quinta-feira 12 2012

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Dormir mal pode elevar risco de diabetes e obesidade

Sono

Estudo observou que falta de sono adequado desacelera o ritmo do metabolismo e leva ao ganho de peso

Dormir mal desacelera metabolismo, podendo levar ao ganho de peso e dabetes Dormir mal desacelera metabolismo, podendo levar ao ganho de peso e dabetes (Stockbyte/Thinkstock)
Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira no periódico Science Translational Medicine reforça a constatação de que dormir pouco ou de maneira inconstante é prejudicial à saúde. Segundo os pesquisadores, que são do Hospital Brigham and Women, instituição afiliada à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, quantidade e qualidade do sono podem elevar o risco de uma pessoa desenvolver diabetes e obesidade.

CONHEÇA A PESQUISA

Onde foi divulgada: revista Science Translational Medicine

Quem fez: Orfeu Buxton e equipe

Instituição: Brigham and Women's Hospital (BWH)

Dados de amostragem: 21 participantes

Resultado: Quando os participantes tiveram a rotina de sono prolongado interrompida e, consequentemente, o relógio biológico alterado, houve uma diminuição do ritmo metabólico em repouso dessas pessoas. De acordo com os autores do estudo, essa redução pode desencadear um ganho de peso de até 4,5 quilos ao ano.
Embora outros trabalhos já tenham estabelecido essa relação, eles foram feitos a curto prazo ou com base em estudos epidemiológicos. Essa nova pesquisa, no entanto, examinou diretamente os participantes em um ambiente controlado e durante um extenso período de tempo.
Para isso, os 21 participantes do estudo, todos saudáveis, ficaram hospedados durante seis semanas em um ambiente completamente controlado. Os pesquisadores controlaram a quantidade de horas e em que momento esses indivíduos dormiam, além de outros fatores como hábitos alimentares e atividades físicas.
No início da pesquisa, os participantes obtiveram a quantidade de sono considerada ideal, ou seja, de cerca de dez horas por noite. Depois, e ao longo de três semanas, eles passaram a dormir durante 5,6 horas ao dia, sendo que podiam dormir em qualquer horário, tanto de dia quanto de noite, e mais de uma vez ao dia. Com isso, eles simulavam a rotina de uma pessoa que trabalha em diferentes turnos. Nessa etapa do estudo, por muitas vezes os participantes tentaram dormir em horários incomuns para seu relógio biológico. Na última fase da pesquisa, os indivíduos tiveram nove noites de sono para conseguirem recuperar seus horários habituais de sono.
Resultados — Os pesquisadores observaram que quando os participantes tiveram a rotina de sono prolongado interrompida e, consequentemente, o relógio biológico alterado, houve uma diminuição do ritmo metabólico em repouso dessas pessoas. De acordo com os autores do estudo, essa redução pode desencadear um ganho de peso de até 4,5 quilos ao ano sem a alteração da prática de atividade física ou dos hábitos alimentares. Com isso, há o risco do aumento de glicose e resistência à insulina no organismo, fatores que podem levar ao diabetes.
"Esses resultados sugerem que pessoas que trabalham durante a noite e que têm alterado seu relógio biológico, por exemplo, são muito mais propensas a progredir para o diabetes do que as que trabalham de dia", diz Orfeu Buxton, um dos autores do estudo. Buxton explica que, muitas vezes, os trabalhadores noturnos têm dificuldade em dormir durante o dia, podendo enfrentar problemas de sono reduzido. “É clara a evidência de que dormir o suficiente e, de preferência, à noite é importante para a saúde".
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/dormir-mal-pode-elevar-risco-de-diabetes-e-obesidade 

Problemas de segurança alimentar elevam risco de aids em brasileiras

DST

Estudo feito na Universidade de Harvard observou que mulheres com problemas de acesso a uma boa alimentação estão mais expostas ao vírus HIV

