quinta-feira 01 2014

Oito sintomas causados pela depressão

Alteração do humor


O principal sintoma da depressão é o humor deprimido, que pode envolver sentimentos como tristeza, indiferença e desânimo. Todos esses sentimentos são naturais do ser humano e nem sempre são sinônimo de depressão, mas, se somados a outros sintomas da doença e persistirem na maior parte do dia por ao menos duas semanas, podem configurar um quadro de depressão clínica. “O humor deprimido faz com que a pessoa passe a enxergar o mundo e a si mesma de forma negativa e infeliz. Mesmo se acontece algo de bom em sua vida, ela vai dar mais atenção ao aspecto ruim do evento. Com isso, o paciente tende a se sentir incapaz e sua autoestima diminui”, diz o psiquiatra Rodrigo Leite, do Instituto de Psiquiatria da USP.

Desinteresse por coisas prazerosas

Perder o interesse por atividades que antes eram prazerosas é outro sintoma importante da depressão. O desinteresse pode acontecer em diferentes aspectos da vida do indivíduo, como no âmbito familiar, profissional e sexual, além de atividades de lazer, por exemplo. “O paciente também pode abrir mão de projetos por achar que eles já não valem mais o esforço, deixar de conquistar novos objetivos ou de aproveitar oportunidades que podem surgir em sua vida”, diz o psiquiatra Rodrigo Leite.

Problemas relacionados ao sono

Pessoas com depressão podem passar a dormir durante mais ou menos tempo do que o de costume. É comum que apresentem problemas como acordar no meio da noite e ter dificuldade para voltar a dormir ou sonolência excessiva durante a noite ou o dia. 

Mudanças no apetite

Pessoas com depressão podem apresentar uma perda ou aumento do apetite — passando a consumir muito açúcar ou carboidrato, por exemplo. Segundo o psiquiatra Rodrigo Leite, não está claro o motivo pelo qual isso acontece, mas sabe-se que, somado a outros sintomas da doença, a alteração do apetite que persiste por no mínimo duas semanas aumenta as chances de um paciente ser diagnosticado com depressão.

Perda ou ganho de peso

Mudanças significativas de peso podem ser uma consequência da alteração do apetite provocada pela depressão — por isso, são consideradas como um dos sintomas da doença. 

Falta de concentração

Em muitos casos, a depressão também pode prejudicar a capacidade de concentração, raciocínio e tomada de decisões. Com isso, o indivíduo perde o rendimento no trabalho ou nos estudos. Segundo a psiquiatra Mara Maranhão, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a depressão pode impedir que o paciente trabalhe ou estude, ou então faz com que ele precise se esforçar muito para conseguir concluir determinada atividade.

Cansaço

Diminuição de energia, cansaço frequente e fadiga são comuns em pessoas com depressão, mesmo quando elas não realizaram esforço físico. "O indivíduo pode queixar-se, por exemplo, de que se lavar e se vestir pela manhã é algo exaustivo e pode levar o dobro do tempo habitual", segundo o capítulo sobre depressão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), feito pela Associação Americana de Psiquiatria.

Pensamentos recorrentes sobre morte

Em casos mais graves, pessoas com depressão podem apresentar pensamentos recorrentes sobre morte, ideação suicida ou até tentativas de suicídio. A frequência e intensidade dessas ideias podem mudar de acordo com cada paciente. "As motivações para o suicídio podem incluir desejo de desistir diante de um obstáculo tido como insuperável ou intenso desejo de acabar com um estado emocional muito doloroso", de acordo com o DSM-5.

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Adolescentes altruístas têm menos chances de sofrer depressão, diz estudo

Comportamento

Engajar-se em atividades sociais em vez de autocentradas pode contribuir com o bem-estar

Para pesquisadores, prazer relacionado a recompensa é mais intenso na adolescência
Para pesquisadores, prazer relacionado a recompensa é mais intenso na adolescência (Thinkstock)
Uma pesquisa americana mostrou que adolescentes de 15 e 16 anos que consideram prazeroso engajar-se em atividades sociais têm menos chances de desenvolver depressão. O artigo foi publicado na última semana, no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences(Pnas).
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Neural sensitivity to eudaimonic and hedonic rewards differentially predict adolescent depressive symptoms over time

