quinta-feira 09 2014
Comprar as piores ações do ano anterior tem sido bom negócio; mas e para 2014?
Por InfoMoney, InfoMoney
Segundo relatório do Citi, apesar da história mostrar que a estratégia é lucrativa, ações como PDG e HRT indicam que não é a melhor hora de se arriscar neste trade
História mostra que comprar as piores ações do ano anterior pode ser um bom negócio (Getty Images)
SÃO PAULO - Comprar as piores ações do ano anterior tem se mostrado um bom negócio na Bovespa. Em 6 dos últimos 10 anos, as ações "contrarian" (as impopulares, que performaram mal) têm trazido melhores resultados do que aplicar naquelas que já estavam indo bem, mostra estudo feito pela Citi Corretora. A performance dos 10 piores papéis do ano anterior foi de 327%, contra 77% daqueles que já demonstravam bom desempenho. Embora a história mostre que ele é vantajoso, será que esse trade daria certo em 2014?
Apesar do bom histórico, a seleção feita pelos analistas do Citi mostra que não é recomendável este tipo de trade. Em 2014, montar essa estratégia significaria investir em ações como PDG (PDGR3, -45%), HRT (HRTP3, -81%) e Marfrig (MRFG3, -53%), em detrimento das maiores ganhadoras de 2013, lideradas por Kroton (KROT3, +70%), Braskem (BRKM5, +60%), TIM (TIMP3, +54%) e Estácio (ESTC3, +50%). Os analistas da corretora pensam que o clima de mal estar continuará no Brasil na primeira metade do ano, pois os gastos característicos do ano de eleição e as promessas de mais gastos manterão o foco no problema central da economia: um poder público ineficiente, que afasta os investimentos e torna o crescimento mais lento.
Com isso, eles preferem os 40% do mercado de ações brasileiro, que representa os exportadores, as empresas de infraestrutura para exportação, multinacionais e empresas cujos produtos têm seus preços denominados em moeda estrangeira. Eles gostam de nomes, como BRF (BRFS3), Gerdau (GGBR4), Cosan (CSAN3), Klabin (KLBN4), Wilson Sons (WSON33) e Tupy (TUPY3).
Quer seguir a estratégia? Então saiba o que escolher
Entretanto, caso o investidor queira se guiar pela estratégia das ações "contrarian", os analistas sugerem: prefiram as ações do setor de petróleo, varejo e construção, pois estes contam com a melhor probabilidade de uma recuperação nos fundamentos.
Dito isto, eles comentam que as estratégias "contrarian" podem funcionar melhor conforme aproxima-se do final do ano. Até então, alguns dos problemas atuais (desvalorização do real, gastos ocasionados pela eleição, risco de downgrade do rating do Brasil e desalavancagem dos consumidores) podem levar a "soluções do amanhã" (fortalecimento da balança comercial, austeridade pós-eleição, uma estabilização da perspectiva para os ratings e uma retomada dos gastos com consumo).
E os analistas ainda deixam uma estimativa: em algum momento o maior call de todos deve começar a funcionar, ou seja, uma reversão da preferências dos investidores nos trades dos mercados desenvolvidos versus os emergentes. No momento, os valuations sugerem que o momento será poderoso quando acontecer, provavelmente compensando qualquer aspecto específico do mercado brasileiro.
Confira a lista das melhores e piores ações de 2013:
As melhores ações* | As piores ações* | ||||||
Empresa | Ticker | Setor | Variação | Empresa | Ticker | Setor | Variação |
Kroton | KROT3 | Educação | +70% | PDG | PDGR3 | Construção Civil | -45% |
Braskem | BRKM5 | Indústria | +60% | Oi PN | OIBR4 | Telecomunicação | -46% |
TIM | TIMP3 | Telecomunicação | +54% | LLX Logística | LLXL3 | Indústria | -46% |
Estácio | ESTC3 | Educação | +50% | Oi ON | OIBR3 | Telecomunicação | -51% |
Cielo | CIEL3 | Cartões | +46% | Marfrig | MRFG3 | Consumo | -53% |
JBS | JBSS3 | Consumo | +46% | Rossi | RSID3 | Construção Civil | -55% |
Suzano | SUZB5 | Papel e celulose | +34% | Brookfield | BISA3 | Construção Civil | -69% |
CSN | CSNA3 | Siderúrgico | +33% | Eneva | ENEV3 | Energia | -75% |
Porto Seguro | PSSA3 | Financeiro | +31% | HRT | HRTP3 | Petróleo | -81% |
Embraer | EMBR3 | Indústria | +31% | MMX Mineração | MMXM3 | Mineração | -84% |
*Fonte: Citi, Economática; ações do índice IBrX-100 http://dinheiro.br.msn.com/mercado/comprar-as-piores-a%C3%A7%C3%B5es-do-ano-anterior-tem-sido-bom-neg%C3%B3cio-mas-e-para-2014-1#page=1 |
Subprocurador da República é favorável à intervenção federal no MA
or Ricardo Brito, estadao.com.br
De acordo com Aurélio Veiga Rios, há pelo menos cinco anos são recebidos relatos de situações de 'descalabro' em presídios do Estado
O subprocurador-geral da República Aurélio Veiga Rios afirmou nesta quinta-feira, 9, que é favorável à intervenção federal no sistema penitenciário do Maranhão. Ele, que também é procurador federal dos direitos dos cidadãos, disse que há pelo menos cinco anos são recebidos relatos de situações de "descalabro" em presídios do Estado.
