quarta-feira 12 2015

CONTRA O ARRANJÃO – Alô, Movimento Brasil Livre! Alô, Revoltados Online! Alô, Vem Pra Rua! Alô, decentes! É hora de cobrar Janot, Renan e ministros do TCU

É na hora de a onça beber água que se testam as convicções, inclusive a de falsas vestais que conseguem se esconder em biombos de moralidade de ocasião. Se há quem ainda não tenha entendido, então sou mais claro: ESTÁ EM CURSO UMA MEGA-ARMAÇÃO EM BRASÍLIA PARA LIVRAR A CARA DOS VERDADEIROS RESPONSÁVEIS PELO PETROLÃO E CULPAR OS SUSPEITOS DE SEMPRE E OS INIMIGOS DE ESTIMAÇÃO DA IMPRENSA.
A armação é gigantesca, bem urdida e nem sempre fácil de entender. Mas os passos estão sendo dados. Contei aqui de manhã um dos sonhos de impunidade que se desenham em Brasília:
1: Rodrigo Janot livraria a cara de Renan Calheiros, não oferecendo denúncia contra o presidente do Senado — também se safariam os senadores petistas Humberto Costa (PE) e Gleisi Hoffmann (PR);
2: Renan faria valer a sua influência no Senado para aprovar a recondução de Janot ao cargo — e alguns imbecis diriam que a troca vale a pena. Como é mesmo? Tudo pela moralidade da Lava Jato!
3: Mas não só! Renan precisa se livrar da Lava Jato porque é a nova âncora de estabilidade escolhida pelo Planalto. De quebra, ele “influenciaria” três votos no TCU, antes contrários a Dilma: Bruno Dantas, Raimundo Carreiro e Vital do Rêgo.
O primeiro passo do sonho já começa a ser realidade. O TCU já anunciou o adiamento da votação do relatório. Em tese, o governo ganhará mais tempo para dar resposta a suas dúvidas. De fato, esse é o tempo necessário da cooptação. Também se espera um abrandamento da fervura.
Leio hoje no Painel da Folha que o terrível Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deve ser, de fato, o homem mais poderoso do Brasil, teria orientado seus seguidores a pôr Renan Calheiros na mira das manifestações. Vai ver também faço parte dessa nova conspiração… Sim, é preciso pôr Renan na mira das manifestações porque é evidente que o “arranjão Fica-Dilma” passa por ele.
Que peninha! Não combinei antes com o deputado. Não falo com ele ou com qualquer assessor seu desde o dia 13 de julho, quando concedeu uma entrevista ao programa “Os Pingos nos Is”, que ancoro na Jovem Pan — antes ainda de Julio Camargo tê-lo acusado de ter recebido US$ 5 milhões de propina. Coisas assim são sempre comprováveis porque parto do princípio de que não existe mais sigilo telefônico (ou de qualquer naturezas) no país.
Mas não é só Renan, não! Também Rodrigo Janot deve ser alvo do interesse dos movimentos de rua que cobram a saída de Dilma. O acordão que está em curso depende também da sua participação. Ah, sim, se quiserem, merecem atenção alguns ministros do Supremo: sabem como é… São eles que aceitam ou rejeitam as denúncias oferecidas pela Procuradoria.
O jogo que se trava em Brasília é por demais óbvio, não é mesmo? Sim, claro!, podemos considerar mera coincidência que Lula estivesse discursando para as ditas “margaridas”, nesta terça, em patuscada financiada por estatais, enquanto Dilma discursava em jantar para Janot, cinco ministros do Supremo, três ministros de estado e presidentes de demais tribunais superiores.
