sábado 17 2012

Arnaldo Jabor - Os homens querem uma mulher que não existe

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amor e sexo- Rita Lee/Arnaldo Jabor/

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Crônica do amor - Arnaldo Jabor

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Arnaldo Jabor fala sobre Carne e Meio Ambiente

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Cientistas mapeiam a atividade cerebral de médiuns


Mente

Pesquisadores examinaram o cérebro de médiuns brasileiros e descobriram que áreas ligadas à linguagem tiveram atividade abaixo do esperado, o que poderia mostrar um estado de falta de foco e de perda da autoconsciência

cerebro arte
Os médiuns mais experientes apresentaram redução na atividade de determinadas áreas do cérebro (iStockphoto)
A atividade cerebral em determinadas partes do cérebro dos médiuns diminui nas sessões de psicografia, revela um artigo científico publicado nesta sexta-feira na revista PLOS ONE. Realizado por pesquisadores da Universidade Thomas Jefferson, nos Estados Unidos, e da Universidade de São Paulo (USP), o estudo mapeou, por meio de tomografias, os cérebros de uma dezena de médiuns brasileiros enquanto eles psicografavam.
As áreas do cérebro que apresentaram redução no fluxo sanguíneo cerebral foram ohipocampo esquerdo, o giro temporal superior direito e regiões do lobo frontal, que são associadas ao raciocínio, planejamento, geração de linguagem, movimento e solução de problemas. Para os autores, entre eles Andrew Newberg, professor da Universidade Thomas Jefferson, e Julio Peres, professor do Instituto de Psicologia da USP, essa pouca atividade pode indicar falta de foco, de atenção e de autoconsciência durante as psicografias. O curioso, no entanto, é que a complexidade das cartas redigidas durante o transe da psicografia deveria estar relacionada com uma maior atividade nessas áreas do cérebro.
"Experiências espirituais afetam a atividade cerebral, e isso é conhecido. Mas a resposta cerebral à prática de uma suposta comunicação com um espírito ou uma pessoa morta recebeu pouca atenção científica. A partir de agora, novos estudos devem ser realizados", diz Newberg.

Saiba mais

PSICOGRAFIA
Habilidade atribuída a médiuns de escrever mensagens ditadas por espíritos, estabelecendo uma espécie de elo entre o mundo terreno e o espiritual.
HIPOCAMPO
São estruturas localizadas nos lobos temporais do cérebro humano responsáveis pelas memórias de curto e longo prazo. A relação entre seu tamanho e capacidade, no entanto, ainda não está clara. A região atua também no sistema de navegação espacial e na ativação de hormônios que respondem a situações de estresse, adaptando o corpo.
De acordo com o espiritismo, os médiuns, quando psicografam, recebem mensagens de espíritos de pessoas mortas. No Brasil, o mais conhecido dos médiuns foi o mineiro Chico Xavier (1910-2002), que produziu mais de 400 livros.
Para comparar o nível de atividade cerebral durante as psicografias, os cientistas aplicaram exames nos médiuns enquanto eles escreviam textos sem estar em estado de transe. 
Experiência — A redução da atividade no lobo frontal ocorreu em níveis diferentes nos participantes. Eles foram separados entre médiuns experientes e iniciantes, sendo que o tempo de exercício da atividade variava de 5 a 47 anos. Para os noviços, a atividade no lobo posterior foi consideravelmente mais intensa. De acordo com os pesquisadores, isso pode indicar um maior esforço para tentar atingir com sucesso o estado de transe.
Outra questão levantada pela pesquisa é a complexidade dos textos produzidos. Uma análise mostrou que o conteúdo das cartas psicografadas era mais complexo do que as redigidas para outros fins. "Particularmente, os médiuns mais experientes produziram um material mais complexo, o que na teoria deveria requerer mais atividade nos lobos temporal e frontal. Mas este não foi o caso", escrevem os estudiosos. O conteúdo das cartas psicografadas, por exemplo, envolvia princípios éticos e abordava questões de espiritualidade e ciência.
Uma das hipóteses para esse fenômeno, segundo os pesquisadores, é que, ao reduzir a atividade do lobo frontal, outras partes do cérebro sejam acionadas, aumentando o nível de complexidade. "Enquanto as razões exatas para isso são ainda desconhecidas, nosso estudo sugere que há uma correlação neurofisiológica envolvida", afirma Newberg.
Essa correlação, no entanto, não é, absolutamente, um indicativo de uma suposta conexão com o mundo espiritual, ou algo do gênero. O mesmo fenômeno observado no cérebro dos médiuns ocorre com o cérebro de pianistas, por exemplo. Enquanto eles estão aprendendo a tocar e é preciso se concentrar em cada nota musical, o cérebro é ativado. Mas às medida que se tornam experts e tocar não requer mais tanta concentração, o cérebro não produz tanta atividade. "Podemos estar vendo um fenômeno parecido, no qual os médiuns treinam seus cérebros para desempenhar uma atividade psicográfica", diz Newberg.

