terça-feira 25 2013

Após ação, Justiça Federal proíbe manifestações em áreas próximas ao Mineirão

Por ESPN.com.br- espn.com.br
A Justiça Federal de Minas Gerais negou o pedido da Defensoria Pública da União para que sejam liberadas as manifestações no perímetro de segurança do estádio...


Após ação, Justiça Federal proíbe manifestações em áreas próximas ao Mineirão
Manifestantes ficaram barrados por 30 minutos, mas seguem a caminho do Mineirão
A Justiça Federal de Minas Gerais negou o pedido da Defensoria Pública da União para que sejam liberadas as manifestações no perímetro de segurança do estádio do Mineirão em Belo Horizonte. O estádio será palco amanhã do jogo entre Brasil e Uruguai válido pela semifinal da Copa das Confederações.
A decisão é do desembargador Carlos Olavo Pacheco Medeiros que afirma que em Minas Gerais não há impedimento do direito dos cidadãos à livre manifestação pacífica.
Ele negou também os pedidos para que as manifestações fossem liberadas dentro do Mineirão e para a proibição da participação de integrantes da Força Nacional no esquema de segurança da Copa das Confederações.
Em sua decisão, o desembargador os afirmou que "não há nos autos indicação objetiva de impedimento (em Minas) do direito constitucional dos cidadãos à livre manifestação pacífica".
De acordo com o desembargador, "cabe ao Estado a manutenção da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, a ser garantida por suas forças de segurança, inclusive quando necessário mediante o uso das forças armadas, conforme previsto no programa de cooperação federativa denominado Força Nacional de Segurança Pública".
O desembargador federal acrescenta que excessos eventualmente cometidos por integrantes das forças de segurança devem ser apurados e devidamente punidos nas esferas administrativas, civil e criminal.
Quanto ao pedido de garantia da livre manifestação nos estádios, o desembargador federal argumenta que "o Código de Conduta no Estádio para a Copa das Confederações da FIFA Brasil 2013, constante do site oficial da instituição, proíbe ao detentor de ingresso entrar no estádio com materiais relativos a causas que promovam mensagens políticas ou ideológicas".
"Considerando que, ao adquirir o ingresso, o cidadão declara que concorda e reconhece o que leu, entendeu e aceitou o referido código de conduta, não vislumbro qualquer violação aos direitos e garantias individuais previstos na Constituição Federal", conclui o desembargador Carlos Olavo Pacheco Medeiros.
O clima de tensão que envolve a partida entre Brasil e Uruguai levou ainda o Governo de Minas Gerais a anunciar nesta terça-feira as medidas previstas para a semifinal da Copa das Confederações.
Diante da promessa de uma grande manifestação em Belo Horizonte no horário da partida, a Polícia Militar definiu as diretrizes para tentar garantir o mínimo de transtornos para o jogo.
O comandante-geral da PM, Márcio Sant'Ana, anunciou que o efetivo será de pouco mais de 5,5 mil policiais. Mesmo assim, o tenente-coronel alega que os agentes não cometerão exageros na tentativa de abrir espaços nas ruas. "Não vamos tomar medidas insanas para resolver questões de mobilidade", afirmou, em entrevista coletiva.
Pelas redes sociais, existe a promessa de presença de cerca de 70 mil manifestantes.

Manifestações fecham rodovias paulistas

Cidades

Também no interior paulista, em Sumaré, três guardas municipais ficaram feridos em confrontos com manifestantes. O dia também foi marcado por passeatas em Aracaju, Rio de janeiro, Niterói e Florianópolis

