terça-feira 25 2012

Pesquisa encontra relação entre câncer de mama e ovário


Câncer de mama

Descoberta feita a partir de análise genética pode levar a novos tratamentos com drogas já aprovadas para casos de câncer em outras partes do corpo

Câncer de mama
Câncer de mama: Pesquisa classifica doença em quatro classes principais (Thinkstock)
A mais ampla análise genética já realizada sobre o câncer de mama, publicada neste domingo no site da revista Nature, reclassificou a doença em quatro tipos principais. Os pesquisadores encontraram mutações genéticas que podem aproximar o câncer de mama a outros tipos de câncer, como o de ovário. O achado revela uma nova maneira de ver a doença, que pode passar a ser definida não apenas pelo órgão que ele afeta.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Comprehensive molecular portraits of human breast tumours

Onde foi divulgada: revista Nature

Quem fez: Elaine Mardis, Richard Wilson, Matthew Ellis e Ron Bose

Instituição: Universidades de Washingotn e de Harvard, nos Estados Unidos, Universidade British Columbia, no Canadá, e outras

Dados de amostragem: 825 pacientes com câncer de mama

Resultado: A partir da análise de novos dados genéticos, o câncer de mama foi classificado em quatro tipos principais. Essas informações também apontaram para uma relação entre a doença e o câncer de ovário. As descobertas podem ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para a doença
A investigação identificou pelo menos 40 alterações genéticas que podem ser atacadas por medicamentos — dentre eles, muitos já foram desenvolvidos para outros tipos de câncer que têm as mesmas mutações. A nova classificação divide o câncer de mama nas seguintes classes: HER2 amplificado, Luminal A, Luminal B e basal. Essa divisão foi feita com base em dados antes não disponíveis, que identificaram novos caminhos de atuação do tumor, possibilitando aos pesquisadores novos alvos para combater a doença.
A maior surpresa do estudo envolveu um tipo de câncer atualmente conhecido como triplo negativo, mais frequente em mulheres mais jovens, em negras e em mulheres com genes cancerígenos BRCA1 e BRCA2. Segundo os pesquisadores, os distúrbios genéticos tornam esse tipo de câncer mais similar ao do ovário do que a outros cânceres de mama. Suas células também se assemelham às células escamosas do câncer de pulmão.
O estudo dá uma razão biológica para se tentar os tratamentos de rotina para câncer de ovário neste tipo de câncer de mama. E uma classe comum de drogas usadas no câncer de mama, as antraciclinas, pode ser descartada, já que não ajudam muito no câncer ovariano.
Atlas genético – Para os autores do trabalho, essas descobertas deverão levar a novos tratamentos com drogas já aprovadas para os casos de câncer em outras partes do corpo, além de novos tratamentos mais precisos no combate a anomalias genéticas que hoje não têm tratamento. "O estudo é a indicação do caminho para uma cura do câncer no futuro"”, diz Matthew Ellis, da Universidade de Washington, um dos especialistas envolvidos na pesquisa.
O estudo é parte de um amplo projeto federal americano, o Atlas do Genoma do Câncer, destinado a criar mapas de mudanças genéticas em cânceres comuns. O levantamento sobre o câncer de mama foi baseado numa análise de tumores em 825 pacientes.

Opinião do especialista

José Luiz Bevilacqua
Mastologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo

"Esse artigo é muito importante e interessante, já que o estudo foi feito por pesquisadores de todo o mundo e tem proporções enormes. A pesquisa recolheu dados de pacientes com tumores na mama e analisou, de forma bastante completa, aspectos de genes, RNAs e DNAs desses tumores.
A equipe conseguiu analisar as características genéticas desses quatro subtipos de câncer de mama descritos, compreendendo quais são os tipos e a quantidade de mutações genéticas dos tumores que ocorrem em cada grupo.
Com base nessa análise detalhada, o estudo mostrou que um desses grupos, associado a um tipo agressivo e resistente a quimioterapias de câncer de mama, se assemelha ao câncer de ovário. Esse resultado abre uma certa perspectiva para sabermos como tratar esse tipo de câncer de mama, mostrando, talvez, que ele deva ser tratado de forma parecida com o câncer de ovário."