"O estudo contribui para o nosso entendimento da relação entre o cérebro e as experiências e práticas espirituais" 

Andrew Newberg
Diretor de Pesquisa no Myrna Brind Center of Integrative Medicine da Universidade Thomas Jefferson

Por que houve essa diferença na atividade cerebral de acordo com a experiência dos médiuns?
Eu acho que isso reflete como o cérebro pode ser treinado para uma tarefa particular — um efeito de treino. Por exemplo: quando uma pessoa começa a aprender a tocar piano, ou outro instrumento musical, ela precisa, a princípio, focar em aprender cada nota — presumivelmente ativando o cérebro. Mas, na medida em que ela se torna um expert, o cérebro fica mais eficiente e pode até diminuir sua atividade, uma vez que tocar torna-se uma coisa fácil, que pode ser feita sem pensar. Podemos estar vendo um fenômeno parecido, no qual os médiuns treinam seus cérebros para desempenhar uma atividade psicográfica.
O que a redução da atividade em certas partes do cérebro sugere?
Neste caso, o estudo sugere que áreas que normalmente funcionam quando estamos escrevendo ou realizando outras tarefas cognitivas, de certa forma, desligam quando a pessoa entra em estado de transe. Isso é consistente com a experiência (dos médiuns) segundo a qual eles não estão no comando da prática e do que estão escrevendo. Quando a atividade do lobo frontal diminui, a pessoa não sente que está realizando uma tarefa, e sim que essa tarefa está sendo feita para ela.
Qual a relação entre experiências espirituais e a atividade cerebral?
As experiências espirituais são muito diversificadas e incluem processos cognitivos, emocionais, de percepção e de comportamento. Dependendo do tipo de experiência, nós vemos diferentes maneiras no modo como o cérebro responde. Para a psicografia, o lobo frontal diminui sua atividade porque o transe faz com que eles sintam que não estão escrevendo.
Na opinião do senhor, qual a maior contribuição do estudo?
Eu acho que o estudo contribui para o nosso entendimento da relação entre o cérebro e as experiências e práticas espirituais. Também nos leva a pensar se os médiuns de fato estão conectados a um reino espiritual, ou se simplesmente estão usando seus cérebros para construir essas experiências. Esse estudo não nos dá uma resposta definitiva. Mas traz muita coisa para pensarmos.

Três xícaras de café ao dia reduzem em 10% mortalidade entre adultos, diz estudo


Expectativa de vida

Pesquisa feita com mais de 400.000 indivíduos mostrou que bebida diminui mortalidade por problemas como doença cardiovascular, diabetes e infecção

Café
Três xícaras da café ao dia pode prolongar vida (John Foxx/Thinkstock)
Adultos com mais de 50 anos que bebem pelo menos três xícaras de café por dia podem reduzir o risco de morrer em 10% em relação àqueles que não consomem a bebida, revelou um estudo do Instituto Nacional do Câncer (NCI), dos Estados Unidos. A pesquisa foi feita com mais de 400.000 pessoas e os resultados foram publicados nesta quinta-feira na revista médica New England Journal of Medicine (NEJM).
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Association of Coffee Drinking with Total and Cause-Specific Mortality

Onde foi divulgada: revista New England Journal of Medicine

Quem fez: Neal D. Freedman, Yikyung Park, Christian C. Abnet, Albert Hollenbeck e Rashmi Sinha

Instituição: Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos

Dados de amostragem: 229,119 homens e 173,141 mulheres de 50 a 71 anos

Resultado: Beber três xícaras de café ao dia reduz em até 10% risco de morte entre pessoas de 50 a 71 anos em um período de 12 anos. O consumo em excesso da bebida, porém, pode aumentar risco de câncer entre homens.
O trabalho foi feito com base em um questionário aplicado em cerca de 230.000 homens e mais de 170.000 mulheres, que tinham de 50 a 71 anos entre 1995 e 1996, quando o estudo começou. Os participantes foram acompanhados até 31 de dezembro de 2008.
Os resultados demonstraram que as pessoas que consumiram, em média, três xícaras de café por dia, normal ou descafeinado, tiveram menos risco de morrer de doenças cardiovasculares e respiratórias, acidente vascular cerebral (AVC), ferimentos, acidentes, diabetes e infecção do que as pessoas que não ingeriram a bebida. Os cientistas, contudo, notaram um aumento muito sutil no risco de câncer entre os homens que consumiram muito café. Entre as mulheres, ao contrário, não foi constatado um vínculo direto entre o fato de beber café e mortes por câncer.
Essas conclusões foram obtidas após os autores da pesquisa terem levado em conta também outros fatores de mortalidade, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.



No entanto, os pesquisadores alertaram para o fato de que não podem afirmar com certeza, em termos científicos, que o consumo do café prolongaria a vida.
"Nós descobrimos que o consumo de café estava ligado a um risco menor de mortalidade em geral, mas o mecanismo pelo qual o café reduziria a mortalidade não está claro porque esta bebida contém mais de mil substâncias diferentes que podem, potencialmente, afetar a saúde",diz Neal Freedman, da divisão de epidemiologia de câncer e genética do Instituto Nacional do Câncer dos EUA e principal autor da pesquisa.
Mesmo assim, o autor afirma que os resultados dão certa garantia ao fato de que a bebida não faz mal à saúde.
(Com agência France-Presse)

Quatro xícaras de café ao dia evitam insuficiência cardíaca


Saúde do coração

Segundo estudo, hábito pode ajudar a diminuir risco do problema em até 11%

Estudo: café não aumenta risco cardiovascular
Estudo: insuficiência cardíaca pode ser evitada com quatro xícaras de café ao dia (Thinkstock)
Mais um benefício à saúde foi atribuído ao café. Dessa vez, pesquisadores do Centro Médico Beth Israel, hospital ligado à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, concluíram que quem consome moderadamente a bebida — ou seja, quatro xícaras ao dia — pode apresentar até 11% menos chances de ter insuficiência cardíaca. O estudo foi publicado nesta terça-feira no periódico Circulation: Heart Failure, uma publicação da Associação Americana do Coração.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Habitual Coffee Consumption and Risk of Heart Failure: A Dose-Response Meta-Analysis

Onde foi divulgada: revista Circulation: Heart Failure

Quem fez: Elizabeth Mostofsky, Megan S. Rice, Emily B. Levitan e Murray A. Mittleman

Instituição: Centro Médico Beth Israel, hospital ligado à Universidade de Harvard

Dados de amostragem: análise de outras quatro pesquisas sobre o consumo de café que, ao todo, envolveram 140.220 participantes e registraram 6.522 casos de insuficiência cardíaca, de janeiro de 1966 a dezembro de 2011.