São Paulo - Manifestantes fazem protesto na Avenida Paulista contra a PEC 37, neste sábado (22)
São Paulo - Manifestantes fazem protesto na Avenida Paulista contra a PEC 37, neste sábado (22) - Daniel Guimarães/AFP
Cerca de 500 manifestantes interditaram os dois sentidos da rodovia Dutra na altura do quilômetro 149, em São José dos Campos (SP), no início da noite desta terça-feira. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o trânsito foi interrompido por volta das 19 horas por moradores da região que protestam contra a corrupção. 
A concessionária CCR Nova Dutra, administradora da rodovia que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, informa que o tráfego está liberado na pista marginal. Não há relato de confrontos.
As rodovias Raposo Tavares e Castello Branco, que ligam a cidade de São Paulo ao interior do estado, tiveram tráfego interrompido em trechos próximos da capital paulista,. De acordo com a CCR Via Oeste, que administra as duas rodovias, a primeira a ser bloqueada foi a Raposo Tavares, às 18h45, na altura do quilômetro 43, em Vargem Grande Paulista (SP). A concessionária informou que a rodovia foi liberada às 19h22, mas voltou a ser bloqueada às 20h50.
A Castello Branco foi bloqueada nos dois sentidos por uma hora, a partir das 19h46, no quilômetro 32, altura de Barueri (SP).
Rodovias bloqueadas - Outras rodovias do país também foram bloqueadas por manifestações nesta terça-feira. Na região metropolitana de Porto Alegre, a BR-290, no quilômetro 86, em Cachoeirinha, foi interditada no início da noite. Em Minas Gerais, o Anel Rodoviário da BR-381 teve o trânsito interrompido na altura do quilômetro 6, na região metropolitana de Belo Horizonte.  
Sul - Em Florianópolis, cerca de mil pessoas foram às ruas nesta terça-feira, segundo a Policia Militar. Duas concentrações distintas foram marcadas para o final da tarde, mas os grupos se juntaram próximo ao Terminal de ônibus do centro (Ticen). De acordo com a PM, os manifestantes se deslocaram para a Assembleia Legislativa do estado, localizada no centro da capital catarinense, e depois caminharam em direção ao túnel Antonieta de Barros, que liga o centro ao sul da capital.
Sudeste — Em Sumaré, no interior de São Paulo, houve confronto entre policiais e manifestantes nesta terça-feira. Cerca de 2.000 pessoas se reuniram em frente à sede da Câmara dos Vereadores, na região central da cidade, por volta das 17 horas.
Segundo a Guarda Civil Metropolitana, um grupo de vândalos apedrejou o edifício público, quebrando vidraças e janelas. Algumas pedras atingiram a cabeça de três guardas municipais, que ficaram feridos. Eles foram encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sumaré e já recebem atendimento médico.  A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada e avançou sobre os manifestantes, que logo se dispersaram. 
Em São José do Rio Preto, o protesto teve início na Câmara de Vereadores do município. De acordo com a PM, 800 pessoas acompanham a sessão da Câmara de forma pacífica.
No estado do Rio de Janeiro, a capital fluminense e Niterói registraram manifestações na noite desta terça-feira. Em Niterói, teve confronto entre policiais e manifestantes. 
Nordeste — Por volta de 8.000 pessoas participaram dos protestos nesta terça-feira em Aracaju (SE), segundo a Polícia Militar. Um dos pleitos é a revogação do aumento na passagem de ônibus, os manifestantes exigem que a tarifa passe de 2,45 reais para 2,35 reais, medida que foi aprovada nesta terça pela câmara dos vereadores do município. Os manifestantes se encontraram às 16 horas na Praça Fausto Cardoso e se dirigiram à sede da prefeitura, na região central.  
A PM informou que um motorista se irritou com o protesto e avançou sobre alguns manifestantes, que interromperam o tráfego no centro da cidade. Nenhuma pessoa, no entanto, ficou ferida e o motorista foi detido pela polícia.

PEC 37 é rejeitada por líderes e derrubada deve ser formalizada ainda nesta terça (25)

Veto à proposta era uma das bandeiras dos manifestantes que tomaram as ruas do país nos últimos dias


Em reunião na tarde desta terça-feira (25), os líderes partidários da Câmara decidiram derrubar a Proposta de Emenda Constitucional 37/11, que limitaria os poderes de investigação do Ministério Público. De acordo com a Agência Câmara, a ideia é que seja discutido futuramente um substitutivo à PEC. A retirada deve ser formalizada até o final da noite.
A nova proposta deve regulamentar as investigações criminais e buscar o entendimento entre o Ministério Público e as polícias Federal e Civil.
Veto à PEC 37 era uma das bandeiras dos manifestantes que tomaram as ruas do país nos últimos dias.

Em três dias, a maioria das pessoas no Brasil terá esta mensagem. Esta é uma ideia que realmente deve ser considerada e repassada para o Povo.


