sábado 06 2014

Políticos citados em depoimento têm algo em comum: todos negam

Política

Citados classificam depoimento como 'especulação' e tentam se distanciar do ex-diretor da Petrobras

Laryssa Borges, de Brasília
Michel Temer: "A delação premiada tem seus problemas. O PMDB como instituição não tem nada a ver com isso."
Michel Temer: "A delação premiada tem seus problemas. O PMDB como instituição não tem nada a ver com isso."(Eduardo Biermann/VEJA)
Políticos citados por Paulo Roberto Costa como beneficiados de um esquema bilionário de desvio de dinheiro e pagamento de propina, negaram neste sábado a participação no escândalo. Enquanto a ex-senadora Marina Silva (PSB) e a presidente Dilma Rousseff (PT), candidatas na corrida presidencial, classificaram como “ilações” e “especulações” os dados fornecidos à justiça pelo delator, o vice-presidente da República, Michel Temer, disse que o instituto da delação premiada “tem seus problemas” e afirmou que o PMDB, cujos integrantes são apontados por Costa como beneficiários de propina, “não tem nada a ver com isso”. Até agora os três não estão entre os citados pelo ex-diretor da Petrobras, mas as revelações afetaram diretamente as campanhas do PT e do PSB ao Palácio do Planalto.

Os nomes elencados por Costa incluem o ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Em nota, Calheiros negou a participação no esquema e afirmou que "suas relações com os diretores da estatal nunca passaram os limites institucionais". Os nomes das autoridades com foro privilegiado foram encaminhados ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável por levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caberá ao relator no STF, ministro Teori Zavascki, analisar o teor das informações fornecidas pelo ex-diretor da Petrobras e homologar a delação
“Houve menções vagas a pessoas do partido. O PMDB como instituição não tem nada a ver com isso. A delação premiada tem seus problemas. Isso tem que ser levado com muito cuidado para que não haja acusações infundadas”, disse o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), em Maceió (AL).

Candidato ao governo do Rio Grande do Norte, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), citado pelo delator, disse que não foram apresentadas provas contra ele e que a citação de Paulo Roberto Costa não é uma “denúncia formal nem fundamentada”. “Nunca pedi nem recebi quaisquer recursos por meio do senhor Paulo Roberto Costa. As afirmações foram feitas em um processo de delação premiada sem apresentação de provas. E delação premiada exige provas. Peço a todos que fiquem atentos à manipulação do episódio na campanha eleitoral por candidatos sem respeito pela verdade dos fatos”, disse Alves.
Ex-líder do governo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), negou ter recebido dinheiro de Paulo Roberto Costa e informou que conhece o ex-diretor da Petrobras apenas “de maneira institucional”. Outro político que alegou manter apenas "relações institucionais" com o ex-diretor da Petrobras foi o atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que saiu em defesa do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), citado por Paulo Roberto no depoimento.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), que também está na lista de autoridades mencionadas por Paulo Roberto Costa, disse repudiar “de forma veemente e com grande indignação” as referências a ela. “Nunca participei de nenhum esquema de corrupção e muito menos solicitei ao ex-diretor da Petrobras recursos de qualquer natureza. Tomarei todas as medidas jurídicas cabíveis para resguardar minha honra e minha dignidade”, afirmou.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, apontado por Paulo Roberto como a ponte entre o PT e o esquema de distribuição de propina da Petrobras, disse neste sábado que “nunca tratou de assunto relativo ao partido” com o ex-diretor da estatal. “É absolutamente mentirosa a declaração de que tenha havido qualquer tratativa, seja pessoal, por e-mail ou mesmo telefônica, com o referido senhor a respeito de doações financeiras ou qualquer outro assunto”, completou ele.

Justiça – Na Bahia, o presidente estadual do Democratas, José Carlos Aleluia, anunciou que pretende recorrer à Justiça para pedir o afastamento do deputado Mário Negromonte do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia. O parlamentar, que foi ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff, também foi citado como beneficiário do esquema de propina delatado por Paulo Roberto Costa. “Vamos pedir à Justiça o afastamento dele imediatamente. É uma afronta ao Estado a permanência dele lá. O governador Jaques Wagner desmoralizou o estado da Bahia ao defender e eleger o ex-deputado Mário Negromonte como conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM)”, disse o presidente do DEM.

