quarta-feira 14 2013

Coração feito com células-tronco é capaz de bater sem ajuda de aparelhos

Células-tronco

O órgão foi regenerado a partir de células-tronco humanas colocadas na estrutura do coração de um camundongo. Ele ainda não pode ser usado em transplantes

coração
Coração: o órgão feito em laboratório apresenta uma taxa de 40 a 50 batimentos por minuto, ainda inferior à de um adulto normal, que é de 60 a 100 batimentos (Thinkstock)
Pela primeira vez, um coração feito em laboratório a partir de células humanas foi capaz de se contrair e apresentar batimento. Cientistas relataram o avanço em um estudo publicado nesta terça-feira, no periódico científico Nature Communications
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Repopulation of decellularized mouse heart with human induced pluripotent stem cell-derived cardiovascular progenitor cells

Onde foi divulgada: periódico Nature Communications

Quem fez: Tung-Ying Lu, Bo Lin, Jong Kim, Mara Sullivan, Kimimasa Tobita, Guy Salama e Lei Yang

Instituição: Universidade de Pittsburgh, EUA, e outras

Resultado: Um coração feito com células-tronco pluripotentes induzidas, obtidas a partir de células humanas da pele, e uma estrutura tridimensional resultante de um coração de camundongo que teve todas as células removidas apresentou batimento espontâneo em laboratório.
A equipe de pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, Estados Unidos, criou o coração usando células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), que são obtidas a partir de células humanas da pele e podem se transformar em qualquer tipo de célula, e uma estrutura tridimensional resultante de um coração de camundongo que teve todas as células removidas em laboratório.
As células-tronco pluripotentes foram tratadas em laboratório para se diferenciarem em células cardíacas progenitoras multipotentes (MCP), capazes de originar diferentes tipos de células que formam o coração. "Ninguém tinha tentado utilizar essas células para regeneração cardíaca antes. Nós descobrimos que a matriz extracelular do coração – material a partir do qual é feita a estrutura do coração – emite sinais que guiam as células MCP para que elas se tornem as células especializadas que são necessárias para o funcionamento correto do coração", explica Lei Yang, professor de biologia do desenvolvimento na Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh, e um dos autores do estudo.
Inseridas na estrutura tridimensional, composta de proteínas e carboidratos aos quais as células aderem, as células cresceram e originaram um músculo cardíaco. Após 20 dias sendo irrigado com sangue, o órgão reconstruído começou a se contrair novamente, a uma taxa de 40 a 50 batimentos por minuto.
Ainda é preciso, porém, encontrar formas para fazer o coração se contrair forte o suficiente para bombear sangue de forma eficaz e reconstruir o sistema de condução elétrica do coração — para um adulto, o ritmo cardíaco normal varia entre 60 e 100 batimentos por minuto. "Ainda estamos longe de fazer um coração humano completo. No entanto, nós oferecemos uma nova fonte de células — células MCPs derivadas de iPS — para a futura engenharia de tecido cardíaco", afirma o pesquisador.
Perspectivas – Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 17 milhões de pessoas morram de problemas cardiovasculares todos os anos, a maioria vítima de doenças do coração. Yang acrescenta ainda que mais de metade dos pacientes com doenças cardíacas não respondem adequadamente às terapias existentes, e a quantidade de órgãos disponíveis para transplante não é suficiente.
"Um dos nossos objetivos futuros é estudar a possibilidade de criar um implante de músculo cardíaco humano. Nós poderíamos usá-lo para substituir uma região danificada por um ataque cardíaco. Isso pode ser mais fácil de conseguir, porque não vão ser necessárias tantas células quanto um coração completo precisaria", afirma Yang.
(Com Agência France-Presse)

Câmara aprova royalties do pré-sal para saúde e educação

Congresso

Proposta garante 75% dos royalties para a educação e 25% para a saúde; texto segue para sanção de Dilma

Marcela Mattos, de Brasília
Sessão conjunta do Congresso apreciou veto à Lei de Royalties e Orçamento 2013, por enquanto aprovado só pelos deputados
Royalties: Congresso faz acordo com Planalto e aprova lei (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr )
A Câmara dos Deputados cumpriu o acordo firmado com o governo e aprovou nesta quarta-feira o novo projeto de distribuição dos royalties do petróleo. O texto que segue para sanção da presidente Dilma Rousseff estabelece que 75% dos royalties serão destinados para a educação e 25% para a saúde. Além disso, 50% dos recursos do chamado Fundo Social - poupança decorrente da exploração do pré-sal - serão usados para educação e saúde.
O governo, que inicialmente previa a totalidade dos royalties somente para a educação, acabou cedendo à mudança.
O Planalto apresentou, depois de conversar com os parlamentares, uma solução que contempla as reinvindicações do Executivo e do Legislativo ao mesmo tempo em que preserva a poupança do fundo. O acordo consiste na utilização dos recursos do fundo social de forma provisória. Após a sanção, o governo enviará ao Congresso Nacional um projeto de lei que passará a prever a destinação para uso exclusivo dos rendimentos do fundo. O argumento utilizado para convencer os deputados foi que, em 35 anos, os recursos do fundo social ficariam reduzidos à metade caso fosse aprovada a proposta da Câmara dos Deputados.
Nesta manhã, os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, reuniram-se com líderes do governo na Câmara para apresentar a contraproposta. Também ficou acertado que seria retirada a exigência de que o mínimo de 60% do excedente em óleo vá para a União. Mercadante justificou a alteração como uma forma de dar mais segurança jurídica às empresas que disputarão a licitação, já que o percentual será definido pela empresa que ganhar o leilão.