Veiga Rios confirmou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recebeu em outubro de 2013 um pedido feito do Ministério Público pela intervenção no Maranhão por causa dos problemas no sistema prisional. Cabe a Janot fazer o pedido de intervenção, ressaltou Veiga Rios. O pedido de intervenção federal no Maranhão, após a morte de 62 detentos no presídio de Pedrinhas, está praticamente pronto no Ministério Público Federal.
Veiga Rios e a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, participaram de reunião do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) na tarde desta quinta-feira, 9. A reunião foi focada nos problemas verificados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão.
O subprocurador defendeu que os problemas nos presídios do Maranhão sejam analisadas com isenção, mesmo lembrando que há eleições em 2014. Maria do Rosário concordou com o subprocurador e destacou que o governo tomará uma posição institucional. Ela destacou, no entanto, que quem falará oficialmente pelo governo federal é o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que está no Maranhão, para reunião com a governadora Roseana Sarney.
Veiga Rios disse que relatos de decapitação de presos não são novidade no País, mencionando o caso do presídio de Urso Branco, em Rondônia. Em janeiro de 2002, 27 detentos foram mortos por outros presos quando a Polícia Militar ingressou na Casa de Detenção Dr. José Mário Alves da Silva, conhecida como Urso Branco, em Porto Velho, Rondônia, conhecida como "Urso Branco", para acabar com uma rebelião. Nessa ocasião, também foram registradas decapitações e caso foi levado à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
PGR deve pedir intervenção federal no Maranhão
Maranhão
Chance de o pedido avançar no Supremo Tribunal Federal é quase nula; paralelamente, Dilma tenta socorrer a família Sarney e minimizar o estrago da crise nos presídios em ano eleitoral
Rodrigo Janot, procurador-geral da República (Sergio Lima/Folhapress)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já tem mãos o pedido de intervenção federal no Maranhão, elaborado após o assassinato brutal de detentos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, e os ataques nas ruas de São Luís orquestrados de dentro dos presídios. Janot analisa qual o melhor momento para encaminhar o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, historicamente, opta por não acatar esse tipo de pleito.
Paralelamente, para tentar evitar o desgaste de uma intervenção em solo maranhense, a presidente Dilma Rousseff enviou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a São Luís para oferecer ajuda à governadora Roseana Sarney (PMDB). Além de mobilizar a Força Nacional de Segurança para patrulhar os presídios, Dilma busca alternativas para tentar esvaziar um pedido judicial de intervenção federal e socorrer Roseana, aliada preferencial do Palácio do Planalto. Em ano eleitoral, a intervenção seria um duro golpe para a família Sarney.
No final do ano passado, Janot encaminhou pedido de informações ao governo do Maranhão depois da morte de detentos. Segundo integrantes do Ministério Público, as explicações repassadas pelo governo estadual, com promessas de construção de novos presídios, não indicam uma solução urgente para o caso de Pedrinhas. A alternativa, na visão do Ministério Público, seria a intervenção. Nesta quinta, o subprocurador-geral da República Aurélio Veiga Rios, subordinado a Janot, disse ser favorável à intervenção federal no Maranhão durante reunião do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, em Brasília. Após o encontro, o colegiado cobrou que o governo maranhense apresente um plano emergencial para Pedrinhas, mas não deliberou sobre intervenção federal.
Caso faça o pedido de intervenção nas próximas semanas, uma decisão liminar sobre o caso caberia à ministra Cármen Lúcia, que substitui Joaquim Barbosa – em férias – na presidência do STF até a próxima semana, ou ao ministro Ricardo Lewandowski, que assumirá a cadeira no dia 20.
Histórico – Apesar das críticas de diversos setores da sociedade, a chance de uma intervenção federal ocorrer imediatamente no Maranhão é muito pequena. Em 2008, o Ministério Público Federal pediu intervenção federal em Rondônia. O presídio de Urso Branco apresentava quadro similar ao de Pedrinhas – superlotação, disputa de facções criminosas rivas e assassinatos bárbaros. Mas o pedido feito pelo então procurador-geral da República, Antonio Fernando, até hoje não foi analisado pelo Supremo.
Em outros casos, o Supremo negou pedidos de intervenção feitos porque governos estaduais não pagaram precatórios judiciais. No mais recente, o Ministério Público pediu a intervenção federal no Distrito Federal. Na época, investigações revelaram um esquema de pagamento de mesada a deputados distritais, escândalo que levou à queda o governador José Roberto Arruda, e de seu vice, Paulo Octávio. Apesar disso, o STF negou o pedido de intervenção. Os votos proferidos em todos esses casos mostram que o tribunal considera a intervenção uma medida excepcional. E lembram os ministros que a Constituição estabelece como regra a não intervenção: "A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal", determina o artigo 34. A intervenção poderia ser decretada, excepcionalmente, para assegurar os "direitos da pessoa humana".