Onde foi divulgada: periódico Pnas

Quem fez: Eva H. Telzer, Andrew J. Fuligni, Matthew D. Lieberman e Adriana Galván

Instituição: Universidade da Califórnia e Universidade de Illinois, EUA

Resultado: Os pesquisadores mostraram que adolescentes que consideram prazeroso se engajar em atividades sociais têm menos chances de desenvolver depressão.
O estudo analisou a atividade de uma região cerebral chamada estriado ventral, que regula a sensação de prazer relacionada à recompensa. Pesquisas anteriores mostraram que a atividade dessa área tende a ser mais intensa em adolescentes, indicando que nessa idade a experiência de prazer e recompensa é mais acentuada do que em adultos ou crianças.
Uma das explicações para essa diferença pode ser o fato de que a adolescência é também uma fase de maior busca por riscos, o que pode estar relacionado à sensibilidade a recompensas. "Da infância para a adolescência, as taxas de mortalidade e morbidade aumentam de 200 a 300%, quase completamente devido a esse comportamento de risco", afirma Eva Telzer, professora da psicologia da Universidade de Illinois e principal autora do estudo.
Procedimentos — Os pesquisadores mediram a atividade no estriado ventral de adolescentes enquanto eles realizavam uma tarefa em que podiam doar dinheiro a outras pessoas, ficar com ele ou tomar uma decisão financeira mais arriscada, na esperança de conseguir uma quantidade maior.

A equipe estudou sintomas de depressão nos participantes no início do programa e depois de um ano, e concluiu que a atividade do ventral estriado poderia indicar se os sintomas depressivos dos participantes se tornariam mais leves ou mais intensos ao longo do tempo.
Os adolescentes que mostraram maior atividade na área de recompensa ao tomar uma decisão financeira arriscada tinham mais chances de desenvolver sintomas depressivos acentuados com o tempo. Já naqueles que mostravam atividade maior na tarefa social (doar o dinheiro), a depressão diminuiu. "O estudo sugere que se nós pudermos redirecionar os adolescentes de recompensas que envolvam correr riscos ou estejam muito centradas neles mesmos para atividades mais sociais, podemos causar um impacto positivo em seu bem-estar", afirma a pesquisadora. "É interessante que a mesma área do cérebro pode prever prejuízos ou incentivos ao bem-estar, dependendo do contexto."

Maria Rita - Águas De Março





Vaia aos amigos de Genoino

Veja.Com

Genoino: fim de semana na cadeia
De vota à cadeia
José Genoino acabou de se apresentar à Papuda. A militância preferiu curtir o feriado à dar uma força. Na porta da penitenciária, apenas meia-dúzia de gatos-pingados, carregando bandeirolas do PT e do MST, aguardavam a chegada de Genoino. Não foram perdoados.
Pelo menos dois grandes grupos de parentes que foram visitar outros presos, ao verem o pequeno circo, vaiaram os petistas postados para saudar Genoino.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/vaia-aos-amigos-de-genoino/

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Acuada, candidata Dilma parte para o ataque

Eleições 2014

Com retórica de palanque, Dilma usou espaço institucional no rádio e na TV para acusar adversários de tentar destruir a imagem da Petrobras

