domingo 01 2013

Neandertais conheciam propriedades medicinais das plantas, diz estudo

Paleontologia

Análise do tártaro de hominídeos mostrou evidências do consumo de tubérculos e plantas amargas

Exposição em museu croata mostra reprodução de uma família de Neandertais
Pesquisadores descobriram que neandertais tinham dieta variada e comiam vegetais, além da carne; na imagem, reprodução de uma família de neandertais (Nikola Solic/Reuters)
Nem só de carne viviam os antigos hominídeos. Um grupo internacional de pesquisadores demonstrou que os neandertais que viveram em El Sídron, na Espanha, conheciam as propriedades medicinais e nutricionais de algumas plantas, como a camomila e a aquileia (usadas para aliviar problemas estomacais) e incluíam vegetais em sua dieta.
A pesquisa, que contou com a participação de especialistas do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha, da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB) e da Universidade de York (Reino Unido), chegou a estas conclusões a partir da análise do tártaro presente nos dentes de cinco indivíduos adultos e de um jovem da espécie.
Os pesquisadores encontraram nos tártaros algumas moléculas de amido que estão presentes em tubérculos, legumes e frutas secas. O tártaro cresce nos dentes por uma superposição de camadas e entre elas ficam armazenadas as moléculas e os compostos químicos.
Além disso, o estudo constatou que pelo menos um dos indivíduos analisados tinha ingerido plantas de sabor amargo, concretamente aquileia e camomila, disse em uma nota de imprensa Stephen Buckley, do centro BioArCh, da Universidade de York.
Até pouco tempo atrás, pensava-se que os Neandertais, que foram extintos há cerca de 30 mil a 24 mil anos, eram predominantemente carnívoros.
Dieta variada - No entanto, cada vez mais estudos como este publicado no periódico alemão Naturwissenschaften mostram que a espécie também se alimentava de vegetais, sobretudo em latitudes mais ao sul, disse à Efe Antonio Rosas, diretor do grupo de paleoantropologia do Museu Nacional de Ciências Naturais e um dos autores do trabalho.
“O fato de usarem este tipo de planta com pouco valor nutritivo é surpreendente. Nós sabemos que os Neandertais usavam as plantas amargas, portanto provavelmente a espécie as selecionava por razões que vão além de seu sabor”, afirmou Buckley.
Antonio Rosas compartilha da opinião e disse que a partir da descoberta de compostos químicos derivados da camomila se conclui que a espécie sabia de suas propriedades medicinais.
Karen Hardy, da UAB, ressaltou que a variedade de plantas identificadas sugere que os Neandertais de El Sidrón tinham um conhecimento sofisticado do meio natural onde viviam, o que incluía a habilidade de selecionar e usar certas plantas por seu valor nutricional e curativo. “A carne era claramente primordial, mas nossa pesquisa evidencia uma alimentação bastante mais complexa do que sabíamos até agora”, explicou Karen.
A presença de componentes vegetais na dieta da espécie não é a única descoberta do trabalho. Segundo Rosas, foram encontradas evidências de fumaça no tártaro, provenientes, ao que tudo indica, de alimentos feitos à lenha.
O sítio arqueológico de El Sidrón, descoberto em 1994, possui a maior coleção de Neandertais da Península Ibérica. 


(Com agência EFE)

Plantas "reagem" ao aquecimento global e lançam gases que ajudam a moderar a temperatura

Mudança climática

Pesquisadores comprovam que o aumento nas temperaturas do planeta faz com que as plantas emitam mais gases na atmosfera, contribuindo para combater o aquecimento global. Efeito, porém, é limitado

Cipó sobe pelo tronco de uma árvore em Barro Colorado, no Panamá. Cada vez mais, dizem pesquisas, os cipós estão crescendo e derrubando árvores nas florestas tropicais
Ao emitir grandes quantidades de gases em direção à atmosfera, as plantas podem ajudar a diminuir em até 30% o aquecimento nas regiões florestais. O efeito em escala global, no entanto, é muito pequeno (The New York Times)
Os cientistas já previam que as temperaturas cada vez mais altas ao redor do globo poderiam fazer com que as plantas liberassem uma quantidade maior de gases, aumentando a formação de nuvens e esfriando a atmosfera. Eles só não sabiam qual era o tamanho exato desse efeito na compensação do aquecimento global. Um novo estudo publicado neste domingo na revista Nature Geoscience mostra que o vapor emitido pelas plantas realmente contribui para diminuir as temperaturas, mas de forma pouco intensa em escala global. O efeito é mais forte em regiões próximas a grandes florestas e distantes das cidades. "As plantas, ao reagir com as mudanças na temperatura, passam também a moderá-las", diz Pauli Paasonen, pesquisador da Universidade de Helsinque, na Finlândia, e autor do estudo.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Warming-induced increase in aerosol number concentration likely to moderate climate change

Onde foi divulgada: periódico Nature Geoscience

Quem fez: Pauli Paasonen, Ari Asmi, Tuukka Petäjä, Maija K. Kajos, Mikko Äijälä, Thomas Holst, Jonathan P. D. Abbatt, Almut Arneth, Wolfram Birmili