Para 20% das mulheres, câncer de mama é incurável


Câncer de mama

Pesquisa mostra que o medo de um possível diagnóstico é um dos principais motivos que fazem com que as mulheres evitem a mamografia

Câncer de mama: o tipo da doença é o mais comum entre as mulheres e, estima-se, apresentou 49.240 novos casos no Brasil em 2010
Câncer de mama: Pesquisa mostra que mais da metade das mulheres que foram atingidas pela doença acreditam que problemas psicológicos contribuíram para o surgimento do câncer (Comstock Images/Thinkstock)
Embora a chance de cura do câncer de mama chegue a 95% caso a detecção seja precoce, uma parcela das mulheres brasileiras ainda vê a doença como incurável. Para 20% das mulheres, o diagnóstico desse câncer é praticamente uma sentença de morte. Essa é uma das conclusões de um levantamento inédito feito a pedido do Instituto Avon pelo Data Popular, que colheu as percepções sobre o câncer de mama de 1.752 pessoas de 50 cidades das cinco regiões do país.
Nessa pesquisa, foram entrevistadas 1.000 mulheres saudáveis, 240 mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 400 homens, além de médicos, gestores de saúde e profissionais de ONGs ligadas ao tema. A amostra incluiu pessoas de todas as classes sociais. Segundo os resultados, o medo surge como um obstáculo que afasta as mulheres do único exame que poderia garantir o diagnóstico precoce e um tratamento mais bem-sucedido: 50% das mulheres opinam que é o medo de descobrir a doença que faz com que muitas evitem fazer a mamografia.

Visão trágica — Para a mastologista Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), inconscientemente, a mulher ainda associa o câncer à tragédia. “No momento em que ela começar a se dar conta de que tem tantas pessoas curadas, o medo vai diminuir.” A pesquisa confirma essa visão trágica: 60% das mulheres e 56% dos homens apontam o câncer como a pior doença que se pode ter, à frente de enfarte, derrame, depressão e aids. Os motivos mencionados por mulheres e homens são os mesmos — a doença mataria rápido, não teria cura e causaria muita dor física.

Outro aspecto destacado pelo estudo é que, entre as mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 54% acreditam que sentimentos como tristeza, depressão e mágoa podem ter contribuído para o aparecimento da doença, apesar de nenhuma evidência científica corroborar essa ideia. De acordo com a médica Rita Dardes, diretora médica do Instituto Avon, é esse aspecto psicológico do câncer que torna importante que a doença seja tratada não apenas pelo mastologista, mas por uma equipe multidisciplinar envolvendo outras especialidades, como psicólogos e fisioterapeutas. “A mulher tem que ser tratada como um todo.”
Mais um motivo que pode levar as mulheres a não se submeterem à mamografia, de acordo com o levantamento, é a crença de que são imunes ao câncer. Entre as mulheres ouvidas, 31% declararam que não poderiam vir a ter a doença, já que nenhum parente a desenvolveu. Na realidade, apenas de 5% a 10% dos casos estão relacionados à hereditariedade.

A pesquisa deve orientar a ação de ONGs, de acordo com Maira. “O estudo é relevante para desenhar estratégias de atuação de uma organização como a Femama, que procura identificar os gargalos que fazem com que pacientes continuem morrendo de câncer de mama.”

Pessoas com depressão têm mais dificuldade em diferenciar emoções


Psicologia

Estudo pode contribuir para o desenvolvimento de novas terapias

depressao psicologia
Na pesquisa, as pessoas tinham de responder como estavam se sentindo de um total de sete sensações negativas e de quatro positivas (iStockphoto)
Algumas pessoas são incapazes de diferenciar as sensações negativas que experimentam, como raiva, ansiedade e culpa, por exemplo. Pelo menos é o que afirma uma pesquisa que será publicada no Psychological Science, periódico da Association for Psychological Science, organização dos Estados Unidos voltada para o avanço da psicologia como ciência. Coordenado por Emre Demiralp, da Universidade de Michigan, o estudo concluiu que indivíduos que sofrem de depressão não conseguem distinguir diferentes tipos de emoções negativas. Essas pessoas, de acordo com Demiralp, têm dificuldades em identificar se estão se sentindo culpados ou com raiva, por exemplo.
"Nós queríamos investigar se as pessoas clinicamente em depressão conseguem identificar emoções com o mesmo nível de precisão e diferenciação que as pessoas saudáveis", diz Demiralp. Para checar a hipótese, o pesquisador recrutou 106 participantes entre 18 e 40 anos, sendo metade diagnosticada com depressão clínica. Consultados oito vezes ao dia durante uma semana, eles tinham de marcar em um dispositivo portátil diferentes emoções, de um leque de opções disponibilizado pelo aparelho. Dessa forma, eles deveriam dizer em qual nível, de um a quatro, se sentiam tristes, ansiosos, bravos, frustrados, envergonhados, indignados ou culpados (sentimentos negativos); ou felizes, entusiasmados, alertas ou ativos (positivos). Em alguns momentos no dia, o intervalo de tempo entre uma pergunta e outra aos participantes era de apenas dois minutos. 
Entre as pessoas com depressão, os pesquisadores observaram um tendência de acusar múltiplas sensações (como frustrado e culpado), com igual nota, em intervalos de tempo muito estreitos. No critério da pesquisa, quanto mais uma pessoa indicava duas emoções ao mesmo tempo, menos ela conseguia distingui-las. Não foi encontrado o mesmo comportamento quando as pessoas diziam sentir emoções positivas.      
Seja específico — Para Demiralp e a equipe que levou o estudo adiante, o resultado obtido será importante para estudar a experiência emocional de pessoas clinicamente diagnosticadas com depressão, o que abriria o caminho para o desenvolvimento de mais tipos de terapia no futuro. No artigo, ele escreve que um sexto dos norte-americanos sofre, pelo menos uma vez na vida, de depressão nervosa. 
"Nossos resultados sugerem que ser específico sobre suas emoções negativas pode ser bom", diz Demiralp. "Pode ser melhor que você não pense que está se sentindo mal e desconfortável de forma genérica. Seja específico. É raiva, vergonha, culpa, ou alguma outra emoção? Isso pode fazer com que você melhore sua vida. Nosso objetivo é investigar abordagens para facilitar esse tipo de inteligência emocional em larga escala na população."