No dia seguinte, nesta quarta, a Câmara dos Deputados foi cercada pelas ditas margaridas, como direi?, “PTeladas”, que pedem, ora vejam, a cabeça de Eduardo Cunha. Fosse porque ele está na Operação Lava Jato, também cobrariam a de Renan, Vaccari e outros. Mas não! Não estão contra ele por seus eventuais e supostos crimes, mas porque ele é, afinal, um adversário do governo.
É preciso, sim, que as ruas passem a cobrar também o procurador-geral da República. Por que não? Como sabe qualquer um que se ocupe da Constituição e da jurisprudência do Supremo, a presidente Dilma pode, sim, no mínimo, ser investigada em inquérito. Quanto ao oferecimento de denúncia, há uma controvérsia, a meu ver, sobre o nada — e bastaria, para tanto, ler o que está na Carta. Em vez disso, Janot está indo jantar com Dilma para comemorar o Dia do Advogado… Tenham paciência!
O “Arranjão” já está combinado. É preciso ver, agora, se as ruas, ao denunciar a farsa, conseguem desfazê-lo. Não é fácil. A máquina, como se nota, é poderosa e opera em várias frentes: no Legislativo, no Judiciário, no Ministério Público, no TCU, nos ditos movimentos sociais, na imprensa. Enfrentar a hegemonia que as esquerdas firmaram nesses anos não é tarefa simples.
E só para arrematar. Há muito tempo vislumbro um acordão sendo desenhado — afinal, a um analista cabe ir além do calor da hora e da simples torcida. Idiotas gritam aqui e ali. Se não o fizessem, idiotas não seriam. O tempo está se encarregando de esclarecer as coisas. No dia 22 de fevereiro, escrevi aqui:
(…)Muito bem! O Brasil está de olho em Rodrigo Janot, procurador-geral da República. E espera-se que Rodrigo Janot esteja de olho no Brasil, mais preocupado em dar a resposta necessária à impressionante sucessão de descalabros na Petrobras do que em, digamos, “administrar” a denúncia para amenizar a crise política. Esse é, afinal, um papel que cabe aos… políticos. Sim, é preciso que a gente acompanhe com lupa o trabalho do Ministério Público Federal.
Janot andou a pensar alto por aí. E este blog revela um desses pensamentos, prestem atenção: “Passei a régua e, felizmente, Lula e Dilma estão limpos”. É? Então é hora de voltar à prancheta.
(…)
Um dos interlocutores frequentes de Cardozo, diga-se, tem sido justamente Janot. E isso não é bom. É evidente que um procurador-geral deve manter relações institucionais com o ministro da Justiça. E só! Em dias como os que vivemos, conversas cordiais entre quem investiga e porta-vozes informais de investigados não parecem constituir atitude muito prudente.
(…)
A hipótese de que o petrolão chegue à fase de julgamento como mero esquema de assalto aos cofres do país, protagonizado por empreiteiros que decidiram corromper agentes públicos, é coisa ainda mais grave do que uma mentira: É UMA CORRUPÇÃO DA VERDADE. Tal leitura busca absolver o PT de seu crime principal: O ASSALTO À INSTITUCIONALIDADE.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/contra-o-arranjao-alo-movimento-brasil-livre-alo-revoltados-online-alo-vem-pra-rua-alo-decentes-e-hora-de-cobrar-janot-renan-e-ministros-do-tcu/