Instituição: Universidade de Helsinque, na Finlândia

Dados de amostragem: Dados coletados em 11 localidades ao redor do mundo

Resultado: Os pesquisadores mostraram que a emissão de gases pelas plantas pode moderar os efeitos do aquecimento global. Em escala global, no entanto, o efeito é pequeno, contribuindo para reduzir em menos de 1% o aquecimento do planeta
Pesquisa anteriores já haviam mostrado que algumas partículas emitidas na atmosfera — chamadas aerossóis — podem esfriar o clima na Terra ao refletir a luz solar e ao contribuir para a formação de nuvens, que refletem a luz de modo ainda mais eficiente. Os efeitos dos aerossóis emitidos pelas plantas, no entanto, ainda não haviam sido completamente entendidos. Os pesquisadores sabiam que eles poderiam reagir com outros aerossóis na atmosfera, criando partículas maiores e mais refletivas, mas não conseguiam provar sua existência em larga escala.
Na pesquisa atual, os cientistas coletaram dados de onze locais diferentes ao redor do mundo, medindo a concentração de aerossóis no ar, a emissão de gases pelas plantas, a temperatura e até a camada onde os gases reagem com as partículas na atmosfera. Como resultado, eles mostraram que esses gases realmente ajudam a diminuir as temperaturas no longo prazo e em escalas continentais — um efeito que é conhecido como feedback negativo. 
Segundo o estudo, o efeito desse aumento na emissão de gases é pequeno em escala planetária, evitando apenas 1% do aquecimento global. Em escalas regionais, o efeito observado é maior, com redução de até 30% do aquecimento em áreas rurais e próximas às florestas. "Isso não nos salva do aumento nas temperaturas do planeta. O efeito dos aerossóis no clima é uma das grandes incertezas nos modelos climáticos. Entender esse mecanismo pode ajudar a reduzir essas incertezas e a fazer modelos melhores", diz Paasonen.


10 plantas que mudaram o rumo da história

Cana-de-açúcar


Originária da Nova-Guiné, a cana-de-açúcar começou a ser refinada há cerca de 2.500 anos, em Bihar, na Índia. Os lucros obtidos com o seu cultivo, baseado no trabalho escravo, impulsionaram a Revolução Industrial. Nas colônias americanas, a expectativa de vida média de um escravo de uma plantação de cana-de-açúcar era a metade daqueles que trabalhavam com algodão ou tabaco, devido ao ritmo frenético de trabalho e ao maior esforço físico. Apesar das leis contra o tráfico de escravos que começaram a ser adotadas em diversos países no século XIX, quem realmente acabou com a escravidão nas plantações de açúcar foi a economia. Nações como Alemanha e França começaram a extrair açúcar da beterraba, que surgiu como uma opção ao monopólio britânico sobre a cana-de-açúcar. Em 1845, a beterraba esmagava o comércio de açúcar do continente americano. Muitos proprietários de plantações de cana-de-açúcar se salvaram graças às indenizações pagas pela perda de seu negócio.

Tabaco

Quando chegou à Europa, o tabaco era considerado um "remédio infalível". Talvez isso explique como essa planta, apesar de todo o mal que reconhecidamente provoca ao organismo, se difundiu pelo mundo. Provavelmente originária da Bolívia e do noroeste da Argentina, a "Nicotiana tabacum" foi levada da América ao Velho Continente pelos colonizadores europeus. No século XVI, o tabaco despertou o interesse de Jean Nicot, embaixador francês na corte portuguesa. Ele utilizou a planta para tratar úlceras e deu origem ao hábito de inalar a folha moída. Em 1571, o médico espanhol Nicolás Monardes revelou que o tabaco podia curar até vinte doenças, como enxaqueca, gota, dor de dente e febre intermitente. O tabaco começou a receber críticas no século XVII, mas só em 1952 foi desmascarado pela revista "Reader’s Digest" como o "maço do câncer".

Samambaia

Usadas para decoração, geralmente com suas longas folhas pendendo de vasos suspensos, as samambaias estão entre as plantas mais antigas do mundo, com 335 milhões de anos. Naqueles tempos remotos, quando todos os continentes ainda estavam unidos em um grande bloco chamado Pangeia, folhas de samambaias, cavalinhas e licófitas (grupo mais antigo de plantas ainda presente, em ervas) caíram e foram enterradas sob sedimentos. As folhas se transformaram em uma camada esponjosa denominada turfa e, com o passar dos milênios, foram comprimidas até se transformarem em uma matéria negra, rica em energia: o carvão. Restos de samambaias impulsionaram a Revolução Industrial, e são até hoje uma das principais fontes de energia utilizadas pela humanidade.

Algodão

O algodão é uma das mais importantes culturas não alimentícias do mundo. Seu fio serve de matéria-prima para a confecção de tecidos e materiais como ataduras, gaze e papel. A semente pode ser transformada em sabão, margarina e óleo de cozinha, enquanto as fibras que aderem à semente são empregadas em cosméticos e plásticos. Até goma de mascar contém celulose do algodoeiro. O trabalhoso processo de remover as sementes da cápsula do algodão, esticar a fibra e tecer o fio foi industrializado aos poucos. Na década de 1760, o inglês James Hargreaves lançou uma máquina de fiar operada por uma só pessoa que produzia vários fios de uma vez. Alguns anos mais tarde, foi lançado um equipamento capaz de produzir mil fios simultaneamente. O crescimento da produção nos Estados Unidos fez a posse de escravos disparar. Em 1855, quase metade da população do sul do país era composta por escravos africanos, e estima-se que 3,2 milhões deles trabalhavam nas plantações de algodão, tabaco e açúcar. Após a Guerra Civil Americana e o fim da escravidão no país, a produção de algodão foi transferida para outras partes do mundo, como a China e a África Ocidental.

Uva

Não se sabe qual foi o primeiro povo a transformar a uva em vinho, e quando isso aconteceu. A bebida pode ter sido produzida pela primeira vez no Irã, há 5.500 anos, ou na atual Turquia ou Geórgia, 2.000 anos antes. Independentemente do local de origem, é provável que o vinho seja uma feliz invenção do acaso. À semelhança de diversas frutas, as uvas contêm suco e açúcar, e, por isso, têm uma tendência natural à fermentação. Basta encontrar uma levedura para que isso ocorra – e algumas estão presentes na própria casca da fruta. O advento da rolha e da garrafa marcou um estágio importante no desenvolvimento do vinho. Do século XVIII ao XIX, oito de cada dez italianos trabalhavam com a bebida. A introdução da videira nos Estados Unidos acarretou em um problema que viria a devastar vinhedos europeus na década de 1860: a disseminação da filoxera, um pequeno inseto destruidor de uvas, levado à Europa pelos barcos a vapor. Demorou quase um século para a indústria se recuperar. Entre 1910 e 1911, trabalhadores da província francesa de Champagne invadiram suas fábricas de vinho, destruindo garrafas e barris e atirando uvas no rio, em protesto contra a decisão de trazer uvas de fora da região para compensar as perdas provocadas pelo inseto. Mais tarde, o governo aplicou uma medida que impedia que qualquer vinho espumante produzido fora daquela região fosse denominado champanhe. O vinho se disseminou pela cultura europeia por causa do Império Romano, que plantava videiras em todos os seus territórios, e a apropriação da bebida pelo Cristianismo.