Guilherme Fontes é condenado a devolver verba de 'Chatô'


Cinema

O ator deve restituir 2,5 milhões de reais à Petrobras, valor que ainda vai ser corrigido e acrescido de juros de 1% ao mês desde a captação dos recursos, há mais de 17 anos

O ator Guilherme Fontes (620)
O ator Guilherme Fontes (Divulgação)
O ator Guilherme Fontes foi condenado por um juiz da 31ª Vara Cível do Rio de Janeiro a devolver a verba de patrocínio concedida para a realização do filme Chatô, o Rei do Brasil, que nunca saiu do papel. O longa sobre a vida do jornalista Assis Chateaubriand marcaria a estreia de Fontes na direção, mas se transformou no maior caso de desvio de recursos públicos no âmbito audiovisual. Cabe recurso.
A decisão foi publicada nesta terça-feira.  Sua empresa, Guilherme Fontes Filmes Ltda. vai ter de restituir 1,1 milhão de reais à Petrobras Distribuidora e 1,5 milhão de reais à Petrobras S/A. Os valores vão ser submetidos à correção monetária e à incidência de juros de 1% ao mês desde a data de captação, há mais de 17 anos. Além disso, o contrato previa multa de 10% sobre o valor de patrocínio caso o ator não realizasse o projeto até 30 de abril de 2003.  
De acordo com o processo, o ator alega sempre ter cumprido todas as etapas do cronograma estipulado.
Em abril de 2010, Fontes foi condenado a três anos de prisão por sonegação fiscal. Cinco meses depois, a Justiça reduziu a pena para dois anos, já que parte da sentença havia prescrito. O ator, porém, não foi detido: os anos de cadeia foram transformados em pena alternativa (doação de cestas básicas) e ele entrou com recurso para pedir a anulação da sentença. Recentemente, Fontes declarou que Chatô, O Rei do Brasil estreará no fim deste ano.
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/guilherme-fontes-e-condenado-a-devolver-verba-de-chato

Marcos Valério revela os segredos do mensalão e envolve Lula(VEJA)


Corrupção

O empresário Marcos Valério, apontado como o operador do esquema, diz que, em troca do seu silêncio, recebeu garantias do PT de uma punição branda. Condenado pelo STF por vários crimes, cujas penas podem chegar a 100 anos de prisão, ele revela que o ex-presidente Lula sabia de tudo e que o caixa para subornar políticos foi muito maior: 350 milhões de reais

