Política
Citados classificam depoimento como 'especulação' e tentam se distanciar do ex-diretor da Petrobras
Laryssa Borges, de Brasília
Michel Temer: "A delação premiada tem seus problemas. O PMDB como instituição não tem nada a ver com isso."(Eduardo Biermann/VEJA)
Políticos citados por Paulo Roberto Costa como beneficiados de um esquema bilionário de desvio de dinheiro e pagamento de propina, negaram neste sábado a participação no escândalo. Enquanto a ex-senadora Marina Silva (PSB) e a presidente Dilma Rousseff (PT), candidatas na corrida presidencial, classificaram como “ilações” e “especulações” os dados fornecidos à justiça pelo delator, o vice-presidente da República, Michel Temer, disse que o instituto da delação premiada “tem seus problemas” e afirmou que o PMDB, cujos integrantes são apontados por Costa como beneficiários de propina, “não tem nada a ver com isso”. Até agora os três não estão entre os citados pelo ex-diretor da Petrobras, mas as revelações afetaram diretamente as campanhas do PT e do PSB ao Palácio do Planalto.
Os nomes elencados por Costa incluem o ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Em nota, Calheiros negou a participação no esquema e afirmou que "suas relações com os diretores da estatal nunca passaram os limites institucionais". Os nomes das autoridades com foro privilegiado foram encaminhados ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável por levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caberá ao relator no STF, ministro Teori Zavascki, analisar o teor das informações fornecidas pelo ex-diretor da Petrobras e homologar a delação.
“Houve menções vagas a pessoas do partido. O PMDB como instituição não tem nada a ver com isso. A delação premiada tem seus problemas. Isso tem que ser levado com muito cuidado para que não haja acusações infundadas”, disse o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), em Maceió (AL).
Candidato ao governo do Rio Grande do Norte, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), citado pelo delator, disse que não foram apresentadas provas contra ele e que a citação de Paulo Roberto Costa não é uma “denúncia formal nem fundamentada”. “Nunca pedi nem recebi quaisquer recursos por meio do senhor Paulo Roberto Costa. As afirmações foram feitas em um processo de delação premiada sem apresentação de provas. E delação premiada exige provas. Peço a todos que fiquem atentos à manipulação do episódio na campanha eleitoral por candidatos sem respeito pela verdade dos fatos”, disse Alves.
Candidato ao governo do Rio Grande do Norte, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), citado pelo delator, disse que não foram apresentadas provas contra ele e que a citação de Paulo Roberto Costa não é uma “denúncia formal nem fundamentada”. “Nunca pedi nem recebi quaisquer recursos por meio do senhor Paulo Roberto Costa. As afirmações foram feitas em um processo de delação premiada sem apresentação de provas. E delação premiada exige provas. Peço a todos que fiquem atentos à manipulação do episódio na campanha eleitoral por candidatos sem respeito pela verdade dos fatos”, disse Alves.
Ex-líder do governo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), negou ter recebido dinheiro de Paulo Roberto Costa e informou que conhece o ex-diretor da Petrobras apenas “de maneira institucional”. Outro político que alegou manter apenas "relações institucionais" com o ex-diretor da Petrobras foi o atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que saiu em defesa do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), citado por Paulo Roberto no depoimento.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), que também está na lista de autoridades mencionadas por Paulo Roberto Costa, disse repudiar “de forma veemente e com grande indignação” as referências a ela. “Nunca participei de nenhum esquema de corrupção e muito menos solicitei ao ex-diretor da Petrobras recursos de qualquer natureza. Tomarei todas as medidas jurídicas cabíveis para resguardar minha honra e minha dignidade”, afirmou.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, apontado por Paulo Roberto como a ponte entre o PT e o esquema de distribuição de propina da Petrobras, disse neste sábado que “nunca tratou de assunto relativo ao partido” com o ex-diretor da estatal. “É absolutamente mentirosa a declaração de que tenha havido qualquer tratativa, seja pessoal, por e-mail ou mesmo telefônica, com o referido senhor a respeito de doações financeiras ou qualquer outro assunto”, completou ele.
Justiça – Na Bahia, o presidente estadual do Democratas, José Carlos Aleluia, anunciou que pretende recorrer à Justiça para pedir o afastamento do deputado Mário Negromonte do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia. O parlamentar, que foi ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff, também foi citado como beneficiário do esquema de propina delatado por Paulo Roberto Costa. “Vamos pedir à Justiça o afastamento dele imediatamente. É uma afronta ao Estado a permanência dele lá. O governador Jaques Wagner desmoralizou o estado da Bahia ao defender e eleger o ex-deputado Mário Negromonte como conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM)”, disse o presidente do DEM.
Justiça – Na Bahia, o presidente estadual do Democratas, José Carlos Aleluia, anunciou que pretende recorrer à Justiça para pedir o afastamento do deputado Mário Negromonte do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia. O parlamentar, que foi ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff, também foi citado como beneficiário do esquema de propina delatado por Paulo Roberto Costa. “Vamos pedir à Justiça o afastamento dele imediatamente. É uma afronta ao Estado a permanência dele lá. O governador Jaques Wagner desmoralizou o estado da Bahia ao defender e eleger o ex-deputado Mário Negromonte como conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM)”, disse o presidente do DEM.
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