Milho

Terceiro cereal mais importante do planeta, depois do arroz e do trigo, o milho foi originalmente cultivado pelos indígenas americanos. Antes de ser levado ao Velho Mundo por Cristóvão Colombo, ele sustentou as civilizações maia, asteca, inca e tolteca. Um século depois, o cereal já havia alcançado a China. O milho ganhou popularidade entre os novos habitantes da América quando os colonos de Jamestown, primeiro assentamento britânico fundado em caráter permanente no continente americano, escaparam de morrer de fome recorrendo ao milho nativo, até então considerado "lixo selvagem".

Trigo

Acredita-se que o trigo foi a primeira plantação da Idade da Pedra, tendo alimentado boa parte do mundo – tanto humanos quanto animais de criação – desde então. Ele já foi sinal de poder: no século III a.C., quando Roma enviou suas tropas para conquistar novos territórios na Sicília, Sardenha, norte da África, Egito e Espanha, um dos objetivos era garantir o suprimento de trigo. O colapso do Império Romano foi acompanhado pela perda dos campos de trigo. Na época das grandes navegações, essa planta ajudou marinheiros portugueses e espanhóis a explorar o Atlântico. Navegadores viajavam com sacos de cereais nos porões do navio e, ao aportar e ilhas intermediárias, como as Canárias, semeavam e colhiam o trigo para se alimentarem durante o próximo trecho da viagem. O trigo foi uma das plantas que mais modificou a paisagem rural europeia. Além dos moinhos, celeiros e silos usados para processar e armazenar os grãos, havia grandes celeiros, parecidos com catedrais, com compartimentos para armazenar os feixes de trigo e um espaço de debulha.

Arroz

O arroz rivaliza com o trigo como uma das culturas alimentícias mais importantes do planeta. Plantado em mais de 100 países, ele constitui 30% da produção mundial de cereais. Os arrozais modificaram a paisagem dos países produtores, principalmente os asiáticos, que cultivam cerca de 90% do arroz do mundo: em planícies ou terrenos escalonados em encostas de morros, eles são um cartão-postal do continente. No fim do século XX, quando o metano foi identificado como um dos causadores do efeito estufa, cientistas ocidentais apontaram a produção do arroz como uma das grandes emissoras desse gás, responsável pela liberação de mais de 37,8 milhões de toneladas de metano na atmosfera. Pesquisadores indianos, porém, argumentaram que a emissão poderia ser de apenas um décimo daquela medida. Para eles, o culpado não era o arrozal, mas a extrapolação estatística baseada em pesquisas relativamente pequenas.

Seringueira

A seringueira era conhecida como “madeira chorosa” pelas civilizações sul-americanas. Quando os espanhóis chegaram à América, os indígenas já cortavam a casca da seringueira e colhiam a seiva leitosa – o látex. O que determinou a corrida pela borracha, porém, viria apenas séculos depois: os pneus de automóvel. Muitos fazendeiros americanos abandonaram suas pequenas propriedades para coletar o látex. As árvores e os povos indígenas da região foram intensamente explorados. Com a redução dos suprimentos naturais, tiveram início esforços para levar a seringueira para a Europa. Muitas remessas de sementes morreram durante a viagem, até que, em 1876, o plantador inglês Henry Wickham conseguiu fazer a sementes germinarem fora de sua terra natal. Em 1910, havia cerca de 2,5 milhões de pneus em circulação. Apenas oitenta anos depois, com três quartos da borracha do mundo dedicadas à produção de pneus, eles chegaram a 860 milhões. A borracha seria usada também em aviões supersônicos, pisos à prova de faísca em fábricas de fogos de artifício e preservativos, que, além da contracepção, representaram um avanço no combate à aids.

A história da humanidade a partir das plantas

Botânica

Livro conta como 50 espécies vegetais, do tabaco à samambaia, transformaram a vida no planeta

Juliana Santos
Seringueira, árvore da qual se extrai o látex para a fabricação da borracha
Seringueira, árvore da qual se extrai o látex para a fabricação da borracha (Thinkstock)
O jornalista e escritor inglês Bill Laws é interessado por jardinagem e tem livros escritos sobre o assunto, como The Field Guide to Fields (O guia de Campo dos Campose) e The Curious History of Vegetables (A Curiosa História dos Vegetais). Em seu primeiro trabalho publicado no Brasil, 50 Plantas que Mudaram o Rumo da História (Sextante, 224 páginas), o autor fala de plantas como tabaco, café e cana-de-açúcar, com trajetórias mais conhecidas, mas também de como a pimenta-do-reino influenciou o sistema bancário mundial, a tulipa causou o primeiro grande colapso financeiro do mundo e o cânhamo – uma das denominações da maconha – serviu de matéria-prima para o papel em que foi impressa a declaração de independência dos Estados Unidos.

Biblioteca

50 Plantas que Mudaram o Rumo da História


 

O escritor e jornalista Bill Laws contextualiza historicamente e detalha as características de 50 plantas que tiveram papel importante na história da humanidade.

