domingo 12 2014

Delator do petrolão foi encarregado de arrecadar dinheiro para campanha do petista Lindbergh Farias, diz jornal

Lava Jato


Candidato derrotado ao governo do Rio nega acusação

CPI mista da Petrobras recebe ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, no Congresso Nacional, em Brasília (DF) - 17/09/2014
CPI mista da Petrobras recebe ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, no Congresso Nacional, em Brasília (DF) - 17/09/2014 (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reportagem publicada na edição deste sábado no jornal Folha de S. Paulo afirma que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foi encarregado de pedir a empreiteiras doações para a candidatura derrotada do senador Lindbergh Farias (PT) ao governo do Rio. No depoimento que Costa deu à Justiça federal no Paraná, liberado na quinta-feira, o delator do petrolão apontou empresas, partidos e operadores do esquema de desvio de recursos na Petrobras. Ele disse também que havia sido incumbido de levantar recursos para a campanha de um candidato do Rio, mas não revelou qual.
A assessoria de Lindbergh confirmou que Costa participou de três reuniões da campanha do candidato ao governo do Rio. O objetivo seria tratar da elaboração do programa de governo na área de óleo e gás. À Folha, a assessoria negou que Costa tenha se envolvido na campanha. "Não se pode confundir isso com as atividades ilícitas do ex-diretor posteriormente reveladas pela chamada Operação Lava Jato."
Durante depoimento à Justiça, Costa deu explicações sobre uma planilha apreendida pela Polícia Federal em que aparecia uma lista de empreiteiras que, por meio dele, ajudariam nas eleições. O ex-diretor diz que a planilha se referia, especificamente, a empresas que poderiam fazer doações para a campanha de um candidato ao governo do Rio de Janeiro nas eleições deste ano.
“Teve um candidato ao governo do Rio de Janeiro que me procurou, eu já tinha saído da Petrobras. Foi no início de 2014 e o objetivo era que eu preparasse pra ele um programa de governo na área de energia e infraestrutura de um modo geral. Participei de umas três reuniões com esse candidato e foi listada uma série de empresas que poderiam contribuir com a campanha que ele estava concorrendo. Ele me contratou para fazer o programa de energia e infraestrutura de modo geral. Listou uma série de empresas. Algumas que eu tinha contato e outras, não. Hope RH não conheço. Mendes Júnior conheço, UTC conheço, Constran nunca tive contato, Engevix conheço, IESA conheço e Toyo Setal conheço. Foi solicitado que houvesse a possibilidade de essas empresas participarem da campanha (...) Era uma candidatura para o Rio de Janeiro.”
O esquema bilionário de desvio de recursos na Petrobras foi revelado pela operação Lava Jato, da Polícia Federal, deflagrada em março. A investigação mostra que o esquema que envolve empreiteiras e políticos pode ter movimentado cerca de 10 bilhões de reais. Costa e o doleiro Alberto Youssef fizeram acordos de delação premiada pelo qual terão suas penas reduzidas, em caso de condenação, em troca de informações que levem ao esclarecimento dos crimes. Entre os acusados de participação no esquema está o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto: ele teria intermediado recursos desviados da Petrobras para o partido.