Com verba do BNDES, Marcha das Margaridas vira ato pró-Dilma. E mira Cunha

Trabalhadoras rurais realizam na manhã desta quarta-feira (12) uma passeata entre o Estádio Mané Garrincha e o Congresso Nacional, em Brasília (DF), em protesto por mais educação e mais políticas públicas para o campo. A manifestação, conhecida como Marcha das Margaridas, ocorre de quatro em quatro anos
Marcha das Margaridas em Brasília: um protesto chapa-branca(Divulgação/Agência Brasil)
Com patrocínio do BNDES, da Itaipu-Binacional e da Caixa Econômica Federal, a 5ª Marcha das Margaridas transformou-se nesta quarta-feira em um ato de apoio à presidente Dilma Rousseff. O protesto chapa-branca saiu do Estádio Mané Garrincha, onde as participantes estão acampadas, e marchou pelas ruas da capital federal. Aos gritos de "Dilma não está sozinha", as manifestantes miraram o discurso em um dos principais adversários da presidente, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Marcha mulherada! Sua bandeira na mão empunha. Viemos de todo canto, botar pra fora Eduardo Cunha", bradavam as líderes nos carros de som. As participantes viraram as costas para o Congresso Nacional em protesto contra o que chamaram de "manobras golpistas". "Queremos dizer que as Margaridas do Brasil vão ocupar as ruas desse país para garantir a democracia", afirmou Carmen Foro, vice-presidente da CUT. É esperada a participação da presidente na marcha, às 15 horas, no Mané Garrincha, para onde as manifestantes já se dirigem de volta. (Da redação)

MÉDICOS DO SÍRIO LIBANÊS E DO EINSTEIN ABREM CLÍNICA EM HELIÓPOLIS


Bem na entrada da favela de Heliópolis, entre uma agência bancária e uma loja de departamentos, desponta uma clínica médica que só realiza consultas particulares. Não vale convênio, tampouco cartão do SUS.

Quem passa ali, estranha. Muitos moradores custam a ter coragem de entrar. Só perdem o medo na medida em que o boca a boca se espalha ou quando leem um cartaz bem à frente do portão que informa, em linguagem clara e direta, o valor das consultas: R$ 40 para clínico-geral e R$ 60 para qualquer uma das dez especialidades oferecidas, que pode ser dividido em duas parcelas.
"Quem disse que essa população não pode ir ao médico particular?", questiona o criador do Dr. Consulta, Thomaz Srougi. Ele se refere ao seu público-alvo: gente sem plano de saúde e cansada das filas dos postos públicos. O perfil exato dos moradores da maior favela da cidade.
Para atendê-los, a estrutura é simples, porém bem equipada. Nos consultórios - separados por divisórias de fórmica e com cadeiras de plástico -, há equipamentos caros, como o usado em exames oftalmológicos e o de ultrassonografia, além do eletrocardiograma. Em casos mais sérios, em que seja necessária a internação, os pacientes são encaminhados ao hospital público.
O atendimento é feito por uma dúzia de médicos, todos formados em universidades conceituadas e integrantes do corpo clínico de hospitais de ponta, como o Sírio-Libanês e o Albert Einstein. O diretor da clínica, por exemplo, é Cesar Câmara, indicado por Miguel Srougi, um dos urologistas mais conceituados da cidade e pai de Thomaz.
Na quarta-feira passada, Cesar saiu de Heliópolis e tomou o metrô Sacomã em direção ao Sírio, para atender um dos seus pacientes. Em seu consultório, a consulta custa R$ 450, sete vez o que pagou cada um dos dez pacientes atendidos naquela tarde.
"Engajei-me no projeto porque consigo garantir um atendimento humanizado. Tem consultas em que levo 40 minutos, mesmo tempo que pratico no consultório particular, o que seria impossível na realidade dos convênios."
Todos os médicos dali já haviam atendido por planos privados e recebem em Heliópolis o mesmo que ganhariam em um convênio: cerca de R$ 40 por hora. A diferença é que estão livres das conhecidas metas de atendimento que encurtam as consultas a cada dia. "Selecionamos os médicos por esse perfil humanizado. É importante serem egressos das melhores universidades, mas isso não basta", diz Cesar.
De longe
Mesmo que a maioria do público não se atente ao nome do Sírio-Libanês costurado no jaleco do urologista - "a população daqui nunca ouviu falar do hospital", brinca Cesar -, já começa a pipocar por ali um ou outro paciente vindo de longe. Dia desses, Cesar atendeu um homem que havia se locomovido do Paraíso (bairro de classe média alta e a pelo menos meia hora de distância, de carro).
Se a pessoa tinha ou não dinheiro para pagar mais pelo atendimento, não interessa, diz Thomaz. "Essa procura é boa. Sinaliza que há muito espaço de crescimento."
Desde sua inauguração, em agosto de 2011, a clínica tem crescido 40% por mês e hoje realiza 600 procedimentos a cada 30 dias. A conta ainda não fecha porque houve investimento de cerca de R$ 1 milhão em estrutura, mas a receita tem aumentado à medida que a população descobre o local. Dos 300 mil habitantes da microrregião, só 10% conhecem a clínica, segundo pesquisa encomendada por Thomaz.
Nos sonhos do administrador, ele vê uma clínica em cada um dos 96 distritos da capital. Só para garantir o público, as próximas unidades devem ser instadas em bairros periféricos, como Itaquera e São Miguel Paulista, na zona leste. "Inspirei-me em projetos parecidos em países como Guatemala e México. Testei, adaptei e agora quero crescer, sempre seguindo essa lógica simples, de gerar renda ao mesmo tempo em que agrego um valor muito importante à população." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Se a moda pega, legal... E danem-se os convênios protegidos por políticos gananciosos... E o atendimento do SUS... Também e o Mais Médicos (os companheiros, que vão todos para a Coreia do Norte).

