quarta-feira 24 2012

Nova vacina contra a aids mata células infectadas

veja.com

Pesquisa usa 'células assassinas' que destroem as células infectadas pelo HIV. Em teste com macacos, maioria teve a doença controlada

Juliana Santos
Equipe Brasileira
Equipe brasileira: a pesquisa utilizou a vacina para febre amarela como base para novas vacinas (Gutemberg Brito/IOC)
Um estudo conduzido em conjunto por pesquisadores da Universidade de Miami e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) abre um novo caminho na pesquisa de uma vacina para o vírus HIV, causador da aids. O estudo, liderado por David Watkins, professor do Departamento de Patologia da Universidade de Miami, foi publicado esta semana no site da revista Nature. Ao invés de realizar testes com anticorpos, como tem sido feito atualmente, a equipe trabalhou com uma célula do sistema imunológico, a T CD8considerada potencial "assassina" das células que reproduzem o HIV. "O vírus usa as células T CD4 como uma 'fábrica'", onde se replica, gerando mais vírus, que vão infectar outras células T CD4. A T CD8 mata as células infectadas", diz Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e integrante do grupo que conduziu a pesquisa.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Vaccine-induced CD8+ T cells control AIDS virus replication

Onde foi divulgada: revista Nature

Quem fez: Myrna C. Bonaldo, Ricardo Galler, David B. Allison, Michael Piatak Jr, Ashley T. Haase, Jeffrey D. Lifson, Todd M. Allen e David I. Watkins

Instituição: Universidade de Miami e Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz

Dados de amostragem: 16 macacos rhesus, divididos em dois grupos

Resultado: 6 dos 8 macacos que receberam a vacina experimental se tornaram capazes de controlar o vírus SIV (correspondente ao HIV nos humanos) e não desenvolveram a doença. Entre os 8 que não foram vacinados, apenas 1 conseguiu controlar o vírus.
A inspiração veio da descoberta de um grupo de pessoas, os chamados "controladores de elite”, que possuem o vírus do HIV, mas não desenvolvem a aids.  De acordo com Watkins, apenas uma a cada 300 pessoas infectadas pelo HIV pode controlar a replicação do vírus no organismo e não desenvolver a doença. O pesquisador conta que há cinco anos foi descoberto que entre macacos rhesus também havia aqueles capazes de controlar a replicação do SIV, vírus responsável pela aids nos primatas. 
Estudos realizados com os controladores de elite mostraram que 70% deles possuía um genótipo em comum. Para descobrir se esse genótipo estava relacionado ao controle do vírus, a equipe desenvolveu vacinas que estimulavam a produção da T CD8 e aplicou apenas em macacos que possuíam esse genótipo específico (que é similar ao dos humanos). Em seguida, os macacos foram infectados com o vírus SIV. 
"Quando o vírus começa a se multiplicar, as T CD8 impedem a replicação de células infectadas, mas isso leva um tempo, porque elas estão presentes em uma quantidade muito baixa inicialmente", afirmou Watkins ao site de VEJA. "O que nós fizemos foi colocar as células assassinas em maior quantidade no organismo antes do vírus chegar", completa. 
Os macacos testados foram divididos em dois grupos de oito animais cada. Um grupo recebeu a vacina antes do vírus e o outro recebeu apenas o vírus. Entre os que foram vacinados, todos controlaram o vírus nas primeiras 10 semanas. Após esse período, em dois deles a quantidade de vírus começou a crescer. Os pesquisadores descobriram que isso ocorreu porque o vírus sofreu mutações que impediram que ele fosse reconhecido pela T CD8. Dessa forma, foram gerados 6 controladores de elite, enquanto no grupo que não foi vacinado, apenas um animal se mostrou capaz de controlar o vírus.
Genética - A variação no DNA encontrada na maior parte dos controladores de elite é identificada pelos códigos HLA-B*57 e HLA-B*27. Nas pessoas que possuem uma dessas variações, há uma espécie de ‘balde’ na superfície das células infectadas pelo HIV, que contém uma parte do vírus. É isso o que mostra para T CD8 que aquela célula está infectada e deve ser eliminada. Estima-se que uma a cada dez pessoas apresente esse genótipo, mas a porcentagem varia muito conforme a população analisada. “Não sabemos por que nem todo mundo que tem o genótipo é um controlador de elite. Isso ainda é um mistério”, lembra Myrna Bonaldo.
Participação brasileira - As vacinas foram criadas a partir de uma metodologia desenvolvida pela Fiocruz, que utiliza a vacina de febre amarela como “base” na qual são feitas modificações genéticas que podem levar ao combate de outras doenças. Além de Myrna Bonaldo, participaram do estudo outros três pesquisadores Brasileiros: Ricardo Galler (pesquisador de Bio-Manguinhos/Fiocruz), Marlon Santana (bolsista do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do IOC/Fiocruz) e Maurício Martins (brasileiro que integra a equipe de David Watkins).
As vacinas continham partes do vírus SIV e estimulavam a produção de três variações da T CD8. A diferença entre elas é que cada uma tem como alvo, ou seja, é capaz de reconhecer, partes diferentes do vírus. “Podemos pensar no vírus como um colar, com uma longa sequência de pérolas, que são os aminoácidos. Cada tipo de TCD8 consegue identificar uma região com oito aminoácidos”, explica Watkins.
Expectativas - "Os resultados obtidos neste estudo podem ajudar o estabelecimento de estratégias de vacinação para o HIV", afirma Myrna Bonaldo. "Uma vacina eficaz provavelmente precisará incluir duas abordagens: tanto a de anticorpos neutralizantes quanto a de produção de células T CD8 protetoras."
Para Watkins, os próximos passos da pesquisa são descobrir qual das três variações de T CD8 é a mais eficaz para inibir a replicação do HIV e realizar testes em macacos que não possuem o genótipo específico.
O pesquisador prefere não fazer previsões sobre quando a vacina estará pronta para aplicação em massa. “Quando o vírus foi descoberto disseram que a gente teria a vacina em dois anos. Isso já faz 30 anos. Eu acho que vai demorar muito tempo para termos a vacina, mas isso não quer dizer que não possa acontecer uma descoberta no ano que vem que mude o jeito que a gente pensa sobre isso. Essa é a natureza da ciência”, afirma.

