quarta-feira 19 2015

Nikki Yanofsky - Bienvenue Dans Ma Vie "by pepe le pew"



Três dicas para controlar a ansiedade


1. Desvie a atenção do que está te preocupando. Nem que seja por algumas horas. Se há algum problema que está causando ansiedade, procure descansar a cabeça e parar de pensar nele por um tempo. Concentre-se em um filme,  em uma novela, em um programa de televisão que você goste. O cérebro precisa desfocar e relaxar um pouco. Isso ajuda a achar uma saída e ter ideias positivas. Martelar o mesmo problema sem pausas não é necessariamente a melhor solução. Nem a mais rápida.
2. Faça uma atividade física. Pode ser um esporte, dançar ou até dar uma caminhada com passos rápidos. Importante suar e acelerar os batimentos cardíacos. Isso ajuda a oxigenar melhor os órgãos e as células, além de “queimar” os hormônios do estresse. Além disso, o exercício libera substâncias que dão a sensação de bem estar.
3. Tome um chá quente de camomila, melissa, erva doce ou erva cidreira. De preferência com um pedacinho de chocolate. Melhor ainda se você conseguir fazer isso respirando fundo e sentado em um local relaxante. O chá quente acalma. O chocolate é uma delícia, dá prazer e contem triptofano, que é um aminoácido que ajuda a combater a ansiedade.
Procure, todos os dias, ter um tempo só para você. Meia hora já basta. Mas fique com você mesmo. Relaxe e aproveite sua própria companhia. Conheça-se mais. Respeite-se mais. A ansiedade diminui muito quando somos um boa companhia para nós mesmos.

Três dicas para aliviar a angústia:


Dica 1
Tire os pensamentos do foco de tensão, nem que seja por alguns minutos. Quando temos um problema, não paramos de pensar nele. Então, procure desviar conscientemente o pensamento. Como? Ocupando por querer a sua mente! Veja um filme ou um programa que goste. Jogue paciência ou outra coisa que te distraia. Arrume o armário. Cuide do jardim. Vá ao shopping. Enfim!! Pare de pensar conscientemente. O inconsciente, que não para nunca, trabalhará seus pensamentos por você neste período.

Dica 2
Procure um bom amigo(a). Na hora de angústia, ter alguém para ouvir o que estamos sentindo é fundamental. Alguém com quem você possa se abrir de verdade e falar tudo o que pensa. Tudo mesmo. Por isso, procure alguém que saiba te ouvir sem te julgar. Depois ouça o que seu amigo(a) tem para te dizer.

Dica 3
Cuide de sua aparência exterior. Isso mesmo!! Não é supérfluo nem superficial. Quando estamos angustiados, estar bem arrumado (a) , com o cabelo em ordem, unhas bem feitas ou com uma roupa legal nos faz sentir melhor e isso pode ajudar. Olhe-se no espelho e sinta-se bonito(a) e bem. A aparência externa pode dar forças para a “aparência” interna se aprumar também.

Mito ou verdade: maracujá acalma?



A polpa do maracujá é muito rica em substâncias antioxidantes como vitaminas A, C e do Complexo B. Elas ajudam a “limpar” o organismo e consequentemente, melhoram o desempenho celular. Além disso, o maracujá pertence a um grupo de plantas do gênero Passiflora, que tem propriedades calmantes. Portanto, é VERDADE: maracujá pode acalmar!!

http://www.draanaescobar.com.br/mito-ou-verdade-maracuja-acalma/

Uma dúvida: maquiagem pode fazer mal para a pele?