TCU dá mais 15 dias para Dilma explicar contas de 2014

Pura Sacanagem!!!

Segundo o ministro relator, TCU fará o possível para que o processo volte ao colegiado 'o mais rápido possível'

A presidente Dilma Rousseff participa da cerimônia de anúncio do programa de investimentos em energia elétrica, no Palácio do Planalto, Brasília (DF)
A presidente Dilma Rousseff terá novo prazo para explicar contas(Evaristo Sá/AFP)
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira o pedido de novos esclarecimentos à presidente Dilma Rousseff sobre as contas de 2014, protocolado pelo senador Otto Alencar (PSD-BA). A Presidência da República terá 15 dias para responder os novos questionamentos, a partir do momento em que receber a notificação. A decisão foi definida em sessão plenária. O ministro relator do processo, Augusto Nardes, sugeriu adiamento de dez dias. Mas, como outros membros da Corte pediram prazo maior - o ministro Bruno Dantas pediu 30 dias -, definiu-se o prazo de 15 dias para que o governo entregue a nova defesa. A partir de então, os técnicos do Tribunal terão mais 15 dias para analisar as explicações e, só então, o texto passará pelas mãos do ministro.
"Dois novos elementos não foram contemplados no relatório inicial, em virtude de terem sido apresentados pelo Ministério Público fora do prazo regimental. Devemos agora realizar oitiva complementar à presidente Dilma Rousseff para que, caso entenda ser necessário, pronuncie-se acerca desses dois novos indícios de irregularidade", disse Nardes. "Vamos fazer todos os esforços para que o processo volte ao colegiado (de ministros) o mais breve possível", disse o relator.
"Como se trata de tema bastante novo e efervescente, não poderíamos simplesmente examinar dois novos pontos sem reabrirmos o prazo para a defesa", disse Bruno Dantas, que justificou seu pedido por prazo adicional por um risco de "judicialização". "Na sessão de junho, demos 30 dias para a presidente esclarecer 13 irregularidades. Agora que temos mais duas, fico a me perguntar se não correríamos o risco de abrir um flanco de judicialização. Um questionamento sobre um prazo de 30 dias antes e agora somente 10 dias", disse Dantas.
O Senado enviou na noite de terça-feira um requerimento à Corte de Contas pedindo mais tempo para a presidente prestar esclarecimentos sobre as irregularidades apontadas nos demonstrativos de gastos do governo no ano passado. O movimento sinaliza uma tentativa de adiar o julgamento para outubro, quando, estima o governo, o ímpeto popular pelo impeachment terá sido aplacado.
A previsão inicial de julgamento era o dia 26 de agosto, poucos dias depois das manifestações programadas para o próximo domingo. Com a aprovação do requerimento, o governo terá mais tempo não só para explicações, mas também para tentar reconstruir a base desarticulada. O movimento inicial de reconstrução foi a aliança com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), selada com um 'pacto anticrise' sugerido pelo próprio Renan e acatado pelo Executivo a toque de caixa.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) é um dos poucos remanescentes da base aliada e ex-vice-governador da Bahia na gestão do petista Jaques Wagner, hoje ministro da Defesa. Alencar afirmou que surgiram dois "fatos novos" apurados pelo Ministério Público de Contas, e que deveriam ser explicados pela presidente. Daí o pedido de adiamento. Em junho, o MP de Contas produziu um documento relatando as possíveis falhas na contabilidade do Tesouro em 2014. Contudo, o texto foi ignorado pelo ministro relator. Com base em apuração dos próprios técnicos do Tribunal, Nardes produziu um relatório final apontando 13 irregularidades que a presidente Dilma teria de explicar. A Advogacia-Geral da União preparou a defesa e a entregou à Corte de Contas em 22 de julho.
As novas questões levantadas pelo Ministério Público de Contas apontam a edição de decretos presidenciais de abertura de crédito suplementar pelo Ministério do Trabalho, no valor de 9,2 bilhões de reais, e omissões sobre os financiamentos concedidos pelo BNDES a grandes empresas.
A extensão do prazo é uma ótima notícia para o governo. Parlamentares da oposição estudam usar uma eventual reprovação nas contas para embasar a abertura de um processo de destituição da presidente. Após ser apreciada pelo TCU, a prestação de contas da presidente precisa passar pelo crivo do Legislativo.