Resultado:  quem consome a bebida moderadamente tem menos riscos de sofrer insuficiência cardíaca.
Esse resultado foi baseado na análise de outras quatro pesquisas sobre o consumo de café que, ao todo, envolveram 140.220 participantes e registraram 6.522 casos de insuficiência cardíaca, de janeiro de 1966 a dezembro de 2011. De acordo com os autores do trabalho, a relação entre o café e a proteção ao coração segue o padrão da ‘curva em J’. Ou seja, quem consome a bebida moderadamente tem menos riscos de sofrer o problema cardíaco do que os abstêmios; mas quem bebe muito café, além de não se beneficiar, pode até prejudicar a saúde.
Os pesquisadores não conseguiram, porém, explicar de que maneira o café age sobre o organismo, reduzindo o risco de insuficiência cardíaca. No entanto, eles lembram que outros trabalhos relacionaram o consumo de cafeína à proteção contra diabetes e hipertensão — dois fatores associados à doença. Evitando esses dois problemas, portanto, já seria um modo eficaz de diminuir as chances de insuficiência cardíaca.








Saiba mais

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Acontece quando, em decorrência de uma determinada doença, o coração bombeia o sangue de maneira ineficaz, não conseguindo satisfazer a necessidade do organismo, reduzindo o fluxo sanguíneo. Embora possa acometer pessoas de todas as idades, é mais comum em idosos. Pessoas com insuficiência cardíaca grave devem utilizar dispositivos mecânicos ou receber um transplante.

Atividade física pode evitar insuficiência cardíaca em idosos


Saúde do coração

Pesquisa identificou um risco menor da doença entre aqueles que se exercitavam com maior frequência

Envelhecimento: Pesquisa dá primeiro passo para tornar novamente jovens músculos de idosos
Idoso ativo: Exercício físico pode ser aliado de pessoas maiores do que 65 anos para evitar a insuficiência cardíaca(Thinkstock)
Exercitar-se é um hábito que pode ajudar a prevenir uma série de complicações de saúde. No entanto, a prática nem sempre precisa ser seguida durante toda a vida — embora isso seja o ideal — para que esse efeito positivo ocorra. Um novo estudo feito na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, concluiu que pessoas maiores do que 65 anos de idade que praticam alguma atividade física têm menos chances de sofrer de insuficiência cardíaca, uma condição que é mais comum entre idosos. Segundo os autores desse estudo, exercícios de intensidade moderada, como caminhada rápida, por exemplo, já são suficientes para produzir o efeito positivo. As conclusões foram publicadas na edição desta semana do periódico Journal of the American College of Cardiology.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Physical Activity, Change in Biomarkers of Myocardial Stress and Injury, and Subsequent Heart Failure Risk in Older Adults

Onde foi divulgada: periódico Journal of the American College of Cardiology

Quem fez: Christopher deFilippi,James de Lemos, Andrew Tkaczuk, Robert Christenson, Mercedes Carnethon, David Siscovick e outros

Instituição: Universidade de Maryland, Estados Unidos

Dados de amostragem: 2.933 pessoas maiores do que 65 anos de idade

Resultado: Idosos que praticam atividade física possuem menores níveis de marcadores biológicos que indicam o risco de insuficiência cardíaca
Os pesquisadores selecionaram 2.933 pessoas com mais de 65 anos que não tinham insuficiência cardíaca e mediram os seus níveis de dois marcadores biológicos (marcadores são substâncias medidas para detectar alguma doença ou desequilíbrio no organismo) para a condição. Foram eles a troponina T, uma proteína envolvida no processo de contração muscular, e o peptídeo natiurético tipo-B, molécula liberada pelas células cardíacas. Uma grande quantidade dessas substâncias no organismo indica um maior risco de insuficiência cardíaca. Os níveis de atividade física que cada participante praticava também foram avaliados.
Os resultados indicaram uma relação inversa entre os níveis de atividade física que um participante realizava e os níveis desses dois marcadores biológicos em seu organismo. Ou seja, aqueles que se exercitavam com mais frequência apresentavam menores níveis de ambas as substâncias e, portanto, um menor risco de insuficiência cardíaca.








Segundo o estudo, os indivíduos mais fisicamente ativos eram 70% menos suscetíveis a ter altos níveis de troponina T e 50% menos propensos a ter altos níveis do peptídeo natiurético tipo-B. "Nossas descobertas levantam a possibilidade de que os níveis de marcadores biológicos associados à insuficiência cardíaca podem ser alterados com a adoção de um estilo de vida saudável mesmo em idades mais avançadas", escreveram os autores no artigo.
O efeito benéfico dos exercícios em idosos tem sido demonstrado por vários estudos. Uma pesquisa americana publicada recentemente, por exemplo, mostrou que uma pequena quantidade de exercícios físicos regulares pode proteger idosos de perdas de memória que acontecem subitamente após uma infecção, doença ou lesão na velhice. Além disso, segundo indicou um trabalho sueco, pessoas com mais de 75 anos, mesmo aquelas que sofrem de alguma doença crônica, podem viver até cinco anos a mais se adotarem hábitos saudáveis — entre eles, atividades físicas, inclusive as realizadas nos momentos de lazer. 