Além da jurisprudência do tribunal, questões práticas decorrentes da intervenção levam a Corte a negar pedidos feitos pelo MP. Decretada a intervenção, o governo federal passaria a comandar as ações no Estado, podendo, inclusive, nomear um interventor. Outro efeito seria a paralisação de emendas constitucionais. Para que uma alteração seja feita na Constituição, é preciso que a federação esteja funcionando normalmente, sem interferências do governo federal. Sendo autorizada a intervenção, um dos Estados da federação estará com sua autonomia comprometida.
(Com Estadão Conteúdo)
Simone de Beauvoir, autora feminista, é homenageada em Doodle do Google
Simone de Beauvoir, famosa feminista, escritora e filósofa existencialista do século XX, é a homenageada pelo Doodle do Google desta quinta-feira (9). A autora lançou ao todo 21 livros e celebraria hoje o seu 106º aniversário. A imagem na página inicial do buscador mostra um desenho de Simone e o seu favorito "Le Café de Flore", em Paris, onde encontrava-se com Jean-Paul Sartre.
Famosa por frases marcantes como "Não se nasce mulher: torna-se" e "É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem ...", a escritora é forte personagem do feminismo e da filosofia.
Dedicação aos estudos
Batizada como Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, a escritora foi a primeira das duas filhas do casal católico e da alta burguesia Georges Bertrand de Beauvoir e Françoise Brasseur.
No entanto, ainda durante sua infância, sua família foi fortemente afetada pela crise que veio com o fim da Primeira Guerra Mundial, fazendo com que Simone se dedicasse bastante aos estudos seguindo os conselhos de seu pai, que acreditava que somente o sucesso acadêmico tiraria suas filhas da pobreza.
Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre em aula de tiro (Foto: Reprodução/Wikipédia)
Com um alto conhecimento em matemática, literatura e línguas, a autora se graduou em filosofia pela Universidade de Paris (Sorbonne), onde conheceu jovens intelectuais, como Maurice Merleau-Ponty, Paul Nizan, René Maheu e Jean-Paul Sartre.
Ainda aos 21 anos, a jovem se destacou conquistando o título de Agrégation (agregado) em sua pós-graduação em filosofia, sendo a segunda colocada ao receber tal louvor. Sartre ficou em primeiro, e pessoa mais jovem a obtê-lo. O título acadêmico atesta a qualidade do currículo profissional, científico e pedagógico do aluno para realizar e dirigir trabalho científico independente.
Simone de Beauvoir, escritora e filósofa francesa (Foto: Reprodução/Wikipédia)
Os livros
Após uma intensa atividade em instituições escolares e acadêmicas, a de Beauvoir publica sua primeira obra em 1943 a autora publica o romance “A convidada” (L'Invitée), explorando os conflitos de uma mulher de trinta anos e os diversos ângulos e perspectivas que relacionamentos amorosos podem ter.
Marcando o nascimento do movimento filosófico do existencialismo, este livro a consagrou como uma das precursoras do movimento, junto com seu amigo e companheiro Sartre.
Explorando dilemas sobre a liberdade, a ação e a responsabilidade individual e a existência humana, a escritora se destacou ainda com os livros “O sangue dos outros” (Le Sang des autres) e “Os mandarins” (Les Mandarins), romance pelo qual recebeu o Prêmio Goncourt e que é considerado a sua obra-prima.
Capa do livro 'O Segundo Sexo' em francês, volumes I e II (Foto: Reprodução/Wikipédia)
Em 1949, de Beauvoir inaugura a discussão sobre a condição das mulheres com “O Segundo Sexo” (Le Deuxième Sexe), apresentando um apanhado de ideias, pesquisas e estudos que destacam a discriminação da mulher pelo homem.
O livro, que é um das principais obras do movimento feminista, analisa a situação da mulher sobre a perspectiva sexual, psicológica, histórica, social e política e discute os caminhos que podem levar à libertação de mulheres e homens.
Veja a lista das 21 obras de Simone de Beauvoir
A convidada (1943)
Pyrrhus e Cinéas (1944)
O sangue dos outros (1945)
As Bocas Inúteis (1945)
Todos os homens são mortais (1946)
Por uma Moral da Ambigüidade (1947)
A América dia a dia (1948)
O segundo sexo (1949)
Os mandarins (1954)
Privilèges (1955)
A Longa Marcha (1957)
Memórias de uma moça bem-comportada (1958)
Na Força da Idade (1960)
A força das coisas (1963)
Uma Morte Muito Suave (1964)
As Belas Imagens (1966)
A Mulher Desiludida (1967)
A velhice (1970)
Tudo dito e feito (1972)
Quando o Espiritual Domina (1979)
A cerimônia do adeus (1981)
Pyrrhus e Cinéas (1944)
O sangue dos outros (1945)
As Bocas Inúteis (1945)
Todos os homens são mortais (1946)
Por uma Moral da Ambigüidade (1947)
A América dia a dia (1948)
O segundo sexo (1949)
Os mandarins (1954)
Privilèges (1955)
A Longa Marcha (1957)
Memórias de uma moça bem-comportada (1958)
Na Força da Idade (1960)
A força das coisas (1963)
Uma Morte Muito Suave (1964)
As Belas Imagens (1966)
A Mulher Desiludida (1967)
A velhice (1970)
Tudo dito e feito (1972)
Quando o Espiritual Domina (1979)
A cerimônia do adeus (1981)
Simone de Beauvoir e o Feminismo
O ‘O Segundo Sexo’, primeiro grande ensaio sobre a condição da mulher, despertou na sociedade da década de 50 reações contrárias às ideias da autora.
