SÃO PAULO, Brasil - Pode um país misógino
ter um presidente do sexo feminino? Brasil prova que a resposta é sim. Mais de três anos para a administração da
presidente Dilma Rousseff, não mudou muita coisa para as mulheres
brasileiras. O feminismo ainda é muitas vezes visto como o
extremismo ridículo. A misoginia é racionalizado ou descartado como
ironia, enquanto o estupro é banalizado, ou até mesmo dispensado.
Alguns anos atrás, um famoso comediante
brasileiro brincou sobre a feiúra de vítimas de estupro que ele viu que
protestam nas ruas. "Por que você está reclamando?",
Questionou. "Os homens que fizeram isso não merecem ser presos, mas
abraçou."
Alguns alegaram que era apenas uma piada,
mas é claramente revelado o que os brasileiros pensam sobre o assunto: Vamos
lá, homens e mulheres são iguais agora; não há necessidade de fazer tanto
barulho.
Só que ainda é muito longe da
verdade. De acordo com uma pesquisa recente do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada, 26 por cento dos brasileiros concordam que as mulheres que
usam roupas reveladoras merecem ser agredida. Na mesma sondagem, 59 por
cento disseram que pensaram que haveria menos estupros se as mulheres sabiam
como se comportar.
A cada ano, o Brasil vende uma
hiper-sexualizada Carnaval para os turistas, tratando o corpo das mulheres como
uma atração nacional. Um site de notícias chamado G1 apresentou
recentemente seus leitores com um quiz: "De quem mama é isso?" Havia
closes de seios nuas ou seminuas do desfile de Carnaval e os leitores tinham
que adivinhar para qual celebridade pertenciam. (Eu tenho quatro respostas
direita de 10. Mas então eu olhei para o meu próprio e ficou um pouco
deprimido.)
A nossa é uma nação obcecada pela beleza e
magreza à la Gisele Bündchen.Brasil só perde para os Estados Unidos no uso de
cirurgia plástica, com 1,5 milhões de operações por ano. Se você tornar-se
um pouco acima do peso, os brasileiros vão comentar; você vai se sentir
mal com o seu corpo e começa a hesitar nas sombras em torno de piscinas, como
um hipopótamo tímido.
Ultimamente tem havido uma explosão de
blogueiros aptidão cujos empregos são - em teoria - para dar dicas sobre
saúde. Mas eles enfrentam acusações freqüentes de ser efectivamente pago
para fazer propaganda de produtos da perda de peso, como os suplementos de
queima de gordura e dieta shakes. Seus sites dizem-nos que uma barriga de
"negativo" é a chave para a felicidade.
Mas essa pressão é em grande parte direcionada
a mulheres e homens enfrentam muito menos críticas sobre sua
aparência. Também os seus salários são mais altos do que a nossa; Eu
ganho 35 a 50 por cento menos do que os meus colegas do sexo masculino, embora
não possamos dizer com certeza que é uma questão de gênero. Talvez seja
apenas falta de talento.
Considerando o quanto a atenção do público
é pago às formas de barrigas e seios aqui, e como grande parte da indústria do
turismo é construído sobre a beleza brasileira, o país é estranhamente sensível
quando se trata de outros países objetivando mulheres brasileiras no mesmo
caminho. Por exemplo, ele parecia um pouco hipócrita quando, recentemente,
conselho de turismo do Brasil disse Adidas a parar de vender duas camisetas da
Copa do Mundo por causa de suas conotações sexuais. Um deles tinha a
mensagem "I Heart Brasil", onde o coração era um upside-down nádegas
de uma mulher vestindo uma tanga. A outra camisa exibida uma menina de
biquíni eo slogan "Lookin 'to Score".
Em 2002, o conselho de turismo também se
queixou quando "Os Simpsons" fez piada com o nosso país, retratando
mostra TV brasileira para as crianças, hospedado por mulheres seminuas fazendo
movimentos sensuais. (Ele também retratou os táxis que mudaram seus sinais
de "refém" - que foi considerado um ultraje, embora eu, pessoalmente,
achei engraçado.) Há algumas semanas, "Os Simpsons" foi ao ar mais um
episódio sobre o Brasil ea Copa do Mundo; ele mostrou um monte de
bandidos, autoridades corruptas e, novamente, os apresentadores seminuas de
espectáculos para crianças.Até agora não houve uma declaração oficial, mas eu
não ficaria surpreso se houvesse.
Mas tudo isso é uma nota lateral comparação
com assuntos de interesse muito mais grave. Nos principais destinos
turísticos como Rio de Janeiro e Salvador, exploração sexual, tráfico de
mulheres e prostituição infantil são problemas urgentes. Existem 250.000
crianças forçadas à prostituição no Brasil.
Mulheres lutam diariamente contra o assédio
sexual, violência doméstica e abuso emocional. Aqui em São Paulo, de
acordo com as Nações Unidas, uma mulher é agredida a cada 15
segundos. Temos visto recentemente um surto de casos de assédio sexual no
metrô; um grupo feminista ainda distribuiu agulhas para passageiros do
sexo feminino, aconselhando as mulheres a se defender.
Além disso, um relatório do governo de 2011
encontrou que 43 por cento de todas as mulheres que sofreram algum tipo de
violência em suas próprias casas. Muitas vítimas, mesmo aqueles com ensino
superior, estão com muito medo de denunciar o abuso.
Mais de sete anos atrás, o governo
promulgou uma lei federal aumentando a punição para a violência doméstica
contra as mulheres. Desde então, a "Lei Maria da Penha" - nome
de uma mulher cujo marido atirou nela, deixando-a paraplégica, em seguida,
tentou eletrocutá-la quando ela voltou do hospital, e ainda permanecia um homem
livre por duas décadas - tem tido positivo resultados. Mas ainda há muito
a ser feito.
Aqui, como em outras partes do mundo, não
há nada como o nó no estômago mulheres se ao andar sozinho à noite, ao passar
um grupo de homens que de repente parar de falar. Não há nada como ter
medo de seu próprio marido.Estes são os tipos de momentos em que Dilma não nos
fazer bem.
Vanessa Barbara é um romancista e
colunista do jornal Folha de São Paulo.
Correção: 19 de maio de 2014
Uma versão anterior deste artigo e uma
correção no início deu as fontes erradas para uma figura sobre o número de
crianças envolvidas em prostituição no Brasil. A fonte era um Departamento
de Estado dos Estados Unidos relatório de 2011 sobre o tráfico de pessoas, em
que os policiais federais brasileiros estimam que para cima de 250 mil crianças
estavam envolvidas na prostituição - não Unicef ou o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.