Saiba mais

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Pode acontecer em decorrência de qualquer doença que afete diretamente o coração. Acontece quando o coração bombeia o sangue de maneira ineficaz, não conseguindo satisfazer a necessidade do organismo, reduzindo o fluxo sanguíneo do corpo ou a uma congestão de sangue nas veias e nos pulmões. A insuficiência faz com que os músculos dos braços e das pernas se cansem mais rapidamente, os rins trabalhem menos e a pressão arterial fique baixa. A função do coração é bombear o sangue para o corpo e, depois, tirar o sangue das veias. Quando o coração bombeia menos sangue do que o normal, há uma fração de ejeção reduzida. Quando o coração enfrenta dificuldades em receber o sangue novamente, trata-se de uma fração de ejeção preservada, ou insuficiência cardíaca com dificuldade de enchimento do coração. Embora possa acometer pessoas de todas as idades, é mais comum em idosos.

Israel poderá mobilizar até 75.000 reservistas contra Gaza


Soldado israelense próximo ao Domo de Ferro, sistema israelense antimísseis
Soldado israelense próximo ao Domo de Ferro, sistema israelense antimísseis - Daniel Bar-On/Reuters







Autorização seria mais um indício da possibilidade de uma invasão terrestre. Segundo imprensa local, autoridades do centro e sul de Israel foram instruídas a se preparar para um período de até sete semanas de combate


Israel poderá mobilizar até 75.000 reservistas, segundo a imprensa local, no que seria mais uma indicação de que uma invasão terrestre a Faixa de Gaza pode estar perto de ocorrer. O governo autorizou a convocação depois de uma reunião em Tel Aviv do gabinete de segurança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, composto pelos nove principais ministros.
O ministro da Defesa, Ehud Barak, já havia aprovado anteriormente a ampliação do número de convocados para mais de 30.000, depois que foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza caíram perto de Jerusalém Tel Aviv.


Segundo o jornal israelense Haaretz, na operação ‘Chumbo Fundido’, quatro anos atrás, menos de 10.000 combatentes foram alistados para a invasão da Faixa de Gaza. A nova operação, que está sendo chamada de ‘Pilar Defensivo’, teve como marco a morte do chefe militar do Hamas,Ahmed Jabari, em um bombardeio na quarta-feira.

O jornal Yedioth Ahronoth, de Israel, publicou que autoridades do centro e sul do país foram instruídas a se preparar para um período de sete semanas de combate. A matéria afirma ainda que Israel acredita que o Hamas ainda pode lançar foguetes de longa distância, que alcancem mais de 75 quilômetros.

Depois de reunir-se com o presidente Shimon Peres, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahi disse, segundo comunicado divulgado por seu gabinete, que o exército israelense estava atingindo o Hamas continuamente e “está pronto para expandir a operação em Gaza”.

Segundo a imprensa israelense, desde o início da operação, mais de 500 foguetes teriam sido lançados em direção a Israel, 190 apenas nesta sexta-feira. Muitos deles foram interceptados pelo sistema antimísseis israelense. Pouco mais de 20 teriam atingido áreas habitadas. Mais de 600 alvos na Faixa de Gaza foram atingidos por Israel, segundo a rede BBC internacional.
Um dos foguetes lançados a partir de Gaza, segundo militantes do Hamas, tinha como alvo o parlamento israelense, em Jerusalém, cidade a cerca de 70 quilômetros de distância. Este foi considerado o primeiro ataque a partir de Gaza contra a cidade. Mas o projétil caiu nos arredores de Jerusalém, sem deixar feridos.

A capital comercial de Israel, Tel Aviv, também foi alvo de mísseis disparados pelo Hamas. Dois foram lançados nesta quinta, no primeiro ataque à cidade desde a Guerra do Golfo de 1991. Um dos mísseis teria caído no mar e o outro, atingido uma região desabitada no subúrbio. Um terceiro foi lançado nesta sexta e também caiu no mar, segundo a polícia.

O Hamas informou que pelo menos 28 pessoas foram mortas desde quarta-feira. Três israelenses foram mortos ontem, depois que uma residência foi atingida por foguetes em Kiryat Malakhi.


Mapa indica região do conflito

Fotos inéditas do cérebro de Einstein podem explicar sua inteligência fora de série


Genialidade

Córtex cerebral do físico alemão apresenta complexidade e padrões de concavidades e saliências diferentes dos cérebros normais

O físico Albert Einstein
Divulgação de 14 imagens inéditas do cérebro de Albert Einstein ajudam a entender habilidades cognitivas do físico alemão (Arthur Sasse/AFP)
Fotografias tiradas do cérebro de Albert Einstein logo após sua morte mostram características incomuns. As imagens, nunca divulgadas e analisadas antes, apontam para uma maior complexidade do córtex cerebral do físico alemão. Essa região do cérebro, rica em neurônios, é responsável pelo processamento neural mais sofisticado. O estudo foi publicado nesta sexta-feira no periódico médico Brain.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The cerebral cortex of Albert Einstein: a description and preliminary analysis of unpublished photographs