Vírus HIV: má alimentação pode estar relacionada com maior exposição à infecção Vírus HIV: má alimentação pode estar relacionada com maior exposição à infecção (Thinkstock)
Pesquisadores da Universidade da Harvard, nos Estados Unidos, com base em informações coletadas pelo Ministério da Saúde do Brasil, concluíram que, no país, há uma relação entre problemas de acesso a uma alimentação adequada, e uma maior exposição ao vírus HIV. O estudo, publicado na edição desta semana do periódico PLoS Medicine, sugere que programas de prevenção de doenças como a aids devam também abranger o combate à fome.
Para chegar a esse resultado, os autores do trabalho se basearam na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) de 2006, levantamento do Ministério da Saúde feito a cada dez anos no Brasil com a população feminina em idade fértil e com crianças menores de cinco anos. Foram observados os relatos de 15.575 participantes. Neles, os pesquisadores destacaram as informações sobre saúde, uso de preservativos e acesso à alimentação. Com base nelas, buscaram estabelecer uma relação entre o risco de contrair doenças sexualmente transmissível (DST) e problemas de alimentação.
De acordo com o estudo, problemas graves de alimentação, como a fome, foram relacionados com uma menor probabilidade do uso frequente de preservativos, tanto ao longo do ano anterior quanto na última relação sexual antes do início do levantamento. Além disso, problemas de corrimento vaginal também foram relacionados à insegurança alimentar. Segundo a pesquisa, tanto a falta de uso da camisinha quanto o corrimento vaginal são fatores de risco para infecções transmitidas pelo sexo e, portanto, o problema de alimentação no Brasil pode elevar o risco de mulheres serem acometidas por esses problemas.
Segundo os autores do estudo, as abordagens de programas de prevenção ao HIV, em contextos de recursos limitados, como em ambientes de insegurança alimentar, devem ser mais amplas, e salientar outros fatores que não somente os sexuais, como, por exemplo, intervenções direcionadas à alimentação.
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/problemas-de-seguranca-alimentar-elevam-risco-de-aids-em-brasileiras 

Gilmar Mendes: “Argumentos de entidades religiosas podem e devem ser considerados pelo estado”

Vida

Maioria dos ministros votou a favor do aborto de fetos anencéfalos. Celso de Mello e Cezar Peluso ainda devem se manifestar. Placar está 7 a 1

Luciana Marques
Ministro Gilmar durente seu voto na sessão que julga ação sobre anencefalia Ministro Gilmar durente seu voto na sessão que julga ação sobre anencefalia (Nelson Jr./SCO/STF)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes votou a favor da descriminalização da interrupção da gravidez de fetos anencéfalos no julgamento desta quinta-feira. Até agora, foram 7 votos favoráveis e 1 contrário, o que já garante a maioria. Celso de Mello e Cezar Peluso devem se manifestar ainda nesta quinta-feira. Se nenhum dos ministros mudar de posicionamento, o julgamento estará definido.
Mendes disse que não seria tolerável impor à mulher tamanho ônus (a obrigatoriedade em manter a gravidez de anencéfalos) diante da ausência de legislação sobre o tema. “A falta de um modelo institucional adequado, excludente ou de justificativa da prática, contribui para essa verdadeira tortura psíquica, causando danos talvez indeléveis na psique e na alma dessas pessoas”, disse.
Para o ministro, a anencefalia deve ser atestada por no mínimo dois laudos de médicos distintos antes da realização do aborto. Ele avalia ainda que é preciso elaborar uma regulamentação específica sobre o tema.
O ministro foi o primeiro a declarar abertamente que levou em consideração a posição da Igreja sobre ao assunto, apesar de se posicionar contra a vontade dos religiosos. “Argumentos de entidades religiosas podem e devem ser consideradas pelo estado, seja pela administração, pelo Legislativo e também pelo Judiciário, porque se relacionam a razões públicas e não somente a razões religiosas”, afirmou.
Para Mendes, as entidades religiosas foram praticamente colocadas no “banco de réus”, como se estivessem fazendo algo de indevido. E completou: “Talvez daqui a pouco tenhamos a supressão do Natal do nosso calendário ou a revisão do calendário gregoriano. Ou alguma figura inspirada vai pedir a demolição do Cristo Redentor. É preciso ter muito cuidado com esse tipo de delírio, de faniquitos anticlericais”.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/gilmar-mendes-%E2%80%9Cargumentos-de-entidades-religiosas-podem-e-devem-ser-considerados-pelo-estado%E2%80%9D 

Demóstenes, enfim, aparece: 'Sou inocente'

Congresso

Senador compareceu ao Conselho de Ética e pediu que o colegiado elegesse um presidente definitivo. Humberto Costa será o relator do processo