A votação em plenário se deu a toque de caixa e sem discussões entre os deputados – motivo de comemoração entre os petistas. “Quero cumprimentar os líderes e a oposição, porque, neste comento, nós conseguimos um acordo amplo e temos de celebrar”, afirmou o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Na mesma linha, o líder do PT, deputado José Guimarães (CE), afirmou que a aprovação foi fundamental para “pacificar” a Casa. Mercadante, que assumiu a articulação do governo, estava no plenário no momento da votação e agradeceu o apoio dos parlamentares.

Como o açúcar pode te deixar doente

Memória


Consumir altas quantias de frutose diariamente pode prejudicar o aprendizado e a memória. É o que indica uma pesquisa publicada recentemente no periódico Journal of Physiology. No estudo, conduzido por uma equipe da Universidade da Califórnia, ratos que ingeriram xarope de milho rico em frutose (encontrada em produtos industrializados, como refrigerantes, condimentos e comidas de bebê) tiveram prejuízo na memória e queda no número de sinapses cerebrais. Essa queda nas sinapses acabou por deixar o cérebro mais lento. A boa notícia é que a ingestão de alimentos com ácidos graxos ômega-3 protege contra os danos causados pelo açúcar.

Miopia

Quando ingerimos muito açúcar, os níveis de glicose no sangue disparam. Para conter esse aumento desmedido, o corpo lança insulina no sangue. Assim, uma hiperglicemia acaba gerando uma hiperinsulimia. Segundo Michel Raymond, pesquisador do Instituto de Ciências Evolutivas da Universidade de Montpellier, na França, e autor do livro Troglodita é você! (Ed. Paz e Terra, 256 páginas), repetidas hiperinsulimias têm respostas fisiológicas prejudiciais ao organismo. E uma delas afeta diretamente a maneira como você enxerga. Dados médicos relacionam essas elevações drásticas e constantes da insulina à desregulação do crescimento dos eixos óticos oculares (local do olho por onde entra a luz que chega à retina), uma das causa da miopia. O açúcar também, em quantidade elevada no sangue, deixa os líquidos dos olhos mais densos, o que desidrata o cristalino e também pode levar à miopia.

Síndrome metabólica

A síndrome se caracteriza por níveis de triglicerídeos elevados (um tipo de gordura que em alta concentração é prejudicial), baixo nível de colesterol HDL (considerado o colesterol "bom"), hipertensão arterial, resistência aos efeitos da insulina e, glicemia. Todas essas condições são problemas que contribuem para doenças cardiovasculares. De acordo com artigo de agosto de 2011, publicado no periódico médico Archives of Medical Science por uma equipe internacional de pesquisadores, a síndrome metabólica pode ser o resultado da ingestão de uma alimentação com alto índice glicêmico, particularmente de frutose. Segundo o artigo, estudos anteriores em animais já haviam demonstrado que a exposição do fígado a quantias elevadas de frutose leva a um acúmulo de triglicérideos.

Artigo publicado no periódico The Journal of the American Medical Association (JAMA), em 2009, aponta ainda que o consumo excessivo de açúcar está relacionado com a presença de altos índices de triglicérideos e baixos níveis de HDL. No estudo, os voluntários que ingeriram as maiores quantidades de açúcar apresentaram os níveis mais elevados de colesterol. Segundo a Associação Americana do Coração, o consumo excessivo de açúcar é um fator de risco, sendo apontado, inclusive, como uma das possíveis causas para a epidemia de obesidade.

Hipertensão

Ingerir bebidas açucaradas em excesso pode elevar os riscos de pressão alta. De acordo com uma pesquisa da Escola de Saúde Pública do Imperial College London, da Inglaterra, consumir mais de 355 mililitros de suco de fruta com açúcar ou de refrigerantes pode aumentar a pressão sanguínea em até 1,6 milímetro de mercúrio (mmHg, unidade padrão de medida da pressão arterial).
Publicada no periódico americano Hypertension em março deste ano, a pesquisa não conseguiu descobrir qual o mecanismo exato de ação do açúcar na pressão. Uma das hipóteses levantada pelos cientistas, no entanto, é de que, quando presente em grandes quantidades no sangue, o açúcar desequilibra o tônus do vaso sanguíneo, além de desregular os níveis de sal – aumentando, assim, a pressão.

Gota

Bebidas ricas em frutose, como refrigerantes e suco de laranja, podem aumentar os riscos de gota em mulheres na menopausa, em função do aumento nos níveis de ácido úrico. A gota é uma condição causada pelos depósitos de cristais de urato de sódio, que se acumulam nas articulações. Isso acontece quando há níves altos de ácido úrico no sangue. Segundo pesquisa da Universidade de Boston publicada no periódico The Journal of the American Medical Association (JAMA), em 2010, o consumo de uma dose de refrigerante por dia aumentou em 74% as chances da doença em mulheres já predipostas ao problema.

Derrame

Pesquisadores do Instituto de Bem-Estar da Clínica Cleveland e da Universidade de Harvard descobriram que o consumo elevado de refrigerantes açucarados está associado com riscos mais elevados de derrame. O açúcar presente nas bebidas pode levar ao aumento dos índices de glicose e insulina no sangue, o que, com o tempo, pode levar à intolerância à glicose, resistência à insulina e inflamações. Essas mudanças fisiológicas influenciam na arteriosclerose, na estabilidade das plaquetas no sangue e na trombose – três importantes fatores de risco para o derrame isquêmico (derrame causado pela interrupção do fornecimento de sangue ao cérebro). O estudo foi publicado no periódico American Journal of Clinical Nutrition.

Câncer

Segundo estudo feito pela Faculdade de Medicina Albert Einstein, da Universidade Yeshiva, nos Estados Unidos, índices elevados de açúcar no sangue estão associados ao aumento nos riscos de câncer colorretal em mulheres. Na pesquisa, publicada no British Journal of Cancer, aquelas mulheres que tinham os níveis mais elevados de açúcar no sangue apresentaram duas vezes mais chances de desenvolver o câncer.