LEIAM A ÍNTEGRA DO DISCURSO EM QUE MARINA DECLARA APOIO A AÉCIO NEVES


Marina Silva, a líder da rede, declarou voto no tucano Aécio Neves. Leiam a íntegra dessa declaração. Prestem especial atenção aos trechos grifados. Comento no próximo post.
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Ontem, em Recife, o candidato Aécio Neves apresentou o documento “Juntos pela Democracia, pela Inclusão Social e pelo Desenvolvimento Sustentável“.
Quero, de início, deixar claro que entendo esse documento como uma carta compromisso com os brasileiros, com a nação. Rejeito qualquer interpretação de que seja dirigida a mim, em busca de apoio.
Seria um amesquinhamento dos propósitos manifestados por Aécio imaginar que eles se dirigem a uma pessoa e não aos cidadãos e cidadãs brasileiros.
E seria um equívoco absoluto e uma ofensa imaginar que me tomo por detentora de poderes que são do povo ou que poderia vir a ser individualmente destinatária de promessas ou compromissos.
Os compromissos explicitados e assinados por Aécio têm como única destinatária a nação e a ela deve ser dada satisfação sobre seu cumprimento.
E é apenas nessa condição que os avaliei para orientar minha posição neste segundo turno das eleições presidenciais.
Estamos vivendo nestas eleições uma experiência intensa dos desafios da política. Para mim, eles começaram há um ano, quando fiz com Eduardo Campos a aliança que nos trouxe até aqui.
Pela primeira vez, a coligação de partidos se dava exclusivamente por meio de um programa, colocando as soluções para o país acima dos interesses específicos de cada um.
Em curto espaço de tempo, e sofrendo os ataques destrutivos de uma política patrimonialista, atrasada e movida por projetos de poder pelo poder, mantivemos nosso rumo, amadurecemos, fizemos a nova política na prática.
Os partidos de nossa aliança tomaram suas decisões e as anunciaram. Hoje estou diante de minha decisão como cidadã e como parte do debate que está estabelecido na sociedade brasileira. Me posicionarei.
Prefiro ser criticada lutando por aquilo que acredito ser o melhor para o Brasil, do que (sic) me tornar prisioneira do labirinto da defesa do meu interesse próprio, onde todos os caminhos e portas que percorresse e passasse, só me levariam ao abismo de meus interesses pessoais.
A política para mim não pode ser apenas, como diz Bauman, a arte de prometer as mesmas coisas. Parodiando-o, eu digo que não pode ser a arte de fazer as mesmas coisas.
Ou seja, as velhas alianças pragmáticas, desqualificadas, sem o suporte de um programa a partir do qual dialogar com a nação.
Vejo no documento assinado por Aécio mais um elo no encadeamento de momentos históricos que fizeram bem ao Brasil e construíram a plataforma sobre a qual nos erguemos nas últimas décadas.
Ao final da presidência de Fernando Henrique Cardoso, a sociedade brasileira demonstrou que queria a alternância de poder, mas não a perda da estabilidade econômica.
E isso foi inequivocamente acatado pelo então candidato da oposição, Lula, num reconhecimento do mérito de seu antecessor e de que precisaria dessas conquistas para levar adiante o seu projeto de governo.
Agora, novamente, temos um momento em que a alternância de poder fará bem ao Brasil, e o que precisa ser reafirmado é o caminho dos avanços sociais, mas com gestão competente do Estado e com estabilidade econômica, agora abalada com a volta da inflação e a insegurança trazida pelo desmantelamento de importantes instituições públicas.
Aécio retoma o fio da meada virtuoso e corretamente manifesta-se na forma de um compromisso forte, a exemplo de Lula em 2002, que assumiu compromissos com a manutenção do Plano Real, abrindo diálogo com os setores produtivos.