Onde foi divulgada: periódico Brain

Quem fez: Dean Falk, Frederick E. Lepore e Adrianne Noe

Instituição: Universidade do Estado da Flórida e Museu Nacional de Saúde e Medicina dos EUA

Dados de amostragem: 14 imagens inéditas do cérebro de Albert Einstein

Resultado: O cérebro de Einstein tem um córtex pré-frontal extraordinário, o que pode ter contribuído para os substratos neurológicos que lhe deram suas conhecidas habilidades cognitivas.
O antropólogo Dean Falk, da Universidade do Estado da Flórida, nos Estados Unidos, teve acesso às 14 fotos recentemente descobertas do córtex cerebral inteiro de Einstein. As imagens foram comparadas com fotos de 85 cérebros humanos considerados normais. A maioria das imagens descobertas foi tirada de ângulos incomuns e mostram estruturas que não eram visíveis nas imagens que já haviam sido divulgadas.
Diferenças — De acordo com Falk, o achado mais surpreendente diz respeito à complexidade e ao padrão de concavidades e saliências do córtex cerebral de Einstein. De acordo com os pesquisadores, esses complexos padrões podem ter sido responsáveis por dar à área cerebral uma grande superfície — o que pode ter contribuído para o desenvolvimento das habilidades cognitivas de Einstein.
Uma particularidade do cérebro do físico está na região somatossensorial, responsável por receber informações sensoriais do corpo. Nela, o lado correspondente à mão esquerda é mais expandido.


 Os pesquisadores acreditam que isso pode ter contribuído para suas realizações ao tocar o violino, por exemplo. Os lóbulos parietais (parte superior do cérebro) de Einstein também são incomuns e podem ter fornecido algumas das bases neurológicas para suas habilidades visuais, espaciais e matemáticas.
Cérebro — Após a morte de Einstein em 1955, seu cérebro foi removido e fotografado de diversos ângulos, com a permissão de sua família. O órgão foi seccionado em 240 blocos, a partir dos quais foram preparadas lâminas histológicas – mas a maioria das fotografias, blocos e lâminas ficou perdida por mais de 55 anos. As 14 fotografias usadas pelos pesquisadores estão agora em poder do Museu Nacional de Saúde e Medicina dos Estados Unidos.
Reprodução
cérebro Albert Einstein
Uma das imagens do cérebro do físico alemão Albert Einstein divulgadas pela revista Brain: anatomia diferente dos cérebros considerados normais pode explicar inteligência fora do comum

Marisa Monte - Depois ( Oficial )

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Sintomas de saudade - Marisa Monte

Adriana Calcanhotto - Do fundo do meu coração

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Marisa Monte / Tribalistas - Velha Infância (ao Vivo)

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Vilarejo - Marisa Monte

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"Ainda Bem" Marisa Monte - Clipe Oficial

Demais!

Decisão reforça ação contra Maluf no STF- Haddad não comenta sentença; equipe será discreta sobre o tema

http://www.estadao.com.br/
Intenção do prefeito eleito é não melindrar Paulo Maluf, aliado na campanha à eleição deste ano
17 de novembro de 2012 | 2h 03
FERNANDO GALLO - O Estado de S.Paulo
O prefeito eleito Fernando Haddad (PT) vai manter os trabalhos técnicos da Prefeitura em tudo o que se referir à ação contra o deputado Paulo Maluf (PP-SP) em Jersey, e insistirá para reaver o dinheiro, mas politicamente o fará com discrição para não melindrar o aliado e nem seu partido, o PP, que o ajudaram a se eleger em outubro. Nenhuma atitude simbólica deve ser tomada em função da repatriação dos recursos referentes à condenação judicial do deputado.
Haddad, que tem dito reiteradas vezes que fará um governo de coalizão, deve instalar o PP na Secretaria de Habitação de sua futura gestão. Publicamente, a equipe de transição petista informa que a negociação com o partido é feita com o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), mas Maluf participa dela e da indicação dos nomes que os pepistas oferecem a Haddad.
O futuro secretário de Negócios Jurídicos do prefeito eleito, Luís Fernando Massonetto, já trata com o atual, Cláudio Lembo, das iniciativas que estão sendo tomadas e das que caberão à próxima gestão. Lembo afirmou ao Estado que a Prefeitura vai entrar ainda este ano com ações de execução contra Maluf em Jersey e em São Paulo para resgatar o valor, estimado entre US$ 22 milhões e US$ 32 milhões, que a Justiça da ilha considerou que foi desviado pelo deputado dos cofres públicos de São Paulo.
O atual secretário informou também que a gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) estuda acionar judicialmente por danos morais a instituição financeira que repassou o dinheiro a Jersey. Segundo ele, caberá à administração Haddad decidir se pedirá um valor específico ou se deixará que a Justiça o arbitre.
"Houve um banco estrangeiro que fez a transferência dessa moeda escusa para Jersey. Ele precisa responder pelo ato dele também", sustentou Lembo.
O secretário afirmou que, embora tenha tido acesso apenas a extratos da sentença final, ela lhe pareceu "rigorosa" e "muito clara e precisa sobre o andamento do dinheiro do Brasil para lá". Segundo Lembo, não há prazo para que o dinheiro retorne aos cofres da Prefeitura. "Não se esqueça de que essa ação durou muitos anos", asseverou ele.
Procurada ontem pela reportagem, a equipe de transição não quis se pronunciar sobre a condenação de Maluf e nem sobre como pretende atuar no processo.
Em entrevista concedida ao Estado logo após sua eleição como prefeito, Haddad foi indagado se acionaria o Superior Tribunal de Justiça para poder executar no Brasil a decisão da Justiça de Jersey, e respondeu que "o que for do interesse de São Paulo será feito, independentemente de qualquer outra coisa".
"Pode ser contra quem for. Isso é obrigação constitucional. Não é uma decisão que possa ser tomada pelo prefeito. Não é decisão livre do prefeito. Ele está vinculado legalmente pelo ordenamento jurídico. E eu jamais deixaria de cumprir a lei", disse.
Contudo, a iniciativa deverá ser tomada pela atual gestão, o que livraria o petista desse ônus político para com Maluf, que ao se coligar com o PT proporcionou para um Haddad até então desconhecido, e com 3% de intenção de votos nas pesquisas, precioso 1min30seg de tempo de televisão no horário eleitoral.
Desgaste. Selada nos jardins da mansão do pepista em São Paulo, tendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como fiador, a aliança entre Maluf e Haddad resultou em desgaste para o petista. De cara, perdeu a então candidata a vice, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que abandonou a disputa alegando que não poderia estar no mesmo palanque de Maluf. Durante toda a eleição teve de responder sobre a incômoda presença do aliado - inclusive em debates na TV -, mesmo tendo o deputado se distanciado da campanha.
Agora, arca com o ônus da presença do PP no secretariado em meio à pendenga de Jersey.