Acne

Além do stress e dos hormônios, o açúcar também pode ser considerado um dos vilões para o aparecimento de acnes. Segundo pesquisas, ao elevar o índice glicêmico do corpo, a ingestão em excesso de açúcar afeta a produção da insulina e do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1). O desequilíbrio acaba promovendo uma produção em demasia de androgênios, e, por consequência, o aparecimento da acne. Estudo publicado no periódico Nutrients, por pesquisadores da Universidade de Sidney, na Austrália, aponta que uma dieta com baixo índice glicêmico (pouco açúcar) ajuda a melhorar o aspecto da acne por mais tempo.
 

Açúcar: um grande vilão da saúde

Nutrição

Além dos já conhecidos problemas com diabetes e obesidade, pesquisa recente diz que o açúcar também pode prejudicar o aprendizado e a memória

Aretha Yarak
Açúcar: a Associação Americana do Coração indica o consumo máximo de seis colheres de chá por dia para as mulheres e de nove para os homens
Açúcar: a Associação Americana do Coração indica o consumo máximo de seis colheres de chá por dia para as mulheres e de nove para os homens (Thinkstock)
Um estudo divulgado nesta semana por pesquisadores da Universidade da Califórnia adicionou mais um prejuízo à saúde ao vasto repertório de problemas trazidos pelo consumo de açúcar: além de aumentar os riscos de doenças como o diabetes tipo 2, ele também pode atrapalhar o aprendizado e a memória. Pesquisadores conseguiram porvar em laboratório que o alto consumo de frutose, um tipo de açúcar, diminuiu o número de conexões entre as células nervosas de ratos.
O potencial danoso do açúcar pode ter origem no fato de que ele é um ingrediente recente na dieta humana. Ao longo da história, o homem obteve quantidades limitadas desse alimento, por meio de frutas ou mel. O consumo anual, no final do século XIX, por exemplo, era de apenas dois quilos por pessoa. Atualmente é de 37 quilos, segundo Michel Raymond, pesquisador do Instituto de Ciências Evolutivas da Universidade de Montpellier, na França, e autor do livroTroglodita é você! (Ed. Paz e Terra, 256 páginas). Essa mudança drástica não deixou o organismo humano impune. Estudos mostram que o açúcar, por alterar alguns tecidos humanos durante a fase de crescimento, pode ser o responsável por problemas que vão de miopia e acne até o câncer. Em comunicado emitido em 2009, a Associação Americana do Coração recomendou a redução do consumo do açúcar alertando que ele pode causar problemas metabólicos, como diabetes, hipertensão e aumento do colesterol ruim.

Tipos de açúcar

FRUTOSE
Açúcar obtido de frutas, mel, de alguns cereais e vegetais e do xarope de milho. A frutose é metabolizada diretamente no fígado, não precisando de insulina para sua quebra primária. Por ter um gosto mais doce, vem sendo usada como adoçante em alimentos industrializados. Seu consumo excessivo pode sobrecarregar o fígado, levando ao acúmulo de gordura no órgão e à hepatite não-alcoólica.
SACAROSE
É o açúcar refinado, e também o mascavo, comprados em supermercados e que provêm da cana-de-açúcar ou de outros processos alcoólicos. Formado por uma molécula de glicose e uma de frutose, esse açúcar consome mais energia do organismo para sua quebra.
GLICOSE
É um açúcar simples, cuja fonte de energia é fundamental para o funcionamento do organismo. A glicose dificilmente é consumida em forma de alimento, sendo sua utilização pelo corpo fruto de processos químicos de degradação – como a quebra da frutose e da sacarose.
* Fonte: Ricardo Meirelles, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Alguns especialistas, no entanto, vão mais longe. O endocrinologista Robert Lustig, professor de pediatria da Universidade da Califórnia (UCLA) e diretor do Programa de Avaliação de Peso para Saúde do Adolescente e da Criança, considera o açúcar — em qualquer forma — um veneno para o corpo.
Recomendação – A quantidade ideal de consumo do açúcar ainda é controversa. A Associação Americana do Coração indica que mulheres consumam no máximo seis colheres de chá de açúcar por dia (30 gramas ou 100 calorias). Para os homens, o limite seria de nove colheres de chá (45 gramas ou 150 calorias). Em 2009, quando a recomendação foi publicada, o americano consumia em média 22 colheres de chá de açúcar todos os dias — o Brasil não tem estimativas seguras, mas calcula-se, com base em dados da Companhia Nacional de Abastecimento, órgão vinculado ao Ministério da Agrilcultura, algo em torno de 150 gramas por dia, ou 30 colheres de chá.
Grande parte vem de uma fonte só: os refrigerantes. Embora as frutas sejam naturalmente ricas em frutose, contêm pouco açúcar. Uma maçã grande tem pouco mais de 23 gramas de açúcares, ou menos de cinco colheres de chá. Uma porção de morangos com 150 gramas tem menos de duas colheres de açúcar. Em uma lata de 350 mililitros de Coca-Cola, por exemplo, há 37 gramas de açúcar. Há outra vantagem no consumo de frutas: as fibras atrasam a digestão dos açúcares, evitando sobrecarga do fígado.
No Brasil, não há uma indicação específica para o consumo de açúcar. Segundo Regina Pereira, presidente do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia de São Paulo, existe apenas uma recomendação do consumo total de carboidratos, que ao ser metabolizado pelo corpo transforma-se em glicose. Em uma dieta de 2.000 calorias, por exemplo, o indicado é que 50% seja de carboidratos, independente do tipo. "Mas o brasileiro tem o hábito de consumir bastante açúcar. Um pouco disso se deve à característica do açúcar de ajudar a alivar a tensão", diz..