Gabriel Castro
Senador Demóstenes Torres Senador Demóstenes Torres (Bruno Peres/DAPress)
Depois de um longo silêncio, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) surpreendeu a todos e compareceu nesta quinta-feira à sessão do Conselho de Ética destinada a escolher o relator de seu processo por quebra de decoro parlamentar. Demóstenes é acusado de usar o cargo para atender interesses do contraventor Carlinhos Cachoeira.
O parlamentar não comentou diretamente as acusações que o envolvem: apenas pediu que o colegiado elegesse um presidente definitivo – Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) havia sido escolhido para ocupar o cargo interinamente. Demóstenes disse que esse é o rito adequado. "Gostaria que o conselho elegesse definitivamente o presidente", afirmou. Ele ressaltou, entretanto, que não pretende usar o possível descumprimento do trâmite legislativo para pedir a anulação do processo.
O parlamentar goiano também prometeu apresentar sua defesa no momento adequado. "Aqui, quero me defender no mérito e o farei nesse foro, que é competente". O senador disse que vai apresentar a defesa por escrito. Demóstenes não ficou até o fim da reunião. Retirou-se "para não constranger" os colegas. À imprensa, o senador foi lacônico: "Sou inocente e vou provar minha inocência".
Relator - O senador Humberto Costa (PT-PE)  será o relator do processo. Antes dele, Lobão Filho (PMDB-MA), Gim Argello (PTB-DF), Ciro Nogueira (PP-PI), Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) haviam sido sorteados para a função, mas recusaram o cargo alegando razões de "foro íntimo".
O senador Antonio Carlos Valadares, que havia sido alçado à Presidência por ser o mais velho entre os senadores, também foi eleito para ocupar o cargo definitivamente nesta quinta-feira. O presidente do Conselho de Ética era o senador João Alberto (PMDB-MA), que se licenciou do cargo para trabalhar no governo do Maranhão.
Valadares prometeu um julgamento isento no caso do senador Demóstenes: "Aqui não haverá preconceitos, discriminação nem perseguição. Apenas a busca da verdade".
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/demostenes-enfim-aparece-sou-inocente 

Investimento do governo recua 16% no primeiro trimestre

Contas públicas

Apenas no Ministério dos Transportes a queda chega a 51% na comparação com o mesmo período de 2011