Justiça de Jersey manda offshore ligada a Maluf devolver US$ 22 mi à Prefeitura

http://www.estadao.com.br/
FERNANDO NAKAGAWA, ENVIADO ESPECIAL / JERSEY , JAMIL CHADE , CORRESPONDENTE / GENEBRA - O Estado de S.Paulo
A Corte Real de Jersey determinou que empresas offshore ligadas ao ex-prefeito Paulo Maluf devolvam aos cofres públicos US$ 22 milhões - ou R$ 46 milhões. A Justiça da ilha britânica concluiu que parte do dinheiro depositado no paraíso fiscal tinha como origem desvios da obra de construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Jornalista Roberto Marinho, na zona sul de São Paulo.
"Paulo Maluf era parte da fraude à medida que, pelo menos no decorrer de janeiro e fevereiro de 1998, ele ou outras pessoas em seu nome receberam ou foram creditadas no Brasil com uma série de 15 pagamentos secretos", diz a sentença divulgada ontem.
À época do desvio, a cidade já era administrada pelo sucessor de Maluf, seu afilhado político Celso Pitta, que morreu em 2009. Neste mesmo ano, advogados da Prefeitura solicitaram oficialmente à Justiça da ilha britânica a repatriação dos US$ 22 milhões atribuídos a Maluf, o que levou à abertura da ação.
O valor que voltará para a Prefeitura está bloqueado em Jersey, sendo que parte importante é composta por ações da Eucatex - empresa da família Maluf. Por isso, o retorno dos recursos ainda depende desses papéis. Se a venda das ações não for suficiente, a procuradoria do município deve pedir outros ativos das empresas da família para completar o valor.
Durante o julgamento envolvendo Maluf - frequentemente acusado de corrupção -, os juízes de Jersey reconheceram, curiosamente, que "nem todo político é corrupto" e que é preciso ter em perspectiva a importância de um caso que envolva um ex-prefeito. Mesmo assim, a condenação ocorreu porque as evidências são fortes, disseram. "Mesmo se partimos da premissa que é improvável que alguém da proeminência de Paulo Maluf tenha se envolvido em uma atividade fraudulenta desse tipo, o peso das evidências no caso atual é tal que o ônus da prova é mais que satisfatório", diz a decisão.
O esquema que envolve o ex-prefeito começou na zona sul de São Paulo e terminou na pequena ilha no Canal da Mancha. Por meio de duas empresas fundadas e administradas pela família - a Durant e a Kildare, Maluf e seu filho Flávio foram os beneficiados do desvio de cerca de 20% da verba destinada à construção da Avenida Água Espraiada.
Com notas fiscais frias, a prefeitura paulistana pagou US$ 10,5 milhões a mais para a construtora Mendes Júnior, que liderava as obras. Esse dinheiro foi repassado a empresas subcontratadas e, depois, transferido a Nova York. De lá, o dinheiro cruzou o Atlântico para ser depositado em nome de duas empresas offshore dos Maluf em Jersey. Offshore é uma companhia sem atividade, aberta geralmente para pagar menos impostos do que no país de origem.
"A ligação entre os pagamentos não poderia ser mais clara", diz a sentença, ao citar a sequência dos pagamentos: prefeitura - empreiteiras - conta nos EUA - offshore dos Maluf. Ao resumir o esquema em uma das principais obras da gestão do ex-prefeito, a Justiça da ilha afirmou que "entre o fim de 1997 e o início de 1998, o município de São Paulo foi vítima de uma fraude substancial".
Defesa. O deputado e o filho negam relação com as contas, motivo pelo qual não atuaram formalmente na defesa. "Os réus não fizeram, na prática, a contestação sobre os fundos em questão", cita o texto da Justiça de Jersey.
A corte demonstrou insatisfação com a estratégia dos advogados que representam as empresas offshore. Além de o juiz que a preside, Howard Page, ter mostrado contrariedade com a estratégia dos réus de tentar atrasar o andamento processo, a sentença divulgada ontem destaca o fato de que a defesa só questionou a autenticidade das evidências, sem apresentar provas para livrar a culpa das offshore do recebimento do dinheiro ilícito.
Segundo a sentença, a abordagem da defesa era "minimalista". Na maioria dos casos, cita, a estratégia consistia apenas em negar a acusação apresentada. Outra crítica repetida algumas vezes é o fato de que, em nenhum momento, Maluf e Flávio foram às sessões em Jersey para se defender. "Em certas circunstâncias, um tribunal pode ter o direito de tirar conclusões desfavoráveis pela ausência ou silêncio de uma testemunha que se esperaria ter material de evidência para oferecer na ação", cita o documento. "Na ausência, a inferência natural deve ser a de que a presença como testemunha só teria servido para fortalecer o argumento da acusação."
Recurso. Os advogados de defesa podem entrar com recurso em Jersey nos próximos 30 dias. Há, ainda, uma última possibilidade de apelação em Londres, mas, para isso, é preciso ter a aprovação da própria corte de Jersey. Entre os envolvidos, a expectativa é que, diante dos argumentos apresentados ontem, é baixa a possibilidade de mudança na decisão.
Para o procurador-geral do Município de São Paulo, Celso Coccaro, o recurso, porém, não tem efeito suspensivo. "Se houver recurso, mas não tivermos essa suspensão, trabalharemos como se não houvesse recurso algum."
Coccaro destacou que a decisão deixou em aberto como será feita a repatriação do dinheiro para a Prefeitura. O mais provável que é o processo seja feito a partir de uma ação de execução.