Laryssa Borges, de Brasília
Pronunciamento da presidente Dilma pelo Dia do Trabalhador
PALANQUE - A presidente Dilma Rousseff usa a cadeia de rádio e televisão para fazer discurso eleitoral (Reprodução Blog do Planalto)
(Atualizado às 23h10)
Esta foi a quarta-feira em que a candidata Dilma Rousseff partiu para o ataque. Depois de começar o dia afirmando que "tocará em frente" sua campanha à reeleição mesmo se aliados desistirem de apoiá-la, Dilma usou a cadeia nacional de rádio e televisão para fazer um discurso em tom eleitoral, abordando pelo menos doze temas, numa mistura de anúncio de medidas, prestação de contas e ataque "àqueles que defendem o quanto pior, melhor" (uma retomada da retórica palanqueira ensaiada em discursos anteriores).
O pronunciamento, cujo pretexto era o Dia do Trabalho, foi feito num momento em que Dilma enfrenta a pior crise do seu governo, às voltas com a abertura de uma CPI no Congresso Nacional para investigar a Petrobras. Confundindo críticas à administração petista da estatal com ataques à própria Petrobras, ela acusou adversários não nomeados de "utilizar problemas, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem" da petroleira. 
"Não transigirei, de nenhuma maneira, em combater qualquer tipo de malfeito ou atos de corrupção, sejam eles cometidos por quem quer que seja. Mas igualmente não vou ouvir calada a campanha negativa dos que, para tirar proveito político, não hesitam em ferir a imagem dessa empresa que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas", disse, exortando o trabalho de órgãos de fiscalização do governo e da Polícia Federal. "O que envergonha um país não é apurar, investigar e mostrar. O que pode envergonhar um país é não combater a corrupção, é varrer tudo para baixo do tapete. O Brasil já passou por isso no passado e os brasileiros não aceitam mais a hipocrisia, a covardia ou a conivência."
O discurso no rádio e na TV também foi redigido para tentar responder às três últimas pesquisas de intenção de voto e avaliação do seu governo, que mostraram, todas elas, queda no seu índice de aprovação. Uma das constatações das sondagens dos institutos de pesquisas é que o brasileiro buscará mudança nas urnas neste ano. A primeira parte do discurso de Dilma foi inteiramente dedicada a esse tema. "Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros", disse. "Continuar com as mudanças significa também continuar lutando contra todo tipo de dificuldades e incompreensões, porque mudar não é fácil, e um governo de mudança encontra todo tipo de adversários, que querem manter seus privilégios e as injustiças do passado, mas nós não nos intimidamos."

Dilma também fez ainda dois anúncios: disse que assinou uma Medida Provisória corrigindo a tabela do Imposto de Renda em 4,5% (menor que a inflação do ano passado de 5,91%) – coincidentemente, hoje é o último dia para o contribuinte entregar sua declaração à Receita Federal – e que reajustará em 10% o valor do Bolsa Família. 
Veja abaixo uma análise dos principais trechos do pronunciamento da presidente.
Inflação
Discurso – "Em alguns períodos do ano, sei que têm ocorrido aumentos localizados de preço, em especial dos alimentos. E esses aumentos causam incômodo às famílias, mas são temporários e, na maioria das vezes, motivados por fatores climáticos. Posso garantir a vocês que a inflação continuará rigorosamente sob controle, mas não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que defendem 'o quanto pior, melhor'. Temos credibilidade política para dizer isso. Nos últimos 11 anos, tivemos o mais longo período de inflação baixa da história brasileira."
Não é bem assim – De fato, entre 2003 e 2014, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está, em média, abaixo do que foi apurado nos onze anos imediatamente anteriores — afinal, o Plano Real e seus pilares foram implementados a partir de 1994, período em que a inflação ultrapassava 1.000% ao ano. Eliminar uma doença econômica que afligiu o país durante décadas consumiu anos da administração de Fernando Henrique Cardoso. Com a chegada do governo Lula e a manutenção da política fiscal desenhada pelo time de FHC, o IPCA conseguiu ficar, durante três anos, abaixo do centro da meta de 4,5% ao ano. Contudo, desde a chegada de Dilma ao Planalto, o índice se manteve mais próximo do teto da meta, de 6,5%, passando a mensagem ao mercado de que os 4,5% deixaram de ser o porcentual perseguido pela equipe econômica. Em 2014, economistas consultados pelo Banco Central já preveem que o IPCA terminará acima da meta. Para tentar frear a disparada dos preços, o governo Dilma lançou mão de expedientes nada ortodoxos, proibindo o aumento do preço da gasolina e forçando a redução do preço da energia. O preço pago pelo país é caro e a Petrobras é o maior exemplo disso: a estatal passa por situação financeira delicada, com endividamento acima de 200 milhões de reais.