Posições políticas opostas e ainda a Igreja Católica colocaram o livro, que mais tarde inspirou o feminismo, na lista dos proibidos. Analisando a hierarquia dos sexos e a opressão da mulher em geral, Simone deixou a França devido à repercussão de sua publicação.
Apenas nos anos 1970, quando a parisiense publicou o quarto volume de suas memórias, Balanço Final (1972), passou a apoiar oficialmente o movimento feminista. Dois anos depois, em 1974, criou a Ligue du Droit des Femmes (Liga do Direito das Mulheres).
Liquidações de verão invadem São Paulo; veja como se proteger na hora das compras
Por InfoMoney, InfoMoney
Descontos variam de 20% a 70%
Lojas e shoppings já estão realizando liquidações (Reuters)
SÃO PAULO – Assim que passa as festas de fim de ano, as lojas começam a fazer liquidações para esvaziar o estoque para novas coleções e produtos, sendo que alguns estabelecimentos oferecem até 70% de desconto.
Em São Paulo, por exemplo, todos os shoppings da capital têm lojas que estão em promoção. Além disso, alguns estão até realizando saldões em parceria com os estabelecimentos, caso do Morumbi Shopping e do Shopping Anália Franco, que estão com a promoção do “Lápis Vermelho”, que oferece até 70% de desconto nas compras entre os dias 9 e 12 de janeiro. O Center Norte tem redução de 20% a 70% nos preços até quando durarem os estoques; e o Complexo Tatuapé e Boulevard Tatuapé tem a promoção “Etiqueta Maluca”, com 50% de desconto até o dia 16 de janeiro.
No entanto, não são apenas os centros comerciais que estão querendo abrir espaço no estoque, as lojas de rua também estão preparando suas liquidações. O Magazine Luiza, por exemplo, abrirá as portas no dia 10 de janeiro para a “Liquidação Fantástica”. Neste dia, as unidades da capital irão abrir às 5h e terão descontos de até 70% de desconto; a fila na porta das lojas começou a se formar na noite de terça-feira (7).
Já a Centauro terá até o dia 12 a promoção “Leva Tudo Centauro”, em que diversas linhas de calçados, moda fitness e acessórios esportivos estarão com o preço reduzido. No mesmo dia, termina a promoção da Fnac, com descontos que chegam a 70%, sendo que iPads e iPods terão descontos de até 30%.
Até quinta-feira (9), a Marisa terá a liquidação “Moda a preço de banana”, com descontos, também, de até 70% e produtos a partir de R$ 5,99. Já as lojas de decoração terão descontos de até 80% entre os meses de janeiro e fevereiro, como a Bertolucci, By Kamy, Cecilia Dale, Decameron e Futon Company.
Cuidados
O consumidor precisa ficar atento quanto for fazer compras em promoções para não comprometer o orçamento. De acordo com o Serasa Experian, além de não comprar por impulso, é importante que a pessoa esteja segura ao adquirir um produto que será entregue posteriormente para não ser tornar vítima de golpes, como receber um produto inferior no lugar do que foi comprado ou, pior, ficar sem nenhuma mercadoria.
Veja abaixo algumas dicas para não ficar no vermelho nas liquidações:
1- Relacione todas as dívidas já assumidas com o objetivo de saber se há espaço no orçamento da família para novas compras.
2- Planeje as compras, desde uma roupa até uma televisão. Reflita se está realmente precisando daquele produto e, se for o caso, discuta a necessidade da compra com a família.
3- Faça uma lista dos itens que pretende comprar. Essa é uma das regras básicas para evitar gastar por impulso, pois com o papel nas mãos, o consumidor só vai atrás dos produtos que realmente estão na lista sem cair em tentação.
4- Lembre-se dos gastos do início do ano. Além de pagamento de impostos (IPVA e IPTU) e compra de material escolar e matrícula, há as despesas de férias, como viagens, cinemas e passeios.
5- Evite cair em golpes. Se for comprar um produto para receber posteriormente, verifique se a loja física ou virtual escolhida possui uma situação financeira estável, para não ser surpreendido com o recebimento de uma mercadoria inferior no lugar da que foi comprada ou, pior, ficar sem o produto para sempre.