Saiba mais

Células T CD8
Também conhecidas como Linfócitos Citotóxicos, são células do sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo.  Chamada de “célula assassina”, a T CD8 é destrói células infectadas. Algumas variações dela são capazes de eliminar células T CD4 infectadas pelo HIV.
Células T CD4
Conhecidas como Linfócitos T auxiliares, também fazem parte do sistema imunológico. A T CD4 é responsável pela ativação da defesa do organismo.  São as células atacadas pelo HIV, vírus causador da aids. É por essa razão que a doença deixa o organismo vulnerável a outras infecções.
Genótipo
É o termo usado para designar a constituição genética do indivíduo, ou seja, o conjunto de genes que compõem seu DNA. Uma das variações no genótipo conhecidas como HLA-B*27 e HLA-B*57 está presente em 70% das pessoas capazes de controlar a replicação do HIV e não desenvolver aids.

EUA aprovam pílula diária única contra a aids


HIV

Chamado de Stribild, novo comprimido simplifica tratamento pos libera pacientes de tomar outras medicações para combater o vírus HIV

Pílula do medicamento Truvada
Pílula do medicamento Truvada, que compõe o novo comprimido Stribild (Jeff Chiu/AP)
Uma nova pílula para combater a aids foi aprovada para uso adulto nesta segunda-feira pela agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos. O medicamento combina duas drogas já autorizadas, deve ser usado uma vez ao dia e proporciona um tratamento completo contra a aids, liberando os pacientes de tomar outras medicações para combater o vírus HIV. 
Chamado de Stribild, o comprimido faz parte de opções cada vez mais simples contra o HIV, destacou a Administração de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês). "Através da pesquisa continuada e do desenvolvimento de medicamentos, o tratamento para os infectados com o HIV tem evoluído de múltiplas pílulas para apenas um comprimido" diário, destacou Edward Cox, diretor do Bureau de Produtos Antimicrobiais da FDA para avaliação de medicamentos.
O novo remédio, fabricado pela companhia Gilead Sciences no estado da Califórnia, foi testado em mais de 1.400 pacientes em dois testes clínicos e os resultados mostraram que ele é tão eficaz ou mais que outras duas combinações de tratamentos, reduzindo o HIV a níveis indetectáveis em nove entre dez pacientes após 48 semanas de ingestão.
Composição – O Stribild combina quatro remédios: Truvada, primeira pílula de prevenção à aids, Elvitegravir, substância que combate uma enzima, Cobicistat, que potencializa seus efeitos, e o Tenofovir. O medicamento foi testado em pacientes adultos não previamente tratados. A FDA afirma que serão necessários mais estudos para determinar a segurança entre crianças e mulheres e se há interação com outras substâncias.
O Stribild tem alguns efeitos colaterais, que incluem problemas no fígado e nos rins, acúmulo de ácido láctico no sangue e enfraquecimento dos ossos, mas a Gilead afirma que durante os testes "a maioria dos efeitos adversos foi leve ou moderada". Além disso, o medicamento provoca enjôos e diarreia entre os pacientes.
"As terapias que atendem às necessidades individuais dos pacientes são fundamentais para melhorar a manutenção do tratamento e seu potencial de sucesso", declarou o presidente do laboratório, John Martin.
Para que o medicamento chegue aos pacientes com HIV em países com menos recursos, onde milhões de pessoas não têm opções efetivas de tratamento, estão sendo desenvolvidos genéricos com autorização e ajuda da Gilead. A companhia estabeleceu uma parceria com várias empresas indianas e com a Medicines Patent Pool, organização sem fins lucrativos que promove a fabricação de medicamentos genéricos.