Autor: BILL LAWS
Editora: SEXTANTE
"A história não precisa necessariamente ser um evento global. A seringueira e seu papel no combate à aids pode ser considerada parte da história tanto quanto o açafrão, um luxo medieval e uma das especiarias mais caras do mundo", diz Laws, ao explicar por que selecionou não apenas espécies ligadas a grandes acontecimentos mundiais, mas também plantas aparentemente menos importantes.
Laws mostra no livro como nossa concepção sobre espécies vegetais muda ao longo do tempo. Na Europa dos séculos XVI e XVII, quando imperavam a tensão religiosa e a superstição, a batata era considerada "obra do diabo", por suas “curvas voluptuosas” e “formas sugestivas”. Para piorar, havia relatos de que pessoas que consumiam o tubérculo cru sofriam de eczema, uma inflamação cutânea então considerada um tipo de lepra. Em 1795, o escritor inglês David Davies registrou que "embora a batata seja um excelente tubérculo, não parece provável que seu consumo venha a se tornar normal neste país". A popularização do fish and chips, prato típico inglês com peixe e batatas fritas, mostrou que Davies estava errado.
O papel das plantas – Para Débora Medeiros, pesquisadora do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e revisora técnica da versão brasileira do livro, a obra realça a importância da botânica para o público. "As plantas não recebem a mesma atenção de esforços conservacionistas quanto alguns animais considerados mais 'carismáticos', como baleias e pandas, mesmo sendo a base de toda a cadeia alimentar e componente essencial do ambiente", diz.
Levando em consideração quem habita o planeta há mais tempo, a diferença é injusta. Enquanto os humanos modernos se desenvolveram na África há apenas 130.000 anos, as espécies vegetais colonizaram a Terra há 470 milhões de anos. As plantas sempre forneceram à humanidade combustível, alimento, abrigo e remédios. Elas controlam a taxa de erosão do solo e regulam a quantidade de dióxido de carbono e oxigênio no ar. Produtos derivados delas são usados em inúmeros processos industriais.
Laws afirma que o livro, além de fonte de conhecimento e entretenimento, é um alerta sobre a forma como a humanidade tem interagido com as plantas e o dinamismo delas em modelar a história. "As plantas tiveram e têm papel significativo e muito mais amplo do que se pensa na história da humanidade. Ignorar isso não é só ingênuo, é perigoso", afirma. 

SUS vai tratar com antirretroviral todos os portadores do vírus da aids

Aids

Ministério da Saúde anunciou neste domingo que medida visa melhorar a qualidade de vida do paciente e diminuir a chance de transmissão

Avenida Paulista decorada para o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, em São Paulo
Avenida Paulista decorada para o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, em São Paulo (Júlio Costa/Futura Press)
O Ministério de Saúde anunciou neste domingo uma nova política do programa de combate à aids. A partir de agora, o portador do vírus receberá tratamento com antirretrovirais no Sistema Único de Saúde (SUS) assim que receber o teste positivo no HIV. "O objetivo da medida é reduzir as possibilidades de transmissão e oferecer melhor qualidade de vida ao paciente", explicou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa, em evento no Dia Mundial de Luta contra a Aids, no Rio de Janeiro.
Atualmente, a indicação para início da terapia ocorre somente quando o paciente apresenta sintomas da doença, como perda de peso, febre, diarreia e fadiga. De acordo com Barbosa, o tratamento reduz a carga viral e diminui a propagação do HIV. A estimativa é incluir mais 100.000 pessoas no tratamento, em 2014, com a mudança de protocolo. Desde o início da oferta de antirretrovirais pelo sistema de saúde, há dezessete anos, 313.000 pessoas foram atendidas. "Esse novo protocolo clínico mudará a história da epidemia da Aids no Brasil", disse o secretário, sobre a mudança no tratamento.
O Ministério da Saúde também informou que está adotando como teste o medicamento 3 em 1 - três remédios diferentes em um só comprimido - no Rio Grande do Sul e no Amazonas. 
Outra medida anunciada foi o estudo para ampliação da profilaxia contra a doença na rede básica de saúde. A meta é oferecer medicamento de prevenção, que deve ser tomado em 72 horas após a provável exposição ao HIV.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou, durante o evento, que o Brasil voltou a liderar o ranking mundial no tratamento da Aids, mas que vencer o estigma é o principal desafio. "As pessoas não podem ter vergonha de fazer o teste", disse.
(Com Estadão Conteúdo)

Tom Hanks: 'Não quero que a imprensa escreva que sou um otário. Eu não sou'

Cinema

Aos 57 anos, o ator americano campeão de bilheterias fala sobre seu novo filme 'Capitão Philips' e sobre a profissão de ator. 'É uma atividade nobre e não é para qualquer um'

Pedro Caiado, de Londres
Tom Hanks em três personagens diferentes no filme 'A Viagem'
Tom Hanks em três personagens diferentes no filme 'A Viagem' (Divulgação)
Ele pode ganhar um terceiro Oscar de melhor ator pelo novo filme baseado em fatos reaisCapitão Philips. Tom Hanks, 57 anos, interpreta Richard Philips, o capitão de um navio cargueiro tomado por piratas da Somália em 2009, o primeiro navio de carga americano a ser sequestrado em 200 anos. Os filmes de Hanks já arrecadaram 8,5 bilhões de dólares no total, um número que o lança como campeão das bilheterias de Hollywood. Em entrevista concedida em Londres, Hanks falou sobre seu mais recente personagem e a descoberta que tem diabetes tipo 2.
O que mais o atraiu a aceitar o papel em Capitão Philips?
Eu queria trabalhar com Paul Greengrass (diretor). Após ver filmes como Domingo Sangrento eVôo 93, fiquei fascinado pela maneira completamente diferente com que ele conta uma história. Ele é um diretor que busca a autenticidade da história e tem o dom de capturar o comportamento exato das pessoas nas diversas situações.