Exclusivo: Paulo Roberto Costa começa a revelar nomes dos beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras

Em VEJA desta semana

Sergio Cabral, Roseana Sarney, Eduardo Campos, Renan Calheiros e Edison Lobão estão entre os citados nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras

Rodrigo Rangel
Atualizado às 4h42.
Preso em março pela Polícia Federal, sob a acusação de participar de um mega esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa aceitou recentemente os termos de um acordo de delação premiada – e começou a falar.
No prédio da PF em Curitiba, ele vem sendo interrogado por delegados e procuradores. Os depoimentos são registrados em vídeo — na metade da semana passada, já havia pelo menos 42 horas de gravação. Paulo Roberto acusa uma verdadeira constelação de participar do esquema de corrupção.
Entre eles estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do Senado,  Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), o eterno líder de qualquer governo. Já no grupo de deputados figuram o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), um dos mais ativos integrantes da bancada do PP na casa. O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP, é outro citado por Paulo Roberto como destinatário da propina. Da lista de três “governadores” citados pelo ex-diretor, todos os políticos são de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República morto no mês passado em um acidente aéreo.
Paulo Roberto também esmiúça a lógica que predominava na assinatura dos contratos bilionários da Petrobras – admitindo, pela primeira vez, que as empreiteiras contratadas pela companhia tinham, obrigatoriamente, que contribuir para um caixa paralelo cujo destino final eram partidos e políticos de diferentes partidos da base aliada do governo.
Sobre o PT, ele afirmou que o operador encarregado de fazer a ponte com o esquema era o tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto, cujo nome já havia aparecidao nas investigações como personagem de negócios suspeitos do doleiro Alberto Youssef. 
Conheça, nesta edição de VEJA, outros detalhes dos depoimentos que podem jogar o governo no centro de um escândalo de corrupção de proporções semelhantes às do mensalão. 

Oposição quer convocação imediata de Costa na CPI

Congresso

PPS vai pedir reunião de emergência para analisar o conteúdo do depoimento

Laryssa Borges, de Brasília
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, presta depoimento à CPI da estatal sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, presta depoimento à CPI da estatal sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo/VEJA)
Diante das revelações de que deputados, senadores, governadores e até um ministro participaram de um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, parlamentares de oposição defenderam neste sábado a convocação imediata do ex-diretor da estatal de petróleo, Paulo Roberto Costa, para prestar esclarecimentos ao Congresso. O PPS, partido de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff, afirmou que vai pedir na segunda-feira que seja convocada uma reunião de emergência da CPI da Petrobras para analisar as denúncias. 
Reportagem de VEJA revela que, em um acordo de delação premiada, Paulo Roberto Costa afirmou que políticos da base aliada à presidente Dilma e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que disputava a Presidência da República ao lado de Marina Silva, receberam dinheiro do esquema. O rol de citados pelo delator inclui três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal. De acordo com depoimento de Paulo Roberto Costa, o esquema funcionou nos dois mandatos do ex-presidente Lula, mas também adentrou a atual gestão da presidente Dilma Rousseff. 
Entre os nomes elencados por Costa estão os ex-governadores Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, Eduardo Campos, de Pernambuco, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Os nomes das autoridades com foro privilegiado já foram encaminhados ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável por levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caberá ao relator no STF, ministro Teori Zavascki, analisar o teor das informações do ex-diretor da Petrobras e homologar a delação. Entre os beneficiários do propinoduto revelado pelo ex-dirigente da estatal estão políticos do PT, PMDB e PP.
“A presidente Dilma Rousseff, sempre tão respeitosa com os companheiros condenados pelo STF, agora tem um mensalão para chamar de seu”, ironizou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (PSDB-BA). “O mesmo partido que acusava os adversários de supostamente pensarem em privatizar a Petrobras é o responsável por causar prejuízos históricos a maior empresa estatal brasileira, orgulhos dos cidadãos, jogando nas páginas policiais a credibilidade daquela que é um dos símbolos do patriotismo nacional.”
“Os fatos estão vindo à luz do dia e precisam urgentemente ser esclarecidos para que não caiam no esquecimento e o PT não consiga desviar a atenção da sociedade brasileira com suas propagandas mentirosas”, disse o deputado Rubens Bueno (PPS-PR). Para o congressista, os nomes de todas as autoridades citadas pelo ex-diretor da Petrobras devem ser tornados públicos.
Na próxima quarta-feira, quando está agendado o depoimento do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró à CPI mista da Petrobras, o líder dos Democratas, deputado Mendonça Filho (DEM-PE), afirmou que deve concluir que medidas podem ser tomadas diante das revelações de Paulo Roberto Costa. Também na quarta o líder do Solidariedade, deputado Fernando Francischini (SD-PR) e o coordenador jurídico da campanha do senador Aécio Neves à Presidência da República, deputado Carlos Sampaio, pretendem pedir acesso a todas as horas de depoimento do ex-diretor da Petrobras à Justiça e ao Ministério Público. Para Sampaio, ouvir imediatamente Paulo Roberto Costa na CPI garante “agilidade à investigação, já que a comissão de inquérito tem instrumentos mais ágeis que o Ministério Público e que o Judiciário”. “A população brasileira tem o direito de saber até que ponto a democracia e a legitimidade dos atos praticados pelos Poderes Executivo e Legislativo foram comprometidos."
Antes da divulgação dos nomes das autoridades citadas por Paulo Roberto Costa, o relator da CPI mista da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), havia admitido a possibilidade de convocar o ex-diretor para depor no colegiado. Para o parlamentar, porém, é preciso aguardar a conclusão do acordo de delação premiada antes de chamar o ex-dirigente ao Congresso Nacional.
Apesar do anúncio de medidas pela oposição, atualmente as duas comissões parlamentares de inquérito que investigam irregularidades na Petrobras não têm conseguido avançar nos trabalhos de apuração. Usualmente não há quórum para reuniões ou para votação de pedidos de convocação de autoridades. Além de serem blindadas por governistas, as CPIs têm entre seus integrantes parlamentares que disputam o processo eleitoral e que não têm comparecido a Brasília para as reuniões.