Publicado em: 13/08/2015



Pense na extensão de sua pele. É o maior órgão do corpo humano. Entre suas principais funções está separar o ambiente externo do nosso ambiente interno. Por isso é uma capa protetora. Queimaduras, feridas, topadas, picadas…lá está nossa pele nos defendendo! Reage à ação de vírus como o da catapora, sarampo, rubéola, herpes e tantos outros… Ajuda a regular a temperatura interna, produzindo suor nos dias quentes ou se “fechando” nos dias frios, para reter mais calor. Pode absorver substâncias ou até eliminar toxinas.
Para executar todas estas “missões” a pele é nutrida por uma rede vascular muito extensa. E estes vasos levam oxigênio para cada célula, fazendo-a, sim, “respirar”. Mas há outro tipo de troca entre a pele e o meio ambiente que muitos chamam de “respiração” : é aquela que ocorre através dos poros. Os poros precisam estar abertos para que possam eliminar secreções das glândulas sebáceas e com isso garantir a saúde da pele. Poros fechados levam à formação de cravos e espinhas, por exemplo.
A maquiagem não faz mal, mas é fundamental retirar tudo à noite e deixar a pele respirar. Produtos mais espessos como bases e pós compactos se acumulados, podem provocar a obstrução dos poros. Por mais cansada que você esteja, dedique 5 minutos para retirar a maquiagem e com isso manter sua pele limpa e saudável!
Aqui vão algumas dicas:
- Passe um demaquilante, especialmente se a maquiagem foi muito intensa. Evite produtos com álcool. Lenços umedecidos para higiene dos bebês podem ser utilizados.
- Depois, lave o rosto com um sabonete suave, de ph neutro. Enxague bastante. De preferência com água fria.
- Você já pronta para dormir. Se tiver mais um tempinho, pode utilizar um creme hidratante em pouca quantidade.

É muito importante cuidar da pele: não apenas por estética, mas principalmente em nome da sua saúde.

Três razões para comer batata doce


1. É uma excelente fonte de energia para quem faz exercícios físicos
A batata doce é um carboidrato de alto valor energético que possui muitas fibras. Por isso, a glicose é liberada lentamente, evitando um pico indesejável de insulina. Resultado: ficamos com um nível de glicose no sangue mais baixo e ainda além disso, por um tempo bem mais prolongado. Por isso, se você vai treinar ou praticar esportes, uma boa dica é comer uma batata doce cozida mais ou menos 40 minutos antes de iniciar sua atividade física. Energia total!

2. Diminui o apetite e dá a sensação de saciedade
Como a glicose é liberada mais lentamente e por um tempo mais prolongado, não temos a sensação de fome depois de comer batata doce. Por isso é um bom alimento para ajudar no controle o peso. Mas atenção! Procure orientação profissional para não extrapolar suas necessidades diárias.

3. É uma fonte de vitamina A
Vitamina A atua como antioxidante, ou seja, ajuda a “limpar” as células de substâncias indesejáveis. Por isso, a batata doce é importante para o sistema imunológico que é o responsável por nos defender de agentes agressores.
Pode ser cozida, assada, na forma de purê ou do jeito que você imaginar. Escolha sua receita e gaste a energia da batata doce saudavelmente!

PARADOXOS – Na véspera de o PT ir à rua em defesa de Dilma e contra a pauta de Dilma, o que avançou em Brasília foi o impeachment de Dilma