Dinheiro liga Youssef à obra no prédio de Lula no Guarujá


Corretora de imóveis recebeu R$ 3,7 milhões de empresa usada pelo doleiro e repassou R$ 3,2 milhões à OAS durante a finalização das obras do Edifício Solaris, segundo jornal

O ex-presidente Lula na abertura da 5ª Marcha das Margaridas
O ex-presidente Lula, dono de um tríplex no Guarujá, na abertura da 5ª Marcha das Margaridas, nesta terça-feira(Lula Marques/ Agência PT/Divulgação)
Utilizada pelo doleiro Alberto Youssef para lavar dinheiro, a empresa GFD repassou 3,7 milhões de reais entre 2009 e 2013 à corretora de valores mobiliários Planner - que repassou praticamente a mesma quantia (3,2 milhões de reais) à construtora OAS em 2010, durante a finalização das obras do Edifício Solaris, no Guarujá, litoral paulista, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possui um tríplex. As informações são do jornal O Globo. Segundo a reportagem, o Ministério Público Federal suspeita que parte dos valores repassados por Youssef tenha sido usada para concluir a obra, iniciada pela Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), que realizou diversas operações financeiras com a Planner.
Os repasses da GFD para a Planner constam nos primeiros documentos analisados pela Polícia Federal depois da quebra de sigilo fiscal das empresas de Youssef, um dos principais delatores do petrolão. Já os acordos financeiros entre a Planner e a OAS aparecem em documentos do processo que investiga irregularidades na Bancoop, que tramita na 5ª Vara Criminal de São Paulo, aos quais o jornal teve acesso.
De acordo com a reportagem, enquanto recebia dinheiro de Youssef, a Planner fazia pagamentos à OAS por meio de outra empresa do grupo, a Planner Trustee. O dinheiro foi repassado pouco depois da empreiteira ter assumido as obras do prédio. Responsável por apurar fraudes na Bancoop, o Ministério Público de São Paulo decidiu reabrir as investigações sobre a relação entre a OAS e a cooperativa - e vai repassar as informações à força-tarefa da Operação Lava Jato.
A Bancoop quebrou em 2006, deixando 32 obras inacabadas e mais de 3.500 famílias na rua da amargura. A construção do edifício de Lula só terminou porque a empreiteira OAS foi contratada por João Vaccari Neto, presidente da Bancoop até 2010 e ex-tesoureiro do PT, para concluir o projeto, que estava parado assim como a maior parte das obras financiadas pela cooperativa. Para que o empreendimento fosse concluído, cada morador teve que pagar um adicional de 120.000 reais. A obra foi um dos favores do empreiteiro Leo Pinheiro a Lula. Sem uma mãozinha da OAS, poderia dar cadeia o golpe da Bancoop, um ensaio geral para a roubalheira generalizada que marcaria mais tarde as gestões petistas. Vaccari, aliás, está preso atualmente em Curitiba por envolvimento no escândalo do petrolão.