6- Se precisar parcelar as compras, procure fazer a curto prazo, para não ficar endividado por muito tempo
7- Cuidado ao usar o cartão de crédito, pois ele dá a falsa sensação de que não se está gastando. Verifique na fatura o valor total das compras antigas antes de fazer uma nova dívida com ele.
8- Cuidado também com descontos milagrosos. Pesquise preços, para saber se está fazendo um bom negócio ao comprar um produto em uma liquidação.
Pedrinhas: PM não altera rotina no 'Cadeião do Diabo'
Maranhão
Veja.Com
Site de VEJA entrevistou um interno que acaba de sair da penitenciária de Pedrinhas, no Maranhão, e acompanhou a rotina das mulheres que visitam detentos no presídio mais violento do Brasil
Felipe Frazão, de São Luís
Detentos que trabalham na limpeza do Presídio São Luís I caminham sob olhar de PM do Batalhão de Choque - Felipe Frazão
Tabletes de maconha, celulares e serras apreendidas pela PM com mulher de preso que tentava entrar em Pedrinhas - Felipe Frazão
"A sensação é de terror, terror. Como é que a gente não fica com medo? Logo que eu cheguei, eles [detentos] me deram facas para amolar. E eu tive que amolar...”
Enquanto os moradores de São Luís, a capital do Maranhão, tentam retomar a rotina após uma onda de ataques criminosos nas ruas na semana passada, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas permanece em estado de alerta geral com a presença da Tropa de Choque da Polícia Militar. A quinze quilômetros da capital, as oito unidades de Pedrinhas tomam as duas margens da BR-185 e ficam isoladas do dia a dia da cidade. O único poder até então instituído no local, o dos presos, resiste a mudanças. Embora a PM tente quebrar a dinâmica do local com revistas em série nas celas e nos visitantes, ainda há quem tente burlar a segurança. Uma mulher foi presa em flagrante nesta quinta-feira com dois tabletes de maconha, dois celulares e oito lâminas de serra escondidos dentro de caixas de remédios que ela tentava entregar ao marido, um dos 2.200 detentos do "Cadeião do Diabo", como Pedrinhas é chamado pelos internos.
Depois de terceirizar a segurança nos presídios, o governo maranhanse apostou que a entrada da PM arrefeceria o pavor no mais sangrento conjunto de cadeias do Estado. O clima de desconfiança mantém detentos, familiares e policiais numa intensa guerra velada de olhares cruzados e reclamações.
“Vai piorar”, afirmou R.J., um jovem negro de 25 anos da periferia de São Luís, ao dar os primeiros passos do lado de fora do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas na noite desta quinta-feira. O CDP é uma das unidades mais lotadas do complexo, com cerca de 700 detentos. No local, ocorreram pelo menos dezesseis das 62 mortes registradas no complexo, segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Maranhão (Sindspem). Acusado de homicídio, R.J. ganhou liberdade condicional para responder ao processo na Justiça. Com olhar assustado, ele aceitou conversar com o site de VEJA nesta quinta, desde que não fosse identificado. Motivo: o medo de sofrer represálias dos líderes de facções criminosas caso tenha de voltar para o “Cadeião do Diabo”.
R.J. ficou encarcerado com 27 outros detentos numa cela apertada de Pedrinhas. O espaço tinha “camas” de concreto para apenas quatro presos – a maioria dormia na “praia”, apelido do chão do cárcere. "A sensação é de terror, terror. Como é que a gente não fica com medo? Logo que eu cheguei, eles [detentos] me deram facas para amolar. E eu tive que amolar...”. Nesta quinta-feira, ele relatou que houve um princípio de confronto entre detentos e policiais. Horas antes de deixar a cadeia, a Polícia Militar tentou fechar as trancas para manter todos os presos dentro das celas. Mas os internos resistiram ao confinamento: “[Sic] É tranca aberta porque tem muito preso lá dentro e fica muito calor. Então fica todo mundo andando no pavilhão, e aí os PMs queriam fechar as grades. Os presos não deixaram, porque não cabe. Eles chegaram dando paulada, jogando bomba de efeito moral, spray de pimenta e atirando de doze [espingarda calibre 12] com bala de borracha".
Armas – A PM montou base na entrada de cada unidade de Pedrinhas e só entra nas galerias e pavilhões quando convocada. Os policiais já apreenderam 300 facões e armas artesanais, uma pistola 380, munição e mais de 40 celulares. Os policiais devem ficar no complexo por noventa dias, embora a tropa não esteja satisfeita. É uma previsão otimista, reconhece o comandante do Batalhão de Operações Especiais, Ivaldo Barbosa: “A gente que é PM tem de saber trabalhar e intervir nessas situações. Vamos completar a missão para poder voltar para o quartel”.
Armas – A PM montou base na entrada de cada unidade de Pedrinhas e só entra nas galerias e pavilhões quando convocada. Os policiais já apreenderam 300 facões e armas artesanais, uma pistola 380, munição e mais de 40 celulares. Os policiais devem ficar no complexo por noventa dias, embora a tropa não esteja satisfeita. É uma previsão otimista, reconhece o comandante do Batalhão de Operações Especiais, Ivaldo Barbosa: “A gente que é PM tem de saber trabalhar e intervir nessas situações. Vamos completar a missão para poder voltar para o quartel”.