Contas públicas
Discurso – 
"Meu governo também será sempre o governo do crescimento com estabilidade, do controle rigoroso da inflação e da administração correta das contas públicas."
Não é bem assim – A presidente não só fez uma afirmação incorreta, como também ignorou todas as consequências decorrentes justamente do aumento da gastança pública. Exemplo disso é o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s. A agência relatou a deterioração fiscal como fator preponderante para o rebaixamento. O resultado primário divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira resume bem a situação: a economia do governo para pagar os juros da dívida em março deste ano é a mais baixa desde junho de 2009 — período em que o mundo assimilava o impacto de uma crise financeira sem precedentes. Hoje, não há a desculpa da crise. Mas os indicadores estão convergindo cada vez mais para os parâmetros daquele ano, quando a economia brasileira teve contração de 0,6%. No acumulado de 2013, o Brasil teve o pior superávit primário dos últimos 12 anos.
Conta de luz
Discurso —
 A tarifa de luz, por exemplo, teve a maior redução da história. A seca baixou o nível dos reservatórios e tivemos de acionar as termoelétricas, o que aumentou muito as despesas. Imaginem se nós não tivéssemos baixado as tarifas de energia em 2013. Os investimentos que fizemos em geração e transmissão de energia permitem hoje ao Brasil superar as dificuldades momentâneas, mantendo a política de tarifas baixas.
Não é bem assim — A redução de cerca de 20% na conta de luz anunciada no final de 2012 já começa a ser revertida por meio dos reajustes tarifários autorizados pelo governo às distribuidoras. Desde o início de abril, reajustes de mais de 15% foram anunciados para os consumidores das elétricas Celpe, Cemig, Coelce, AES Sul,  Coelba, Cemat e CPFL Paulista. A presidente reclamou dos gastos com as termelétricas e disse que o custo seria maior para a população se ela não interferisse no setor para reduzir as tarifas. Neste caso, os fatos foram ligeiramente distorcidos. Afinal, parte da necessidade de uso das térmicas se deve ao fato de o governo ter antecipado o fim dos contratos com as empresas do setor como forma de permitir o corte na conta de luz. A antecipação forçada não contou com a adesão de todas as empresas. As que não ‘fecharam’ com o governo, deixaram de fornecer ao sistema — o que aumentou a necessidade de uso das térmicas. E quem paga essa conta é o consumidor, por meio de reajustes anuais, e o contribuinte — afinal, parte da conta das termelétricas é bancada pelo Tesouro.
Mobilidade urbana
Discurso – "O pacto pela mobilidade urbana está investindo 143 bilhões de reais, o que permite a implantação de metrôs, veículos leves sobre trilhos, monotrilhos, BRTs, corredores de ônibus e trens urbanos. Com isso, estamos melhorando o sistema viário e o transporte coletivo público nas cidades brasileiras."
Não é bem assim – A presidente exaltou o total de investimento do seu governo, porém, a rubrica específica de mobilidade urbana do PAC 2 aponta que somente 2% das 253 obras previstas saíram do papel. 
Reforma política
Discurso – "Além de acelerar as ações desses pactos é preciso agora, sobretudo, tornar realidade o pacto da reforma política. Sem uma reforma política profunda, que modifique as práticas políticas no nosso país, não teremos condições de construir a sociedade do futuro que todos almejamos."
Não é bem assim – Dilma foi assertiva nesta quarta-feira: "Vocês lembram dos pactos que nós firmamos, após as manifestações de junho". Ela lembra? Fragilizada pelos protestos de 2013, o que Dilma primeiro prometeu foi um "grande pacto" pela "melhoria dos serviços públicos", que procuraria firmar, não com os "trabalhadores e trabalhadoras" a quem se dirigia, mas com quem de fato pode fazer alguma coisa pelos serviços públicos, em particular "governadores e prefeitos das grandes cidades". Quanto a "oxigenar o nosso velho sistema político", Dilma disse que iria "contribuir para a construção de uma ampla e profunda reforma política". Dias depois, fez o contrário: em novo pronunciamento, anunciou seu "pacto da reforma política", defendendo uma Constituinte oportunista, e acabou jogando a crise no colo do Congresso, onde a proposta foi barrada. A verdade é que nunca existiu tal pacto. E por uma razão bastante simples: até partidos da base aliada resistem a um acordo que, a pretexto de "construir a sociedade do futuro", abre caminho para a aprovação de medidas que apenas reforçam o cacife eleitoral dos governantes de turno. "Pacto da reforma política" é a senha para as investidas do PT.