Doze anos depois, temos um passo adiante, uma segunda carta aos brasileiros, intitulada: “Juntos pela democracia, a inclusão social e o desenvolvimento sustentável”.
Destaco os compromissos que me parecem cruciais na carta de Aécio:
O respeito aos valores democráticos, a ampliação dos espaços de exercício da democracia e o resgate das instituições de Estado.
A valorização da diversidade sociocultural brasileira e o combate a toda forma de discriminação.
A reforma política, a começar pelo fim da reeleição para cargos executivos, que tem sido fonte de corrupção e mau uso das instituições de Estado.
Sermos capazes de entender que, no mundo atual, a ampliação da participação popular no processo deliberativo, através da utilização das redes sociais, de conselhos e das audiências públicas sobre temas importantes, não se choca com os princípios da democracia representativa, que têm que ser preservados.
Compromissos sociais avançados com a Educação, a Saúde, a Reforma Agrária.
Prevenção frente a vulnerabilidade da juventude, rejeitando a prevalência da ótica da punição.
Lei para o Bolsa Família, transformando-o em programa de Estado.
Compromissos socioambientais de desmatamento zero, políticas corretas de Unidades de Conservação, trato adequado da questão energética, com diversificação de fontes e geração distribuída.
Inédita determinação de preparar o país para enfrentar as mudanças climáticas e fazer a transição para uma economia de baixo carbono, assumindo protagonismo global nessa área.
Manutenção das conquistas e compromisso de assegurar os direitos indígenas, de comunidades quilombolas e outras populações tradicionais. Manutenção da prerrogativa do Poder Executivo na demarcação de Terras indígenas
Compromissos com as bases constitucionais da federação, fortalecendo estados e municípios e colocando o desenvolvimento regional como eixo central da discussão do Pacto Federativo.
Finalmente, destaco e apoio o apelo à união do Brasil e à busca de consenso para construir uma sociedade mais justa, democrática, decente e sustentável.
Entendo que os compromissos assumidos por Aécio são a base sobre a qual o pais pode dialogar de maneira saudável sobre seu presente e seu futuro.
É preciso, e faço um apelo enfático nesse sentido, que saiamos do território da política destrutiva para conseguir ver com clareza os temas estratégicos para o desenvolvimento do país e com tranquilidade para debatê-los tendo como horizonte o bem comum.
Não podemos mais continuar apostando no ódio, na calúnia e na desconstrução de pessoas e propostas apenas pela disputa de poder que dividem o Brasil.
O preço a pagar por isso é muito caro: é a estagnação do Brasil, com a retirada da ética das relações políticas. É a substituição da diversidade pelo estigma, é a substituição da identidade nacional pela identidade partidária raivosa e vingativa. É ferir de morte a democracia.
Chegou o momento de interromper esse caminho suicida e apostar, mais uma vez, na alternância de poder sob a batuta da sociedade, dos interesses do pais e do bem comum.
É com esse sentimento que, tendo em vista os compromissos assumidos por Aécio Neves, declaro meu voto e meu apoio neste segundo turno.
Votarei em Aécio e o apoiarei, votando nesses compromissos, dando um crédito de confiança à sinceridade de propósitos do candidato e de seu partido e, principalmente, entregando à sociedade brasileira a tarefa de exigir que sejam cumpridos.
Faço esta declaração como cidadã brasileira independente que continuará livre e coerentemente, suas lutas e batalhas no caminho que escolheu. Não estou com isso fazendo nenhum acordo ou aliança para governar. O que me move é minha consciência e assumo a responsabilidade pelas minhas escolhas.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/leiam-a-integra-do-discurso-em-que-marina-declara-apoio-a-aecio-neves/#.VDrXn2pna1Q.twitter