Os policiais dizem que monitores e vigilantes de segurança patrimonial, contratados para suprir a falta de agentes penitenciários – apenas 382 em todo o Estado –, são constantemente desrespeitados. Eles são identificados por coletes verdes e trabalham desarmados. O presidente do Sindspem, Antonio Portela, diz que a terceirização fragilizou a segurança e facilitou a entrada de armas. “Eu já considero os monitores mais vítimas do que qualquer outra coisa."
Após a chegada da PM, a entrada de visitantes está mais restrita. Agora, somente mulheres e mães podem visitar os detentos, mas precisam preencher um cadastro. Duas delas mantiveram esperança de entrar no cadeião para entregar comida na noite nesta quinta, mesmo depois de uma forte chuva. Mas foi em vão. “Tem plantão que é bacana, mas tem plantão que é nojento. Eles pensam que a gente é igual ao preso, só porque é meu marido acham que eu sou do mesmo jeito e faço a mesma coisa que ele faz”, reclamou Maiane, de 29 anos, mulher de um detento preso por homicídio. “Queria entregar um biscoito, sabonete, escova de dente e pasta. Eles só comem o que a gente leva. A comida deles vive estragada, macarrão e feijão azedos.”
Os familiares de presos relatam que eles convivem com ratos, lixo e comida estragada.
“Daqui a pouco eles vão nos obrigar a usar uma farda”, disse a mãe do preso Thiago, recém-chegado ao CDP acusado de homicídio. Ela não quis se identificar por medo de represálias contra o filho, que trocou tiros com a polícia no dia do crime. Thiago passa os dias deitado na galeria Gama 12 do cadeião, depois de ter sido operado para retirar uma bala do corpo.
França autoriza tratamento à base de cannabis para esclerose múltipla
Internacional
Medicamento, já comercializado na Grã-Bretanha e Alemanha, é recomendado a pacientes que não responderam à terapia convencional
Sativex: Spray a base de maconha é indicado para tratar esclerose múltipla (GWPharma)
A França autorizou nesta quinta-feira o lançamento comercial do Sativex, um spray bucal que contém substâncias derivadas da cannabis e que é prescrito para aliviar as dores ocasionadas pela esclerose múltipla. A decisão "é uma etapa prévia à comercialização do produto, que será realizada por iniciativa do laboratório", declarou o Ministério da Saúde do país. O spray já é comercializado em outros países europeus.
A causa da esclerose múltipla ainda é desconhecida e não há cura para a doença. Sabe-se que ela ocorre quando há danos ou destruição da mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinhal e do nervo óptico. Quando isso acontece, são formadas áreas de cicatrização, ou escleroses, e surgem diferentes sintomas sensitivos, motores e psicológicos.
O Sativex, produzido pelo laboratório britânico GWPharma, combina as duas principais substâncias extraídas da cannabis: o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). O produto foi autorizado em 2010 por órgãos reguladores da Grã-Bretanha como uma terapia de segunda linha para tratar espasticidade em pacientes com esclerose múltipla — ou seja, em indivíduos que não responderam às drogas principais. A espasticidade, um sintoma comum da doença, ocorre quanto há um aumento do tônus muscular, podendo desencadear espasmos involuntários, distúrbios de sono e dores. Depois da Grã-Bretanha, outros países, entre eles Espanha, Alemanha e Dinamarca, segundo a farmacêutica, aprovaram o produto.
Na França, o Sativex será comercializado por outro laboratório, o Almirall. Segundo o Ministério da Saúde do país, o tratamento com o spray deverá ser iniciado por médicos de hospital.
Contrários — Um artigo científico publicado em dezembro de 2012 no periódico britânicoDrug And Therapeutics Bulletin afirmou que não há evidências que comprovem a eficácia da maconha na redução dos sintomas da esclerose múltipla, como outras pesquisas haviam sugerido. Para os autores do texto, os estudos feitos sobre o assunto até então são limitados.
Maranhão dobra gasto com prisão terceirizada
Por Marcelo Gomes / RIO, estadao.com.br
Representante de uma das empresas que mais receberam verba é sócio de Jorge Murad, marido da governadora, em outro negócio
Estadão Conteúdo
O gasto do governo Roseana Sarney (PMDB) com as duas principais fornecedoras de mão de obra para os presídios do Maranhão chegou a R$ 74 milhões em 2013, um aumento de 136% em relação a 2011. Uma das empresas que mais receberam verba, a Atlântica Segurança Técnica, tem como representante oficial Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, sócio de Jorge Murad, marido da governadora, em outra empresa, a Pousada dos Lençóis Empreendimentos Turísticos.
Em 2002, antes da eleição presidencial, a Polícia Federal apreendeu R$ 1,34 milhão em dinheiro vivo na sede da empresa Lunus, de Murad e Roseana. À época, em entrevista à revista Veja, Fernandes disse que parte desse dinheiro (R$ 650 mil) veio de empréstimo da sua empresa Atlântica. A Lunus ficava no mesmo endereço da Lençóis Empreendimentos.