Brasileiro desenvolve vacina experimental mais eficaz contra vírus da aids


HIV

Vacina usou vários anticorpos monoclonais para combater o vírus em camundongos. Os resultados conseguidos pelo brasileiro Michel Nussenzweig, pesquisador da Universidade Rockefeller, em Nova York, foram promissores

Vírus HIV
Vírus HIV: vacina experimental usa nova estratégia para combater a aids, com bons resultados. Mas ainda está longe de ser testada em humanos (Thinkstock)
Uma vacina com a combinação de cinco anticorpos, testada em camundongos e fruto do trabalho do imunologista brasileiro Michel Nussenzweig, conseguiu manter os níveis do vírus da aids (HIV-1) abaixo dos detectáveis durante mais tempo que os tratamentos atuais, informou nesta quarta-feira a revista Nature.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: HIV therapy by a combination of broadly neutralizing antibodies in humanized mice
Onde foi divulgada: revista Nature
Quem fez: Florian Klein, Ariel Halper-Stromberg, Joshua Horwitz, Henning Gruell, Johannes Scheid, Stylianos Bournazos, Hugo Mouquet, Linda Spatz, Ron Diskin, Alexander Abadir, Trinity Zang, Marcus Dorner, Eva Billerbeck, Rachael Labitt, Christian Gaebler, Paola Marcovecchio, Reha-Baris Incesu, Thomas Eisenreich, Paul Bieniasz, Michael Seaman, Pamela Bjorkman, Jeffrey Ravetch, Alexander Ploss e Michel Nussenzweign
Instituição: Universidade Rockefeller em Nova York
Dados de amostragem: camundongos "humanizados", ou seja, com sistema imunológico idêntico ao dos humanos
Resultado: Uma vacina com a combinação de cinco anticorpos, testada em camundongos, conseguiu manter os níveis do vírus da aids (HIV-1) abaixo dos detectáveis durante mais tempo que os tratamentos atuais.
Este tratamento experimental, composto por cinco potentes anticorpos monoclonais (células clonadas a partir de células de defesa do organismo), foi desenvolvido pela equipe do cientista brasileiro e membro da Academia Americana de Ciências na Universidade Rockefeller em Nova York.
O cientista administrou os anticorpos em camundongos 'humanizados', que dispõem de um sistema imunológico idêntico ao humano, permitindo que sejam infectados com o vírus HIV. Estima-se que esta é uma fórmula que poderia evitar a infecção de novas células.
Nussenzweig comparou os resultados com os obtidos ao tratar camundongos com uma combinação de três anticorpos monoclonais e, também, com um tratamento baseado em um único anticorpo.
Ao tratar os roedores com uma vacina com três anticorpos, o HIV se manteve em níveis baixos até 40 dias após o fim do tratamento, enquanto a monoterapia só permitiu que o vírus não fosse detectado durante o tempo em que o camundongo estava recebendo o tratamento (cerca de duas semanas).





"O experimento demonstrou que combinações distintas de anticorpos monoclonais são eficazes na hora de suprimir a replicação do HIV em camundongos 'humanizados', por isso podem prevenir a infecção e servir para o desenvolvimento de novos tratamentos", defendeu o artigo.
Na atualidade, o tratamento anti-retroviral em humanos consiste em combinar pelo menos três drogas antivirais para minimizar o surgimento de vírus mutantes resistentes aos remédios.
No entanto, o HIV se armazena em uma espécie de 'depósito' ou reservatório viral, o que faz com que a carga viral do paciente se eleve quando o tratamento farmacológico é interrompido, e o vírus volta a aparecer depois de 21 dias.
Apesar dos resultados promissores de Nussenzweig, ainda serão necessários testes clínicos que permitam avaliar a eficácia do tratamento em humanos e medir os efeitos sobre a infecção em longo prazo.
(Com Agência EFE)

Baleia aprendeu a imitar voz humana espontaneamente


Biologia

A beluga, chamada NOC, teria adquirido a habilidade depois de conviver por sete anos com pesquisadores. Foi a primeira vez que um mamífero marinho aprendeu a imitar a voz humana de forma espontânea

baleia
As baleias brancas também são conhecidas como belugas. Elas costumam viver nos mares gelados do ártico(Thinkstock)
Uma nova pesquisa publicada na revista Current Biology mostrou que alguns mamíferos marinhos são capazes de imitar a voz humana sem passar por nenhum tipo de treinamento. O estudo detalha o caso de uma baleia branca conhecida como NOC que, nos anos 80, aprendeu a imitar conversas entre duas pessoas, provavelmente por meio da convivência com seres humanos. "A vocalização da baleia normalmente soava como se duas pessoas estivessem conversando a certa distância", diz Sam Ridgway, presidente da Fundação Nacional de Mamíferos Marítimos, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo. 
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Spontaneous human speech mimicry by a cetacean
Onde foi divulgada: revista Current Biology

Quem fez: Sam Ridgway, Donald Carder, Michelle Jeffries e Mark Todd

Instituição: Fundação Nacional de Mamíferos Marítimos, nos Estados Unidos

Dados de amostragem: Uma baleia branca de nove anos chamada NOC

Resultado: Gravações dos barulhos emitidos pela baleia mostraram que eles se parecem com a conversa de seres humanos. Análises técnicas revelaram semelhanças com alguns padrões da fala humana, como amplitude e ritmo. Outros animais já demonstraram capacidade semelhante, mas NOC foi o primeiro mamífero marinho a exibir a habilidade espontaneamente.
Os pesquisadores descobriram a habilidade por acaso, em maio de 1984, quando a baleia tinha por volta de nove anos de idade. "Nós ouvimos essas conversas muitas vezes antes de identificarmos que a fonte era a baleia. Só fomos descobrir a verdade quando uma mergulhadora de nossa equipe confundiu os sons do animal com a voz de um humano que lhe dava ordens debaixo da água", diz Ridgeway. A baleia teria "dito" para a mergulhadora sair da água.