Decisão reforça ação contra Maluf no STF


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Movimentação em Jersey é alvo de processo em Brasília; ex-prefeito responde ainda por outros dois casos envolvendo contas no exterior


                                                                                                                                                                  FAUSTO MACEDO - O Estado de S.Paulo
Paulo Maluf poderá ser preso se for condenado em pelo menos uma das três ações penais a que responde no Supremo Tribunal Federal. Pelos cálculos do procurador da República em São Paulo Rodrigo de Grandis, a reclusão pode ser imposta ao ex-prefeito de São Paulo desde que a Corte o condene, por exemplo, no processo em que lhe são imputados três crimes de lavagem de dinheiro, justamente sobre a movimentação financeira em Jersey.
Para o promotor Silvio Marques, ação em Jersey refletirá nos processos em que Maluf é alvo no Brasil - Tiago Queiroz/Estadão - 19/6/2012
Tiago Queiroz/Estadão - 19/6/2012
Para o promotor Silvio Marques, ação em Jersey refletirá nos processos em que Maluf é alvo no Brasil
"Se for levada em consideração a pena mínima da lavagem, que é de 3 anos, e se ele (Maluf) for condenado em concurso material, e é isso que pedimos, vai chegar a 9 anos de reclusão", afirma o procurador da República.
Para qualquer réu ir parar atrás das grades, em regime fechado, a pena a ele aplicada deve superar 8 anos. "O Supremo tem motivo de sobra para fixar pena acima do mínimo (para Maluf)", diz ele.
As ações contra Maluf no STF são agora de competência da Procuradoria-Geral da República. Como deputado federal, ele tem a prerrogativa de se submeter ao rito da Corte, enquanto no exercício do mandato legislativo. No âmbito da improbidade administrativa, que prevê sanções de caráter civil, como suspensão dos direitos políticos, Maluf não tem esse privilégio e responde na primeira instância a várias ações.
O processo do STF que envolve a movimentação em Jersey é resultado de denúncia de Grandis, especialista em combate a crimes financeiros e lavagem. A denúncia foi apresentada em dezembro de 2006, um dia antes da diplomação de Maluf como deputado federal pelo PP. A 2.ª Vara Criminal Federal em São Paulo, na época, acabou encaminhando os autos ao STF.
Apenas em 2011 a denúncia foi recebida pelo ministro Ricardo Lewandowski. Quando isso aconteceu, um dos crimes imputados a Maluf, formação de quadrilha, já estava prescrito.
O procurador alerta sobre o risco da prescrição. Maluf tem mais de 80 anos, o que faz o prazo da prescrição cair pela metade.
Para de Grandis a sentença de Jersey afasta incisivamente a alegação reiterada de Maluf sobre suposta perseguição política do Ministério Público brasileiro. "A sentença demonstra claramente que o Poder Judiciário de outra região (Jersey), que não tem qualquer vínculo com o Brasil, analisou de forma isenta o caso e verificou a responsabilidade de Maluf e de seus familiares."
O procurador prevê reflexos em outras demandas. "Pode gerar precedentes para outros casos importantes. A decisão confirma tudo o que o Ministério Público sustenta desde o início."
Ele rechaça a versão de Maluf, que continua afirmando taxativamente que não possui conta em Jersey. "De fato não existe conta em nome dele, mas em nome de offshores que foram criadas por ele para movimentar recursos dos quais ele é o beneficiário. Esse procedimento é muito comum nas operações de lavagem de dinheiro. A estratégia (de Maluf) não surpreende. A criação de offshores é subterfúgio para manutenção de contas em paraísos fiscais", afirma.                                