Como a delação de Costa impacta a corrida eleitoral

Política

Denúncias atingem o governo em cheio e também podem prejudicar candidatura de Marina Silva. Tucanos veem chance de reação

Gabriel Castro, de Brasília
Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB)
Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) (Ivan Pacheco e Felipe Cotrim/VEJA.com)
As quatro últimas semanas antes do primeiro turno da eleição presidencial devem ser ainda mais movimentadas depois que Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, firmou um acordo de delação premiada. Conforme revelou VEJA nesta semana, ele citou os políticos beneficiados pelo esquema de corrupção na estatal em depoimento à Polícia Federal. A investigação sobre o escândalo da Petrobras pode alterar o panorama justamente quando a campanha entrava no momento de consolidação dos votos.
Em acordos de delação premiada, o depoente se compromete a não omitir qualquer informação relevante de que dispuser. E precisa sustentar as acusações que faz. Disso depende o abatimento da pena a que ele será submetido.
Evidentemente, os políticos citados nominalmente por Costa como beneficiários do esquema devem ser os mais afetados: isso inclui o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), que disputa o governo do Rio Grande do Norte.
Mas a crise se coloca, sobretudo, no caminho da reeleição da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT. Paulo Roberto Costa foi nomeado para o cargo na Petrobras por Lula, em 2004, e ficou no cargo até 2012 – já no governo atual, portanto. Além disso, o tesoureiro do PT, João Vaccari, é citado pelo ex-diretor como uma das pessoas que captaram dinheiro no esquema. Praticamente todos os citados no escândalo são aliados da presidente.
A revelação de detalhes sobre os desvios em escala industrial pode atingir a popularidade de Dilma. Eles são a confirmação de que a crise na Petrobras não é fruto de acidente ou deslize, mas resultado de uma política consciente de loteamento de cargos-chave da administração da companhia.
Como Paulo Roberto Costa também mencionou o nome do ex-governador Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência morto em 13 de agosto, entre os envolvidos no esquema, a campanha de Marina Silva pode ser afetada. No mínimo, a candidata do PSB deve ficar impossibilitada de explorar o caso eleitoralmente.
Ao tucano Aécio Neves, o episódio se desenha como uma oportunidade – talvez a última – de reagir nas pesquisas de intenção de voto. É nisso que os tucanos apostam agora.
Já na manhã deste sábado, os três candidatos demonstraram como pretendem lidar com o caso.Aécio Neves divulgou um vídeo em que chama o episódio de ‘mensalão 2’. Dilma adotou um discurso cauteloso: "Eu gostarei de saber direitinho quais são as informações prestadas nessas condições e te asseguro que tomarei as providências cabíveis", disse a candidata. Marina Silva tratou de se desvincular do episódio e deve deixar que o partido responda os questionamentos sobre o escândalo.
O professor João Paulo Peixoto, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, acredita que o PSDB pode se beneficiar das revelações. O caso, segundo ele, dá uma última esperança a Aécio de se consolidar como a alternativa mais viável que o PT e chegar ao segundo turno. "Eu tendo a acreditar que o PSDB vai crescer com a transformação das outras candidaturas em alvo", diz Peixoto. Entretanto, o professor avalia que ainda é cedo para avaliar se Aécio Neves pode ultrapassar uma de suas adversárias na corrida presidencial.
As últimas pesquisas mostram que Dilma Rousseff tem pouco mais de um terço do eleitorado. É aproximadamente o potencial de votos mínimo do PT em eleições presidenciais: são os petistas históricos, lulistas convictos e beneficiados pelo Bolsa Família – que dificilmente mudariam seu voto. Por isso, o eleitorado de Marina Silva se apresenta como o campo prioritário para as ofensivas de Aécio.
Nos próximos dias, portanto, conforme novos detalhes do escândalo surgirem e as informações se consolidarem na cabeça do eleitor, a turbulenta eleição de 2014 pode sofrer novas guinadas. "A instabilidade do quadro político brasileiro é evidente", diz o professor da UnB.