À beira da praia e com vista para o mar, o prédio tem três tipos de apartamentos - as coberturas tríplex, alguns duplex de 162 metros quadrados e outros de um pavimento, com cerca de 100 metros quadrados. O de Lula, que ficou pronto neste ano, pertence à primeira categoria. Fica no 16º andar, tem elevador privativo e 297 metros quadrados. Além de Vaccari, também constam da lista de cooperados do Solaris a mulher de Freud Godoy, o ex-assessor de Lula que ficou famoso no caso dos aloprados, em que militantes petistas foram presos tentando comprar um dossiê com informações falsas contra o tucano José Serra. A quebra da cooperativa se deu, segundo o MP, com um rombo de pelo menos 100 milhões de reais porque seus dirigentes desviaram dinheiro pago pelos mutuários para "fins escusos".
A OAS disse ao Globo que a Planner foi usada para a emissão de debêntures (títulos da empresa). Carlos Arnaldo Borges de Souza, sócio da corretora de imóveis, disse que o dinheiro recebido da GFD corresponde à compra e vende de ações e que os 3,2 milhões de reais repassados para a OAS foram resultado da compra de debêntures emitidas pela construtora, que deu o imóvel em hipoteca. O advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D'Urso, não quis se manifestar e disse não conhecer a operação. Já o Instituto Lula negou que o ex-presidente tenha um apartamento no Edifício Solaris e explicou que a família dele é dona de uma cota do empreendimento, adquirida pela ex-primeira-dama Marisa Letícia em 2005 e quitada cinco anos depois.
Em janeiro deste ano, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou movimentação suspeita no valor de 18 milhões de reais entre a Bancoop, a Planner e o Sindicato dos Bancários de São Paulo na época em que a cooperativa de crédito habitacional era presidida por Vaccari. O alerta indicou que a movimentação pode ter se tratado de lavagem de dinheiro.

PT marca manifestação também para o domingo. Eles querem pancadaria. E não vão ter!


O PT está querendo confusão, e aqueles que vão às ruas no domingo pedir a saída de Dilma Rousseff devem dizer um solene “não” à provocação. A CUT e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC marcaram para o mesmo dia um suposto ato em defesa da democracia em frente ao Instituto Lula, no Ipiranga.
Embora o protesto contra Dilma na capital esteja marcado para a Avenida Paulista e imediações, é evidente que o clima acaba tomando toda a cidade. Sim, os petistas são livres para se manifestar, mas não é menos certo que milhares vão às ruas também contra o petismo.
Ora, recomenda o bom senso que essas forças não se engalfinhem. Essa tática de confrontar manifestações contra o governo com protestos a favor é típica do chavismo. O PT e as esquerdas querem briga de rua, querem porrada, querem pancadaria. Ou não fariam isso.
E, obviamente, os que vão protestar contra o governo não devem fazer a vontade dos provocadores.
Aliás, um alerta aos movimentos que encabeçam os protestos: NUNCA FOI TÃO IMPORTANTE CUIDAR DA SEGURANÇA.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/pt-marca-manifestacao-tambem-para-o-domingo-eles-querem-pancadaria-e-nao-vao-ter/#.VcsnqaBh4V8.twitter