"É ASSIM QUE COMEÇA.
Em três dias, a maioria das pessoas no Brasil terá esta mensagem. Esta é uma ideia que realmente deve ser considerada e repassada para o Povo.

Lei de Reforma do Congresso de 2013 (emenda à Constituição) PEC de iniciativa popular:Lei de Reforma do Congresso (proposta de emenda à Constituição Federal)

1. Fica abolida qualquer sessão secreta e não-pública para qualquer deliberação efetiva de qualquer uma das duas Casas do Congresso Nacional. Todas as suas sessões passam a ser abertas ao público e à imprensa escrita, radiofônica e televisiva.

2. O congressista será assalariado somente durante o mandato. Não haverá ‘aposentadoria por tempo de parlamentar’, mas contará o prazo de mandato exercido para agregar ao seu tempo de serviço junto ao INSS referente à sua profissão civil.

3. O Congresso (congressistas e funcionários) contribui para o INSS. Toda a contribuição (passada, presente e futura) para o fundo atual de aposentadoria do Congresso passará para o regime do INSS imediatamente. Os senhores Congressistas participarão dos benefícios dentro do regime do INSS, exatamente como todos outros brasileiros. O fundo de aposentadoria não pode ser usado para qualquer outra finalidade.

4. Os senhores congressistas e assessores devem pagar por seus planos de aposentadoria, assim como todos os brasileiros.

5. Aos Congressistas fica vetado aumentar seus próprios salários e gratificações fora dos padrões do crescimento de salários da população em geral, no mesmo período.

6. O Congresso e seus agregados perdem seus atuais seguros de saúde pagos pelos contribuintes e passam a participar do mesmo sistema de saúde do povo brasileiro.

7. O Congresso deve igualmente cumprir todas as leis que impõe ao povo brasileiro, sem qualquer imunidade que não aquela referente à total liberdade de expressão quando na tribuna do Congresso.

8. Exercer um mandato no Congresso é uma honra, um privilégio e uma responsabilidade, não um uma carreira. Parlamentares não devem servir em mais de duas legislaturas consecutivas.

“Se cada pessoa repassar esta mensagem para um mínimo de vinte pessoas, em três dias a maioria das pessoas no Brasil receberá esta mensagem. A hora para esta PEC - Proposta de Emenda Constitucional - é AGORA.

É ASSIM QUE VOCÊ PODE CONSERTAR O CONGRESSO.

Se você concorda com o exposto, REPASSE. Caso contrário, basta apagar e dormir sossegado.

Por favor, mantenha esta mensagem CIRCULANDO para que possamos ajudar a reformar o Brasil.

NÃO SEJA ACOMODADO. NÃO ADIANTA SÓ RECLAMAR.NÃO CUSTA NADA REPASSAR"
Cecilia Rangel

CNN fez uma reportagem especial sobre os verdadeiros motivos por trás dos protestos ocorridos em várias cidades do Brasil.

Boa Noite!!!! Compartilhado e crédito Ivan Grandi. Muito Certeiro o Texto.

A CNN, maior rede de jornalismo da TV americana e mundial, fez uma reportagem especial sobre os verdadeiros motivos por trás dos protestos ocorridos em várias cidades do Brasil.
Em tradução, o texto, intitulado "O Que Realmente Está Por Trás dos Protestos Brasileiros?", lê:
...
"Os protestos que estão acontecendo no Brasil vão muito além do aumento de 20 centavos no transporte público.
O Brasil está vivenciando atualmente um amplo colapso de sua infraestrutura. Há problemas com portos, aeroportos, transporte público, saúde e educação. O Brasil não é um país pobre e os impostos são extremamente altos. Os brasileiros não veem motivo para terem uma infraestrutura tão ruim quando há tanta riqueza e tantos impostos altos. Nas capitais estaduais as pessoas chegam a gastar 4 horas por dia no tráfego, seja em seus carros ou em transportes públicos lotados e de má qualidade.
O governo brasileiro tomou medidas para controlar a inflação cortando taxas e ainda não se deu conta que o paradigma deve mudar para uma abordagem focada na infraestrutura do país. Ao mesmo tempo o governo brasileiro está reproduzindo em menor escala o que a Argentina fez anos atrás: evitando austeridade fiscal e prevenindo o aumento dos juros, o que está levando a uma alta inflação e baixo crescimento.
Além do problema de infraestrutura, há vários escândalos de corrupção que permanecem sem julgamento, e os casos que são julgados tendem a terminar com a absolvição dos réus. O maior escândalo de corrupção na história brasileira finalmente terminou com a condenação dos réus e agora o governo está tentando reverter essa condenação ao usar manobras inacreditavelmente inconstitucionais, como a PEC 37, que vai tirar o poder investigativo dos promotores do ministério público, delegando a responsabilidade da investigação unicamente para a polícia federal. Além disso, outra proposta tenta sujeitar as decisões da Suprema Corte Brasileira ao Congresso – uma completa violação dos três poderes.
Estas são, de fato, as revoltas dos brasileiros.
Os protestos não são meramente isolados, não são movimentos da extrema esquerda, como algumas fontes da mídia brasileira afirmam. Não é uma rebelião adolescente. É o levante da parte mais intelectualizada da sociedade que quer por um fim a essas questões brasileiras. A jovem classe média que sempre esteve insatisfeita com o obscurecimento político agora “desperta”.
TEXTO ORIGINAL: CNN iReport