Encrenca na certa - O avião usado por Campos

Encrenca na certa

Avião usado por Campos
O avião usado por Campos
Um problema adicional, entre tantos outros, que a queda do jato de campanha de Eduardo Campos está causando: como o jato não estava devidamente regularizado para funcionar como táxi-aéreo, a seguradora está colocando obstáculos para pagar indenizações.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/eleicoes-2014/mais-uma-encrenca-em-torno-da-queda-do-aviao-da-campanha-de-eduardo-campos/

Como evitar o derrame

Como evitar o derrame


A hipertensão é a principal desencadeadora do AVC, isquêmico ou hemorrágico. Ela pode causar lesões nas paredes internas das artérias, tornando-as menos elásticas e mais predispostas a entupimento e endurecimento. "O tratamento da hipertensão, feito por meio de medicamentos, dieta e prática de atividade física, diminui em 90% o risco de um derrame em hipertensos", afirma Adriana Conforto, neurologista chefe do Grupo de Doenças Cerebrovasculares do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Segundo ela, um estudo feito no Hospital das Clínicas de São Paulo mostrou que 80,5% dos pacientes admitidos por AVC isquêmico no pronto-socorro apresentavam antecedente de hipertensão arterial.

Exercitar-se

A prática de atividades físicas pode ajudar no controle do peso, na saúde do coração e na redução do risco de diabetes, hipertensão arterial e formação de coágulos sanguíneos — condições que podem levar ao derrame. Assim, exercitar-se melhora diversos fatores que aumentam o risco de AVC.

Monitorar o peso

A obesidade e o sobrepeso podem desencadear hipertensão e diabetes, fatores de risco do AVC. "Quem está acima do peso tem maior probabilidade de sofrer um derrame", diz Antonio Cezar Galvão, neurologista do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.
 
O cálculo do índice de massa corpórea (IMC), medida que relaciona altura, peso e nível de gordura, ajuda a determinar se o indivíduo está com o peso ideal.

Reduzir o colesterol

Altos níveis de LDL (conhecido como colesterol "ruim") no sangue favorecem a aterosclerose, que se caracteriza pela formação de placas de gordura nas paredes das artérias. A doença estreita e enrijece esses vasos e dificulta o fluxo sanguíneo. A lesão na parede das artérias pode, ainda, levar à formação de coágulos e, logo, ao AVC isquêmico. Uma dieta saudável e pobre em gorduras saturadas e trans ajuda a proteger a saúde cardiovascular.

Tratar o diabetes

O diabetes é o segundo principal fator de risco do AVC, por piorar a hipertensão arterial e contribuir na formação da aterosclerose. "O diabetes enrijece a parede arterial, que favorece o acúmulo de gordura no vaso, aumenta os níveis de insulina no sangue e altera o sistema circulatório e metabólico", diz Caio Focássio, cirurgião vascular da Santa Casa de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Esse cenário facilita o surgimento de coágulos, que podem chegar ao cérebro, obstruir uma artéria e, assim, levar ao AVC isquêmico.