Consumo de açúcar deve ser controlado assim como álcool e tabaco

Alimentação

Relatório concluiu que danos provocados pelo excesso de açúcar são tão graves quanto os causados por bebida alcoólica e cigarro

açúcar
Açúcar: relatório americano defende que açúcar seja controlado tanto quanto álcool e tabaco (ThinkStock)
Segundo artigo publicado nesta quinta-feira na conceituada revista Nature, o açúcar deve ser controlado da mesma maneira que o álcool e o tabaco como forma de proteger a saúde pública. O relatório, feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia, São Francisco (UCSF), nos Estados Unidos, considerou que os prejuízos provocados pelo consumo exagerado do açúcar estão contribuindo para a pandemia global que se tornou a obesidade e, consequentemente, para o aumento da mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis.

Saiba mais

DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
São doenças como as cardiovasculares, respiratórias crônicas e o diabetes, que têm como fatores de risco comportamentos modificáveis ou não. Tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade e maus hábitos alimentares são alguns dos fatores de risco modificáveis. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas doenças são responsáveis por 58.5% das mortes mundiais e por 45.9% da carga global de doenças. No Brasil, essa tendência não é diferente: dados do Ministério da Saúde mostram que essas doenças são responsáveis por 75% da receita do Sistema Único de Saúde (SUS).
OBESIDADE
A obesidade é a quinta causa de morte mais comum no mundo, segundo a OMS. Ela atinge cerca de 500 milhões de adultos e 170 milhões de crianças ao redor do mundo. No Brasil, de acordo com dados da Vigilância de Doenças Crônicas (Vigitel) de 2010, 14.4% dos homens e 15.5% das mulheres têm obesidade.
Os dados do relatório revelam que o consumo mundial de açúcar triplicou nos últimos 50 anos e que esse quadro é um dos grandes responsáveis pelo aumento do número de obesos. Mas, segundo os pesquisadores, a obesidade pode ser um marcador para os danos provocados pelos efeitos tóxicos do açúcar, o que ajudaria a explicar o porquê de 40% das pessoas com síndrome metabólica, que pode levar ao diabetes, a doenças cardíacas e ao câncer, não serem clinicamente obesas.
Calorias e toxidade- Os cientistas que desenvolveram o estudo formaram um grupo interdisciplinar composto por especialistas em endocrinologia, saúde pública e sociologia. Segundo os pesquisadores, os prejuízos do açúcar vão além do excesso de calorias e do ganho de peso. Se consumido em grande quantidade, o que não é incomum principalmente nos países ocidentais, ele pode alterar o metabolismo do indivíduo, aumentando sua pressão arterial, interferindo no funcionamento dos hormônios e provocando danos significativos ao fígado. Esses problemas de saúde, de acordo com o relatório, são semelhantes aos provocados pelo excesso de álcool.
“Assim como existem gorduras boas e más, há calorias boas e ruins. O açúcar, além de calórico, é tóxico. Mas, enquanto as pessoas o considerarem apenas como ‘caloria vazia’, não haverá resolução dos problemas vindos do seu excesso de consumo”, afirma Robert Lustig, professor da UCSF e um dos autores do estudo. “Porém, mudar padrões como esse é muito complicado”.
Formas de controle- Os autores do relatório ainda chamam a atenção para o fato de que medidas individuais de redução de açúcar não são suficientes para que o problema acabe. Eles defendem que soluções ambientais e sociais, assim como as que foram tomadas em relação ao álcool e ao tabaco, são fundamentais. Medidas como cobrança de impostos sobre vendas, controle do acesso e maiores exigências em relação ao licenciamento de lugares que vendem alimentos com alto teor de açúcar em escolas, por exemplo, são algumas das sugeridas pelo documento.


“Não estamos falando de proibição e nem defendendo uma imposição maior do governo na vida das pessoas”, afirma Laura Schmidt, professora da UCSF e outra autora do estudo. “Nós estamos considerando maneiras suaves para tornar o consumo de açúcar um pouco menos conveniente. O que buscamos é aumentar as opções e o acesso a alimentos que não sejam tão carregados em açúcar”, diz a professora.

Estudo mostra que açúcar, mesmo em doses consideradas normais, pode fazer mal à saúde

Alimentação

Quando alimentados com uma dieta rica em açúcar, camundongos apresentaram uma taxa de mortalidade maior e se reproduziram menos

Açúcar: segundo autores, 13% a 25% dos americanos consomem uma quantidade de açúcar diária igual à utilizada no estudo
Açúcar: segundo autores, 13% a 25% dos americanos consomem uma quantidade de açúcar diária igual à utilizada no estudo (Thinkstock)
Diversos estudos já mostraram que açúcar em excesso é prejudicial à saúde, mas uma nova pesquisa fornece evidências que ele pode ser tóxico também em quantidades consideradas normais por organizações de saúde. Pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, analisaram os efeitos do consumo de açúcar equivalente a três latinhas de refrigerante por dia, acompanhadas de uma dieta saudável e balanceada, em um grupo de camundongos.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Human-relevant levels of added sugar consumption increase female mortality and lower male fitness in mice

Onde foi divulgada: periódico Nature Communications

Quem fez: James S. Ruff, Amanda K. Suchy, Sara A. Hugentobler, Mirtha M. Sosa, Bradley L. Schwartz, Linda C. Morrison, Sin H. Gieng, Mark K. Shigenaga e Wayne K. Potts

Instituição: Universidade de Utah, EUA, e outras

Dados de amostragem: 158 camundongos descendentes de animais que viviam na natureza