Rodrigo Rangel
NO INFERNO - O empresário Marcos Valério, na porta da escola do filho, em Belo Horizonte, na última quarta-feira: revelações sobre o escândalo
NO INFERNO - O empresário Marcos Valério, na porta da escola do filho, em Belo Horizonte, na última quarta-feira: revelações sobre o escândalo (CRISTIANO MARIZ)
Faltavam catorze minutos para as 7 da manhã da última quarta-feira quando o empresário Marcos Valério, o pivô financeiro do mensalão, parou seu carro em frente a uma escola, em Belo Horizonte. Alvo das mais pesadas condenações no julgamento que está em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), ele tem cumprido religiosamente a tarefa de levar o filho todos os dias ao colégio. Desce do carro, acompanha o menino até o portão e se despede com um beijo no rosto. Chega mais cedo para evitar ser visto pelos outros pais e alunos e vai embora depressa, cabisbaixo. "O PT me transformou em bandido", desabafa. Valério sabe que essa rotina em breve será interrompida. Ele é o único dos 37 réus do mensalão que não tem um átimo de dúvida sobre seu futuro. Na semana passada, o publicitário foi condenado por lavagem de dinheiro, crime que acarreta pena mínima de três anos de prisão. Computadas as punições pelos crimes de corrupção ativa e peculato, já decididas, mais evasão de divisas e formação de quadrilha, ainda por julgar, a sentença de Marcos Valério pode passar de 100 anos de reclusão. Mesmo com todas as atenuantes da lei penal brasileira, não é improvável que ele termine seus dias na cadeia. Valério tem culpa no cartório, mas fica evidente que ele está carregando sobre os ombros uma carga penal que, por justiça, deveria estar mais bem distribuída entre patentes bem mais altas na hierarquia do mensalão. É isso que mais martiriza a alma de Valério neste momento, uma dor que ele tenta amenizar lembrando, sempre que pode, que seu silêncio sobre os responsáveis maiores acima dele está lhe custando muito caro.
Apontado como o responsável pela engenharia financeira que possibilitou ao PT montar o maior esquema de corrupção da história, Valério enfrenta um dilema. Nos últimos dias, ele confidenciou a pessoas próximas detalhes do pacto que havia firmado com o partido. Para proteger os figurões, conta que assumiu a responsabilidade por crimes que não praticou sozinho e manteve em segredo histórias comprometedoras que testemunhou quando era o "predileto" do poder. Em troca do silêncio, recebeu garantias. Primeiro, de impunidade. Depois, quando o esquema teve suas entranhas expostas pela Procuradoria-Geral da República, de penas mais brandas. Valério guarda segredos tão estarrecedores sobre o mensalão que não consegue mais reter só para si - mesmo que agora, desiludido com a falsa promessa de ajuda dos poderosos que ele ajudou, tenha um crescente temor de que eles possam se vingar dele de forma ainda mais cruel. Os segredos de Valério, se revelados, põem o ex-presidente Lula no epicentro do escândalo do mensalão. Sim, no comando das operações. Sim, Lula, que, fiel a seu estilo, fez de tudo para não se contagiar com a podridão à sua volta, mesmo que isso significasse a morte moral e política de companheiros diletos. Valério teme, e fala a pessoas próximas, que se contar tudo o que sabe estará assinando a pior de todas as sentenças - a de sua morte: "Vão me matar. Tenho de agradecer por estar vivo até hoje". 
Paulo Filgueiras/D.A.Press
DE OLHO NO PASSADO - Preso duas vezes desde que eclodiu o escândalo, o empresário Marcos Valério hoje despreza e teme os mensaleiros que ajudou
  DE OLHO NO PASSADO - Preso duas vezes desde que eclodiu o escândalo, o empresário Marcos Valério hoje despreza e teme os mensaleiros que ajudou
Sua mulher, Renilda Santiago, já tentou o suicídio três vezes. Há duas semanas, ela telefonou a uma amiga para dizer que iria a um reduto do tráfico encravado na região central de Belo Horizonte comprar uma arma. Avisou que havia decidido dar um tiro na cabeça. Renilda está mergulhada em crise aguda de depressão. Os dois filhos do casal vivem dramas à parte. Meses atrás, o menino, de 11 anos, tentou fazer um teste  de admissão em uma escola mais perto de casa, mas a diretora nem deixou o garoto começar a prova. A direção da escola não queria entre seus alunos o filho de Marcos Valério. A filha mais velha, de 21 anos, passou por constrangimentos cruéis. Em um debate na faculdade de psicologia, o assunto escolhido pelos colegas foi justamente o comportamento do pai dela. Humilhada, ela saiu da sala. Chega a ser assustador, mesmo que previsível, que as pessoas esqueçam a mais consagrada prática cristã, civilizada e jurídica - a de que os filhos não devem pagar pelos erros dos pais. Marcos Valério sofre de síndrome do pânico e praticamente não prega os olhos à noite. Sobre o PT e seus antigos parceiros ele vem dizendo: "Eu detesto esse pessoal. Esse povo acabou com a minha vida, me fez de um tamanho que eu não sou. O PT me fez de escudo, me usou como um boy de luxo. Mas eles se ferraram porque agora vai todo mundo para o ralo". O medo ainda constrange Marcos Valério a limitar suas revelações a pessoas próximas. Até quando?