Seguir uma dieta balanceada

Alimentar-se bem é crucial para controlar o peso, a hipertensão, o diabetes e o colesterol. De acordo com Adriana Conforto, os três principais mandamentos de uma dieta anti-AVC são ingerir sal moderadamente (isto é, consumir no máximo 3 colheres [café] rasas por dia), comer oito a dez porções de frutas, verduras e legumes diariamente e, por fim, manter distância de alimentos gordurosos, principalmente aqueles com altos níveis de gorduras saturadas — como frituras e manteiga.

Ter uma gravidez saudável

A pré-eclâmpsia, doença que atinge entre 6 e 10% das gestantes, aumenta a pressão arterial e causa uma perda de proteínas pela urina na fase final da gravidez. Segundo a Associação Americana do Coração, mulheres com pré-eclâmpsia têm duas vezes mais probabilidade de sofrer um derrame — condição que, por sua vez, atinge três em cada 10 000 grávidas. A recomendação geral é que mulheres enquadradas no grupo de risco (aquelas com hipertensão crônica, diabetes e obesidade, por exemplo) tomem doses baixas de aspirina a partir do segundo trimestre de gestação. O médico decidirá o melhor para cada caso

Manter a saúde cardíaca em dia

Doenças cardíacas podem formar coágulos no sangue e levar ao AVC isquêmico. São exemplos de moléstias relacionadas ao derrame a fibrilação atrial crônica, que é quando o coração bate num ritmo anormal e irregular, e a trombose coronariana, na qual uma artéria é bloqueada por um coágulo. A fibrilação atrial costuma ser controlada com medicamentos anticoagulantes e a trombose coronariana, popularmente conhecida como infarto do miocárdio, com antiagregantes. "Sobreviventes de um infarto do miocárdio podem ter mais placas de gordura pelo corpo, que levam aos coágulos. Esses trombos podem causar tanto um novo infarto, quanto um AVC. A diferença entre os dois é a localização da obstrução arterial", explica Álvaro Pentagna, neurologista do hospital São Luiz Itaim, em São Paulo.

Não fumar

Substâncias presentes no cigarro, como a nicotina, favorecem a degradação da parede arterial e, por isso, a formação de placas de gordura aderidas nos vasos. "Além disso, o cigarro tem componentes que promovem a coagulação, facilitando a formação de trombos e, consequentemente, do derrame", explica o cirurgião vascular Caio Focássio.

Beber álcool com moderação

O consumo exagerado de álcool faz com que o organismo desenvolva distúrbios de coagulação, como a aterosclerose, atrapalhando a circulação sanguínea. "Beber muito álcool favorece hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e transtornos metabólicos que comprometem a circulação sanguínea cerebral, predispondo ao AVC", diz a médica Elizabeth Batista, coordenadora de neurologia do hospital Barra D'Or, no Rio de Janeiro.

Ficar atenta à combinação entre anticoncepcional e enxaqueca com aura

O estrogênio, hormônio presente na pílula, estimula a formação de placas nas paredes dos vasos sanguíneos. Apenas o uso do anticoncepcional, porém, não eleva significativamente o risco do derrame. "Quando a mulher já tem um histórico de enxaquecas com aura, aquela que prejudica a visão nas crises, e toma anticoncepcional, precisa ficar atenta ao risco de AVC. Essas duas situações elevam a probabilidade de formação de coágulos", explica o neurologista Álvaro Pentagna.

Olivia Newton-John + John Travolta - You're the One That I Want

                                    

Potássio protege mulheres contra AVC, diz pesquisa

Alimentação

Veja.Com                                                                                                                                                                                                                                                   

Estudo feito com participantes acima dos 50 anos descobriu que consumir maiores quantidades do nutriente diminui risco de derrame