Marina encerra suspense e anuncia apoio a Aécio Neves

Eleições 2014

A ex-candidata, que recebeu 22 milhões de votos no primeiro turno, declara apoio após carta de compromisso do candidato tucano

Marina Silva anuncia apoio ao candidato Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições
Marina Silva anuncia apoio ao candidato Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições (Marcos Alves/Agência o Globo)
Na manhã deste domingo, a candidata Marina Silva (PSB), que chegou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais de 2014 com cerca de 20 milhões de votos, anunciou seu apoio "como cidadã" a Aécio Neves (PSDB), na disputa do segundo turno. Apesar do suspense, a decisão de Marina, declarada em entrevista coletiva realizada em São Paulo, era aguardada.
Carta enviada por Aécio Neves nesse sábado teve papel fundamental na decisão. Marina fez questão de ressaltar que interpretou a carta não como tentativa de atrair seu apoio, mas sim como "carta-compromisso endereçada ao povo brasileiro". “Aécio corretamente interpretou o que está acontecendo no Brasil nas ultimas décadas. Ele  qualificou essa busca por mudanças com novas propostas, mas se comprometei em manter as conquistas”, disse Marina após declarar seu apoio.
Na carta, Aécio se comprometeu em atribuir ao Executivo as decisões sobre remarcação de terras indígenas, que hoje estão sob a tutela do Congresso. Esse foi um dos principais pontos da carta com as exigência programáticas enviada por Marina a Aécio na última quinta-feira. O tucano também concordou em promover políticas públicas para fortalecer o país no mercado de emissões de carbono e promover a reforma política. Ela citou ainda pontos fundamentais de aproximação entre a plataforma tucana e a que ela defende, como questões macroeconômicas, educação, fim da reeleição e transformação do Bolsa Familia em direito e não em favor do estado. Ela voltou a demonstrar que os ataques da campanha petista deixaram marcas profundas.
Durante o anúncio, Marina mostrou dominar as técnicas do suspense. Ela caprichou no 'marinês' e conseguiu encaixar até uma citação ao sociólogo polonês Zygmunt Bauman, cujos livros a acompanharam na campanha presidencial.
O PSB, partido sexagenário que acolheu a candidatura de Marina depois da morte de seu líder Eduardo Campos, já havia declarado apoio ao candidato tucano, superando a oposição de integrantes da velha guarda partidária como Roberto Amaral. Marina lembrou ainda que seu partido, a Rede Sustentabilidade, cujo registro ainda está pendente, liberou para seus filiados o voto branco, nulo ou em Aécio Neves, excluindo apenas o apoio à presidente Dilma Rousseff (PT).
Carta de Renata Campos - Assim como aconteceu quando Marina foi alçada à cabeça de chapa da coligação liderada pelo PSB, após a morte Campos, a ex-candidata só se pronunciou publicamente após posicionamento da família do ex-governador de Pernambuco. Neste sábado, a viúva Renata Campos recebeu Aécio para almoço em sua casa no Recife. No mesmo dia, João Campos, primogênito e apontado como herdeiro político do pai, leu carta assinada por Renata em apoio ao tucano. “Daqui você vai levar a garra e a energia desse povo”, disse Renata na carta.
O documento também ressaltou a ligação política de Tancredo Neves e Miguel Arraes, avôs de Aécio e Eduardo, respectivamente. “Sei que não é a primeira vez que seu caminho cruza com o de Eduardo. Lembro que, lá trás, em momentos importantes da história, o caminho do seu avô Tancredo cruzou com o de Dr. Arraes. Sei que também eram diferentes, mas souberam se unir pelo bem do Brasil. Em vários momentos, quando era necessário, você e Eduardo sabiam sentar e dialogar, encontrar caminhos”.
Aliados do candidato tucano afirmam que ele esperou pacientemente pela resposta de Marina. A paciência foi atribuída por alguns, em tom de brincadeira, ao fato de Aécio ser mineiro.