Assim que a baleia foi identificada como a fonte dos sons, os pesquisadores passaram a gravar o barulho, tanto no ar quanto debaixo da água. Embora não seja possível escutar nada que se pareça claramente com palavras, análises das gravações revelaram vários padrões semelhantes aos da fala humana, como o ritmo e a amplitude.







Segundo os pesquisadores, essa não é a primeira vez que um mamífero marinho imita a voz humana – golfinhos já haviam sido treinados a copiar algumas características da fala dos homens. Essa, no entanto, é a primeira vez que essa habilidade aparece espontaneamente, como se o animal tivesse realizado um aprendizado vocal sem nenhum tipo de intervenção. Os cientistas acreditam que isso se deve à relação próxima da baleia com os homens, com quem conviveu por sete anos antes passar a vocalizar.

Depois de quatro anos da descoberta, o comportamento diminuiu. "Quando a baleia envelheceu, deixamos de ouvir os sons parecidos com a fala, mas ela permaneceu bem barulhenta", afirma o pesquisador.

NOC morreu há cinco anos, ainda sob cuidados da Fundação Nacional de Mamíferos Marítimos. A gravação de sua voz, no entanto, ainda pode trazer grandes descobertas para a ciência. "Esperamos que a publicação de nossas observações leve a novas descobertas sobre o aprendizado e a vocalização de mamíferos marinhos. Entender o modo como essas mentes únicas interagem com os outros animais, os humanos e o ambiente marinhos é um dos grandes desafios de nosso tempo", diz Ridgeway. 

Anvisa suspende 30 lotes de diurético feito para o Ministério da Saúde


Saúde pública

Produzidos pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos, unidade da Fundação Oswaldo Cruz), os lotes de medicamentos serão destruídos

Medicamento Hydrochlorothiazide
Hidroclorotiazida: medicamento ajuda a prevenir que o organismo absorva muito sal e retenha líquido, por isso é usado para tratar a hipertensão (Reprodução)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta quarta-feira, a suspensão da distribuição e do uso em todo o país de 30 lotes do medicamento do diurético Hidroclorotiazida 25 miligramas, fabricado pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos, unidade da Fundação Oswaldo Cruz). O remédio é utilizado no tratamento de hipertensão (ajuda a prevenir que o organismo absorva muito sal e retenha líquido) e teve o processo de fabricação alterado sem a aprovação do órgão regulador. Segundo a Farmanguinhos, dos 30 lotes do medicamento, que é feito sob encomenda para o Ministério da Saúde, 12 sequer deixaram a unidade. Os 18 restantes serão recolhidos e descartados.
De acordo com a suspensão, publicada no Diário Oficial da União (DOU), a Farmanguinhos teria incluído no processo uma etapa de moagem do insumo farmacêutico que não estava prevista. Segundo a Anvisa, não há dados no registro do produto que comprovem sua segurança e eficácia após a alteração. O Instituto anunciou que os remédios não oferecem risco à saúde dos pacientes.
"O tamanho das partículas após a moagem também pode afetar o desempenho do fármaco e interferir na estabilidade e dissolução, entre outros requisitos", informou a Anvisa por meio de nota. Os lotes suspensos são os seguintes: 12030260, 12030261, 12030262, 12030263, 12040407, 12040408, 12040413, 12040414, 12040415, 12040446, 12040447, 12040448, 12040461, 12040462, 12040463, 12040464, 12040465, 12040466, 12060585, 12060586, 12060587, 12060588, 12060589, 12060590, 12060591, 12060592, 12060593, 12060594, 12060595 e 12060596.
Em outra resolução, publicada no Diário Oficial da União, no dia 8 de outubro, a Anvisa concedeu à Farmanguinhos a Certificação de Boas Práticas de Fabricação, dado a empresas que cumprem os "requisitos de Boas Práticas de Fabricação."
Mel de ervas — A Anvisa também publicou no DOU a apreensão, inutilização e proibição da divulgação em todo país do produto Mel com Ervas, indicado para o tratamento de asma. Segundo a agência reguladora, a empresa responsável pelo remédio, Facon-Fabricação e Comércio de Cosméticos e Produtos Naturais Ltda, não possui autorização de funcionamento e todos os seus produtos foram proibidos.