Resultado: Dentre os camundongos alimentados com uma dose de açúcar correspondente a 25% das calorias consumidas, as fêmeas apresentaram uma taxa de mortalidade duas vezes maior do que o grupo de controle e os machos conseguiram 26% menos territórios e se reproduziram 25% menos do que os demais.
Apesar de não poderem ser diretamente transpostos para os seres humanos, os resultados são preocupantes: as fêmeas que receberam a dieta açucarada apresentaram uma taxa de mortalidade duas vezes maior do que o normal. Entre os machos, não houve mudança na expectativa de vida, mas sua capacidade de manter territórios e se reproduzir foi afetada. Os resultados foram descritos em um estudo publicado nessa terça-feira no periódico Nature Communications.
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores dividiram 158 camundongos em dois grupos. Os dois foram alimentados de forma balanceada e saudável, mas um dos grupos recebeu 25% das calorias em forma de açúcar – metade glicose e metade frutose.
Wayne Potts, professor de biologia da Universidade de Utah e um dos autores do estudo, explica que o Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos recomenda que não mais do que um quarto das calorias consumidas deve vir de açúcar adicionado – aquele que é acrescentado aos alimentos durante o processo de fabricação. Não entram nessa conta os açúcares naturais, presentes em frutas e outros alimentos não processados. De acordo com o pesquisador, de 13% a 25% dos americanos consomem a dose de açúcar utilizada no estudo, que equivale, por dia, ao açúcar presente em três latas de refrigerante.
Instinto natural – Um detalhe importante deste estudo é o fato de que ele não foi feito com animais de laboratório. Como muitos ratos vivem dentro de casas, eles acabam compartilhando de certa forma os hábitos alimentares dos humanos, o que os torna um bom modelo para estudos relacionados à alimentação. "Eles têm vivido com o mesmo tipo de alimentação que nós desde a revolução agrícola, 10 000 anos atrás", diz Potts.
Os camundongos de laboratório em geral vêm de longas linhagens de animais criados em cativeiro, o que faz com que eles não tenham a mesma necessidade de explorar territórios como a encontrada em camundongos que vivem em liberdade. Por esse motivo, os pesquisadores utilizaram no estudo camundongos descendentes de animais "selvagens", e não animais de laboratório, como acontece na maior parte das pesquisas.
O instinto de explorar território era uma característica necessária devido à configuração do estudo. Os ratos foram colocados em uma sala apelidada de "estábulo de camundongos", contendo diversas caixas que serviam como ninhos. A ideia era criar um ambiente mais próximo da realidade do que as pequenas gaiolas em que eles costumam viver durante experimentos científicos. Dessa forma, os animais puderam competir naturalmente por parceiros e territórios, revelando então os efeitos da dieta em seu desempenho.
"Eles são muito competitivos no que se refere a comida, ninhos e território", afirma Potts. "E essa competição demanda um grande esforço físico, então, se existe um defeito em algum sistema fisiológico, eles tendem a se sair pior na competição", explica o pesquisador.
Antes de serem colocados no "estábulo" para o experimento, os animais foram mantidos em gaiolas por 26 semanas, durante as quais receberam a alimentação designada para o grupo ao qual pertenciam – com ou sem o açúcar adicionado. Quando foram colocados no ambiente de teste, todos passaram a receber a alimentação açucarada, de forma que o estudo avaliasse apenas as diferenças causadas pelas dietas diferentes durante aquelas 26 semanas anteriores.
Resultados – Após 32 semanas no "estábulo", 35% das fêmeas que estavam no grupo da dieta com açúcar morreram – quase o dobro do número de mortes entre fêmeas do grupo que recebeu a dieta saudável, que foi de 17%. Já entre os machos, não houve diferença no número de mortes entre aqueles que receberam ou não o açúcar extra.
Em compensação, os machos que foram alimentados com mais açúcar conseguiram 26% menos territórios do que os demais e se reproduziram 25% menos.
Os pesquisadores não encontraram diferenças entre os dois grupos no que se refere a obesidade e níveis de insulina, glicose e triglicérides em jejum. "Nosso estudo mostra que os efeitos negativos de uma dieta rica em açúcar adicionado não poderiam ser detectados por testes convencionais", afirma Potts.

Harmonia: Musicas para Meditação, Musica Relaxante, Bem estar e Repouso,...



CCJ do Senado aprova PEC dos Mensaleiros

Congresso

Proposta foi alterada na reta final e perda de mandato só será automática quando a Justiça decidir expressamente

Gabriel Castro, de Brasília
O senador Eduardo Braga em Brasília
O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), relator da PEC dos Mensaleiros (José Varella/Agência Senado)
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade, uma Proposta de Emenda Constitucional, batizada de PEC dos Mensaleiros, que prevê cassação imediata do mandato de parlamentares condenados pela Justiça. O texto, entretanto, foi amenizado para que a perda do cargo ocorra de forma automática somente quando a Justiça determinar a punição. 
Uma alteração feita na reta final pelo relator, Eduardo Braga (PMDB-AM), impõe uma condicionante para a cassação em casos de condenação por improbidade administrativa transitada em julgado: a punição só será aplicada “quando imposta a pena de perda do cargo ou da função pública” pelo Judiciário. Isso significa que a perda do mandato será feita automaticamente apenas quando o Judiciário determinar de forma expressa, e não em todos os casos de condenação, como previa a proposta inicial.
No caso dos demais crimes, a lógica aplicada foi semelhante: a cassação será automática apenas “quando a condenação criminal tenha por efeito a perda do cargo, função pública ou mandato eletivo, nas hipóteses previstas em lei”. A PEC, de autoria do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), ainda necessita do aval dos plenários da Câmara e do Senado.
Com a modificação, o texto pode se tornar inócuo já que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na semana passada, que cabe à Câmara e ao Senado deliberar sobre a perda do mandato em caso de condenações criminais. A decisão foi tomada no julgamento do senador Ivo Cassol (PP-RO).
Além disso, apesar de ter sido batizada de PEC dos Mensaleiros, as mudanças, se aprovadas pelo Congresso, não serão aplicadas ao quarteto de deputados condenados pelo STF no julgamento do mensalão - José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). No julgamento que os condenou, o STF determinou a perda do mandato, mas a Câmara ainda deverá realizar votação em plenário para decidir se cumprirá a medida.
Pouco antes da votação, atendendo à sugestão de colegas, o relator da PEC retirou da proposta o item que previa o voto secreto em processos de cassação por quebra de decoro. A mudança não põe fim ao sigilo, que é determinado pela Constituição, mas facilita a aprovação de propostas que derrubem o voto secreto – se isso ocorrer futuramente, a PEC dos Mensaleiros não precisará ser alterada.
“Desta forma nós estaríamos atendendo a linha filosófica da PEC 20 e estabelecendo mais uma oportunidade de derrubar o voto secreto”, disse Braga, referindo-se à PPEC que institui o voto aberto e está em tramitação no Congresso.