A terceirização nos presídios é apontada pelo sindicato dos agentes penitenciários e pela oposição como uma das causas da barbárie no sistema carcerário do Maranhão.
Responsável por fornecer os guardas que fazem a segurança armada dos presídios, a Atlântica recebeu, em 2013, R$ 7,6 milhões da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap).
Um ano antes, o valor era exatamente a metade: R$ 3,8 milhões. Ano passado, a Atlântica também tinha contratos com outros quatro órgãos estaduais e recebeu no total R$ 12,9 milhões do governo maranhense.
Já a VTI Tecnologia da Informação, responsável pelos sistemas de câmeras de segurança e pelos monitores que trabalham desarmados nos presídios, recebeu, em 2013, R$ 66,3 milhões da Sejap, montante 35% superior ao pago pela pasta no ano anterior. No site da Receita Federal consta que a atividade econômica principal da empresa é "consultoria em tecnologia da informação".
Locação de mão de obra temporária aparece como uma das quatro atividades secundárias. Em 2013, a VTI tinha contratos com outros três órgãos do Maranhão e recebeu no total R$ 75,8 milhões do Estado.
Desde 2009, primeiro ano da atual administração de Roseana, o gasto total do governo maranhense com essas duas empresas passou de R$ 10,1 milhões para R$ 88,7 milhões no ano passado - crescimento de 778%.
Presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Maranhão (Sindspem), Antonio Portela disse que a terceirização de pessoal começou com a decisão do governo Jackson Lago (2007-2009) de transformar as carceragens da Polícia Civil em unidades do sistema prisional.
"Como essas carceragens funcionavam em delegacias no interior do Estado, muitos agentes penitenciários que atuavam no Complexo de Pedrinhas, na capital, foram deslocados para essas regiões", afirmou Portela.
"Enquanto isso, a quantidade de presos foi aumentando. E, em vez de construir novos presídios e fazer concurso para agentes, o governo Roseana preferiu fazer uma 'privatização branca', contratando essas empresas terceirizadas."
Segundo o sindicato, o Maranhão tem 382 agentes penitenciários para uma população carcerária de quase 6 mil presos.
Portela afirmou que a Atlântica fornece guardas armados responsáveis pela segurança dos presídios. Já a VTI é responsável pelos monitores que andam desarmados e desempenham funções como condução de presos para banho de sol, visitas, encontros com advogados e revista em visitantes.
Treinamento. Uma das principais críticas é a falta de treinamento da mão de obra terceirizada que trabalha nos presídios. "Os terceirizados não têm treinamento adequado para lidar com presos. Além disso, são mal remunerados, o que favorece a corrupção. Daí a quantidade de armas, celulares e drogas encontrada no interior das cadeias. Um monitor da VTI recebe cerca de R$ 900 mensais, e um guarda da Atlântica, pouco mais de R$ 1 mil. Já um agente concursado ganha, em média, R$ 3,5 mil", disse o presidente do Sindspem.
O deputado estadual Rubens Júnior (PC do B), líder da oposição na Assembleia Legislativa do Maranhão, disse que quando a Casa retornar do recesso vai solicitar a suspensão dos contratos com a Atlântica e a VTI.
"A desativação das carceragens da Polícia Civil foi uma decisão acertada, já que a função dela é investigar crimes, e não custodiar presos. No entanto, presídio não é lugar para terceirizado. O Estado não tem como controlar a capacitação desses funcionários nem de acompanhar seu rendimento."
Outro lado. Em nota, o governo do Maranhão afirmou que a terceirização da mão de obra no Complexo de Pedrinhas "não tem nenhuma relação com os acontecimentos no presídio".
A gestão Roseana Sarney disse ainda que "os funcionários contratados de empresas especializadas são parceiros no trabalho dentro dos presídios" e que, "além de receberem capacitação na empresa, também são qualificados em cursos oferecidos pela Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap)".
Questionado sobre o motivo do crescimento do valor pago às empresas Atlântica e VTI, o governo respondeu que "o problema do sistema carcerário é nacional e tem sido combatido com uma série de ações pelos governos dos Estados e a União. A manutenção da estrutura requer investimentos efetivos em infraestrutura, mão de obra e qualificação".
Segundo o comunicado, o orçamento da Sejap para este ano é de R$ 149 milhões, o que representaria aumento de cerca de 75% frente a 2012.
A administração estadual do Maranhão negou que agentes penitenciários de Pedrinhas tenham sido transferidos para unidades no interior do Estado. Informou ainda que realizou concurso público para 41 agentes penitenciários em maio de 2013. Disse também que serão investidos R$ 131 milhões em recursos do próprio Estado para construção de novos presídios e reaparelhamento de todas as unidades, o que vai aumentar em 15% a quantidade de vagas no sistema.
Procuradas ontem pelo Estado por telefone, a Atlântica Segurança Técnica e a VTI Tecnologia da Informação não se manifestaram até o final da noite de ontem.