O PSDB afinou o seu discurso para um eventual pós-Dilma e, se querem saber, isso é uma boa notícia, embora seja necessário dizer que, dada a realidade, com a Operação Lava-Jato em curso, todo equilíbrio alternativo já nasce precário. Por enquanto, costumo dizer, só a esperança continua no fundo daquela caixa de Pandora. Os monstros todos estão à solta. Tudo pode acontecer. Vamos ver.
Ainda que o PT tenha convocado as esquerdas a sair às ruas na quinta em defesa do governo Dilma e contra a pauta do governo Dilma (!!!), a verdade é que ninguém acredita, nem entre petistas, que a presidente conclua o mandato. E essa sensação vai se generalizando entre os atores políticos e, para ser genérico, os atores sociais. Em algum lugar, tem de estar o eixo da governabilidade. Onde?
FHC reuniu os líderes tucanos para propor essa questão e tentar achar uma resposta. Já afirmei aqui que considero remota a possibilidade de que o TSE casse a chapa que elegeu Dilma — e, pois, junto com ela, Michel Temer, o vice — sem uma prova material, além de testemunhos, de que houve recursos ilegais na campanha. De toda sorte, o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, fez bem em alertar que os tribunais não podem estar sujeitos à pressão do Planalto. Já chego lá.
O caminho mais curto continua a ser a renúncia, mas esse é um gesto unilateral. Há pouco a dizer a respeito. Não combina com a mística que Dilma criou para si mesma. O impeachment, no confronto com a eventual cassação pelo TSE — o que ensejaria novas eleições, se ocorrida nos dois primeiros anos de mandato, ou eleições indiretas, se nos dois finais —, é um caminho mais curto e sujeito a menos recursos do que o do tribunal eleitoral. O período de “sursis” seria abreviado.
E é evidente que essa saída não vai se construir se o PSDB não passar a conversar de forma mais clara e determinada com o PMDB. É simples assim: o maior partido da oposição terá de dialogar com o maior partido da atual base aliada, que pode herdar a cadeira presidencial, para ver o que vem depois. Em certa medida, algo semelhante se deu nós pós-Collor — embora, com efeito, para o bem e para o mal, Michel Temer não seja Itamar Franco.
Não o é para o bem: tem muito mais articulação política do que aquele e jamais proporia a volta do Fusca, para ficar nos símbolos. Mas não o é para o mal: Itamar não tinha de prestar contas a partido nenhum. À época, estava filiado a um inexistente PRN. O vice atual tem de se haver com a máquina peemedebista, o que não é fácil.
Aécio decidiu entabular conversações com peemedebistas que também não creem na sobrevivência do mandato de Dilma. Como me disse nesta terça uma liderança do partido que anda muito perto dessas articulações, “tudo fica velho muito depressa”. Segundo ele, a tentativa de fazer de Renan Calheiros o novo homem forte do PMDB, isolando Eduardo Cunha e Michel Temer a um só tempo, “foi tão desastrada que acabou caindo no ridículo”. Indaguei, em tom de pilhéria, se, num eventual governo Temer, talvez com apoio tucano, Renan ficaria de fora. Ele respondeu: “Só se for por causa da Lava-Jato. Ele estaria onde sempre esteve: com o poder”.
Vamos conjecturar mais um pouco. E o PT? Bem, meus caros, se vocês querem esse partido definitivamente fora do jogo em 2018, então lutem para que Dilma fique por aí. O problema é o que a gente faria depois com este grande Haiti, quando ela deixasse o que teria restado do país. Qualquer outra solução terá o PT na oposição, com meia dúzia de esquerdistas berrando permanentemente na rua, e com Lula candidato em 2018.
Lava-Jato
Mas é preciso ser prudente com os equilíbrios alternativos, também instáveis. A Lava-Jato tem o que se sabe porque oficial, o que se vaza, o que se fofoca e o que, de fato, pode estar guardado a sete chaves. Nas três primeiras categorias (a outra é incógnita), não consta que esteja o nome de Michel Temer. E, vamos ser claros, não pode estar. Ou solução não é.
Vigília
Nesta terça, o senador Aécio Neves advertiu para a necessidade de blindar os tribunais — referia-se ao TSE e ao TCU — das pressões oficiais. Elas existem, e todos sabemos disso. No primeiro, Luiz Fux pediu vista e retardou a decisão do tribunal sobre abrir ou não um processo para investigar irregularidades na campanha eleitoral de Dilma.
No TCU, ministros estão sob assédio para mudar o seu voto. Aviso: ainda hoje, a despeito de acordões e arranjões, o placar é contrário ao governo. Por enquanto, os que anunciaram uma vitória ao Planalto não estão podendo entregar o que prometeram.
Em síntese, tem-se o seguinte: um dia antes de as esquerdas irem às ruas em defesa do governo Dilma e contra a pauta do governo Dilma, o que é esquizofrênico, o que avançou um pouco em Brasília foi a possibilidade do impeachment de Dilma.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/paradoxos-na-vespera-de-o-pt-ir-a-rua-em-defesa-de-dilma-e-contra-a-pauta-de-dilma-o-que-avancou-em-brasilia-foi-o-impeachment-de-dilma/#.VdThRBdTGP0.twitter

Moro se irrita com advogados de Vargas: 'A paciência do juízo, olha...'