Oportunista, governo omite erros para propagandear Copa

Brasil

Aldo Rebelo lista investimentos bilionários para retratar o evento como motor do desenvolvimento. Até agora, porém, só os gastos nos estádios decolaram

Protesto em Mogi das Cruzes (SP) pede serviços públicos 'de padrão Fifa'

Dentro dos orçamento de 28 bilhões de reais da Copa, 18 bilhões estão previstos para mobilidade urbana, aeroportos e segurança pública. Até agora, porém, só 12,7% desses recursos foram executados. No caso dos estádios, 60% dos investimentos estão executados e 96% contratados
O governo federal ocultou dados importantes e omitiu seus próprios fracassos ao tentar reverter as críticas da população contra os gastos excessivos com a Copa do Mundo de 2014. Em evento oficial da Fifa, na manhã de segunda-feira, o ministro Aldo Rebelo e seu principal auxiliar, Luís Fernandes, fizeram uma longa apresentação em defesa dos investimentos ligados ao evento. Tentaram retratá-lo como um acelerador do crescimento econômico, garantindo que as despesas públicas com a Copa vão muito além das obras nos estádios e se estendem a áreas como mobilidade urbana, aviação civil e segurança - não por coincidência, alguns dos setores da administração pública que são mais criticados pelas centenas de milhares de manifestantes que foram às ruas neste mês. As cifras envolvidas na organização do Mundial, no entanto, indicam que o governo age de forma oportunista quando tenta defender o evento e seu legado. Afinal, por mais que diga que as melhorias não se limitam às novíssimas arenas das cidades-sede, uma fatia muito pequena do que foi prometido para as outras áreas - justamente os setores que mais motivam reivindicações nas ruas - já foi efetivamente investida. A única parte em que os gastos deslancharam conforme o previsto foi a conta de 7,1 bilhões de reais com a reforma ou construção dos doze palcos do torneio.
De acordo com levantamento da ONG Contas Abertas, os investimentos com estádios já têm 60% de execução e 96% de contratação - uma eficácia exemplar. No caso das áreas que poderiam beneficiar a maior parte dos brasileiros, o gasto real é muito inferior. De acordo com números da Controladoria-Geral da União (CGU), os 28 bilhões de reais reservados para a Copa incluem 8,9 bilhões para projetos de mobilidade urbana, 7 bilhões para os aeroportos e 2,2 bilhões para a segurança pública. Aldo e Fernandes fizeram questão de desfilar esses investimentos diante da imprensa internacional na segunda. Nessas três áreas, porém, apenas 12,7% dos recursos foram realmente executados. Menos da metade do investimento total está contratado. Ou seja: por mais que insista em dizer que o Mundial traz benefícios diretos à população inteira, o governo é incapaz de colocar em prática os projetos prometidos, limitando dramaticamente os efeitos positivos da realização do evento. Em Brasília, palco da abertura da Copa das Confederações - e também do primeiro grande protesto contra os gastos com a competição -, o Estádio Nacional custou pelo menos 1,2 bilhão de reais, 79% acima da previsão inicial. O Tribunal de Contas do Distrito Federal calcula que a obra acabará consumindo um total de 1,7 bilhão de reais, fazendo do estádio da capital uma das arenas mais caras do planeta. Também em Brasília, o VLT prometido para melhorar o transporte urbano foi abandonado. Essa foi a primeira obra de mobilidade retirada da lista de projetos ligados à Copa no país. Outras cinco foram canceladas desde então.
'Sem dinheiro público' - O ministro do Esporte e seu secretário-executivo pareciam já prever que sua tentativa de convencer a opinião pública sobre os efeitos benéficos da Copa não colaria - tanto que o primeiro criticou o "olhar crítico" da imprensa sobre o assunto e o segundo pediu ajuda dos meios de comunicação "para divulgar as informações positivas". Aldo também parece ter subestimado a inteligência do contribuinte ao dizer que a Copa brasileira é um projeto pensado para desenvolver o país mais rapidamente. Segundo o ministro, assim como a Alemanha recebeu o Mundial em 2006 para curar as feridas de seu passado beligerante e a África do Sul sediou o evento em 2010 para espantar o fantasma do apartheid, o Brasil candidatou-se a sede pensando principalmente em viabilizar grandes obras públicas de infraestrutura. Não era esse o discurso, porém, há seis anos, quando uma comitiva formada por Lula, Ricardo Teixeira, Orlando Silva, Romário e Dunga comemorava, na sede da Fifa, a confirmação do Brasil como anfitrião do torneio. Falava-se apenas num salto de qualidade nos estádios - e sem verbas públicas. “As arenas serão construídas com dinheiro privado. Não haverá um centavo de dinheiro público para estádios”, garantia Orlando, ministro do Esporte do governo Lula (e antecessor e colega de partido de Aldo Rebelo) na ocasião. Tivesse cumprido essa promessa, o governo teria argumentos de sobra para convencer os manifestantes de que vale a pena, sim, investir na realização de uma Copa. Por culpa da inépcia da administração federal (e não da Fifa, vale lembrar), ainda não há como saber se a empreitada vai valer a pena - e essa dúvida deverá se estender até depois do Mundial, já que seus eventuais benefícios não serão tão óbvios quanto o governo quer fazer parecer.