Royalties: governo fecha acordo e Câmara vota proposta nesta quarta

Congresso

Texto prevê investimentos na educação e na saúde com recursos de 50% do fundo social; após a sanção presidencial, o governo vai propor projeto que destina aos setores apenas os rendimentos do fundo

Marcela Mattos, de Brasília
Abertura da Sessão de eleição da nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados
Câmara dos Deputados votará proposta nesta quarta (Layzer Tomaz/Agência Câmara)
O governo e o Congresso Nacional chegaram a um acordo, nesta quarta-feira, sobre um dos principais pontos conflitantes do projeto de distribuição dos royalties do petróleo: a aplicação dos recursos do fundo social do pré-sal – uma espécie de poupança criada com as novas regras de exploração. Após uma série de negociações, ficou definido que a Câmara votará a proposta que garante o investimento na educação e na saúde com recursos de 50% do fundo social. Depois da sanção presidencial, o governo vai propor um novo projeto que definirá o destino dos rendimentos dos recursos do fundo aos setores. Os deputados votam a matéria na noite desta quarta.
No início de julho, o Senado aprovou a proposta garante que 75% dos royalties serão destinados para a educação e 25% para a saúde. Também ficou definido que metade do fundo social seria utilizada para investir nos setores. O governo, porém, trabalhou para que o fundo fosse preservado. Mas, com a base enfraquecida no Congresso, o Planalto teve de buscar uma solução que abarcasse as reivindicações dos parlamentares.
Na manhã desta quarta-feira, os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, reuniram-se com líderes do governo na Câmara para apresentar a contraproposta. “A proposta é aprovar o projeto da Câmara com 50% do fundo principal, mas imediatamente o governo, dialogando com os partidos, apresentará um projeto que combine as duas coisas”, explicou Mercadante. “Serão mais recursos no curto prazo, mas vamos preservar, a médio e longo prazo, a ideia do fundo social, para dar estabilidade para a economia e para ter recursos para as futuras gerações”, completou.
O projeto complementar ao que pode ser aprovado nesta quarta pela Câmara deve ser apresentado nos próximos quatro anos. Mercadante alegou que o governo ainda vai preparar os cálculos para definir a relação entre os rendimentos e o fundo principal. A mudança foi bem recebida pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE), relator do projeto. “Voltamos a utilizar os 50% do fundo social durante um período até que a educação tenha recursos para se manter. Nós vamos, após a provação e a sanção presidencial, construir um novo grupo de trabalho para discutir o médio e longo prazo para o fundo social”, afirmou.
O acordo fechado nesta manhã retirou um dos artigos do projeto da Câmara que fixava em, no mínimo, 60% o percentual de óleo excedente da União previsto nos contratos de exploração do pré-sal. O argumento é que o edital de licitação do Campo de Libra, na camada pré-sal da Bacia de Santos, já estabelece em 40% o excedente da União e que o percentual será definido pela empresa que ganhar o leilão. 

Comissão aprova PEC sobre perda imediata de mandato

Por ERICH DECAT, estadao.com.br
veja.com
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira Proposta de Emenda Constitucional...



A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que altera a Constituição e estabelece a perda imediata dos mandatos dos parlamentares condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), última instância da Justiça.
A proposta ainda precisa ser votada em dois turnos pelo plenário do Senado e depois ser encaminhada para discussão da Câmara. O projeto também não deverá ter efeito retroativo. Dessa forma, as novas regras não devem atingir, por exemplo, os parlamentares condenados no processo do mensalão, nem o deputado Natan Donadon (sem partido-RO), que, apesar de estar preso desde o fim de julho, ainda detém o mandato.
De acordo com o texto, a perda imediata do mandato ocorrerá após a comunicação do Poder Judiciário ao Congresso, mas somente quando os ministros do STF determinarem a cassação do parlamentar. As novas regras também se aplicam apenas aos crimes de improbidade administrativa, quando imposta a pena de perda do cargo ou da função pública ou para a condenação criminal que tenha por efeito a privação do cargo.
"A perda de mandato será uma simples comunicação à Mesa da Câmara e do Senado ao plenário e mais nada. Não virá a votação do plenário nestes casos", afirmou o relator da proposta, senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Segundo Braga, nos casos em que o STF condenar um congressista e não determinar a perda de mandato, caberá ao Senado ou à Câmara decidir sobre a cassação do parlamentar em votação aberta no plenário.
No dia 7, o STF condenou, por unanimidade, o senador Ivo Cassol (PP-RO) pelo crime de fraude a licitações ocorridas quando ele foi prefeito de Rolim de Moura, Zona da Mata Rondoniense, entre 1998 e 2002. Na ocasião, a Corte entendeu que cabe ao Senado decidir sobre a perda de mandato de Cassol, alterando dessa forma posição firmada durante o julgamento do mensalão.
O novo entendimento ocorreu após mudança na composição do STF com ingresso dos ministros Teori Zavascki e Roberto Barroso. Conforme a PEC, também deverá ficar a cargo de uma decisão do plenário do Congresso, com votação aberta, os casos em que os parlamentares sejam condenado para crimes considerados de menor potencial.