PT - Padre Fabio de Melo comenta sobre a Politica do Brasil





O PT ESTÁ MAIS DESORIENTADO DO QUE QUANDO ERA UM PARTIDO INVIÁVEL DA OPOSIÇÃO. É A FORÇA DE SUA HERANÇA MALDITA SE VOLTANDO CONTRA ELE PRÓPRIO

O PT está desorientado. Desorientado como nunca se viu. Não sabe o que pensar, o que fazer, o que falar. Se a dianteira do tucano Aécio Neves é de 2 pontos, de 8 ou de 18 — segundo os mais variados institutos —, isso, não sabemos. Mas ninguém duvida de que esteja à frente de Dilma — nem os próprios petistas. O PT não larga atrás no segundo turno desde 1989 (em 1994 e 1998, FHC se elegeu no primeiro). E isso, não tem jeito, acaba induzindo a erro. Dilma está falando bobagens sobre a investigação, João Santana erra a mão no horário eleitoral — o do tucano está muito melhor —, e os terroristas da Internet, atônitos, enfiam as patas traseiras pelas patas dianteiras, numa escalada de virulência também inédita.
Tudo isso vai caracterizando uma espécie de vale-tudo e de jogo sujo contraproducente. Neste domingo, Marina Silva tem tudo para anunciar o apoio a Aécio — algum efeito terá. De todo modo, parece que a esmagadora maioria do seu eleitorado já migrou para o tucano por conta própria. Como pano de fundo — e, ao mesmo tempo, protagonista —, o escândalo de dimensões inéditas na Petrobras. No Nordeste, o candidato do PSDB vai abrindo trincheiras, com o apoio do família Campos em Pernambuco, com um Tasso Jereissati senador no Ceará, com um ACM Neto na Bahia.
Dilma e a Petrobras
A candidata do PT está perplexa. Nem a maquiagem nem a marquetagem de João Santana conseguem esconder. Quando alguém, na sua condição, também presidente da República, usa o tempo para criticar a investigação e para acusar perseguição — não nos esqueçamos de que a operação Lava Jato nasceu de uma investigação da Polícia Federal —, eis, então, um sinal de que as coisas vão de mal a pior.
Dilma se queixa de “vazamentos seletivos”. Infelizmente para ela, os depoimentos que já começaram a causar um terremoto no mundo político — e estamos só no começo — não pertencem àquela parte da investigação coberta pelo sigilo de Justiça; não integram a fatia de depoimentos da chamada “delação premiada”.
Não tendo o que dizer, Dilma diz, então, qualquer coisa e pede que tudo seja divulgado, como se o “tudo” lhe pudesse ser benéfico. Ora, não nos esqueçamos de que, segundo apurou a VEJA, a parte sigilosa dos depoimentos atinge, por exemplo, o seu ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, além de algumas cabeças coroadas do PMDB.
Pois é… Paulo Roberto contou tudo. As diretorias eram separadas em cotas partidárias. O PT tinha a de Serviços, a de Exploração e Produção e a de Gás e Energia. O PP ficava com a de Abastecimento — que era a do engenheiro —, e o PMDB, com a Internacional. Cada partido tinha o seu operador para cuidar do serviço sujo.
Ele deu detalhes de como a coisa funcionava, por exemplo, na de Serviços, que era comandada pelo petista Renato Duque:
“A diretoria de Serviços, através da comissão de licitação, ia no cadastro, escolhia as empresas de acordo com a complexidade da obra, de acordo com valor da obra aproximado, que já se tinha ideia etc., e separava as empresas. Então, quem fazia tudo isso era a comissão de licitação interna da companhia, da Petrobras”. Eis aí.
Que se note: em nenhum momento Paulo Roberto nega que ele próprio cometesse também os crimes. Ao contrário: ele narra a história na condição de um dos operadores. O que Dilma queria? Que os donos da Petrobras — os brasileiros — fossem privados dessas informações? Por quê?
O PT nega tudo e tal, mas as provas do crime estão lá, com a Polícia Federal, com o Ministério Público e com a Justiça. Na hora em que essa história chegar, de fato, aos engravatados é que a terra vai tremer. NOTEM QUE, ATÉ AGORA, NÃO SE SABE QUEM ERA O VERDADEIRO CHEFE DO ESQUEMA. Não se enganem: numa engrenagem como essa, alguém dava a última palavra e harmonizava os interesses. Quem???
Horário eleitoral
As circunstâncias estão forçando o horário eleitoral de Dilma na TV a ser reativo, tenso, mal- humorado, rancoroso e terrorista. O partido tenta empregar contra a Aécio a tática empregada contra Marina, sem se dar conta de que, de fato, não tirou votos da candidata do PSB com aquela retórica. Embora as pesquisas tenham deixado de apontar a tempo, eles estavam migrando para Aécio — ou voltando para ele, sabe-se lá.
Dia desses, no metrô, ouvi uma conversa de pessoas simples,  sem, vamos dizer, sotaque universitário. Uma das mulheres dizia à outra: “Cê vai ver: agora o PT vai começar a xingar o Aécio; eles sempre fazem isso…”. E, de fato, eles sempre fazem isso. E isso era de tal sorte esperado que há uma boa possibilidade de que ninguém dê bola.
O PT opta pelas piores práticas de demonização de pessoas e de sua biografia. Transformar Armínio Fraga e FHC em inimigos do salário mínimo é uma fraude, uma mentira, uma indignidade. Inferir que o ex-presidente agrediu nordestinos é indecoroso. Eis aí: de fato, a propaganda de Aécio passou a falar em nome da mudança e da esperança. Ao PT, restou o exercício do medo, do ódio e do ressentimento.
Faltam 13 dias para o segundo turno. Há pela frente os debates, que, agora sim, oporão de verdade os candidatos com chances de vencer a disputa. Dá para dizer que Aécio já ganhou? É claro que não! Mas já dá para afirmar com absoluta certeza que Dilma perdeu o juízo. Ao chamar de golpistas os eleitores que se negam a votar nela, evidenciou que, no fundo do peito, ainda nutre um profundo desprezo pela democracia. Pode ser inexperiência, né? Afinal, ela venceu até hoje 100% das eleições que disputou: UMA. Não deve saber que é a derrota que evidencia se o político aderiu ou não aos valores democráticos — afinal, é só nas tiranias que o mandatário vence sempre, governanta!
Parte da herança maldita do petismo o atropelou na reta final da disputa. À diferença de Dilma, eu respeito as urnas, mesmo quando não gosto do resultado — estou achando que, nesse caso, há uma boa chance de eu gostar. E, porque respeito, encerro assim: que o eleitor decida. A democracia existe para que ele exerça a sua soberania, não para que um partido vire o dono da sociedade.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/impressionante-o-pt-esta-mais-desorientado-do-que-quando-era-um-partido-inviavel-da-oposicao-e-a-forca-de-sua-heranca-maldita-se-voltando-contra-ele-proprio/