Banana é uma das melhores fontes de potássio: nutriente faz bem ao coração da mulher, segundo estudo
Banana é uma das melhores fontes de potássio: nutriente faz bem ao coração da mulher, segundo estudo (Thinkstock)
Consumir alimentos ricos em potássio, como a banana, o feijão e o espinafre, pode ajudar mulheres a evitar um acidente vascular cerebral (AVC), segundo uma nova pesquisa.
O estudo, feito no Albert Einstein College of Medicine, nos Estados Unidos, acompanhou mais de 90 000 mulheres de 50 a 79 anos durante onze anos. Os pesquisadores cruzaram os dados sobre a prevalência de derrame cerebral entre as participantes e a quantidade de potássio que havia na alimentação delas.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Potassium Intake and Risk of Stroke in Women With Hypertension and Nonhypertension

Onde foi divulgada: Stroke

Quem fez: Arjun Seth, Yasmin Mossavar-Rahmani, Victor Kamensky, Brian Silver, Kamakshi Lakshminarayan, Ross Prentice, Linda Van Horn, e Sylvia Wassertheil-Smoller

Instituição: Albert Einstein College of Medicine, Estados Unidos.

Resultado: Mulheres que mais comem potássio têm risco 12% menor de sofrer AVC e 10% menor de morrer por qualquer causa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de pelo menos 3 500 miligramas de potássio por dia. As participantes do estudo, porém, ingeriam, em média, 2 600 miligramas do nutriente diariamente. Em 100 gramas de banana prata ou de extrato de tomate, é possível obter 358 miligramas e 680 miligramas de potássio, respectivamente.
Segundo os resultados da pesquisa, as mulheres que consumiam mais potássio (3 193 miligramas por dia ou mais) foram 12% menos propensas a sofrer um AVC do que as que comiam as menores quantidades do nutriente (menos de 1 925 miligramas ao dia). Além disso, elas tiveram um risco 10% menor de morrer ao longo do estudo por qualquer causa.
A pesquisa, publicada no periódico Stroke​, ainda indicou que os benefícios do potássio são maiores em mulheres que não têm pressão arterial elevada. Entre elas, um maior consumo de potássio evitou até 21% dos casos de AVC. "Nossos resultados dão mais um motivo para que as mulheres comam frutas e vegetais, já que esses alimentos são boas fontes de potássio", diz Sylvia Wassertheil-Smoller, coordenadora do estudo.
Segundo a Associação Americana do Coração, idosos e pessoas com problemas nos rins precisam tomar cuidado com o excesso de potássio. Por isso, quem deseja tomar suplementos do nutriente deve consultar um médico para saber a quantidade correta a ser ingerida.

Cabe a Zavascki homologar delação premiada de Paulo Roberto

Em VEJA desta semana

JUSTIÇA - Cabe ao ministro Teori Zavascki homologar o acordo de delação premiada
JUSTIÇA - Cabe ao ministro Teori Zavascki homologar o acordo de delação premiada (Fellipe Sampaio/SBT)
O instrumento da delação premiada, se bem aplicado, pode demolir organizações e punir criminosos que se mantêm inalcançáveis pelos métodos convencionais de investigação. Mal usado, pode servir aos bandidos como arma para atingir inimigos ou destruir reputações. Na década de 80, a Itália era refém do crime organizado. As máfias controlavam empresas e tinham representantes infiltrados nos mais altos escalões da política. A oferta de perdão judicial aos delatores ajudou a desmontar a gigantesca estrutura que subjugava o Estado. Uma experiência semelhante será testada com Paulo Roberto Costa. O ex-diretor se ofereceu para fazer o acordo de delação premiada. Os termos precisam ser chancelados por um juiz. Os responsáveis pelo caso entenderam que o melhor caminho era levá-lo diretamente ao Supremo Tribunal Federal, dado o grande número de acusados com foro privilegiado.
A tarefa caberá ao ministro Teori Zavascki, que também deverá relatar eventuais processos decorrentes da investigação. Pelo acordo, Paulo Roberto se obriga a contar o que sabe, identificar seus parceiros de crime. Se as informações prestadas forem consideradas úteis, no fim do processo ele poderá ser beneficiado com uma redução de pena ou até mesmo o perdão judicial. Ao longo da delação, além de ouvirem o que o réu tem a dizer, os investigadores se encarregam de cruzar as informações com outras provas do processo. A ideia é que, no final, eles tenham elementos suficientes para levar todos os envolvidos a julgamento. Paulo Roberto também se comprometeu a abrir mão dos bens que acumulou com dinheiro desviado e a pagar uma multa. Enquanto durar a delação, ele ficará preso em uma cela isolada, mas pode ser libertado tão logo seja encerrada a fase de depoimentos.