Aliados de Cabral enterram CPI da Região Serrana

Política

Governador entrou em ação para mobilizar aliados e retirar assinaturas da lista que pede a criação da comissão

Sérgio Cabral é observado por aliados em entrevista no bairro de Campo Grande
Sérgio Cabral é observado por aliados em entrevista no bairro de Campo Grande (Carlos Magno/Divulgação-Governo do Estado do Rio de Janeiro)
Com o empenho direto do governador Sérgio Cabral (PMDB) na semana passada, quando falou pessoalmente ou por telefone com vários deputados aliados, está praticamente sepultada a CPI da Região Serrana, que investigaria desvio de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) na recuperação de escolas atingidas pelas enchentes.
Embora as informações não sejam oficiais, deputados da oposição reconheciam nesta segunda-feira que o requerimento de criação da CPI, que chegou a ter o apoio formal de 29 deputados, não alcançava o mínimo de 24 assinaturas necessárias para ser instalada. As informações extraoficiais são de que onze deputados retiraram assinaturas, entre os quais dois parlamentares do PT. Na semana passada, Cabral recebeu um grupo de quatro dos seis deputados petistas.

Rio: protesto de professores dá nó no trânsito da Zona Sul

Educação

Em greve, professores e funcionários da rede municipal fazem caminhada pacífica em Botafogo em direção ao Palácio da Cidade, sede da prefeitura

Professores em greve caminham até o Palácio da Cidade, sede da prefeitura do Rio

Centenas de pessoas protestam na tarde desta quarta-feira na Zona Sul do Rio de Janeiro. Em uma caminhada pacífica, professores e funcionários da rede municipal de ensino seguem em direção ao Palácio da Cidade, sede da prefeitura, no bairro de Botafogo.
O ato complica em pleno horário do almoço todo o trânsito da região, repleta de empresas e escolas. Por medo de vandalismo e confusão, comerciantes fecharam seus estabelecimentos mais cedo. A polícia reforçou a segurança do entorno.
Os profissionais estão em greve desde o dia 8 de agosto e reivindicam reajuste salarial de 19% e concurso público para novas contratações. Eles acusam a prefeitura de adotar uma postura autoritária quanto aos seus pedidos.

Mais Médicos: 1ª fase tem 358 estrangeiros inscritos

Saúde pública

Somente 10,5% das vagas abertas pelo programa foram preenchidas. Ao todo, 1.618 profissionais se inscreveram - 522 deles, formados no exterior

CFM: Presidente do órgão defende que médicos conveniados passem a cobrar por consultas. Dessa forma, planos de saúde cobririam apenas outros procedimentos
Mais Médicos: Na primeira fase de inscrições, 579 municípios foram contemplados pelo programa (Thinkstock)
Das 15 460 vagas abertas durante a primeira fase do programa Mais Médicos do governo federal, 1 618 - ou 10,5% - foram preenchidas, informou nesta quarta-feira o Ministério da Saúde. Deste total, 358 serão ocupadas por profissionais estrangeiros e 164 por brasileiros graduados no exterior. O restante, 1 069, serão ocupadas por médicos com registro obtido no Brasil.
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, 579 municípios foram contemplados pelo programa neste primeiro ciclo — ou seja, apenas 16,4% das 3.511 cidades que haviam se cadastrado inicialmente. Dessas, 67,3% estão em áreas de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. O restante está localizado nas periferias de capitais ou de regiões metropolitanas.
A região do país que concentra o maior número de municípios contemplados é o Nordeste (261), seguida pelo Sul (103), Sudeste (101), Norte (78) e Centro-Oeste (36). Segundo o Ministério da Saúde, 703 dos 3.511 municípios inscritos no programa não foram selecionados por nenhum candidato como uma das seis opções de cidades onde desejariam atuar.
Somatória — Inicialmente, 16.530 médicos brasileiros haviam se inscrito no programa do governo federal. No dia 6 de agosto, porém, o Ministério da Saúde informou que apenas 938 desses profissionais haviam confirmado a participação no programa, o equivalente a 6% das vagas abertas. A principal resistência dos profissionais aconteceu em relação à área para a qual foram alocados - o que os levou a não finalizar o cadastro no programa. 
Os médicos brasileiros que chegaram a selecionar os municípios onde desejavam atuar, mas que não finalizaram a homologação, tiveram dois dias para indicar outras seis opções de cidades. Com isso, o número de profissionais brasileiros que concluiu o cadastro no programa aumentou de 938 para 1.096.
Exterior — Além disso, 715 profissionais formados em outros países demonstraram interesse em participar do programa do governo federal. Eles tiveram até esta segunda-feira para confirmar se aceitavam ou não a cidade para a qual foram selecionados. Desses médicos, 522 candidatos de 32 países homologaram a inscrição no programa, sendo 358 estrangeiros e 164 brasileiros formados no exterior.
A Argentina é o país com a maior adesão ao programa (141), seguida por Espanha (100), Cuba (74), Portugal (45) e Venezuela (42). O ministro da Saúde informou que 74 médicos selecionados se formaram em Cuba, mas que nenhum é cubano.
Próximas datas — Entre os dias 23 e 25 de agosto, os médicos estrangeiros deverão chegar ao Brasil. Eles serão submetidos, durante três semanas, a uma avaliação de língua portuguesa e a um curso sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), sobre as doenças tropicais e cuidados de saúde indígenas. Esses profissionais devem chegar aos municípios onde atuarão no dia 1º de outubro.
Na próxima segunda-feira, o Ministério da Saúde abrirá um segundo ciclo de inscrições de municípios e médicos que desejam participar do programa.

