI, há falta de água e de higiene na penitenciária, e os detentos são alimentados com comida estragada.
Na rica Porto Alegre, o mesmo horror das celas do MA
Segurança
Capital gaúcha abriga o pior presídio do país, com mais do que o dobro de sua capacidade e dominado por chefes do tráfico de drogas no Estado
Mariana Zylberkan
Presídio Central de Porto Alegre (RS) repete horror visto em cadeia no Maranhão (Reprodução)
“O presídio se tornou lugar de disseminação de mão de obra para o crime”, Gilmar Borttoloto, promotor
Os Estados do Maranhão e do Rio Grande do Sul estão distantes na longitude e nos índices de desenvolvimento econômico e social de seus moradores. Porto Alegre está mais de duzentas posições à frente de São Luís no ranking do Índice de Desenvolvimento Econômico (IDH) e, apesar de ser a 28º cidade com os melhores indicadores do país, a capital gaúcha se iguala à 249ª colocada no horror do sistema carcerário. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados apontou o Presídio Central de Porto Alegre como a pior penitenciária do Brasil em 2008. Com 4.500 detentos, o presídio funciona há anos com contingente bem acima de sua capacidade de 2.069 vagas. Em novembro de 2010, atingiu o recorde, com mais de 5.600 detentos. A superlotação, aliada à falta de infraestrutura e ao total descaso do governo Tarso Genro (PT), segue a a mesma receita que provocou o colapso hoje visto no Maranhão.
Assim como no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), o Presídio Central de Porto Alegre é dominado por facções criminosas. São os líderes que determinam quem deve receber atendimento médico, visitas de advogados e também as penas aplicadas ao preso endividado com drogas. Recentemente, por uma dívida de 15 reais de crack, um detento foi "condenado" a ingerir à força um coquetel de drogas com água e crack moído, entre outras substâncias. Ele sobreviveu para contar a história, mas em casos parecidos, o "condenado" morre asfixiado com um saco plástico amarrado à cabeça. São recorrentes os relatos de extorsão de familiares, obrigados a fazer depósitos em contas de laranjas em troca da vida do detento. Junto com as drogas, armas e aparelhos celulares entram e saem com frequência na cadeia gaúcha.
O presídio gaúcho não dispõe de área destinada às visitas. O resultado é que os cerca de 240.000 visitantes que entram no local por ano têm livre acesso às 28 galerias e às celas. Desse total, 20.000 são crianças que acabam expostas a homens armados, consumo de drogas e visitas íntimas.
Construído em 1959 para abrigar 300 presos, o Presídio Central de Porto Alegre teve sua estrutura condenada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS) após uma inspeção, em abril de 2012. Na ocasião, os engenheiros constataram que o esgoto escorre pelo pátio. As denúncias assinadas também pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) foram encaminhadas para a Organização dos Estados Americanos (OEA). A entidade voltou a notificar o governo brasileiro nesta semana para adotar medidas que garantam a integridade dos presos em Porto Alegre.
O governo Tarso Genro atribui a superlotação do presídio ao fechamento de pelo menos oito unidades prisionais na Grande Porto Alegre nos últimos anos. Até o fim de 2014, o superintendente dos Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul, Gelson Treiesleben, afirma que serão criadas 4.700 novas vagas. “Nosso objetivo é esvaziar o Presídio Central de Porto Alegre pois sabemos que vai sucumbir ”, diz.
A Superintendência dos Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul diz que até o fim do ano o Presídio Central abrigará apenas os presos provisórios, que correspondem a mais da metade de sua população carcerária de 4.500 pessoas. Segundo o Tribunal de Justiça gaúcho, 2.746 detentos que estão no local aguardam julgamento. A população carcerária total do Estado hoje é de 29.243 detentos.
O Presídio Central não pode receber presos condenados, mas apenas aqueles que aguardam sentença da Justiça. A proibição é resultado de uma interdição determinada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul em 1995, após uma rebelião que durou vários dias. Um dos presos fugiu e invadiu um hotel no centro de Porto Alegre impondo clima de terror na cidade. Depois desse episódio, o governo gaúcho entregou a administração do presídio à Brigada Militar. Atualmente, 400 policiais militares atuam a segurança da cadeia.
Promessa não cumprida – A desativação do Presídio Central, no entanto, é uma promessa ouvida pelos gaúchos há mais de uma década. Em 2011, diante de novas denúncias, a OAB inspecionou o local e cobrou ações do governo estadual, que na época pediu um prazo de dois anos para criar 3.000 novas vagas – até hoje não as entregou. Encerrado o prazo, em dezembro do ano passado, foi realizada outra visita, que constatou o mesmo cenário caótico. “Nada foi feito”, diz o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coêlho.
A OAB encaminhou uma representação à Organização das Nações Unidas (ONU) denunciando os casos dos presídios do Rio Grande do Sul e do Maranhão. “A pressão dos organismos internacionais tem se mostrado uma forma mais eficiente para o governo brasileiro vencer a inércia diante da calamidade do sistema prisional”, diz Coêlho.
Até hoje há condenados entre os 700 presos – em tese, provisórios – que chegam ao Presídio Central todos os meses. “O presídio se tornou lugar de disseminação de mão de obra para o crime”, diz o promotor Gilmar Borttoloto, que fiscaliza as cadeias da região metropolitana de Porto Alegre há 16 anos. Para ele, a situação precária do sistema carcerário brasileiro é explicada pela dificuldade dos governantes em tratar o tema. “Existe uma cultura de que bandido tem que morrer. Essa é a logica do cidadão que é agredido pela violência na rua. Por isso, ao longo do tempo, a deterioração do sistema carcerário foi sendo tolerada pelo poder público, e as facções criminosas passaram a ocupar esse espaço vazio e dominar as cadeias.”
É íntima a relação entre a falta de controle nos presídios do país e a disseminação do crime organizado. “O sistema prisional tem que ser a favor da sociedade para combater a criminalidade. Nesse sentido, hoje temos um governo que banca um esquema que agrava a criminalidade e é contra a segurança pública”, afirma Marcus Coêlho, da OAB.
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O trabalho ininterrupto gera diversas consequências físicas e psicológicas ao empregado. A exigência constante por produtividade faz com ...