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo julgamento das ações em torno da Lava Jato, é um dos palestrantes desta sexta-feira do 10º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
O juiz federal Sergio Moro(Nelson Antoine/Frame/Folhapress)
O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, se irritou nesta segunda-feira com os advogados do ex-deputado petista André Vargas. Em uma tentativa de sustentar que as interceptações telefônicas nas quais Vargas foi flagrado em negociatas com o doleiro Alberto Youssef foram ilegais, os defensores arrolaram como testemunha o delegado da Polícia Federal Sérgio de Arruda Macedo, que atuou no processo. Diante de perguntas repetidas sobre o funcionamento das interceptações e outras certamente inócuas para a investigação - como o nome completo de um determinado delegado de polícia -, Moro reagiu: "É muito longo esse depoimento sobre BlackBerry? Sinceramente a paciência do juízo, olha... eu tenho outros casos", disse o juiz, após 25 minutos de audiência. A defesa continuou os questionamentos até Moro ter de interferir novamente: "Ele já respondeu isso, doutora. Eu vou indeferir a pergunta". A oitiva, em seguida, foi encerrada. (Marcela Mattos, de Brasília)

A pauta-bomba do FGTS virou biribinha; bastam disposição para negociar e só um pouquinho de competência


No melhor dos mundos para o governo, com uma base sólida e com tudo sob controle, este não seria um bom momento para mexer na correção do FGTS. Mas, por óbvio, não se está no melhor dos mundos. A proposta de correção integrava o arsenal da tal “pauta-bomba”. O Planalto, desta feita, decidiu negociar e, querem saber?, o resultado está mais para biribinha do que para bomba.
Faz sentido igualar a correção do FGTS à poupança? Sejamos claros: faz. Se o dinheiro estivesse com o trabalhador, é, no mínimo, o que ele faria certo? E qual seria o rendimento? 6,17% ao ano ou 70% da taxa básica de juros (Selic), quando esta for igual a 8,5% ou menor, mais TR. Em vez disso, o que se tem? 3% ao ano mais TR.
Bomba mesmo seria aprovar a correção de uma vez só, corrigindo-se também o saldo dos depósitos. Mas não foi isso. Depois de tentar evitar a votação, o governo entrou na negociação e o resultado final, que segue para o Senado, onde a proposta pode ainda ser alterada, é razoável:
– só terão novos índices de correção os depósitos feitos a partir de 2016;
– haverá um escalonamento para que se iguale a correção à poupança; os índices passam a ser os seguintes ao ano mais TR: 4% em 2016; 4,75% em 2017; 5,5% em 2018 e 6,17% em 2019 — ou 70% da Selic se esta for igual a 8,5% ou menor. O governo queria o escalonamento em oito anos a partir de 2016. Acabou fechando por quatro.
O projeto determina ainda que 60% do lucro do FGTS seja destinado ao financiamento das faixas 2 e 3 do programa Minha Casa Minha Vida.
Rodrigo Maia (DEM-RJ), relator da proposta, afirma que mesmo que a correção adicional de 3,17 pontos percentuais fosse aplicada ao saldo do FGTS em 2014, a despesa extra seria R$ de 10,5 bilhões, um valor, segundo ele, inferior ao lucro do FGTS, de R$ 12,9 bilhões, considerando já os repasses para o Minha Casa Minha Vida. Ele fez essa observação para evidenciar que não procedem os temores de que a correção afetaria o programa.
De todo modo, a proposta original, que previa a correção imediata dos depósitos, igualando-os à poupança, foi substancialmente modificada. A negociação, diga-se, poderia ter sido feita antes, mas o governo preferia ficar se esgoelando contra a tal “pauta-bomba”, demonizando a Câmara em vez de negociar com ela.
Desta vez, negociou. E pronto! A bomba virou biribinha. Não é tão fácil governar, mas também não é o fim do mundo, quando se tem um mínimo de competência.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-pauta-bomba-do-fgts-virou-biribinha-basta-disposicao-para-negociar-e-so-um-pouquinho-de-competencia/

Uso de bancos públicos para ajudar indústria mostra que Dilma persiste nos mesmos erros