Além das apreensões, a Anvisa anunciou que a empresa Novartis Biociências S.A fará o recolhimento voluntário dos lotes S0006 e S0006A do medicamento Hydergine (mesilato de codergocrina) por detectar a alteração de aspecto dos medicamentos dessas unidades.
(Com Agência Estado)

Vitamina C também pode ajudar a prevenir osteoporose


Envelhecimento

Pesquisa feita com animais foi a primeira a observar esse efeito protetor sobre a perda da densidade óssea. Antes, só vitamina D e cálcio haviam demonstrado em pesquisas serem eficazes contra a doença

Osteoporose
Osteoporose: Problema ocorre quando densidade óssea diminui, elevando o risco de fraturas (Getty Images)
Pela primeira vez, um estudo mostrou que a vitamina C pode proteger uma pessoa contra a osteoporose, uma doença progressiva que diminui a densidade dos ossos e aumenta o risco de fraturas. Até agora, somente o consumo de cálcio e vitamina D são recomendados para a prevenção do problema. A pesquisa, feita com camundongos, foi publicada nesta semana no periódico PLoS One.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Vitamin C Prevents Hypogonadal Bone Loss

Onde foi divulgada: periódico PLoS One

Quem fez: Ling-Ling Zhu1, Jay Cao, Merry Sun, Tony Yuen, Raymond Zhou, Jianhua Li, Yuanzhen Peng, Surinder Moonga, Lida Guo, Jeffrey Mechanick, Jameel Iqbal, Liu Peng, Harry Blair, Zhuan Bian e Mone Zaidi

Instituição: Faculdade de Medicina Monte Sinai, Estados Unidos

Resultado: A vitamina C foi capaz de prevenir a perda de densidade óssea em camundongos que tiveram os seus ovários retirados (o procedimento é conhecido por desencadear o problema), sugerindo que o nutriente possa ajudar a prevenir a osteoporose
De acordo com Mone Zaidi, diretor do Programa para os Ossos da Faculdade de Medicina Monte Sinai, nos Estados Unidos, e coordenador do estudo, os especialistas já sabiam que baixos níveis de vitamina C estão associados, entre outros problemas de saúde, à fragilidade dos ossos. "O que essa pesquisa mostrou de novo é que a vitamina C, quando ingerida em grandes quantidades por camundongos, estimula o aumento da densidade óssea nos animais e protege o esqueleto", diz o pesquisador. Ele explica que isso ocorre pois o nutriente induz os osteoblastos, células que estimulam a formação óssea, a amadurecerem.
Comparação — Na pesquisa, os camundongos tiveram seus ovários retirados — procedimento conhecido por provocar a redução da densidade óssea. 






Parte dos animais recebeu doses altas da vitamina C via oral e o restante não ingeriu o nutriente. Após oito semanas, a equipe observou que os camundongos sem ovários que não receberam a vitamina apresentaram uma densidade óssea "muito baixa" em comparação com os animais sem ovários que ingeriram o nutriente. Por outro lado, os camundongos que receberam vitamina C apresentaram a mesma densidade óssea do que animais que não haviam passado pela cirurgia.
De acordo com os autores, esses resultados sugerem que a vitamina C foi a responsável por impedir a perda de densidade dos ossos em animais propensos a apresentar o problema. "Mais pesquisas são necessárias para determinar se esses suplementos alimentares são capazes de prevenir a osteoporose em humanos. Se os estudos futuros confirmarem os nossos achados, a descoberta poderá ser útil em países em desenvolvimento onde a doença é prevalente e os tratamentos são, muitas vezes, caros", afirma Zaidi.
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/vitamina-c-tambem-pode-ajudar-a-prevenir-a-osteoporose

Substância derivada da vitamina B3 melhora os sintomas de distrofia muscular em peixes


Distrofia muscular

Os pesquisadores acreditam que essa descoberta pode levar a novas terapias auxiliares para tratar pacientes com distrofia muscular

Peixe Zebra
Peixe-zebra: resultados benéficos de substância derivada da vitamina B3 podem no futuro serem reproduzidos em humanos (Mark Smith)
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Maine, nos Estados Unidos, conseguiu melhorar os sintomas de distrofia muscular em um peixe-zebra, por meio de um composto químico que ativa a adesão celular. A pesquisa foi publicada nessa terça-feira, no periódicoPLOS Biology.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: NAD+ Biosynthesis Ameliorates a Zebrafish Model of Muscular Dystrophy

Onde foi divulgada: periódico PLOS Biology

Quem fez: Michelle F. Goody, Meghan W. Kelly, Christine J. Reynolds, Andre Khalil, Bryan D. Crawford e Clarissa A. Henry

Instituição: Universidade de Maine

Resultado: A utilização de NAD+ ou vitamina B3, sua precursora, provou uma redução significativa nos sintomas de distrofia muscular em peixes-zebra. Isso ocorreu porque o NAD+ melhora a organização da laminina, proteína que é o principal componente da membrana basal e também da ligação entre essa membrana e as células musculares. A melhora na organização da laminina contribui para a capacidade de recuperação das células musculares.
As células musculares retiram a maior parte de sua força das proteínas de adesão, que ligam o músculo a uma camada externa denominada membrana basal, localizada abaixo do tecido epitelial (que forma a pele). Alterações nos genes que produzem as proteínas de adesão podem enfraquecer essa ligação, tornando as células musculares mais suscetíveis a danos durante o esforço físico. Esse desgaste pode levar a distrofias musculares.
O estudo mostra que o composto celular denominado Dinucleótido de Nicotinamida e Adenina (NAD+) auxilia na formação da membrana basal, que tem papel importante nas doenças musculares. Isso ocorre porque a NAD+ melhora a organização da laminina, proteína que é o principal componente da membrana basal e também da ligação entre essa membrana e as células musculares.
A falta de um dos dois principais receptores de laminina no peixe-zebra leva a uma má-formação da membrana, o que causa a degeneração muscular e dificuldade na realização de movimentos. 




