sexta-feira 07 2015
Em delação premiada, Renato Duque pode chegar ao coração do sistema
Como é mesmo aquele refrão? “Se você pensa que cachaça é água/ cachaça não é água não…” Quem está achando que as coisas tendem a esfriar pode se preparar para muito calor. A coisa ainda vai arder. Se Fernando Soares, o dito Fernando Baiano, realmente formalizar a delação premiada, ninguém tem dúvida de que o petardo vai parar no coração do PMDB. E, dentro do partido, é preciso ver quem será atingido. Isso ainda não está muito claro.
E, para o PT, resta o risco Renato Duque. Quem andou tendo notícias seguras e inequívocas sobre o seu estado de ânimo assegura que ele está com sangue nos olhos, a faca nos dentes e disposto a denunciar, vamos dizer assim, o coração do sistema.
Segundo as investigações, Duque era o homem do PT na Petrobras. E erra, segundo sei, quem acha que o seu alvo é José Dirceu, a quem se atribui a sua nomeação. Em benefício do Zé — segundo a ótica e a ética petistas, bem entendido —, diga-se que ninguém jamais o acusou de largar companheiros pelo caminho ou de tentar jogá-los ao mar.
Sim, Duque já decidiu fazer delação premiada, e seu advogado, Marlus Arns, está negociado as condições com o Ministério Público. Duque se sente abandonado, jogado às traças, mas não pelo Zé…
Depois de tantas delações, é preciso que Baiano e Duque tenham algo a dizer que a Polícia Federal e o Ministério Público já não sustentem sem a dita colaboração. Dificilmente uma delação seria aceita, a esta altura do campeonato, só para acrescentar alguns crimes novos aos mesmos acusados ou réus.
Em breve, vai crescer a galeria. E Duque, reitero, promete chegar ao coração do sistema petista.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/em-delacao-premiada-renato-duque-pode-chegar-ao-coracao-do-sistema/
Relator de ação eleitoral contra Dilma pede acesso à delação de dono da UTC
Ministro João Otávio de Noronha também quer que o ministro Teori Zavascki autorize Ricardo Pessoa a prestar depoimento na Justiça Eleitoral antes do fim do sigilo
O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha, pedirá que o Supremo Tribunal Federal compartilhe o conteúdo dos depoimentos prestados pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, em acordo de delação premiada à força-tarefa da Lava Jato.. A intenção é usar o depoimento do empreiteiro na ação de investigação eleitoral proposta pelo PSDB contra a campanha de 2014 da presidente Dilma Rousseff. Conforme revelou VEJA, Pessoa disse que 7,5 milhões de reais foram repassados à campanha da petista, depois de desviados de contratos com a Petrobras, após pedido do então tesoureiro de Dilma, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Edinho Silva.
Até o momento, a delação premiada de Pessoa - homologada pelo relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki - permanece em segredo de Justiça. Zavascki tem negado solicitações feitas por investigados na operação para ter acesso aos termos da colaboração.
"Tudo Justiça" - O entendimento do ministro do STF é o de que a delação só pode ser tornada pública após denúncia do Ministério Público Federal. No entanto, para Noronha, a ação penal não é mais importante do que a eleitoral. "Não pode ter sigilo para a própria Justiça. Isso está equivocado", afirmou o relator.
Além de solicitar a delação, Noronha quer que Zavascki autorize o empreiteiro a prestar depoimento à Justiça Eleitoral antes do fim do sigilo sobre a delação.
No dia 14 de julho, Pessoa compareceu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo. Ele foi convocado a prestar depoimento sobre o caso. O PSDB pede que o dono da UTC relate se houve doação eleitoral para a campanha da presidente com dinheiro oriundo do esquema de corrupção na Petrobrás. O empreiteiro, porém, permaneceu em silêncio, protegido pelos termos do acordo de delação premiada.
(Com Estadão Conteúdo)
Moro cita conta secreta e decreta prisão preventiva de ex-presidente da Eletronuclear
Presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra, também teve prisão temporária convertida em preventiva, na qual não há prazo definido de detenção
O juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, decretou nesta quinta-feira a prisão preventiva do ex-presidente da Eletronuclear, o vice-almirante da Marinha Othon Pinheiro da Silva, e do presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra. Ambos estavam presos temporariamente na capital do Paraná. Segundo Moro, a detenção temporária - com prazo definido de cinco dias - foi convertida em preventiva diante de novas provas do envolvimento dos dois no petrolão e do risco à ordem pública e ao andamento do processo. Agora, não há duração preestabelecida para a detenção.
No despacho em que justifica a necessidade de prisão, o juiz afirma haver "robustas provas" contra Othon, que é militar da reserva e um dos principais especialistas do país na área nuclear. "São robustas as provas do pagamento de propina a Othon Luiz em decorrência do cargo exercido na Eletronuclear e mediante a simulação de contratos de consultoria fraudulentos", diz o magistrado, que elenca como evidências a descoberta de uma conta secreta no exterior e a abertura de empresas offshore. As investigações sugerem, até o momento, que em 2014 a filha de Othon abriu uma conta secreta em Luxemburgo em nome da offshore Hydro Power Enterprise Limited, além de já ter outra offshore no Uruguai, em nome da Waterland S/A.