Com apenas uma tacada, governo comete equívoco duplo: se compromete a dar estímulos num momento de escassez de recursos públicos e volta a selecionar setores específicos como alvo das benesses

Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de anúncio do Programa de Investimento em Energia Elétrica no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - 11/08/2015
Mais estímulo: Dilma chancela crédito mais barato à indústria em período de ajuste fiscal(Ueslei Marcelino/Reuters)
O anúncio da presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, nesta terça-feira, de que reduzirá os juros de linhas de crédito para o setor automotivo como forma de estimular o emprego no setor, mostra que o governo persiste nos mesmos erros. Ainda que a orientação da política econômica tenha dado uma guinada necessária em direção à ortodoxia, a medida sugere que há restos apodrecidos da 'nova matriz econômica' que ainda não foram completamente extirpados. Miriam Belchior atribuiu a Dilma a autoria do projeto que prevê o uso da Caixa e do Banco do Brasil para replicar a mesma política de redução de juros a outros setores, como o de celulose, o da construção civil e o de eletroeletrônicos. Com apenas uma tacada, o governo comete equívoco duplo: se compromete a dar estímulos num momento de escassez de recursos públicos - e sem que o ajuste fiscal prometido desde o começo do ano tenha sido concluído - e volta a selecionar setores específicos como alvo das benesses, criando bolsões artificiais protegidos contra a crise.
A medida se assemelha à que foi anunciada em 2012, quando o governo forçou a redução dos juros bancários ao consumidor por meio da Caixa e do Banco do Brasil, com o objetivo de atingir, indiretamente, as taxas praticadas também pelos bancos privados. À época, a Selic estava em 9% ao ano e a presidente não se acanhava em dizer publicamente para onde queria que caminhassem os juros básicos - movimento periogoso tendo em vista que as decisões do BC são, em teoria, técnicas, não políticas. Neste período, rompeu-se, entre outras coisas, a confiança do mercado na independência do Banco Central - confiança que não se recompôs mesmo com a sequência de aumentos na taxa de juros que já se estende por mais de um ano, na tentativa de conter o avanço da inflação.
A ideia do governo, ao forçar juros mais baixos para empresas, é criar condições atrativas para o investimento privado num momento em que o BNDES não dispõe da musculatura de outros tempos para sustentar aportes à indústria. Em junho, os financiamentos do banco de fomento para empresascaíram 0,3%. Os cortes de gastos atingiram em cheio as operações do banco. Já as desonerações, que aliviam a carga tributária do setor produtivo, estão prestes a ser extintas em projeto de lei que pode ser aprovado pelo Senado ainda esta semana. Os setores da indústria escolhidos a dedo para receber o "empurrãozinho" tão costumeiro no primeiro governo Dilma obviamente receberam a notícia com euforia - e para eles tanto faz se o dinheiro vem do BNDES ou dos bancos públicos.
Um governo que padece de uma crise de confiança não poderia se dar ao luxo de usar a Caixa e o Banco do Brasil como braço executor de políticas de estímulo econômico.
Um governo que propõe pacotes como o desta terça-feira perde o direito de reclamar da existência de uma "pauta-bomba" do Congresso para aumentar o gasto público.
Um governo que ainda não aprovou o ajuste fiscal do qual depende a manutenção do grau de investimento do Brasil se mostra inconsequente em todos os seus níveis - da presidente, a quem foi atribuída a autoria da ideia, à ala insensata de sua equipe econômica.
Todos os bancos brasileiros sofreram, na última semana, corte em sua nota de investimento pela agência Moody's, e estão cada vez mais próximos do rebaixamento. Por comportamento pregresso, as agências não deverão fazer vista grossa às instituições públicas caso o pacote de bondades saia do papel. Sob o pretexto de ajudar a indústria, alimentando-a com uma ração atualmente insustentável, o governo coloca todo o Brasil, e não apenas setores escolhidos a dedo, mais próximo do precipício.