A adição de NAD+ ou vitamina B3, sua precursora, provou uma redução significativa nos sintomas. De acordo com os pesquisadores, isso ocorreu porque a melhora na organização da laminina na membrana basal ajuda a melhorar a capacidade de recuperação das células musculares.
Perspectivas - Como o mesmo sistema de adesão celular é encontrado em humanos, os pesquisadores acreditam que essa descoberta pode vir a impactar pacientes com distrofia muscular. "Ainda há um longo caminho pela frente, mas eu acredito que nossos dados podem levar a novas terapias auxiliares", afirma Michelle Goody, integrante do grupo de pesquisadores.

Julgamento do mensalão - 24/10


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Acompanhe o quadragésimo primeiro dia do julgamento mais importante da história do STF
  1. 19:02 – Por ironia, os mensaleiros Pedro Corrêa (PP-PE), Roberto Jefferson (PTB-RJ), Valdemar Costa Neto (PL-SP), José Borba (PMDB-PR), Romeu Queiroz (PTB-MG) e Bispo Rodrigues (PL-RJ), todos já condenados, aprovaram em 2003 a legislação que endureceu as penas para o crime de corrupção.
  2. 19:00 - A mudança de legislação em relação às penas de corrupção ativa e passiva foi consolidada durante o pagamento de mensalão aos congressistas. A sanção da nova legislação pelo então presidente Lula foi em novembro de 2003. O texto aumentou as penas: de 1 a 8 anos para 2 a 12 anos.
  3. 18:59 – O decano do STF, Celso de Mello, destaca que a súmula 711 do STF estabelece que “a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”.
  4. 18:54 – O ministro revisor, Ricardo Lewandowski, lembra que houve uma mudança na legislação em relação aos crimes de corrupção desde o oferecimento da primeira propina até o término do crime. Destaca que a súmula 711 do STF prevê que, no caso de crimes continuados, como o de corrupção passiva (o recebimento de propina foi reiterado e ocorreu em circunstâncias similares e pelos mesmos autores), será aplicada a lei mais grave.
  5. 18:52 – Barbosa considera a corrupção ativa como crime continuado e torna definitiva a pena de sete anos de reclusão, acrescida de 225 dias-multa no valor de dez salários mínimos cada.
  6. 18:49 – Joaquim Barbosa fixa pena-base em quatro anos de reclusão a Valério pelo crime de corrupção ativa. Diz ser necessário aplicar agravante porque o publicitário desempenhou papel de liderança.
  7. 18:47 – Joaquim Barbosa cita pela primeira vez, na fase da dosimetria de penas, a atuação conjunta de Valério com o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu. “A culpabilidade, como o grau de reprovabilidade, é bastante elevada. Em atuação direta junto a José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, ele ocupou-se diretamente da distribuição de valores para todos os parlamentares corrompidos e da disponibilização de milhões de reais em espécie nas datas e locais combinados”, afirmou.
  8. 18:45 – Antes de anunciar a nova pena a Marcos Valério, Barbosa ressalta a gravidade de se atuar para corromper parlamentares eleitos legitimamente. “Não se tratou de um crime comum de corrupção, mas da conspurcação do sistema representativo e tendente a ampliar criminosamente o poder do partido à época no poder”, disse.
  9. 18:44 – A tese de crime continuado é aplicada quando o ilícito foi reiterado e ocorreu em circunstâncias similares e pelos mesmos autores. No caso, se define a pena relativa a um crime e, na sequência, são aplicados agravantes.
  10. 18:41 – O relator, Joaquim Barbosa, começa a expor os argumentos para a pena de Valério pelo crime de corrupção ativa no caso da compra de apoio político no Congresso. Adianta que considera um crime continuado.
  11. 18:40 – O presidente Carlos Ayres Britto encerra a discussão e diz que, no empate, o réu precisa ser beneficiado também com a pena mais baixa. A sentença de Valério é, portanto, de seis anos, dois meses e 20 dias, mais 20 dias-multa.
  12. 18:37 – O relator Joaquim Barbosa pondera que a lei prevê pena de três a dez anos para o crime de lavagem. Acredita que sua proposta de sanção, na casa dos 11 anos, é justa. O debate ocorre após o primeiro empate na definição das penas dos 25 condenados no mensalão.
  13. 18:35 – Os demais ministros começam a debater a possibilidade de, em vez de beneficiar diretamente Marcos Valério com a pena menor, buscar um voto médio.
  14. 18:32 – O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, disse que sua proposta de dosimetria fica mais próximo da defendida pelo ministro revisor. Com o voto do magistrado, ocorre empate: 5 a 5. Britto anuncia que, para beneficiar o réu, deve ser aplicada a pena menor: seis anos, dois meses e 20 dias de reclusão, mais 20 dias-multa.
  15. 18:29 - “Não temos como quantificar o que o Marcos Valério ganhou com essa operação específica porque o rol de crimes por ele praticado faz parte de um todo. Não podemos esquecer que ele era um verdadeiro representante, delegado, sei lá, do Banco Rural”, disse Barbosa sobre as sucessivas operações de lavagem de dinheiro. O revisor Ricardo Lewandowski concorda com a dificuldade de se apurar o valor desviado.