É aí que mora o perigo


FERNÃO LARA MESQUITA, JORNALISTA, ESCREVE NO SITE WWW.VESPEIRO.COM - O Estado de S.Paulo

O capitalismo de Estado chinês é o marco ao pé do qual foi enterrada para sempre a ilusão que embalou os sonhos de certos estudiosos das ciências sociais de que o capitalismo seria capaz de engendrar a democracia, e vice-versa. Desde que, no final dos anos 1970, Deng Xiaoping proclamou, com alguns séculos de atraso em relação aos protestantes, que "enriquecer é glorioso", esses rousseaunianos às avessas vêm esperando em vão que o "socialismo de mercado", ao estimular a demanda reprimida por mais liberdade, acabe por empurrar a China para mais abertura política.
O 18.º Congresso do Partido Comunista Chinês, que delibera a sucessão no comando da ditadura que governa a China desde 1949, acaba de reafirmar textualmente que não há no horizonte nenhum sinal de relaxamento. O que há, ao contrário, é um muito concreto movimento universal de refluxo do capitalismo democrático, aquele caracterizado pela oposição do poder do Estado ao poder do capital, para fazer frente à competição predatória que os grandes monopólios chineses estão impondo ao mundo na disputa pelo mercado dos manufaturados que ainda sustentam a maior parte dos empregos do mundo.
Dos EUA democrata-goldmansachsianos de Barak Obama ao Brasil petista-gerdau-mckinseyano de Dilma Rousseff e Fernando Haddad, passando por onde mais se queira passar, o Estado e o capital cada vez mais se dão as mãos, com a consequência necessária de que não sobra em cena nenhuma força capaz de se lhes opor.
A lição reintroduzida pelo pragmatismo chinês, superados os mal-entendidos do século 20, é a de que nada se parece mais com o "centralismo democrático" leninista que a organização interna de uma empresa capitalista, havendo, portanto, muito mais a aproximar do que a afastar o governante autoritário do megaempresário, esses irmãos siameses que nasceram para buscar o poder pelo caminho do dinheiro ou o dinheiro pelo caminho do poder. A verdade histórica, aliás, é que eles sempre andaram de mãos dadas, sendo a democracia - um artifício da inteligência inventado exatamente para forçá-los a separar-se e opor-se um ao outro - um mero interregno a truncar o livre curso das forças da natureza nos pouquíssimos lugares onde chegou a se realizar de modo pleno.
E, no entanto, todos os segmentos "educados" dos diversos países do mundo, sob a regência de uma imprensa em crise, que, por assim dizer, lidera a onda mundial de pânico, agem e vociferam como se o que está acontecendo fosse precisamente o contrário. O problema é que, especialmente quando estão com o rabo preso no torniquete da crise da hora, as pessoas costumam perder todo sentido de perspectiva. Que dizer, então, da perspectiva histórica?!
E é aí que mora o perigo.
O mundo viveu o certame Obama x Romney como se fosse seu. Num instigante artigo para o New York Times anterior à reeleição, Capitalists and other Psycopaths, William Deresiewicz argumentava com humor para concluir que "a ética, no capitalismo, é puramente opcional e extrínseca à sua natureza". Não é só "no capitalismo". A ética é extrínseca aos seres humanos enquanto espécie. É uma construção defensiva das sociedades humanas (entidade com natureza própria) que tem de ser imposta à força a cada um de seus membros.
O pormenor sintomático é que, para ilustrar seu ponto, Deresiewicz teve de viajar 300 anos para trás para lembrar A Fábula das Abelhas - Vícios Privados, Benefícios Públicos, do inglês Bernard Mandeville, "um Maquiavel do reino da economia que nos mostrou como realmente somos e afirmou que a sociedade comercial criava prosperidade ao constranger (para uma boa direção) os nossos impulsos naturais para a fraude (não há lucro sem ao menos uma pequena mentira), a luxúria e o orgulho" (que criam a demanda), de onde saiu o conceito que teria inspirado Adam Smith a formular o seu sobre "a mão invisível" do mercado.
"A 'mão' de Smith era 'invisível'", alertava Deresiewicz. "Mas a de Mandeville tinha de ser 'manejada com destreza por um político muito qualificado', ou seja, em termos modernos essa 'mão' seriam a lei, a regulamentação e os impostos".
Os EUA podem se dar o luxo de se dividirem apaixonadamente em torno da nuance da "mão visível" x a "mão invisível", que parece ridícula para quem vive a realidade esmiuçada no julgamento do mensalão, porque nos 300 anos que nos separam do início dessa discussão têm sido uma excrescência histórica: o primeiro e único governo da Terra desenhado a partir da premissa de que "os homens não são santos", por isso necessitam que a lei lhes imponha à força um comportamento (ético) que os afaste de sua natureza corrupta, aperfeiçoado logo a seguir com a definição complementar de que a principal função do Estado, encarnado por gente movida a sede de poder, é impor limites ao capital, detido por gente movida a sede de poder, mesmo quando o que o capital conquista é estritamente função de mérito.
Fogo contra fogo.
Já a esmagadora maior parte do resto do mundo vem desde os primórdios e sem nenhuma interrupção submetida a ligeiras variações do eterno modelo de um rei cercado de seus barões, para os quais não vale lei nenhuma, vivendo em eterno banquete, enquanto a patuleia pasta.
O medo é o maior inimigo da razão, já se sabe. Mas a Era das Comunicações Instantâneas já vai longe o bastante para que os jornalistas se vacinem contra a ilusão da "aldeia global", que por enquanto só se realizou no que diz respeito ao alcance da voz, e reaprendam a focar seu discurso na sua própria realidade, em vez de confundi-la com a realidade alheia.
Está na hora, aliás, de todos os que vivem sob patrões e governos se lembrarem, dentro e fora dos EUA, de que o auge da democracia foi a cruzada antitruste, que o tsunami chinês afogou, e que esse continua sendo o grande objetivo a ser perseguido.
Ou seremos todos engolidos, feito patos laqueados, e jogados de volta ao passado da selvageria política.