Mensalão

"O caixa do PT foi de 350 milhões de reais"

Marcos de Paula/AE
PARCERIA - O ex-ministro José Dirceu começa a ser julgado nesta semana. Valério diz que ele era o braço direito do ex-presidente no esquema
PARCERIA - O ex-ministro José Dirceu começa a ser julgado nesta semana. Valério diz que ele era o braço direito do ex-presidente no esquema
A acusação do Ministério Público Federal sustenta que o mensalão foi abastecido com 55 milhões de reais tomados por empréstimo por Marcos Valério junto aos bancos Rural e BMG, que se somaram a 74 milhões desviados da Visanet, fundo abastecido com dinheiro público e controlado pelo Banco do Brasil. Segundo Marcos Valério, esse valor é subestimado. Ele conta que o caixa real do mensalão era o triplo do descoberto pela polícia e denunciado pelo MP. Valério diz que pelas arcas do esquema passaram pelo menos 350 milhões de reais. "Da SMP&B vão achar só os 55 milhões, mas o caixa era muito maior. O caixa do PT foi de 350 milhões de reais, com dinheiro de outras empresas que nada tinham a ver com a SMP&B nem com a DNA", afirma o empresário. Esse caixa paralelo, conta ele, era abastecido com dinheiro oriundo de operações tão heterodoxas quanto os empréstimos fictícios tomados por suas empresas para pagar políticos aliados do PT. Havia doações diretas diante da perspectiva de obter facilidades no governo. "Muitas empresas davam via empréstimos, outras não." O fiador dessas operações, garante Valério, era o próprio presidente da República.
Lula teria se empenhado pessoalmente na coleta de dinheiro para a engrenagem clandestina, cujos contribuintes tinham algum interesse no governo federal. Tudo corria por fora, sem registros formais, sem deixar nenhum rastro. Muitos empresários, relata Marcos Valério, se reuniam com o presidente, combinavam a contribuição e em seguida despejavam dinheiro no cofre secreto petista. O controle dessa contabilidade cabia ao então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, que é réu no processo do mensalão e começa a ser julgado nos próximos dias pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. O papel de Delúbio era, além de ajudar na administração da captação, definir o nome dos políticos que deveriam receber os pagamentos determinados pela cúpula do PT, com o aval do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado no processo como o chefe da quadrilha do mensalão: "Dirceu era o braço direito do Lula, um braço que comandava". Valério diz que, graças a sua proximidade com a cúpula petista no auge do esquema, em 2003 e 2004, teve acesso à contabilidade real. Ele conta que a entrada e a saída de recursos foram registradas minuciosamente em um livro guardado a sete chaves por Delúbio. Pelo seu relato, o restante do dinheiro desse fundão teve destino semelhante ao dos 55 milhões de reais obtidos por meio dos empréstimos fraudulentos tomados pela DNA e pela SMP&B. Foram usados para remunerar correligionários e aliados. Os valores calculados por Valério delineiam um caixa clandestino sem paralelo na política. Ele fala em valores dez vezes maiores que a arrecadação declarada da campanha de Lula nas eleições presidenciais de 2002.

O presidente

"Lula era o chefe"

Diogo Moreira/Folhapress
PASSADO SOMBRIO - E a tese de que o mensalão não existiu? Valério mostra que Lula não estava sendo fiel aos companheiros, mas tentando salvar a si próprio. Típico
PASSADO SOMBRIO - E a tese de que o mensalão não existiu? Valério mostra que Lula não estava sendo fiel aos companheiros, mas tentando salvar a si próprio. Típico
A ira de Marcos Valério desafia a defesa clássica do ex-presidente Lula de que não sabia do mensalão e nada teve a ver com o esquema arquitetado em seu primeiro mandato. Com a segurança de quem transitava com desenvoltura pelos gabinetes oficiais, inclusive os palacianos, e era considerado um parceiro preferencial pela cúpula petista, Valério afirma que Lula "comandava tudo". Em sua própria defesa, diz que como operador dos pagamentos não passava de um "boy de luxo" de uma estrutura que tinha o então presidente no topo da cadeia de comando. "Lula era o chefe", repete Valério às pessoas mais próximas. A afirmação se choca com todas as versões apresentadas por Lula desde que o esquema foi descoberto, em 2005. Primeiro, escudou-se no argumento de que tudo não passou do uso de dinheiro "não contabilizado" que havia sobrado das campanhas políticas, prática suprapartidária e recorrente na política brasileira - não por acaso tem sido essa a estratégia de defesa dos mensaleiros no STF. Num segundo momento, Lula se disse traído e pediu desculpas à nação em rede de televisão.
A rota de fuga de Lula evoluiu mais tarde para a negação completa, com a tese nefelibata de que o mensalão nunca existiu, tendo sido apenas uma armação das elites para abreviar seu mandato. A narrativa de Valério coloca Lula não apenas como sabedor do que se passava, mas no comando da operação. Valério não esconde que se encontrou com Lula diversas vezes no Palácio do Planalto. Ele faz outra revelação: "Do Zé ao Lula era só descer a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia vamos lá embaixo, vamos". O Zé é o ex-ministro José Dirceu, cujo gabinete ficava no 4º andar do Palácio do Planalto, um andar acima do gabinete presidencial. A frase famosa e enigmática de José Dirceu no auge do escândalo - "Tudo que eu faço é do conhecimento de Lula" - ganha contornos materiais depois das revelações de Valério sobre os encontros em palácio. Marcos Valério reafirma que Dirceu não pode nem deve ser absolvido pelo Supremo Tribunal, mas faz uma sombria ressalva. "Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos", disse, na semana passada, em Belo Horizonte. Indagado, o ex-presidente não respondeu.

