domingo 29 2015

O deputado Celso Russomanno é flagrado pela terceira vez pagando empregados com dinheiro do contribuinte

REINCIDENTE SERIAL- Russomanno, sobre o seu terceiro flagrante: “Não fiz nada de irregular”
REINCIDENTE SERIAL- Russomanno, sobre o seu terceiro flagrante: “Não fiz nada de irregular” (Silvia Costanti/Folhapress)
Estando bom para ambas as partes..." O bordão criado nos anos 90 para um quadro de defesa do consumidor de um programa de TV ele repete até hoje. De lá para cá, no entanto, muita coisa mudou na vida de Celso Russomanno. Ex-office boy, ex-colunista social e apresentador de TV, ele entrou para a política, elegeu-se deputado federal pelo PSDB, candidatou-se a prefeito de Santo André pelo PPB, a governador de São Paulo pelo PP e, em 2012, a prefeito da cidade pelo PRB. Na ocasião, chegou a ocupar o primeiro lugar na disputa (terminou em terceiro, fora do segundo turno). Agora, tentará a sorte novamente como candidato à prefeitura de São Paulo, e, desta vez, larga como favorito, com 34% das intenções de voto, segundo o instituto Datafolha. A vida de Russomanno deu muitas voltas, mas certas práticas do deputado permaneceram imutáveis.
Na semana passada, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelou que ele mantém ao menos cinco servidores públicos, remunerados com verba parlamentar, como funcionários da entidade que preside em São Paulo, o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (Inadec). Não é a primeira vez que o deputado recorre à prática de usar dinheiro do contribuinte para pagar seus empregados. Nem a segunda.
De 1997 a 2001, quando era deputado federal, Russomanno designou a assessora de gabinete Sandra de Jesus para dar expediente em sua produtora, a Night and Day. Pela prática, foi condenado por peculato pela Justiça Federal em fevereiro do ano passado. Recorreu da decisão.
Em 2010, o deputado incluiu Fabiane Brejan no quadro de funcionários de seu gabinete na Câmara. Na prática, porém, Fabiane atuava como coordenadora de sua campanha ao governo de São Paulo. Ela entrou com uma ação trabalhista contra o ex-patrão e ainda o acusou de assédio moral. Em 2012, as partes firmaram um acordo pelo qual Russomanno aceitou pagar 205 000 reais à ex-funcionária.
Pego agora em seu terceiro flagrante, Russomanno se diz injustiçado. "De irregular, não estou fazendo absolutamente nada", afirma. Sua versão é que seu escritório político (a que os deputados têm direito) e o Inadec funcionam no mesmo endereço, mas os servidores não trabalham no instituto. A afirmação é posta em xeque por uma atendente que dá expediente na entidade, Márcia Renata de Mattos. Ela recebe 5 095 reais mensais como funcionária de gabinete do deputado e pode ser vista no local orientando compradores lesados em busca de ajuda. Como paladino dos consumidores, Russomanno está se saindo um ótimo lesa-contribuinte. Mas se está bom para ele...

Mulher de Delcídio quer que ele faça delação


Maika, mulher do senador Delcídio do Amaral, já discutiu o assunto com um advogado e pretende falar com o marido ainda neste fim de semana, quando o visitará na cadeia

Maika, esposa de Delcídio do Amaral
Maika: ela queria que o marido deixasse o PT(Delcídio do Amaral/ Flickr/Reprodução)
A mulher do senador Delcídio do Amaral, Maika, está convencida de que a única saída para o marido, preso na semana passada pela Operação Lava Jato, é tentar um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Ela já discutiu o tema com o advogado de Delcídio e pretende falar com o marido sobre o assunto ainda neste fim de semana, quando deve visitá-lo na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Maika tem dito que Delcídio não pode pagar sozinho por erros cometidos pelo PT e pelo Planalto - o senador era líder do governo até ser preso pela PF, na quarta-feira. Como revelou a coluna Radar on-line, Maika costumava dizer ao marido que ele deveria deixar o PT e atribui a sua atual situação à presidente Dilma Rousseff. Ela fez esse desabafo num telefonema a um amigo da família logo após a prisão de Delcídio.
No depoimento que prestou na quinta-feira à PF, Delcídio citou a presidente Dilma, de maneira espontânea, pelo menos três vezes. "A então ministra (de Minas e Energia no governo Lula) Dilma já conhecia Nestor Cerveró desde a época em que ela atuou como secretária de Energia no governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul", afirmou o senador. "Como a área de exploração de gás era bastante desenvolvida naquele Estado, havia contatos permanentes entre a Diretoria de Gás e Energia da Petrobrás e a secretaria comandada pela Dilma Rousseff", disse.
Em conversas reservadas nos últimos dois dias, o entorno mais próximo do senador considerou pequenas as chances de Delcídio conseguir um habeas corpus na Justiça após a divulgação da gravação feita por Bernardo Cerveró. Na conversa, Delcídio afirma que irá recorrer a ministros do Supremo Tribunal Federal para conseguir um habeas corpus para o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, pai de Bernardo.O senador ainda trata de detalhes sobre um plano de fuga para o ex-diretor que, segundo os investigadores, seria financiado pelo banqueiro André Esteves, também preso desde quarta-feira.
(Com Estadão Conteúdo)