Leia a íntegra do pronunciamento:

"Trabalhadores e trabalhadoras,
Neste 1º de Maio, quero reafirmar, antes de tudo, que é com vocês e para vocês que estamos mudando o Brasil. Vocês que estão nas fábricas, nos campos, nas lojas e nos escritórios sabem bem que estamos vencendo a luta mais difícil e mais importante: a luta do emprego e do salário. Não tenho dúvida, um país que consegue vencer a luta do emprego e do salário nos dias difíceis que a economia internacional atravessa, esse país é capaz de vencer muitos outros desafios.
É com esse sentimento que garanto a vocês que temos força para continuar na luta pelas reformas mais profundas que a sociedade brasileira tanto precisa e tanto reclama: nas reformas para aperfeiçoar a política, para combater a corrupção, para aumentar a transparência, para fortalecer a economia e para melhorar a qualidade dos serviços públicos.
Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros, especialmente dos mais pobres e da classe média.
Continuar com as mudanças significa também continuar lutando contra todo tipo de dificuldades e incompreensões, porque mudar não é fácil, e um governo de mudança encontra todo tipo de adversários, que querem manter seus privilégios e as injustiças do passado, mas nós não nos intimidamos.
Se hoje encontramos um obstáculo, recomeçamos mais fortes amanhã, porque para mim as dificuldades são fonte de energia e não de desânimo. Se nem tudo ocorre no tempo previsto e desejado, isso é motivo para acumular mais forças, para seguir adiante e, em seguida, mudar mais rápido. É assim que se vence as dificuldades, é assim que se vai em frente.
Minhas amigas e meus amigos,
Acabo de assinar uma medida provisória corrigindo a tabela do Imposto de Renda, como estamos fazendo nos últimos anos, para favorecer aqueles que vivem da renda do seu trabalho. Isso vai significar um importante ganho salarial indireto e mais dinheiro no bolso do trabalhador.
Assinei também um decreto que atualiza em 10% os valores do Bolsa Família recebidos por 36 milhões de brasileiros beneficiários do programa Brasil sem Miséria, assegurando que todos continuem acima da linha da extrema pobreza definida pela ONU.
Anuncio ainda que assumo o compromisso de continuar a política de valorização do salário-mínimo, que tantos benefícios vem trazendo para milhões de trabalhadores e trabalhadoras. A valorização do salário-mínimo tem sido um instrumento efetivo para a diminuição da desigualdade e para o resgate da grande dívida social que ainda temos com os nossos trabalhadores mais pobres.
Algumas pessoas reclamam que o nosso salário-mínimo tem crescido mais do que devia. Para eles, um salário-mínimo melhor não significa mais bem-estar para o trabalhador e sua família, dizem que a valorização do salário-mínimo é um erro do governo e, por isso, defendem a adoção de medidas duras, sempre contra os trabalhadores.
Nosso governo nunca será o governo do arrocho salarial, nem o governo da mão dura contra o trabalhador. Nosso governo será sempre o governo da defesa dos direitos e das conquistas trabalhistas, um governo que dialoga com os sindicatos e com os movimentos sociais e encontra caminhos para melhorar a vida dos que vivem do suor do seu trabalho.
Trabalhadoras e trabalhadores,
Meu governo também será sempre o governo do crescimento com estabilidade, do controle rigoroso da inflação e da administração correta das contas públicas. Nos últimos anos, o Brasil provou que é possível e necessário manter a estabilidade e, ao mesmo tempo, garantir o salário e o emprego.
Em alguns períodos do ano, sei que tem ocorrido aumentos localizados de preço, em especial dos alimentos. E esses aumentos causam incômodo às famílias, mas são temporários e, na maioria das vezes, motivados por fatores climáticos. Posso garantir a vocês que a inflação continuará rigorosamente sob controle, mas não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que defendem "o quanto pior, melhor".
Temos credibilidade política para dizer isso. Nos últimos 11 anos, tivemos o mais longo período de inflação baixa da história brasileira. Também o período histórico em que mais cresceu o emprego e em que o salário mais se valorizou. Nesse período, o salário do trabalhador cresceu 70% acima da inflação, geramos mais de 20 milhões de novos empregos com carteira assinada, sendo que 4,8 milhões no atual governo. Nesse mesmo período também conseguimos a maior distribuição de renda da história do Brasil.
Trabalhadoras e trabalhadores,