Othon Pinheiro, segundo a acusação, recebeu propina até dezembro de 2014, quando a Lava jato já estava em curso. As suspeitas contra ele ganharam corpo também com o recente acordo de leniência firmado pela construtora Camargo Corrêa junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Neste acordo, a empreiteira detalhou a atuação de Othon Luiz em favor do cartel de empresas que atuava em obras da usina nuclear de Angra 3. A construtora ainda deu indicativos de uma possível atuação dele favorável ao preço cobrado pelas empreiteiras em determinadas obras.
A quebra de sigilo fiscal da empresa Aratec, citada pelos investigadores como uma companhia de fachada usada por Othon para justificar o dinheiro sujo depositado, apontou que a partir de 2009, no mesmo período da retomada das obras de Angra 3, a companhia teve um significativo crescimento de faturamento e repasses das empresas CG Consultoria, JNobre Engenharia, Link Projetos e Participações Ltda. e da Deutschebras Comercial e Engenharia Ltda.. Todas são suspeitas de serem intermediárias das gigantes da construção Andrade Gutierrez e Engevix no pagamento de propina.
"Enquanto o esquema criminoso na Petrobras tornava-se notório no decorrer do ano de 2014, com a desvelação do cartel, dos ajustes fraudulentos de licitação e do pagamento de propinas a Diretores da Petrobras, o mesmo estava, em cognição sumária, ocorrendo na Eletronuclear", resume o juiz Sergio Moro em seu despacho. "Se nem a notoriedade da Operação Lava Jato serviu para coibir esse tipo de crime, forçoso reconhecer a necessidade da preventiva", critica ele.
Eletrolão - A Lava Jato chegou ao setor elétrico depois de o executivo Dalton Avancini, da Camargo Corrêa, ter firmado acordo de delação premiada. Em depoimentos, Avancini declarou que o cartel de empreiteiras formado na Petrobras continuava a se reunir para discutir o pagamento de propinas a dirigentes da Eletrobras e da Eletronuclear, mesmo depois do início das investigações sobre o petrolão.
Em relação a Angra 3, Avancini afirmou que o processo licitatório das obras da usina incluíam um acordo com a Eletronuclear para que a disputa fosse fraudada e direcionada em benefício de empresas como a Camargo Corrêa, UTC, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Technit e EBE - todas elas reunidas em dois consórcios. "Já havia um acerto entre os consórcios com a prévia definição de quem ganharia cada pacote", disse o delator, que também afirmou que propina deveria ser paga a funcionários da Eletronuclear, entre eles o presidente afastado da entidade Othon Luiz Pinheiro da Silva. Em agosto de 2014, em uma reunião convocada pela UTC Engenharia, o delator afirmou que foi discutido o pagamento de propina de 1% ao PMDB e a dirigentes da Eletronuclear.
Iremos para as ruas armados com a força do argumento! Ou: Que ninguém ouse deter os pacíficos!
O PT levou ao ar ontem à noite o seu aloprado e desastrado programa no horário político. Nunca se viu nada igual. Quem estava em casa, nas empresas e nos escritórios parou para bater panela, apitar, gritar, fazer barulho. Quem estava nas ruas meteu a mão na buzina ou botou a boca no trombone nas calçadas.
Bastou a José de Abreu, no papel mais canastrão de sua carreira, nos ameaçar a todos com o abismo caso Dilma Rousseff tenha de deixar a Presidência, e o Brasil lhe deu a resposta, com dois picos especiais de euforia de contestação: quando Lula e a presidente apareceram. Houve assovios até em estações de metrô e terminais de ônibus. Uma eletricidade especial tomou conta dos quatro cantos do país.
Chega! Os brasileiros já não aguentam mais essa turma!
“Ah, mas eles não foram, afinal, eleitos?” Foram, sim! Mas não para mentir, não para trapacear, não para assaltar os cofres públicos, não para fazer pouco da nossa cara, não para impedir a realização dos nossos sonhos, não para atrapalhar os nossos anseios, não para comprometer o futuro dos nossos filhos.
Mas, ainda assim, nós poderíamos deixa-los lá, expressando o nosso desagrado, sem pedir que desocupassem a cadeira, não houvesse razões legais para isso. E elas existem! Esse governo, que bem cedo perdeu a legitimidade, descobriu-se também, atropelou a legalidade. E tem de sair por isso. Em cumprimento à Constituição e às leis. E é isso que o país dirá uma vez mais, aí nas ruas, no dia 16 de agosto.
Se dúvida houvesse sobre o estado das artes, não há mais. A pesquisa Datafolha se encarregou de revelar, referendando outras que a antecederam: a esmagadora maioria dos brasileiros quer a interrupção desse governo. Não reconhece nele as qualidades necessárias para tirar o país da crise. Dizem que a gestão Dilma é ruim ou péssima 71% dos entrevistados; nada menos de 66% pedem o impeachment.