Ana Clara Costa
Estrada-esburacada-size-598 Investimento recua, mas gastança se expande para manter a máquina pública (Guilherme Filho)
Apesar de a presidente Dilma Rousseff afirmar à exaustão que o governo não irá cortar investimentos, não é bem isso que se verifica nas cifras mais recentes do Orçamento Geral da União (OGU), levantadas pela ONG Contas Abertas, com base em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siaf). Segundo o documento, os desembolsos do governo para investimentos recuaram de 8,38 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2011 para 7,01 bilhões de reais no mesmo período deste ano - uma queda de 16,2%. Em contrapartida, de acordo com o mesmo levantamento, os gastos com a máquina pública, salários de funcionários, encargos sociais, além da amortização e refinanciamento da dívida aumentaram na comparação com o ano passado. Segundo o Contas Abertas, o total de gastos com investimentos não inclui os desembolsos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A queda se deve, em grande parte, ao Ministério dos Transportes. Em 2011, a pasta desembolsou 2,9 bilhões de reais em investimentos no primeiro trimestre. Este ano, o valor recuou 50,8%, para 1,4 bilhão de reais. Não fosse isso, os números do trimestre teriam ao menos permanecido estáveis em relação ao ano anterior, em dados sazonalizados. "Trata-se de um problema de gestão e não de contenção do Tesouro. O Dnit está paralisado e está muito difícil destravá-lo", avalia o especialista em Contas Públicas Raul Velloso, fazendo referência ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Em 2011, o órgão foi alvo de "faxina" da presidente Dilma, depois que VEJA revelou a existência de um amplo esquema de corrupção na pasta, resultando em mais de 20 demissões e no afastamento do então ministro Alfredo Nascimento.
"Pequena redução" - Procurado pelo site de VEJA, o ministério afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o desempenho do primeiro trimestre de 2012 teve uma "pequena redução em função do período de chuva nas regiões Centro-Oeste e Norte, e também devido às obras da região Nordeste, que estão em fase de conclusão". O comunicado ainda informa que, no primeiro trimestre de 2011, os gastos com investimentos estavam mais altos do que o normal devido aos restos a pagar deixados pela gestão anterior, e que somavam 1,2 bilhão de reais.
A "pequena redução" à qual o ministério se refere é da ordem de 1,4 bilhão de reais - que é equivalente a todo o valor investido pelo Ministério da Educação no primeiro trimestre do ano passado e um pouco abaixo do que foi desembolsado até março deste ano pela mesma pasta. De janeiro a março de 2011, o Ministério dos Transportes foi responsável por 35,6% dos desembolsos da União com investimentos.
Efeito cascata - Ainda de acordo com os números do OGU, o total direcionado a investimentos no primeiro trimestre é o mais baixo dos últimos três anos para o período, em valores corrigidos pela inflação. Nos três primeiros meses de 2010 foram 9,4 bilhões de reais, que decresceram progressivamente nos dois anos seguintes - o que pode resultar em um efeito cascata de reduções nocivo para os aportes em infraestrutura que país necessita. "Se o governo diz que vai investir mais e não investe, o empresariado também mantém cautela em seus investimentos, o que prejudica ainda mais situação do país", afirma o diretor do Contas Abertas, Gil Castello Branco.
A única ponderação que tira uma parte do peso do fracasso do Estado é o fato de o montante verificado pelo Contas Abertas não considerar os investimentos das estatais, englobando apenas gastos diretos do governo, fundações, autarquias e órgãos autônomos. Ainda de acordo com a ONG, apenas no primeiro bimestre deste ano os investimentos das estatais avançaram 1,4 bilhão de reais em números sazonalizados. Em dois meses, as empresas executaram 12,4 bilhões de reais.
Porcentual desprezível - Grandes investidoras ou não, as estatais tampouco devem carregar nas costas o peso do que deve ser investido para melhorar a infraestrutura no país. Os 7,01 bilhões de reais desembolsados no trimestre representam apenas 1,2% dos 578,7 bilhões de reais gastos pela União no período. Trata-se do menor porcentual entre os seis grupos de despesa discriminados no OGU. Enquanto a rubrica Pessoal e Encargos Sociais representou 8,2% dos gastos, Juros e Encargos da Dívida contabilizaram 8,1%. Já o grupo Inversões Financeiras, que qualifica aplicações do governo em ativos como terras, imóveis e outros bens, representou 1,6% dos gastos.
Mas os grandes destinos da gastança continuam sendo os mesmos de sempre: a amortização e refinanciamento da dívida, e os gastos com a máquina pública (verificados na rubrica Outras Despesas Correntes). Ambos representam, respectivamente, 50,8% e 30,1% dos gastos do governo no trimestre. Ambos os tipos de gasto também foram os que mais cresceram na comparação anual: 49,7% e 15,4%, respectivamente. "Os investimentos são despesas quase desprezíveis na comparação com outros tipos de gasto. E continuam sendo desprezíveis em um período em que o governo enfatiza que está investindo", aponta Castello Branco.
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/investimento-publico-cai-16-no-primeiro-trimestre 

Justiça mantém veto a livro que diz que Lampião era gay

Geral

Cangaceiro Lampião Cangaceiro Lampião (Reprodução)
O juiz da 7ª Vara Cível de Aracaju, Aldo Albuquerque, manteve a decisão de impedir o lançamento do livro Lampião Mata Sete, que sustenta que Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era gay. No final de novembro, Aldo expediu uma liminar suspendendo o lançamento, que ocorreria em uma livraria de Aracaju, em virtude de uma ação movida por Expedita Ferreira, filha do cangaceiro.
O autor do livro, o juiz aposentado Pedro de Morais, pretende recorrer da decisão junto ao Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE). Ele tem 15 dias para realizar o procedimento legal. Caso não tenha sucesso e o livro continue sendo censurado pela Justiça, ele disse que vai jogar os 1.000 exemplares que lhe restam no Rio Sergipe.
O juiz Aldo Albuquerque, que não leu o livro, disse que se baseou na Constituição Federal para impedir o lançamento. "A Constituição protege a inviolabilidade da individualidade das pessoas", explicou ele, que escreveu 25 laudas para justificar sua decisão. Para Aldo, se o livro versasse apenas sobre os crimes cometidos por Lampião, esse seria um fato público, mas, quando trata da sexualidade do cangaceiro, entra em esfera particular.
"O Aldo é um preconceituoso", disparou o autor do livro. Sobre essa crítica e as que poderão surgir em virtude da decisão, o juiz afirma que um magistrado deve agir sem se preocupar com o que irão dizer, preservando a Constituição Federal.
No dia 6 de novembro do ano passado, Pedro de Morais participou da Segunda Bienal do Livro de Salvador e vendeu o 1.000 exemplares, metade da tiragem da obra, que seria lançada dias depois.
(Com Agência Estado)
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/justica-mantem-veto-a-livro-que-diz-que-lampiao-era-gay