SP e PR reavivam temor de intervencionismo,mercado modera críticas

 Por Reuters, Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - Anúncios de governos paulista e paranaense sobre suspensão de reajustes tarifários reavivaram temores de intervencionismo estatal sobre prestadoras de serviços públicos, mas o mercado moderou as críticas, citando o momento político conturbado.
Ações das concessionárias que operam rodovias de São Paulo tombaram na véspera após o governador Geraldo Alckmin anunciar que cancelou o aumento de cerca de 6,5 por cento das tarifas de pedágios nas rodovias do Estado, que deveria entrar em vigor a partir de 1o de julho.
A ação da CCR caiu 3,3 por cento, enquanto a da Ecorodovias perdeu 2,7 por cento e a da Arteris perdeu 3,5 por cento.
Enquanto isso, a estatal paranaense de energia Copel, acatou o pedido do governo do Estado --seu controlador-- e pediu à Aneel o cancelamento do aumento médio das tarifas de 14,6 por cento. O pedido ocorreu após as ações da companhia terem tombado 17 por cento na sexta-feira, quando o governador paranaense, Beto Richa, afirmou que pediria a suspensão do reajuste.
Para profissionais do mercado, as medidas tomadas menos de uma semana após a revogação de aumento de tarifas de transporte público em várias capitais -- em resposta aos protestos populares que tomaram o país-- acirram a sensação de intervencionismo estatal.
As medidas levaram vários analistas a citarem o plano federal lançado em setembro para renovação antecipada das concessões do setor elétrico, que impuseram perdas pesadas às ações do setor desde então. No caso do Paraná, a decisão lembrou os investidores das suspensões de tarifa realizadas pelo antigo governador Roberto Requião, que causou significativas perdas para a companhia.
"As manifestações impõem risco político adicional a todos os reajustes de preços dependentes de concessões", disse o presidente da agência de classificação de risco SR Rating, Paulo Rabello de Castro.
O receio de que o esforço de governos para dar uma resposta às manifestações populares os levem a intervir nas tarifas de outras empresas com preços regulados, pesou em várias companhias. As ações da estatal paulista de saneamento Sabesp caíram 11,8 por cento só nos dois últimos pregões.
"Todos os papéis que são ligados a reajuste de tarifas sofrem", disse Walter Mendes, sócio na Cultinvest Asset Management. "Normalmente esses são setores bem defensivos, onde investidores buscam refúgio nesses momentos ruins de mercado, mas esse cenário (de manifestações) não ajuda muito."
Apesar da preocupação com o impacto do congelamento dos pedágios sobre os resultados das companhias, o mercado mostrou reação moderada, devido à interpretação de que, pelo menos por enquanto, não houve quebra de contrato.
A ABCR, que representa o setor de concessionárias de rodovias, disse que a avaliação ocorre porque a decisão do governo paulista veio acompanhada de medidas que preservam o equilíbrio econômico financeiro dos contratos de concessão.
Já a ação da Copel terminou o dia em alta de 0,7 por cento, após ter chegado a cair 6,1 por cento na mínima da sessão, com o tombo recente de 17 por cento do papel atraindo compradores.