Câmara aprova mais um item da pauta-bomba e dobra correção do FGTS


Proposta equipara ganhos do Fundo de Garantia aos rendimentos da poupança, mas por meio de aumento escalonado nos próximos quatro anos, o que resultou de acordo com o governo

Manifestantes ligados à Força Sindical, protestam durante sessão que discute na Câmara dos Deputados a proposta que reajusta o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pelo índice da poupança - 18/08/2015
Manifestantes ligados à Força Sindical, protestam durante sessão que discute na Câmara dos Deputados a proposta que reajusta o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pelo índice da poupança - 18/08/2015(Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira mais um projeto que contraria os interesses do governo e pode trazer impacto aos cofres públicos em meio à retração econômica. Em votação simbólica, os deputados deram aval ao texto-base da proposta que dobra a correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), equiparando-a aos rendimentos da poupança. O governo ameaça vetar trechos da matéria. A toque de caixa, foram retirados do texto quatro destaques, e um quinto foi recusado. Assim, a Câmara concluiu a votação e encaminhou o texto ao Senado.
Atualmente, o rendimento do FGTS é de 3% mais a taxa referencial (TR), índice menor que o da poupança. A proposta original sugeria a equiparação imediata das taxas, o que significaria dobrar a correção atual do fundo de garantia á a partir de 2016. O governo, no entanto, pediu um prazo maior para se preparar para implantar a medida e propôs um escalonamento ao longo de oito anos. O relator, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), aceitou um aumento escalonado de quatro anos.
Após o acordo, o governo orientou os deputados aliados a aprovar a matéria. No entanto, o líder José Guimarães (PT-CE) afirmou que, como não houve um consentimento integral sobre as propostas do relator, não há o compromisso de sancionar o projeto em sua totalidade. "O governo precisa analisar os números, o impacto disso nos programas sociais, especialmente o Minha Casa, Minha Vida. Achávamos melhor não votar essa matéria agora", disse Guimarães.
Pelo texto, a medida já vale a partir de 2016, inicialmente com uma correção de 4% + TR. No ano seguinte, a taxa sobe para 4,75% + TR. Em 2018, vai a 5,5% + TR, até chegar à rentabilidade da poupança em 2019 - atualmente, seria o referente a 6,17% + TR.
Também para o período de quatro anos, a proposta cria um limite de recursos que o governo pode usar para financiar projetos habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida. Em outro acordo com o Ministério da Fazenda, ficou fixado que até 60% do lucro efetivo do FGTS pode ser destinado ao setor.
Com isso, a matéria pouparia o trabalhador de arcar com as perdas decorrentes da inflação. Conforme dados apresentados pelo relator Rodrigo Maia, o desfalque entre os índices acarretou, entre 2004 e 2014, uma perda de 38,5 bilhões de reais aos trabalhadores cotistas do fundo. "Não há nenhum tipo de radicalismo na nossa proposta. O que há é um radicalismo dos últimos governos que paga ao trabalhador uma remuneração negativa de 14% em relação à inflação, e isso não pode continuar", disse Rodrigo Maia.
Crédito imobiliário - Como os trabalhadores, em geral, não podem sacar seus recursos antes da aposentadoria (o saque é permitido apenas em caso de demissão ou para a compra de imóveis pela Caixa), o saldo do FGTS é usado pelo governo para financiar programas como o Minha Casa Minha Vida, obras de infraestrutura e saneamento, além de ajudar a encorpar o crédito imobiliário da Caixa. Com a mudança de regras, o governo argumenta que poderá haver impacto no custo do financiamento, já que o Fundo terá de cobrar juros mais caros para fazer frente ao aumento da rentabilidade para os trabalhadores. A Caixa Econômica Federal chegou a anunciar que o aumento das prestações de financiamento imobiliário pode chegar a até 37,7% com a nova regra.
O FGTS - Criado em 1967, o fundo é composto por contas abertas no nome de cada trabalhador. Seu saldo decorre de depósitos obrigatórios dos empregadores, no equivalente a 8% do salário de cada trabalhador. O saldo não pode ser sacado a qualquer momento. Somente para a aquisição da casa própria, se o valor do imóvel for menor que 600 mil reais, na aposentadoria, em casos de demissão sem justa causa ou em situações em que o trabalhador tem uma doença grave, como câncer.
VEJA

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