É com seriedade e firmeza que quero voltar a falar das reformas que iniciamos e vamos continuar lutando para ampliá-las em favor do Brasil.
Quero garantir a você, trabalhadora, e a você, trabalhador, que nossa luta pelas mudanças continua, nada vai nos imobilizar. A tarifa de luz, por exemplo, teve a maior redução da história. A seca baixou o nível dos reservatórios e tivemos de acionar as termoelétricas, o que aumentou muito as despesas. Imaginem se nós não tivéssemos baixado as tarifas de energia em 2013. Os investimentos que fizemos em geração e transmissão de energia permitem hoje ao Brasil superar as dificuldades momentâneas, mantendo a política de tarifas baixas.
Neste 1º de Maio, Dia do Trabalhador, dia de quem vive honestamente do suor do seu trabalho, quero reafirmar o compromisso do meu governo no combate incessante e implacável à corrupção. Novos casos têm sido revelados por meio do trabalho da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, órgãos do governo federal.
Sei que a exposição desses fatos causa indignação e revolta a todos, seja a sociedade, seja o governo, mas isso não vai nos inibir de apurar mais, denunciar mais e mostrar tudo à sociedade, e lutar para que todos os culpados sejam punidos com rigor. O que envergonha um país não é apurar, investigar e mostrar. O que pode envergonhar um país é não combater a corrupção, é varrer tudo para baixo do tapete. O Brasil já passou por isso no passado e os brasileiros não aceitam mais a hipocrisia, a covardia ou a conivência.
É com essa franqueza que quero falar da Petrobras. A Petrobras é a maior e mais bem-sucedida empresa brasileira. É um símbolo de luta e afirmação do nosso país. É um dos mais importantes patrimônios do nosso povo. Por isso a Petrobras jamais vai se confundir com atos de corrupção ou ação indevida de qualquer pessoa. O que tiver de ser apurado deve e vai ser apurado com o máximo rigor, mas não podemos permitir, como brasileiros que amam e defendem seu país, que se utilize de problemas, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem da nossa maior
empresa. Repito aqui o que disse há poucos dias em Pernambuco: não transigirei, de nenhuma maneira, em combater qualquer tipo de malfeito ou atos de corrupção, sejam eles cometidos por quem quer que seja. Mas igualmente não vou ouvir calada a campanha negativa dos que, para tirar proveito político, não hesitam em ferir a imagem dessa empresa que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas.
Trabalhadores e trabalhadoras,
Vocês lembram dos pactos que nós firmamos, após as manifestações de junho. Eles já produziram muitos resultados. Precisamos ampliá-los muito mais. O pacto pela educação, por exemplo, gerou a lei que permitirá que a maior parte dos royalties e dos recursos do pré-sal seja aplicada na educação. Isso vai melhorar o salário dos professores e revolucionar a qualidade do nosso ensino.
O pacto pela saúde viabilizou o Mais Médicos, e em apenas seis meses já colocamos mais de 14 mil médicos em 3.866 municípios. E o que é mais importante: esses números significam a cobertura de atenção médica para 49 milhões de brasileiros.
O pacto pela mobilidade urbana está investindo R$ 143 bilhões, o que permite a implantação de metrôs, veículos leves sobre trilhos, monotrilhos, BRTs, corredores de ônibus e trens urbanos. Com isso, estamos melhorando o sistema viário e o transporte coletivo público nas cidades brasileiras.
Além de acelerar as ações desses pactos é preciso agora, sobretudo, tornar realidade o pacto da reforma política. Sem uma reforma política profunda, que modifique as práticas políticas no nosso país, não teremos condições de construir a sociedade do futuro que todos almejamos. Estou fazendo e farei tudo que estiver ao meu alcance para tornar isso uma realidade.
Foi assim que encaminhei ao Congresso Nacional uma proposta de consulta popular para que o povo brasileiro possa debater e participar ativamente da reforma política. Sempre estive convencida que sem a participação popular não teremos a reforma política que o Brasil exige. Por isso, além da ajuda do Congresso e do Judiciário, preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e trabalhadora. Temos o principal: coragem e vontade política. E temos um lado: o lado do povo. E quem está ao lado do povo pode até perder algumas batalhas, mas sabe que no final colherá a
vitória.
Viva o 1º de Maio! Viva a trabalhadora e o trabalhador brasileiros! Viva o Brasil!"