Na avaliação do analista-chefe da Quantitas Asset Management, Marcel Kussaba, o cenário para empresas de energia é "mais delicado" que o de concessionárias rodoviárias, já que as primeiras têm um "arcabouço regulatório mais fraco".
Para Kussaba, as instabilidades no Brasil não ajudam o desempenho da Bovespa, embora o impacto negativo para o mercado seja marginal. "A piora da percepção sobre o governo não é novidade para o mercado financeiro", avaliou.
Segundo ele, o tombo da bolsa paulista no ano reflete muito mais uma conjuntura externa global desfavorável, diante da perspectiva de redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos ainda neste ano, que afasta fluxos de capitais de mercados emergentes para ativos considerados mais seguros. No ano, o Ibovespa acumula queda de 24,6 por cento.
(Por Danielle Assalve)

Dilma reúne STF, Senado e OAB para discutir proposta de convocação de plebiscito | Agência Brasil

Por Agência Brasil, Agência Brasil

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pelo segundo dia consecutivo, a presidenta Dilma Rousseff tem uma série de reuniões hoje (25) com o objetivo de discutir soluções para encerrar a onda de manifestações no país. Dilma marcou conversas ao longo do dia com os presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coelho, do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, e do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Em debate, a proposta de convocação de um plebiscito para instalar uma Assembleia Constituinte exclusiva para discutir a reforma política.
A presidenta também tem reuniões marcadas com representantes de movimentos urbanos, no Palácio do Planalto. Paralelamente, várias manifestações estão programadas em todo o país. Nas redes sociais, os líderes dos movimentos organizam assembleias para a definição de mais protestos. Na Universidade de Brasília (UnB) há reunião hoje à tarde.
Em Cristalina (GO), moradores da comunidade Marajó prometem fechar os principais trechos da BR-251, uma das vias de acesso ao Distrito Federal (DF). Os moradores protestam por melhores condições de saúde, educação e segurança. Eles também pedem a emancipação da região.
No Rio de Janeiro, um grupo de manifestantes mantém o acampamento perto da residência oficial do governador do estado, Sérgio Cabral. Segundo ele, só deixarão o local depois de recebidos por Cabral. O grupo reivindica maior transparência nas contas públicas. Em São Paulo há três atos de protesto na capital - na zona sul, no Largo do Campo Limpo e no metrô Capão Redondo, assim como na zona leste.
Ontem (24), durante a reunião com 27 governadores e 26 prefeitos, Dilma detalhou sua proposta para a convocação de um plebiscito que autorize uma Constituinte para fazer a reforma política. 'O Brasil está maduro para avançar e já deixou claro que não quer ficar parado', disse a presidenta.
'Junto com a população, podemos resolver grandes problemas. Não há por que ficarmos inertes, acomodados ou divididos', acrescentou ela, informando que 'o país deixou de ser governado para um terço da população'. O governo vai disponibilizar mais R$ 50 bilhões para investimentos em obras de mobilidade urbana e a criação de um Conselho Nacional de Transporte Público, com a participação da sociedade e que deverá ter versões municipais.
Edição: Graça Adjuto
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