A FRENTE NADA AMPLA “FICA DILMA” – Presidente janta 5 ministros do STF, Janot e presidentes de outros tribunais e da OAB


Estou preocupado com a silhueta de Dilma Rousseff. Vai voltar a engordar já, já. No dia 3, ela ofereceu um churrasco a presidentes e lideranças dos partidos aliados no Palácio da Alvorada. Na segunda, recebeu 43 senadores da base e 21 ministros. Nesta terça, foi a vez de juntar num convescote, atenção!, cinco titulares do Supremo — Ricardo Lewandowski (presidente), Dias Toffoli (que preside o TSE), Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin —, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot (olhem ele aí…); os presidentes dos demais tribunais superiores; o vice presidente Michel Temer;  os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) e o presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho.
O pretexto do convescote? Comemorar o Dia do Advogado e a criação dos primeiros cursos jurídicos no país. Alguém acreditou nisso? Nem os gramados de Brasília. Essa gente brinca com fogo.
Aliás, a iniciativa não escapou à observação ferina do ministro Marco Aurélio, um dos seis ausentes do Supremo. Indagado se achava submissão ministro do STF em eventos assim, ele respondeu: “[Submissão] é a leitura que o leigo faz. Nós não ficamos submissos por aceitarmos o convite da presidente da República, mas aquele a quem devemos contas, que são os cidadãos, veem de outra forma, veem como se fosse algo em termos de cooptação. E isso não é bom, principalmente nesta época de crise”.
Em quatro dias, Dilma se encontrou com Janot duas vezes: no sábado, na conversa que mantiveram, ela anunciou que iria indicá-lo para mais dois anos à frente do Ministério Público — o que depende agora do Senado do neoestadista Renan Calheiros. A petista fez a indicação oficial nesta terça, quando tiverem novo teretetê.  Acabam ficando íntimos. Ainda será o início de uma bela amizade, como o policial Louis e Rick, em Casablanca.
No jantar, ora vejam, Dilma falou sobre a importância de manter a harmonia entre os Poderes. Não citou Montesquieu, mas tenho a certeza de que a tentação lhe ficou na ponta da língua. Na sua vez de discursar, Ricardo Lewandowski, o presidente do Supremo, falou sobre a necessidade de se investir na estabilidade e de se ter compromisso com a legitimidade do mandato. Dilma fez um aceno com a cabeça, deixando claro que endossava a palavra do notável magistrado.
A presidente teve inúmeras outras oportunidades de fazer uma reunião assim. E nada! Agora, decide juntar à mesa o presidente de um tribunal que pode cassar a sua eleição; o presidente de outro, que pode cassar o seu mandato; o procurador-geral, que pode, se quiser, denunciá-la — sei que ele não fará isso, é claro! Nunca apostei que faria, como vocês sabem…
E, para coroar estes tempos viciosos, lá estava o presidente da OAB… Que coisa, né? Em 1992, o então presidente da Ordem, Marcello Lavenère, fez história assinando, em companhia de Barbosa Lima Sobrinho, a denúncia que resultou no afastamento de Collor. Em 2015, o presidente da Ordem se dedica a rapapés.
Convenham: as lambanças do governo Collor, em confronto com o que se tem aí, são  coisas de amadores prepotentes. Mas vocês sabem… Naqueles dias, os esquerdistas não davam muita bola para esse papo de, como é mesmo, Lewandowski?, “legitimidade do voto”. Foram descobrir isso bem mais tarde.
Essa gente não sabe que há hoje um Brasil que não dá a menor bola para os convescotes de Brasília. Ao contrário: esse tipo de arranjo só ajuda a botar ainda mais gente na rua.
Texto publicado originalmente às 4h27
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-frente-nada-ampla-fica-dilma-presidente-janta-5-ministros-do-stf-janot-e-presidentes-de-outros-tribunais-e-da-oab/