Não obstante, o PT tem a cara de pau de levar ao ar um programa que ameaça três vezes o brasileiro com o pior se este decidir, ora vejam, exercitar uma prerrogativa constitucional, que é cobrar a saída de Dilma. Pior: classifica líderes de oposição de egoístas e oportunistas, continua a reivindicar o exclusivismo moral e ignora o mar de lama em que está mergulhado.
Lula, no papel de Lula — alheio à brutal corrosão de sua biografia e de sua imagem —, estava lá para assegurar que o PT é muito melhor do que os antecessores, que nunca antes na historia “destepaiz” etc e tal. O tempo passou. Lula não se deu conta. A mística passou. Lula não se deu conta. A mistificação passou. Lula não se deu conta. Lula não se deu conta, enfim, de que é hora de pendurar as chuteiras — na melhor das hipóteses pra ele. A pior ficará por conta da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça.
Alheia à realidade que a cerca, Dilma surgiu no vídeo para, santo Deus!, fazer promessas eleitorais que nem novas chegam a ser. Era aquela mesma senhora da campanha, a acenar com os mesmos amanhãs sorridentes. E, hoje, em agosto de 2015, a esmagadora maioria dos brasileiros já sabe que a candidata de outubro estava mentindo.
Mas não bastaram as ameaças. O PT também decidiu fazer pouco caso daqueles que protestam, ironizando os panelaços, como se, hoje, fosse o partido a falar em nome de uma maioria. O programa desta quinta certamente entrará para a história das decisões mais estúpidas jamais tomadas pela legenda.
E volto, para começar a encerrar, às ameaças de caos, abismo, crise institucional e golpe, que foram levadas ao ar. Cumpre fazer uma pergunta direta aos petistas: seus militantes e milicianos, por acaso, estão se armando? Quem encarna esse risco? Certamente não são aqueles que vão às ruas protestar, exibindo as cores verde e amarelo e portando a bandeira do Brasil, onde se lê com clareza: “Ordem e Progresso”.
Eu entendi errado, ou os petistas estão dizendo que, caso o Congresso — um Poder da República — ou o TSE, expressão de outro Poder, casse o mandato da presidente, os militantes da sigla e seus acólitos não aceitarão a decisão? E, nesse caso, farão exatamente o quê? A esmagadora maioria da população não tem armas. Os petistas estariam ameaçando as instituições? Com quais forças? Com quais, então, armas? Com quais líderes?
Nós, sim, os homens comuns, é que não podemos tolerar as ameaças feitas pelo PT no seu horário político.
Não! Se Dilma cair, não acontecerá nada de trágico para o país. Vai se respeitar a Constituição. Os que defendem a sua saída não têm armas — e quero crer que também as tenham os que querem a sua permanência. A lei será cumprida. E os que quiserem que não se cumpra hão de se submeter aos rigores do Estado democrático, que detém o monopólio do uso da força, se necessário, no cumprimento da Constituição também democrática. É simples.
O resto é papo-furado! O PT já não seduz, não convence nem assusta mais ninguém.
Faremos nas ruas a luta armada, sim! Iremos armados com a força do argumento. E só! E que ninguém ouse deter os pacíficos!
Texto publicado originalmente às 3h31
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/e-hora-de-fazer-a-luta-armada-nas-ruas-iremos-armados-com-a-forca-do-argumento-ou-que-ninguem-ouse-deter-os-pacificos/
Brasil faz panelaço contra o partido dos escândalos e a presidente mais impopular da história
Partido dos Trabalhadores apresentou um programa de TV que só conversa com os 8% de brasileiros que aprovam Dilma Rousseff. Os 71% que rejeitam a presidente protestaram
No dia que começou com a notícia de que a presidente Dilma Rousseff é a mais impopular da história, segundo pesquisa Datafolha, em que o dólar rompeu a barreira de 3,50 reais e os partidos aliados do governo começaram a desembarcar da base, o programa do Partido dos Trabalhadores na televisão foi recebido por um sonoro panelaço nas ruas do Brasil. Também houve buzinaços de quem estava preso no trânsito das grandes cidades.
O protesto registrado em todas as regiões - com centenas de imagens publicadas nas redes sociais - intensificou-se quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva surgiu afirmando que "nosso pior momento ainda é melhor do que o melhor momento deles". Na sequência, houve o ápice do panelaço: Dilma apareceu repetindo o discurso de que "estamos em uma travessia" e terminou sua fala dizendo que "sabe suportar pressões".
A peça partidária foi pontuada por ameaças veladas, pelos típicos discursos do "nós contra eles" e não fez nenhuma autocrítica pelo momento de crise política e econômica que o país vive. Também exibiu imagens de políticos da oposição - os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e José Agripino Maia (DEM-RN), e os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Paulo Pereira da Silva (SD-SP) - enquanto o narrador afirmava: "Não se deixe enganar pelos que só pensam em si mesmos".
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O trabalho ininterrupto gera diversas consequências físicas e psicológicas ao empregado. A exigência constante por produtividade faz com ...