Pacto

"Meu contato era o Okamotto"

Eduardo Knapp/Folhapress
O CARA - Presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto funcionava como elo entre Marcos Valério e o PT
O CARA - Presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto funcionava como elo entre Marcos Valério e o PT
Há menos de dois meses, VEJA revelou a existência de encontros secretos entre Marcos Valério e Paulo Okamotto, petista estrelado que desempenha a tarefa de assessor financeiro, ou tesoureiro, de Lula. Procurado para explicar por que se reunia com o principal operador do mensalão, Okamotto disse que os encontros serviam apenas para discutir política. Não, não era bem assim. Marcos Valério tinha um pacto com o PT, e Paulo Okamotto era o fiador desse pacto. "Eu não falo com todo mundo no PT. O meu contato com o PT era o Paulo Okamotto", disse Valério em uma conversa reservada dias atrás. É o próprio Valério quem explica a missão de Okamotto: "O papel dele era tentar me acalmar". O empresário conta que conheceu o Japonês, como o petista é chamado, no ápice do escândalo. Valério diz que, na véspera de seu primeiro depoimento à CPI que investigava o mensalão, Okamotto o procurou. "A conversa foi na casa de uma funcionária minha. Era para dizer o que eu não devia falar na CPI", relembra. O pedido era óbvio. Okamotto queria evitar que Valério implicasse Lula no escândalo. Deu certo durante muito tempo. Em troca do silêncio de Valério, o PT, por intermédio de Okamotto, prometia dinheiro e proteção. A relação se tornaria duradoura, mas nunca foi pacífica. Em momentos de dificuldade, Okamotto era sempre procurado. Quando Valério foi preso pela primeira vez, sua mulher viajou a São Paulo com a filha para falar com Okamotto. Renilda Santiago queria que o assessor de Lula desse um jeito de tirar seu marido da cadeia. Disse que ele estava preso injustamente e que o PT precisava resolver a situação. A reação de Okamotto causa revolta em Valério até hoje. "Ele deu um safanão na minha esposa. Ela foi correndo para o banheiro, chorando." O empresário jura que nunca recebeu nada do PT. Já a promessa de proteção, segundo Valério, girava em torno de um esforço que o partido faria para retardar o julgamento do mensalão no Supremo e, em último caso, tentar amenizar a sua pena. "Prometeram não exatamente absolver, mas diziam: ‘Vamos segurar, vamos isso, vamos aquilo’... Amenizar", conta. Por muito tempo, Marcos Valério acreditou que daria certo. Procurado, Okamotto não se pronunciou.

Poder

"O Delúbio dormia no Alvorada"

JB Neto/AE
DE OLHO NO PASSADO - O ex-tesoureiro do PT, acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha, pediu a Valério que arrumasse uma empresa para “receber” dinheiro ilegal
DE OLHO NO PASSADO - O ex-tesoureiro do PT, acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha, pediu a Valério que arrumasse uma empresa para “receber” dinheiro ilegal
Dos tempos em que gozava da intimidade do poder em Brasília, Marcos Valério diz guardar muitas lembranças. Algumas revelam a desenvoltura com que personagens centrais do mensalão transitavam no coração do governo Lula antes da eclosão do maior escândalo de corrupção da história política do país. Valério lembra das vezes em que Delúbio Soares, seu interlocutor frequente até a descoberta do esquema, participava de animados encontros à noite no Palácio da Alvorada, que não raro servia de pernoite para o ex-tesoureiro petista. "O Delúbio dormia no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com Lula à noite. Alguma vez isso ficou registrado lá dentro? Quando você quer encontrar (alguém), você encontra, e sem registro." O operador do mensalão deixa transparecer que ele próprio foi a uma dessas reuniões noturnas no Alvorada. Sobre sua aproximação com o PT, Valério conta que, diferentemente do que os petistas dizem há sete anos, ele conheceu Delúbio durante a campanha de 2002. Quem apresentou a ele o petista foi Cristiano Paz, seu ex-sócio, que intermediava uma doação à campanha de Lula. A primeira conversa foi em Belo Horizonte, dentro de um carro, a caminho do Aeroporto da Pampulha. Nessa ocasião, conta, Delúbio lhe pediu ajuda. "Ele precisava de uma empresa para servir de espelho para pegar um dinheiro." A parceria deu certo e desaguou no mensalão. Hoje, os dois estão no banco dos réus. Valério se sente injustiçado. Especialmente na parte da acusação que diz respeito ao desvio de recursos públicos do Banco do Brasil. Ele jura que esse dinheiro não caiu no caixa da corrupção. "No processo tem todas as notas fiscais que comprovam que esse dinheiro foi gasto com publicidade. Não estou falando que não mereço um tapa na orelha. Não é isso. Concordo em ser condenado por aquilo que eu fiz."