Os atores que interpretam os piratas da Somália parecem bem reais. Eles eram tão assustadores assim na vida real?
Eu fiquei muito assustado, eles eram tão magros. Nós não nos conhecíamos, o que ajudou a aumentar o medo. Quando eles apareceram pela primeira vez eu fiquei petrificado. O Paul [Greengrass] os encontrou através de anúncios na TV. Eles não eram atores. Por seis semanas eles tiveram que aprender a nadar e dirigir aqueles barcos, o que nem todo ator gostaria de fazer e eles fizeram brilhantemente. Só depois de 40 minutos da primeira cena tivemos um momento que nos cumprimentamos.
Houve muita improvisação nesse filme?
Eram cenas bem reais, longas, feitas em tempo real e às vezes bem desengonçadas. Não podia ser muito coreografado. Fazer filmes é recriar o exato momento em várias tomadas de cenas diferentes, mas neste não foi assim. 
Como foi filmar no mar?
Não tive nenhum problema de ficar enjoado até trabalharmos com os barcos salva-vidas, o que foi muito ruim. Em alguns momentos todo mundo vomitava. Foi horrível.
Quando você encontrou o verdadeiro capitão Philips, como foi?
Eu fui encontrá-lo antes de começar as filmagens e conversamos por horas sobre os deveres de um capitão, mas não há glamour nessa história. Ele foi bem honesto comigo. Eu o achei um cara incrivelmente prático que teve uma experiência extraordinária e mal conseguiu sobreviver a ela.
Você o considera um herói?
Ele mesmo não se considera um herói. Ele disse que estava esperando pelos verdadeiros heróis aparecerem. Eu nunca encontrei ninguém que se considerasse um herói. Ele diz que seu grande mérito foi escapar da melhor forma possível. Mas ele é bom no que faz, não era capitão de um navio como aquele à toa. 
Qual a principal característica do capitão Philips?
O seu conhecimento. O que eu percebi quando que li o roteiro foi que em um determinado momento ele mudava completamente. Bastou os piratas entrarem no navio e ele passou de durão a um líder pacifico. E ele não entregou o conhecimento que tinha do navio. Havia comida e suprimentos escondidos que ele manteve e não entregou. 
Você já foi colocado em alguma situação extrema em sua vida?
Não. Medo é algo relativo. Eu já dirigi carros com pneu furado, mas nao é a mesma coisa que viver uma situação de risco quem vem de outras pessoas. Eu nunca estive em situação parecida. 
Você voltou a falar com ele, depois do filme?
Sim, eu estava com ele há alguns dias. Alguns membros da tripulação real vieram ao tapete vermelho em Londres. Eu acho que todos achavam que seriam tratados de uma maneira irreal no filme e que mudaríamos muito a história, mas tudo foi bastante convincente para eles. Certamente tivemos que alterar algumas coisas, mas acho que eles gostaram. 
Porque você gosta de filmes de não-ficção?
Alguns diretores simplesmente nao estão nem aí para o que realmente aconteceu na história, e resolvem inventar, em vez de pesquisar. Mas eu sempre penso: ‘por que inventar’? Após assistir a vários filmes de ficção, eu já pensei que talvez tivesse sido melhor assistir a um documentário sobre o assunto. Claro que eu sempre fiz filmes de ficção, em que tudo é inventado e mesmo assim pode ser divertido e fascinante, mas sempre fui um cara que lê livros de não-ficção por prazer e acho a realidade mais fascinante.
Você tem uma noção diferente da profissão de ator hoje em dia?
Eu tenho mais confiança nos meus instintos hoje, eu nao me preocupo tanto com estética. Eu acho que é uma atividade nobre e não é para qualquer um. Eu adoro o que eu faço. Mas, ser celebridade não é algo real. Atuar é o que eu fazia durante o colégio e contiuo fazendo. Eu não acredito que você pode ter um diploma em teatro hoje, que enganação. Eu não sabia que poderia fazer dinheiro com isso também. Na realidade eu comecei pensando que seria um gerente de teatro, ou algo assim. Atuar parecia algo que faria voluntariamente. Claro, que uma noção de negócios você tem que aprender, e às vezes você faz escolhas erradas ou se sente um pouco superior, mas rapidamente volta à realidade. Essa é a minha vida e a minha profissão e você tem que manter suas prioridades, ao contrario será um otário. E não quero que a imprensa escreva que sou um otário. Eu não sou.
Você lê críticas de seus filmes?
Ocasionalmente. Mas, mesmo criticas de filmes de outras pessoas, às vezes me parece que os caras nem viram os filmes. 
Você se acha sortudo em se manter como um profissional bem sucedido por tantos anos?
Sim. Mas, mais do que sorte, é a habilidade que você tem que ter de se aliar com pessoas talentosas. Eu levo muito crédito por ser um ator em filmes, mas são filmes que outras pessoas escreveram e dirigiram. Eu sou o rosto deles. Mas, eu trabalho duro. Atores idiotas aparecem para filmar sem saber seus diálogos e sem idéia do que têm de fazer. E eu aprendi no teatro como é importante o ator estar pronto para uma cena.
Você está animado com a possibilidade de ganhar um Oscar com este filme?
A verdade é que todo mundo que fez um filme recentemente, acha que tem uma chance.


Você admitiu recentemente que tem diabete tipo 2. Por que tornar isso público?
O mundo do entretenimento vai dizer que eu desenvolvi diabetes quando ganhei e perdi peso para o papel em Náufrago, mas na realidade estaríamos sendo injustos com o que é diabete tipo 2.A doença surgiu provavelmente graças ao meu estilo de vida. Eu tenho 57 anos, e não tive uma vida particularmente saudável até aquele filme. Essas dietas de ganhar ou perder muito peso não são nada saudáveis, mas quando eu fiz, eu sempre tive os melhores nutricionistas à minha disposição.

Governo anuncia novas regras para doação de sangue

Saúde Pública

Exame que detecta com mais precisão o vírus da aids e das hepatites B e C será obrigatório. Idade máxima para doação aumenta de 67 para 69 anos