A reportagem foi informada que Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, da Atlântica, estaria em viagem. Nenhum diretor da VTI foi localizado na matriz da empresa, em Fortaleza.
Senado vai gastar R$ 12 mil por mês com lanches
Maquiavel
Senadores analisam PLC 41/2010, que regula o acesso a informações sigilosas do governo (Moreira Mariz / Agência Senado)
O Senado Federal contratou uma empresa para fornecer, pelos próximos quatro meses, vinte gêneros alimentícios aos parlamentares em plenário. O custo dos itens do cafezinho será de 47.600 reais. Na lista, estão 1.680 pacotes de biscoito, 3.340 caixinhas de chás, 2.500 sucos de caixinha, pão de forma e leite integral. A conta prevê ainda 400 quilos de presunto magro, 340 unidades de manteiga e 600 quilos mussarela. (Com Estadão Conteúdo)
Prisões suecas: aqui se reabilitam seres humanos
País fecha cárceres, por falta de detentos, e comprova: presídios bárbaros só alimentam ódios; para combater criminalidade e reincidência, receita é outra
Por Por Cibelih Hespanhol, no Outras Palavras
Quando Alexander Petrovich, assassino confesso de sua própria mulher, viu-se encarcerado entre as paredes de um presídio na Sibéria, passou a conhecer o dia-a-dia, detalhes e hábitos deste sistema. E escreveu as seguintes linhas em seu diário pessoal: “não resta dúvidas de que o tão gabado regime de penitenciária oferece resultados falsos, meramente aparentes. Esgota a capacidade humana, desfibra a alma, avilta, caleja e só oficiosamente faz do detento ‘remido’ um modelo de sistemas regeneradores”. Se Alexander e sua história pertencem ao romance Recordações da Casa dos Mortos, de Dostoievski, publicado em 1860, seu drama ainda pode ser considerado absurdamente atual.
As recentes notícias sobre o fechamento de quatro prisões suecas reabriram discussões sobre a forma como lidamos com nossos detentos. Isto porque a falta de presos no país nórdico é atribuída principalmente à forma de organização de seu sistema penitenciário, que conta com investimentos na reabilitação dos prisioneiros; adoção de penas mais leves em delitos relacionados a drogas; e revisões judiciais que optam por penas alternativas em alguns casos, como liberdade vigiada. Em situação semelhante, a Holanda já havia anunciado em 2012 a necessidade de fechar oito prisões e demitir mais de mil funcionários – pelo mesmo motivo: suas celas estavam praticamente vazias. O que tem a nos dizer estes países?
Em sentindo inverso, nos Estados Unidos, país com maior população carcerária do mundo, o número de detentos chega a praticamente 2,3 milhões. E a taxa de reincidência é de 60% – ou seja, a cada dez pessoas que saem da prisão, seis voltarão para o crime. O Brasil, que ocupa o quarto lugar no ranking de população carcerária, possui cerca de 500 mil presos, num índice de 274 detentos por 100 mil habitantes. Além disso, o número de detentos é 66% maior do que a capacidade que o sistema brasileiro possui de abrigá-los nas prisões. Em junho do ano passado, a ONU declarou em relatório oficial a necessidade do país “melhorar as condições de suas prisões e enfrentar o problema da superlotação”. Casos de violação dos direitos humanos, torturas físicas e psicológicas são recorrentes em presídios brasileiros: no Rio de Janeiro, um preso é morto a cada dois dias, principalmente de tuberculose e AIDS.
A abismal diferença entre prisões suecas e brasileiras (ou norte americanas) está nas teorias que fundamentam seus sistemas penitenciários. O país da pena de morte é o mesmo que viu sua população carcerária praticamente dobrar desde o início dos anos 90. Já o país que optou por uma política de reinserção social, em que uma agência governamental é encarregada de supervisionar os detentos e oferecer programas de tratamento para aqueles com problemas com drogas, vê agora suas prisões serem fechadas por falta de prisioneiros. Em entrevista ao The Guardian, Kenneth Gustafsson, governador da prisão de Kumla, a mais segura da Suécia, declara: “existem pessoas que não querem ou não podem mudar. Mas na minha experiência a maioria dos prisioneiros quer mudar, e nós precisamos fazer o que pudermos para ajuda-los. E não é apenas a prisão que pode reabilitar. Isso é um processo combinado, que envolve a sociedade. Podemos dar educação e treinamento, mas quando essas pessoas deixam as prisões elas precisam de moradia e emprego”.
Em suma, o que a Suécia tem a nos ensinar é a noção contrária do senso comum de que “cadeia boa é cadeia infernal”: optar pela humanização do sistema penitenciário prova-se como a maneira mais eficaz de se verem reduzidos os índices de criminalidade. Ou nas palavras daquele personagem de Dostoievski, de duzentos anos atrás: “E já que [o detento] é de fato um homem, deve ser assim tratado. Um tratamento humano pode até devolver a condição humana mesmo àqueles que se esquivaram…”.
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O trabalho ininterrupto gera diversas consequências físicas e psicológicas ao empregado. A exigência constante por produtividade faz com ...