Empréstimo

"O banco ia emprestar dinheiro para uma agência quebrada?"

Os ministros do STF já consideraram fraudulentos os empréstimos concedidos pelo Banco Rural às agências de publicidade que abasteceram o mensalão. Para Valério, a decisão do Rural de liberar o dinheiro - com garantias fajutas e José Genoino e Delúbio Soares como fiadores - não foi um favor a ele, mas ao governo Lula. "Você acha que chegou lá o Marcos Valério com duas agências quebradas e pediu: ‘Me empresta aí 30 milhões de reais pra eu dar pro PT’? O que um dono de banco ia responder?" Valério se lembra sempre de José Augusto Dumont, então presidente do Rural. "O Zé Augusto, que não era bobo, falou assim: ‘Pra você eu não empresto’. Eu respondi: ‘Vai lá e conversa com o Delúbio’. " A partir daí a solução foi encaminhada. Os empréstimos, diz Valério, não existiriam sem o aval de Lula e Dirceu. "Se você é um banqueiro, você nega um pedido do presidente da República?" Foram essas mesmas credenciais palacianas, segundo ele, que lhe abriram as portas no Banco Central para interceder pela suspensão da liquidação extrajudicial do Banco Mercantil de Pernambuco, que interessava ao Rural. Valério foi destacado para cuidar do assunto em Brasília. Uma tarefa executada com todas as facilidades e privilégios. "Valério chegou lá no Banco Central e foi atendido. Você acha que o Banco Central receberia um imbecil qualquer, dono de uma agência de publicidade quebrada?"

"Nojento e vexatório"

Hugo Marques
Cristiano Mariz
TESTEMUNHA - Lucas Roque, ex-funcionário do Rural: recibos escondidos pelo banco
TESTEMUNHA - Lucas Roque, ex-funcionário do Rural: recibos escondidos pelo banco
Ex-superintendente do Banco Rural em Brasília, Lucas da Silva Roque foi um dos principais colaboradores nas investigações da Polícia Federal destinadas a desbaratar a quadrilha do mensalão. Foi ele quem revelou onde estavam os recibos que mostraram quais políticos receberam dinheiro para votar com o governo Lula no Congresso. Nesta entrevista, Roque conta que pagou um preço alto por agir de forma correta e relata um plano ambicioso urdido pela cúpula da instituição financeira em parceria com José Dirceu. Eles queriam montar um banco popular, do qual Rural e BMG seriam sócios, para conceder empréstimos consignados aos aposentados. Um negócio companheiro e bilionário. 
Por que o senhor decidiu ajudar a polícia? Não tinha nada a temer. Não entrei no jogo deles, não sou bandido. Fui mandado para a agência do Rural em Brasília para moralizá-la, porque ali estava uma bagunça. O que estava acontecendo no banco era acintoso, nojento e vexatório. O delegado disse que queria todos os documentos. Apontei onde estavam as caixas. Àquela altura, já estava tudo encaminhado para fazer sumir as provas, mandando-as de Brasília para Minas Gerais. Mostrei onde estavam os documentos e falei para o delegado que procurasse papéis também numa construtora, que servia de almoxarifado do banco.
Como a diretoria reagiu à sua colaboração com a PF? Fui atacado de tudo quanto é jeito. Me colocaram em um porão que não era uma agência bancária, depois em uma loja de shopping que foi fechada por ser irregular. Pior, mandaram me avisar que eu estava proibido de aparecer na diretoria do banco. Isso foi em outubro de 2005. Virei a Geni. Fui demitido em agosto de 2010. Eu, minha esposa e meus filhos fomos achincalhados na rua como mensaleiros. Tive sérios problemas de saúde, perdi meu casamento.
O senhor tinha relação de proximidade com Marcos Valério. Ele disse a algumas pessoas que teve um encontro com Lula na Granja do Torto. Vários encontros. É verdade? Sim, ele deixava para viajar para Belo Horizonte no sábado à noite para passar lá.
Levado por quem? Delúbio Soares, Silvinho Pereira e José Dirceu.
Quais eram os planos da cúpula do Banco Rural e dos petistas? Eles tinham um projeto de montar um banco popular com a CUT. Juntariam o Banco Rural, o BMG, a CUT. Era um projeto com capital de 1 bilhão de reais.
Quem capitaneava esse projeto? Eram os bandidos do mensalão. Como o PT não tinha cultura bancária, o Rural e o BMG seriam sócios. Um banco privado com a participação da CUT, que direcionaria todos os beneficiários do INSS para tomar dinheiro em empréstimos consignados nessa instituição popular. Quando o mensalão estourou, o projeto foi abortado.