Marcela Mattos, de Brasília
Diagnóstico precoce: A partir de exame de sangue, cientistas sul-coreanos procuram alteração em determinado gene para detectar a doença de forma não invasiva
Nova regra: exame é mais seguro para detectar vírus da aids e das hepatites B e C (Thinkstock)
O ministro da saúde, Alexandre Padilha, assinou nesta terça-feira uma portaria que muda as regras para a doação de sangue. A portaria determina a obrigatoriedade da realização de um exame considerado mais seguro para a detecção do vírus da aids e da hepatite tipo C nas bolsas de sangue coletadas para doação. O NAT (teste de ácido nucleico) detecta a infecção dos vírus em menos tempo que os demais exames aplicados e, com isso, reduz as chances de transmissão de sangue contaminado. Os hemocentros de todo o país terão 90 dias para se adaptar às novas normas.
Atualmente, o sangue coletado para doação passa pelo teste Elisa, para averiguar, entre outros vírus, se há a contaminação de HIV e das hepatites B e C. O NAT vai se somar a esse exame e ao questionário que avalia o histórico do doador para diminuir os riscos ao paciente que vai receber a doação. Ao contrário do Elisa, que consegue detectar a incidência dos vírus por meio dos anticorpos produzidos pelo paciente infectado, o NAT identifica a contaminação com base em indicadores do ácido nucleico.
Janela imunológica – O NAT é considerado mais seguro por diminuir a janela imunológica – período em que o paciente já está contaminado, mas os exames não detectam o vírus. Ele reduz de 35 para doze dias a possibilidade de identificação da hepatite C e de vinte para dez dias do vírus da aids. "O teste é um padrão mundial, usado como uma forma de excluir potenciais doadores que possam transmitir algum risco", explicou Padilha.
Segundo o ministro, o NAT já é oferecido em todos os bancos de sangue do Sistema Único de Saúde (SUS) e agora vai ser obrigatório também para a rede privada, hoje responsável por cerca de 30% das transfusões sanguíneas no Brasil. O exame foi desenvolvido pela Fiocruz e vai ser oferecido gratuitamente aos hospitais particulares. O Ministério da Saúde estima que até o fim de 2014 o NAT vai ser usado também para a detecção da hepatite B e do vírus da dengue.
Ampliação da idade – A portaria assinada pelo ministro Alexandre Padilha amplia de 67 para 69 anos a idade máxima para doação de sangue no Brasil. Com essa nova faixa etária, a expectativa é aumentar em dois milhões o público de potenciais doadores. A mudança foi baseada em países como Estados Unidos, França e Espanha, que já adotam os 69 anos como limite para a doação sanguínea.  


Em 2012, a pasta diminuiu de 18 para 16 anos a idade mínima dos doadores, contanto que os responsáveis autorizem o procedimento. Com a ampliação das idades mínima e máxima, houve a abertura de 8,7 milhões de possíveis doadores. 

Sinais alarmantes

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - O Estado de S.Paulo
Finalmente se fez justiça no caso do mensalão. Escrevo sem júbilo: é triste ver na cadeia gente que em outras épocas lutou com desprendimento. Eles estão presos ao lado de outros que se dedicaram a encher os bolsos ou a pagar suas campanhas à custa do dinheiro público. Mais melancólico ainda é ver pessoas que outrora se jogavam por ideais - mesmo que controversos - erguerem os punhos como se vivessem uma situação revolucionária, no mesmo instante em que juram fidelidade à Constituição. Onde está a revolução? Gesticulam como se fossem Lenines que receberam dinheiro sujo, mas o usaram para construir a "nova sociedade". Nada disso: apenas ajudaram a cimentar um bloco de forças que vive da mercantilização da política e do uso do Estado para se perpetuar no poder. De pouco serve a encenação farsesca, a não ser para confortar quem a faz e enganar seus seguidores mais crédulos.
Basta de tanto engodo. A condenação pelos crimes do mensalão deu-se em plena vigência do Estado de Direito, num momento em que o Executivo é exercido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), cujo governo indicou a maioria dos ministros do Supremo. Não houve desrespeito às garantias legais dos réus e ao devido processo legal. Então, por que a encenação? O significado é claro: eleições à vista. É preciso mentir, autoenganar-se e repetir o mantra. Não por acaso, a direção do PT amplifica a encenação e Lula diz que a melhor resposta à condenação dos mensaleiros é reeleger Dilma Rousseff... Tem sido sempre assim, desde a apropriação das políticas de proteção social até a ideia esdrúxula de que a estabilização da economia se deveu ao governo do PT. Esqueceram as palavras iradas que disseram contra o que hoje gabam e as múltiplas ações que moveram no Supremo para derrubar as medidas saneadoras. O que conta é a manutenção do poder.
Em toada semelhante, o mago do ilusionismo fez coro. Aliás, neste caso, quem sabe, um lapso verbal expressou sinceridade. "Estamos juntos", disse Lula. Assumiu meio de raspão sua fatia de responsabilidade, ao menos em relação a companheiros a quem deve muito. E ao País, o que dizer?
Reitero, escrevo tudo isso com melancolia, não só porque não me apraz ver gente na cadeia, embora reconheça a legalidade e a necessidade da decisão, mas principalmente porque tanto as ações que levaram a tão infeliz desfecho como a cortina de mentiras que alimenta a aura de heroicidade fazem parte de amplo processo de alienação que envolve a sociedade brasileira. São muitos os responsáveis por ela, não só os petistas. Poucos têm tido a compreensão do alcance destruidor dos procedimentos que permitem reproduzir o bloco de poder hegemônico; são menos numerosos ainda os que têm tido a coragem de gritar contra essas práticas. É enorme o arco de alianças políticas no Congresso cujos membros se beneficiam por pertencerem à "base aliada" de apoio ao governo. Calam-se diante do mensalão e das demais transgressões, como se o "hegemonismo petista" que os mantém fosse compatível com a democracia. Que dizer, então, da parte da elite empresarial que se ceva dos empréstimos públicos e emudece diante dos malfeitos do petismo e de seus acólitos? Ou da outrora combativa liderança sindical, hoje acomodada nas benesses do poder?
Nada há de novo no que escrevo. Muitos sabem que o rei está nu e poucos bradam. Daí a descrença sobre a elite política reinante na opinião pública mais esclarecida. Quando alguém dá o nome aos bois, como, no caso, o ministro Joaquim Barbosa, que estruturou o processo e desnudou a corrupção, teme-se que, ao deixar a presidência do STF, a onda moralizante dê marcha à ré. É evidente, pois, a descrença nas instituições. A tal ponto que se crê mais nas pessoas, sem perceber que por esse caminho voltaremos aos salvadores da Pátria. São sinais alarmantes.
Os seguidores do lulopetismo, por serem crédulos, talvez sejam menos responsáveis pela situação a que chegamos do que os cínicos, os medrosos, os oportunistas, as elites interesseiras que fingem não ver o que está à vista de todos. Que dizer, então, das práticas políticas? Não dá mais! Estamos a ver as manobras preparatórias para mais uma campanha eleitoral sob o signo do embuste. A candidata oficial, pela posição que ocupa, tem cada ato multiplicado pelos meios de comunicação. Como o exercício do poder se confundiu, na prática, com a campanha eleitoral, entramos já em período de disputa. Disputa desigual, na qual só um lado fala e as oposições, mesmo que berrem, não encontram eco. E sejamos francos: estamos berrando pouco.
É preciso dizer com coragem, simplicidade e de modo direto, como fizeram alguns ministros do Supremo, que a democracia não se compagina com a corrupção nem com as distorções que levam ao favorecimento dos amigos. Não estamos diante de um quadro eleitoral normal. A hegemonia de um partido que não consegue deslindar-se de crenças salvacionistas e autoritárias, o acovardamento de outros e a impotência das oposições estão permitindo a montagem de um sistema de poder que, se duradouro, acarretará riscos de regressão irreversível. Escudado nos cofres públicos, o governo do PT abusa do crédito fácil que agrada não só aos consumidores, mas, em volume muito maior, aos audaciosos que montam suas estratégias empresariais nas facilidades dadas aos amigos do rei. A infiltração dos órgãos de Estado pela militância ávida e por oportunistas que querem beneficiar-se do Estado distorce as práticas republicanas.
Tudo isso é arquissabido. Falta dar um basta aos desmandos, processo que, numa democracia, só tem um caminho: as urnas. É preciso desfazer na consciência popular, com sinceridade e clareza, o manto de ilusões com que o lulopetismo vendeu seu peixe. Com a palavra as oposições e quem mais tenha consciência dos perigos que corremos.
* SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA

7 maneiras para viver mais e com qualidade depois dos 50

 Por Meili Jatene, Tempo de Mulher

7 maneiras para viver mais e com qualidade depois dos 50


7 maneiras para viver mais e com qualidade depois dos 50 - 1 (© Foto: Thinkstock)

Por MEILI JATENE
“Quando se vê, já são seis horas!/ Quando se vê, já é sexta-feira!/Quando se vê, já é natal.../Quando se vê, já terminou o ano.../Quando se vê perdemos o amor da nossa vida./Quando se vê passaram 50 anos!”
Mario Quintana, autor do poema “O Tempo” (acima), é um gênio mesmo, pois, realmente, quando se vê passaram 50 anos e é tempo de investir, cada vez mais, na sua saúde física e mental.
E se formos levar em consideração tudo o que se fala sobre envelhecimento, só há uma certeza: as escolhas que fazemos na vida têm mais impacto sobre a longevidade do que qualquer intervenção que prometa dar um ‘stop’ no tempo.

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Blueberries – mirtilo
Essa frutinha, apesar de pequena, carrega um valor nutritivo imenso e possui um dos maiores níveis de antioxidantes, nutrientes que neutralizam os radicais livres que prejudicam nosso sistema imunológico. Blueberries ainda ajudam a baixar o colesterol ruim (LDL) e a gordura abdominal, e são excelentes para hipertensão arterial. Pode se jogar, ela é tudo de bom!!!

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Passe mais tempo com pessoas que te fazem bem
Não há nada mais gostoso e divertido do que seus laços sociais, certo? Pessoas com relacionamentos saudáveis são menos vulneráveis a problemas de saúde mental, depressão e tendem a viver mais tempo. Ache tempo para seus amigos e familiares, não permita que a correria do dia te impeça de conviver com as pessoas que te fazem bem. Rir ainda é o melhor remédio!
7 maneiras para viver mais e com qualidade depois dos 50 - 1 (© Foto: Thinkstock)

Tome vinho
Tem coisa mais relaxante do que uma bela taça de vinho? Pra mim não! Já foi provado que reduz o risco de doença cardíaca e alguns cancros, pois regula o colesterol, e diminui a progressão de doenças neurológicas degenerativas, caso de Alzheimer ou Parkinson. Saúde!!!
7 maneiras para viver mais e com qualidade depois dos 50 - 1 (© Foto: Thinkstock)
Sexo e prazer
Segundo o especialista em longevidade Howard Friedman, mulheres com mais orgasmos vivem por mais tempo! Após o orgasmo libera-se o hormônio do relaxamento e do sono, a chamada prolactina. Além disso, sexo e intimidade aliviam o estresse e a ansiedade, e aumentam a autoestima e a felicidade. Ou seja, o segredo é fazer mais sexo!!!

7 maneiras para viver mais e com qualidade depois dos 50 - 1 (© Foto: Thinkstock)

Frutas oleaginosas
São ricas em triptofano - o aminoácido do bem-estar -, Ômega 3 e vitaminas do complexo B - principalmente a B1 e B6 -, além de serem ótimas para combater a ansiedade!

7 maneiras para viver mais e com qualidade depois dos 50 - 1 (© Foto: Thinkstock)

Tire férias
Nem sempre conseguimos poupar para fazermos a viagem dos sonhos. Mas dar uma paradinha na correria do dia a dia faz muito bem para a nossa saúde física e mental. Praia ou campo, não importa! Vá lá e recarregue suas energias.

7 maneiras para viver mais e com qualidade depois dos 50 - 1 (© Foto: Thinkstock)

Levante!!!
Um grande número de pesquisas comprova que sentar por longas horas faz mal à saúde - sim, exatamente o que fazem todos os dias as pessoas que trabalham em escritório. Quem permanece sentado por quatro horas ou mais, está mais suscetível a desenvolver doenças crônicas, como pressão alta, doenças do coração, câncer e diabetes. Por outro lado, se você sentar apenas três horas por dia, a expectativa de vida pode aumentar até dois anos. E sua coluna vai agradecer.
Exercícios físicos, alimentação e alegria de viver. Viu só como é fácil?
Seja feliz!


Médica responde dúvidas sobre cirurgias plásticas após a gravidez

Por Redação, Tempo de Mulher
Cirurgiã plástica explica quais são os procedimentos cirúrgicos mais comuns no pós-parto, confira!