Sandra Oh deixa o elenco de ‘Grey’s Anatomy’

veja.com

A décima temporada de Grey’s Anatomy será a última para a atriz canadense Sandra Oh, que desde a primeira temporada interpreta a Dra. Cristina Yang. A decisão de deixar o elenco da série foi da atriz, que tem interesse em buscar novas oportunidades de trabalho.
Em declaração ao Hollywood Reporter, Sandra disse que sente ter conseguido dar o melhor de si à sua personagem, mas é chegada a hora de se despedir de Cristina. ‘É muito interessante interpretar um personagem por tanto tempo’, disse a atriz. ‘Tenho a sensação de que ela deseja ir embora e eu estou pronta para deixá-la ir’.
Sandra vem pensando em deixar o elenco da série desde 2012, quando ela e mais cinco atores do elenco original renovaram o contrato com Grey’s Anatomy por mais dois anos (a nona e décima temporada). Com isso, Sandra teve dois anos para se preparar emocionalmente.
Ainda não há informações sobre se mais algum ator da série deixará o elenco, além de Sandra. Os contratos de Patrick Dempsey (Derek), Ellen Pompeo (Meredith), Justin Chambers (Alex), James Pickens Jr.(Webber) e Chandra Wilson (Bailey) também terminam com a décima temporada.
Em declaração ao Hollywood Reporter, a ABC disse que tem interesse de renovar a série por mais alguns anos. Para tanto, as renegociações de contrato terão início em breve para garantir Dempsey, Pompeo, Chamber, Pickens e Wilson no elenco. O ator Kevin McKidd, que interpreta o interesse romântico de Cristina, continuará no elenco da série quando ela for renovada.

São Paulo terá protestos contra cartéis nesta quarta-feira

Manifestações


Organizadores preveem que petistas tentarão desviar motivo das manifestações para atos de hostilidade contra o governador Geraldo Alckmin

Jean-Philip Struck
Manifestação organizada pelo movimento 'Passe Livre', em São Paulo
Nesta quarta-feira, a capital paulista terá dois protestos que tem como alvo as denúncias de cartel nas licitações do transporte público de São Paulo. Obedecendo a uma convocação do presidente do partido, Rui Falcão, petistas tentarão levar sua disputa partidária para as ruas e transformar as manifestações em atos contra o governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB).  
Nos protestos de junho, quando Falcão havia feito uma convocação semelhante, dezenas de petistas tentaram se misturar em uma manifestação em São Paulo e acabaram sendo hostilizados por outros manifestantes.
O principal protesto está marcado para as 15h no Vale do Anhangabaú, região central da cidade. A convocação foi feita pelo Sindicato dos Metroviários, entidade que tem vários dirigentes ligados ao PSTU, e conta com o apoio do Movimento Passe Livre (MPL), o principal organizador dos protestos que ocorreram na cidade em junho e que sempre se declarou apartidário. Também devem compor o grupo entidades sindicais e partidos de extrema-esquerda.
De acordo com o diretor de comunicação do Sindicato dos Metroviários, Ciro Moraes, a ideia dos organizadores não é convocar um “Fora Alckmin”, mas denunciar as suspeitas de corrupção na área do transporte e exigir mudanças no setor. “A nossa organização é pelo combate ao cartel e pelo respeito ao usuário. Não vamos fulanizar uma mera disputa eleitoral que existe entre partidos. Queremos a apuração do caso e a prisão dos envolvidos”, disse.
Petistas – Apesar da proposta, o diretor afirma que parte do protesto deve acabar sendo desviado por petistas e por filiados da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que é ligada ao partido. “Vai vir o pessoal da CUT  e do PT. Vão tentar se incorporar. Obviamente eles têm seus interesses, pretensões eleitorais”, disse Moraes. Até o final da tarde de terça-feira, cerca de 7 000 pessoas haviam confirmado presença no protesto na página do evento no Facebook. 
O MPL afirmou que não pretende engrossar o coro contra o governador, mas que vai cobrar por melhorias no transporte público. “Casos como esse [do cartel] mostram que o interesse principal dos governos não é usuário do transporte público”, afirma Marcelo Hotimsky, um dos membros do movimento.
O roteiro prevê que a manifestação siga pelo centro até Secretaria de Transportes Metropolitanos, onde será entregue uma carta com reinvindicações. A programação prevê que o protesto acabe na Praça da Sé, por volta de 18h30. 
Assembleia – Outro protesto está previsto para ocorrer na frente da Assembleia Legislativa de São Paulo. Convocada exclusivamente pela CUT e por movimentos sociais ligados ao PT, a concentração está prevista para as 17h. Os manifestantes vão pedir aos deputados a abertura de uma CPI para investigar as denúncias do cartel, que já é articulada por deputados petistas. 
Protestos – Também estão previstos protestos no Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. No Rio estão previstas duas manifestações. Uma delas está prevista na favela da Rocinha. Manifestantes pretendem passar pelo túnel Zuzu Angel para exigir Justiça no caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, que completa um mês nesta quarta-feira.  
O outro protesto terá o governador Sérgio Cabral (PMDB) mais uma vez como alvo. A manifestação deve ocorrer  a partir de 17h30, na praça São Salvador, próximo ao Palácio Guanabara, sede do governo.
Em Curitiba, o protesto foi convocado pelo Movimento Passe Livre para pedir a redução de tarifas e mais transparência no transporte público. A concentração está prevista para ocorrer às 17h, na Boca Maldita. Em Porto Alegre, a manifestação foi marcada em frente à prefeitura, a partir de 18h. A convocação foi feita pelo Bloco de Luta pelo Transporte Público.