Barbosa deve atribuir pena maior aos chefes do mensalão(VEJA)


Justiça

Nos votos que apresentou até agora, relator indica dar peso ao passado dos réus e a duração do esquema de corrupção

Laryssa Borges
Ministro-relator, Joaquim Barbosa durante julgamento do mensalão, em 12/09/2012
O ministro Joaquim Barbosa: rigor (Nelson Jr./SCO/STF )
Linha-dura no julgamento do mensalão, o relator do caso, ministro Joaquim Barbosa, vem elencando em seu voto critérios que devem impor aos chefes do esquema de corrupção penas maiores do que a dos demais réus da organização criminosa. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) pretende levar em conta o passado dos acusados e a longevidade das articulações para a corrupção de parlamentares. Barbosa deve considerar na dosimetria o fato de o mensalão ter incorrido em ilícitos continuados e ter se estendido por mais de dois anos.

Ao divulgar os critérios que o levaram a pedir pena de doze anos e sete meses de cadeia para o publicitário Marcos Valério pelo crime de lavagem de dinheiro, o ministro relator fixou bases teóricas que devem se repetir para outros réus. Ele considera, por exemplo, que a posição de chefia do empresário mineiro impõe a ele sanção maior do que a de seus sócios ou funcionários. 
 
Por analogia, Barbosa chegou a livrar o tesoureiro informal do PTB, Emerson Palmieri, de duas imputações de corrupção passiva, número maior do que as irregularidades atribuídas ao chefe do petebista, o presidente da legenda, Roberto Jefferson (PTB-RJ). Apesar de atestar que Palmieri atuou ativamente no esquema criminoso, negociando novas parcelas de propina em uma viagem a Portugal, disse que o subordinado não poderia ser apenado por mais crimes do que seu chefe. “Considerando-se que era subordinado, não vislumbro como considerar que tenha praticado dois delitos, enquanto cada parlamentar responde a um único crime de corrupção passiva”, disse o ministro.
 
Ao sinalizar os critérios que leva em conta para definir a pena dos mensaleiros, Barbosa também destacou, no caso de todos os réus dos núcleos operacional e financeiro, que os múltiplos processos na Justiça, mesmo ainda não julgados, são maus antecedentes e um fator para aumento das penas. Valério responde a pelo menos onze ações penais, duas delas com sentença condenatória. Kátia Rabello e José Roberto Salgado, da cúpula do Banco Rural, são réus, respectivamente, em 7 e 23 ações penais na Justiça Federal de Belo Horizonte. 
 
Por essa lógica, se condenado pelo STF, o ex-todo-poderoso do governo Lula, José Dirceu, deve amargar os agravantes de ter sido chefe do esquema criminoso e de ter coordenado a compra de votos de parlamentares por mais de dois anos. E o ex-ministro da Casa Civil não tem bons antecedentes: responde a outros seis processos abertos após o mensalão.
 
Os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT) e o delator do mensalão, Roberto Jefferson (PTB-RJ), acusados de trair o eleitorado e vender votos no Congresso Nacional, também podem ter penas maiores que outros réus políticos. Acusados conjuntamente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro – Costa Neto e Henry ainda são réus por formação de quadrilha – os três ocupavam posição de liderança na época do escândalo: presidente do então PL, líder do PP na Câmara e presidente nacional do PTB. Para piorar, todos têm extensa ficha corrida. São réus em outros processos por peculato, corrupção e improbidade.
 
Os petistas José Genoino e Delúbio Soares engrossam a lista dos réus com potencial de receberem agravantes nas penas. É provável que a pena de ambos, na visão de Joaquim Barbosa, seja ampliada por conta de processos a que respondem na justiça. Os dois são réus por fraudarem empréstimos junto ao BMG, também para abastecer o mensalão. Delúbio ainda foi recentemente condenado por improbidade administrativa, por ter recebido salários do governo de Goiás após ter fraudado documentos e responde a outras sete ações judiciais. Genoino tem pelo menos mais seis processos contra si.
 
Em favor deles há pelo menos um fator: ao contrário dos dois banqueiros e de Valério, que juntos têm patrimônio declarado de 44,8 milhões de reais, as multas devem ser mais baixas. Barbosa tem utilizado a declaração de renda dos réus na Receita Federal para definir a abrangência das sanções pecuniárias contra cada um. À Justiça Eleitoral, por exemplo, Genoino disse em 2010 ter bens no valor de apenas de 170 000 reais.

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