Médica responde dúvidas sobre cirurgias plásticas após a gravidez
Médica responde dúvidas sobre cirurgias plásticas após a gravidez






















Da REDAÇÃO
As transformações no corpo são inúmeras após a gravidez. Os seios, que antes eram firmes, ficam flácidos. O abdômen, que acompanha o desenvolvimento do bebê, aumenta consideravelmente de tamanho fazendo surgir as indesejáveis estrias e a flacidez. E mesmo depois do período de recuperação, que geralmente acontece de três a seis meses após o nascimento do bebê, os sinais ainda podem permanecer.
Para não perder a autoestima, muitas mulheres têm recorrido a cirurgias plásticas para corrigir esses inconvenientes e muitas perguntas surgem. No período de amamentação a mãe pode passar por alguma cirurgia plástica? Durante a amamentação ela pode colocar prótese de silicone? E existe período diferente para quem passou por parto cesariano ou normal para realizar uma cirurgia plástica?
A cirurgiã plástica Karina Gilio explica a seguir quais são os procedimentos cirúrgicos mais comuns após a gravidez e responde algumas dúvidas sobre cirurgias plásticas neste período, confira!

Combata a flacidez de uma vez por todas


Combata a flacidez de uma vez por todas


Combata a flacidez de uma vez por todas - 1 (© Imagem: Thinkstock)



Por MAYNE CHIAPARRO O trauma do “tchauzinho” é dos mais marcantes entre as mulheres. Ver o braço balançando é algo que incomoda a todas elas independentemente da geração. Todos sabem que a flacidez está ligada à perda de colágeno e elastina do corpo. E isso pode acontecer por causa do envelhecimento da pele, de alterações hormonais decorrentes de processos como obesidade e gravidez, de genética, sedentarismo, exposição em excesso ao sol e alimentação inadequada, além de cigarro e bebidas alcoólicas que também são responsáveis pela perda de elasticidade da pele.
Mas agora a questão é como ter braços, bumbum e barriga durinhos para o verão e como manter para todas as outras estações do ano? Nesse caso temos duas boas notícias: Radiofrequência e Carboxiterapia. Na verdade, são dois tratamentos que juntos podem fazer milagres, pois ambos promovem a produção de colágeno e elastina. No caso da Carboxiterapia é aplicado gás carbônico sob a pele com o intuito de promover a vasodilatação, que melhora o fluxo sanguíneo e diminui o inchaço dos vasos que permeiam o local da aplicação. 
E a Radiofrequência que é um equipamento que gera calor, atingindo a temperatura da região afetada em torno de 40°C, número ideal para a contração do colágeno e formação dessa importante proteína estrutural. Dessa forma, a aparência da pele melhora e os sinais de flacidez são reduzidos.
Ainda existe um terceiro componente que faz toda a diferença nesse processo: a dedicação. Os tratamentos estéticos trazem resultados surpreendentes, mas para mantê-los será preciso adquirir novos hábitos que fortaleçam os músculos e estimulem a produção das proteínas que o corpo precisa para manter a pele com rigidez e vigor.

Flacidez é genético?
Não. Mas fatores hereditários podem sim influenciar no tipo de pele de cada indivíduo, favorecendo ou não a flacidez tissular.

Demora muito tempo para ver o resultado dos tratamentos?
O colágeno tem um ciclo de formação total de 28 dias, mas com 14 dias ele está praticamente pronto. Além disso, o colágeno já existente desencadeia uma contração imediata e já observamos melhoria imediata após a sessão. São necessárias, em média, de 6 a 8 sessões quinzenais de Radiofrequência e Carboxiterapia.

Exercícios como caminhada ou pedalada ajudam no processo?
Uma grande discussão da literatura é dissociar flacidez de pele da flacidez muscular. Ambas estão relacionadas, mas na academia, através de musculação e exercícios aeróbicos trabalhamos mais o sistema cardiovascular e a hipertrofia muscular. O calor dos exercícios melhoram também o aspecto da pele, mas o tratamento estético acelera esse processo pois desencadeia a neocolagenose (fabricação de um novo colágeno) mais rápida e visivelmente.

Cápsulas de colágeno ajudam no processo?
O ideal, segundo nossa nutricionista, é que o colágeno ingerido seja hidrolisado (em pó), pois a absorção é mais efetiva. As cápsulas são mais complexas para serem metabolizadas e devem ser consumidas em maior escala.

Ingestão de vitamina C contribui para o combate a flacidez?
A síntese de Vitamina C, através de alimentos de cores alaranjadas ou verduras verde-escuras, complementa muito na produção de colágeno, diminuindo a produção de radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce.

Há maneiras de prevenir-se?
A prevenção é ter uma vida saudável ao longo dos anos, com uma alimentação equilibrada e balanceada, a ingestão de líquidos e atividades físicas regulares. Mas a partir do 30 anos diminuímos a produção de colágeno em 1% ao ano. Aos 50 anos produzimos 35% a menos de colágeno do que deveríamos para uma pele jovem e viçosa. E a gravidade é cruel com o nosso corpinho, por isso os tratamentos estéticos voltados para a flacidez são indispensáveis.

Cremes ajudam a hidratar a pele?
Os cremes hidratantes complementam na hidratação, alguns vêm com compostos que permeiam e penetram melhor na epiderme dando mais brilho e maciez. Mas nada melhor que ingerir cerca de 2 litros de água ao longo do dia para uma hidratação mais completa, de dentro para fora.

Os tratamentos estéticos são caros?
A Pro-Corpo, entre outras clínicas, tem a missão de proporcionar tratamentos estéticos de qualidade acessíveis ao maior número de pessoas, então o orçamento não será problema, caberá no bolso do cliente de alguma forma. Há clínicas que cobram fortunas por tratamentos de Radiofrequência e Carboxiterapia, se limitando a aplicações em menores áreas e elitizando a estética, mas visamos atender cada indivíduo como uma verdadeira estrela.

Quanto tempo dura o tratamento?
Os tratamentos duram cerca de 30 minutos cada, variando as regiões de queixa do paciente.

Ainda dá tempo de ver resultados para o verão?
Com certeza ainda dá tempo de ter resultado até o verão, mas como são sessões quinzenais não perca tempo e agende já uma avaliação especializada.