  16. 18:25 – O ministro Joaquim Barbosa, relator do mensalão, admite a dificuldade de determinar quanto o publicitário Marcos Valério conseguiu embolsar com os crimes. Em seu voto, havia determinado a devolução dos bens e direitos objetos do crime e os proveitos auferidos com o fato criminoso. 
  17. 18:22 – Marco Aurélio afirma que existe a possibilidade de considerar crime continuado e, ao mesmo tempo, aplicar a agravante de “habitualidade”, conforme defendido pelo Ministério Público. Sinaliza que pode impor pena a Valério ainda maior do que a do relator.
  18. 18:19 – O ministro Marco Aurélio, ao votar a pena de Marcos Valério no crime de lavagem de dinheiro, diz que, em um segundo momento, pretende avaliar a dosimetria completa e eventualmente promover alterações. Por ora, a proposta de pena de Lewandowski vence a de Barbosa por quatro votos a três.
  19. 18:14 ��� Os demais integrantes do plenário começam a votar sobre as propostas de Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski acerca da pena de Valério pelo crime de lavagem de dinheiro.
  20. 18:11 – Revisor do mensalão, Ricardo Lewandowki é o próximo a votar. Também considera que o crime de lavagem de dinheiro foi cometido por Marcos Valério em continuidade delitiva. Avalia ainda que o operador do mensalão tem o agravante de ocupar cargo de liderança. Vota por tornar definitiva a pena de seis anos, dois meses e 20 dias de reclusão, mais 20 dias-multa.
  21. 18:05 – O relator Joaquim Barbosa esclarece que não aplica, no caso de Marcos Valério, o agravante de o crime de lavagem de dinheiro ter sido aplicado de forma habitual e torna definitiva a pena de 11 anos e oito meses, além de 291 dias-multa.
  22. Fila para entrar no plenário do STF. #vejapolitica
  23. 18:03 – O decano do STF, Celso de Mello, ressalta a importância de discutir se, para a definição de multa, é preciso ou não considerar a continuidade de operações feitas com lavagem de dinheiro. “Temos que proferir um acórdão que seja completo. Nada impede que o Ministério Público possa entender que o tribunal não se pronunciou sobre essa matéria”, disse.
  24. 17:56 – O ministro Luiz Fux questiona o relator a razão pela qual não foi aplicado o agravante de habitualidade de Valério no cometimento do crime de lavagem de dinheiro. O revisor, Ricardo Lewandowski, esclarece que haveria dupla penalidade de Barbosa, uma vez que o ministro já defendeu que esse ilícito seja um crime continuado.
  25. 17:55 – O relator fixa pena-base de seis anos de reclusão, além de 120 dias-multa. Em seguida, aplica o agravante de liderança a Valério e reajusta a sanção para sete anos de reclusão, mais 175 dias-multa, agravante de ser o líder. Por considerar o ilícito de lavagem de dinheiro como crime continuado – foram 46 operações, Joaquim Barbosa torna definitiva a pena em 11 anos e oito meses, mais 291 dias-multa.
  26. 17:52 – Barbosa lembra que as circunstâncias ao cometer os crimes de lavagem não são favoráveis porque “as operações se estenderam por mais de dois anos, tanto o réu tentando encobrir e distorcer os fatos”.
  27. 17:50 - Antes de retomar o voto, o relator Joaquim Barbosa reclama do ritmo da dosimetria e pede desculpa ao revisor. “Isso tem me levado às vezes a me exceder, ao rebater de maneira exacerbada o colega ministro Lewandowski, a quem peço desculpa”, disse. 
  28. 16:24 - Os ministros Rosa Weber, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello, Luiz Fux e Ayres Britto acompanham o relator na fixação da pena pelos dois crimes de peculato. Dias Toffoli acompanha o revisor. 16:27 - O presidente do STF suspende a sessão por 30 minutos. 
  29. 16:22 - Lewandowski acompanha o relator na pena de reclusão e altera a multa. Define o pagamento de 25 dias-multa no valor de quinze salários mínimos cada um. 
  30. 16:16 - Barbosa analisar a pena para a condenação de Valério por peculato no caso do Banco do Brasil – bônus de volume e fundo Visanet. Fixa pena de cinco anos, sete meses e seis dias de reclusão, além do pagamento de 230 dias-multa
  31. 16:14 - Marco Aurélio intervém: "A experiência nos mostra que a virulência não é produtiva, senhor relator". Barbosa encerra a discussão: "Não era minha intenção mexer com os pruridos ultranacionalistas de ninguém." 
  32. 16:09 - "O senhor está sofismando", afirma Lewandowski. "Vossa excelência advoga para ele”, responde Barbosa. Lewandowski rebate: “Vossa excelência faz parte do Ministério Público?”
  33. 16:08 - Mais um embate entre Barbosa e Lewandowski. O relator critica a "pena baixa" para Valério no caso de corrupção, citando uma matéria de jornal internacional que dizia que as punições aplicadas pela Justiça brasileira são "risíveis".  
  34. 16:05 - Terminada a votação do crime de corrupção ativa por Valério no pagamento de propina a Pizzolato. Prevalece a pena fixada pelo revisor: três anos, um mês e dez dias de reclusão mais trinta dias-multa – cerca de 110 mil reais.
  35. 15:59 - Celso de Mello acompanha Lewandowski na fixação da pena: "A meu ver, a pena imposta pelo revisor é severa e adequada." 16:01 - Ayres Britto acompanha Joaquim Barbosa na fixação da pena.
  36. 15:46 - "De início, tomo a pena do relator e acrescento um terço, chegando a cinco anos e dez meses", sentencia Marco Aurélio. "Mas não é um voto definitivo", acrescenta. É a maior pena aplicada até agora. 
  37. 15:44 - Marco Aurélio sugere um recesso para chegar a um consenso sobre a questão. "Não precisamos de um recesso, precisamos acelerar", retruca Barbosa. Marco Aurélio rebate que o julgamento está em uma fase importante e que não pode ser conduzida pela rapidez. 
  38. 15:39 - Direto do plenário: Leonardo Yarochewsky, advogado de Simone Vasconcelos, entusiasma-se com o voto de Dias Toffoli: "Isso é óbvio!", diz ele ao colega ao lado. 
  39. 15:37 - Dias Toffoli anuncia que vai acompanhar o revisor e começa um embate com Barbosa. "Qual o critério da individualização da pena, com a devida vênia?", criticando a pena aplicada pelo relator.
  40. 15:35 - Rosa Weber adota a lei anterior, que estipula pena de um a oito anos, para acompanhar o revisor, aplicando pela de três anos, um mês e dez dias de reclusão, mais 30 dias-multa. No novo Código, a pena é de dois a 12 anos. 
  41. 15:34 - "O ministro Lewandowski pretende plantar nesse momento o que ele quer colher daqui a pouco."
  42. 15:33 - "Eu não barateio crime de corrupção", responde Barbosa a comentário de Lewandowski, que evocou "os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade" para dizer que deveria haver "equilíbrio" nas penas.  
  43. 15:23 - "Se há essa dúvida sobre quando o delito ocorreu, deve incidir a lei anterior", sustenta o ministro Celso de Mello, defendendo que seja adotada a "legislação mais benigna" ao réu.
  44. 15: 20 - Barbosa defende aplicar a pena de acordo com a data de recebimento do dinheiro, quando já vigorava o novo Código, que tem pena mais dura. "Não tenho como dizer que essa oferta ocorreu em 2003", diz o relator. O revisor sustenta aplicar a redação antiga, com pena inferior, considerando quando houve a oferta  da vantagem indevida. 
  45. 15:19 - Barbosa e Lewandowski divergem sobre a aplicação da pena de corrupção ativa, pois houve mudança no Código Penal durante o período em que houve o mensalão. "Estamos aqui a cogitar sobre piso e teto, e ninguém chegou aos extremos", intervém, para amenizar, o ministro Marco Aurélio Mello. 
  46. 15:15 - Direto do plenário: Gilmar Mendes lê sites de notícia enquanto Joaquim Barbosa vota. Ele dá atenção especial a reportagens sobre o mensalão.
  47. 15:12 - Barbosa fixa pena de quatro anos e oito meses de prisão para Valério por esse crime, além de multa de 210 dias-multa no valor de dez salários mínimos cada no valor da época dos fatos – valor que será atualizado pelos índices de correção monetária na aplicação da pena. 
  48. 15:07 - Joaquim Barbosa assume a palavra para continuar com a fixação das penas de Marcos Valério. O relator passa a analisar a pena por corrupção ativa no caso do pagamento de propina para Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil.
  49. 15:00 - Os ministros afirmam que já receberam os requerimentos por escrito e que se pronunciarão no momento oportuno. 
  50. 14:58 - O terceiro requerimento questiona a indenização civil dos danos causados pelos criminosos, ou seja, as multas aplicadas junto com a condenação: segundo o Leonardo, a doutrina entende que isso só é viável se tiver havido requerimento expresso do autor da ação penal na denúncia
  51. 14:57 - No segundo, aborda a questão de que o STF vai discutir ainda se houve continuidade delitiva, portanto, ainda não se pode afirmar que as penas de diferentes crimes de corrupção ativa, por exemplo, vão ser somadas. No fim, o tribunal pode considerar que foi tudo um mesmo crime de corrupção, em diferentes etapas, o que resultaria na aplicação de uma pena só.
  52. 14:56 - No primeiro requerimento, o advogado sustenta que o agravante de pena por o réu ocupar papel de líder na realização dos crimes só pode ser levado em conta quando eles analisam a acusação de formação de quadrilha, não em outros casos. 
  53. 14:55 - Ocupa a tribuna o advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, com três requerimentos. O defensor argumenta sobre os agravantes aplicados pelo relator para definir as penas de seu cliente e sobre as penas de multa aplicadas, que já somam quase um milhão de reais.
  54. 14:50 - Direto do Plenário: O plenário do STF está lotado. Quase todos os espectadores são estudantes de direito
  55. 14:49 - O presidente do STF, Ayres Britto, abre a sessão. 
  56. http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/acompanhe-o-41o-dia-de-julgamento-do-mensalao

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