sexta-feira 04 2012

O Rappa - Minha Alma ( A Paz Que Eu Não Quero ) - Eletronic Video Sing

Físico maranhense será novo presidente da Agência Espacial Brasileira

Espaço

José Raimundo Coelho era diretor do Parque Tecnológico de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Físico é considerado um dos homens de confiança de Marco Antônio Raupp, ministro de Ciência e Tecnologia

Talita Fernandes
José Raimundo Braga Coelho, físico e matemático assumiu a agência espacial brasileira José Raimundo Braga Coelho, físico e matemático assumiu a agência espacial brasileira (Divulgação)
A AEB (Agência Espacial Brasileira) tem novo presidente. O físico maranhense José Raimundo Coelho foi nomeado nesta sexta-feira para comandar o programa espacial do país. A decisão saiu no Diário Oficial da União.

Coelho era o favorito para substiuir Marco Antônio Raupp, atual ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação. O físico já havia substituído o ministro, em março de 2011, na direção do Parque Tecnológico de São José dos Campos, no interior de São Paulo, que ocupou até agora.

O novo presidente da AEB é considerado uma das pessoas de confiança de Raupp. Os dois trabalharam juntos no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre 1985 e 1989, quando Raupp era diretor do instituto. Coelho era chefe de cooperação internacional e de gabinete de Raupp. Também no Inpe, Coelho coordenou o programa de satélites feito com a China, chamado CBERS.

A presidencia da AEB estava sendo ocupada interinamente, desde janeiro, por Thyrso Villella, diretor da área de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB. De acordo com a assessoria da agência, uma cerimônia de posse deverá ser realizada até o fim da próxima semana.
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/fisico-maranhense-sera-novo-presidente-da-agencia-espacial-brasileira 

Cliente que encontrou larvas em chocolate é indenizado

Justiça

Em um semana, essa é a segunda condenação pelo mesmo motivo da empresa Kraft Foods do Brasil, responsável pela marca Lacta

Valmar Hupsel Filho
Chocolate Shot Chocolate Shot (Divulgação)
A Justiça paranaense condenou em segunda instância a Kraft Foods do Brasil S.A., empresa responsável pela marca Lacta, e o mercado Irmãos Muffato e Cia Ltda a pagarem indenização no valor de 18 000 reais a um consumidor que identificou a presença de larvas, ovos de inseto e restos de casulos em uma barra do chocolate Shot Amendoim Lacta. É a segunda condenação da empresa pelo mesmo motivo em apenas uma semana.
No último dia 25, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a companhia a pagar indenização de 5 000 reais a um consumidor que também encontrou larvas e ovos de insetos em um chocolate. Em janeiro, a empresa foi condenada a pagar 30 000 reais a uma consumidora que também havia encontrado larvas e ovos de insetos no mesmo chocolate.
A decisão da 9.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná ratificou, por unanimidade, a condenação em primeira instância que julgou procedente a ação de indenização por danos morais proposta por um consumidor contra as empresas, mesmo sob o argumento de que elas "realizam rigorosas inspeções nos produtos".
“É possível que tal contaminação ocorra mesmo com tais padrões de controle de qualidade, ou até mesmo que haja alguma imperfeição na embalagem que permita a entrada de insetos", argumentou em seu relatório o desembargador Renato Braga Bettega, que ratificou a condenação em primeira instância.
No recurso à ação movida pelo consumidor paulista, que chegou a passar mal depois de perceber a contaminação no chocolate, a Kraft Foods do Brasil S.A. usou o mesmo argumento. O consumidor dirigiu-se ao estabelecimento onde havia comprado o chocolate, abriu outra barra do mesmo produto na presença de uma funcionária e ambos constataram a presença de larvas e ovos de insetos.
Neste caso, o desembargador João Francisco Moreira Viegas, do TJ-SP teve entendimento semelhante ao do colega paranaense e responsabilizou o fabricante pela manutenção da qualidade e integridade dos produtos. “Em que pese utilizar rígido controle e fiscalização das matérias primas durante o processo de fabricação visando a preservação do produto, o fabricante deve ser responsabilizado pelo produto impróprio disponibilizado ao consumidor”, escreveu o magistrado, argumentando que a responsabilidade do fabricante por defeito do produto é garantida pelo artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor. A Kraft Foods do Brasil S.A. não quis comentar o assunto.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cliente-que-encontrou-larvas-em-chocolate-e-indenizado

POR QUE SE INSTALOU SÓ AGORA A CPI E POR QUE JÁ HÁ MUITA GENTE ARREPENDIDA NA BASE DO GOVERNO

Em 03/05/2012 Reinaldo Azevedo da Veja Escreveu:
De Gaulle dizia que a velhice é um naufrágio — uma visão pessimista de mundo. Lucrécio (99 a.C.- 55 a.C.), um materialista, afirmava que, se a alma fosse imortal, não nos desfaríamos em lágrimas ao constatar que morremos. Huuummm… Tivesse eu sido contemporâneo de ambos (quando De Gaulle morreu, em 1970, eu tinha só 9 anos…) e privado de sua intimidade, recomendaria que cultivassem a memória como antídoto contra a morte — a verdadeira morte é o esquecimento — e que (cito Drummond) procurassem o próprio queixo no queixo dos filhos (também dos netos, sobrinhos…). A memória, felizmente, não me abandona. Recomendo vivamente: cultivem-na. Faço, assim, um introdução algo grandiloquente (não me conformo com o fim do trema…) para assunto até mesquinho, vulgar mesmo — em muitos aspectos, até vagabundo. Tento tornar esse mundo mais interessante…
Recuem — na área de pesquisa deste blog ou de qualquer site noticioso — a agosto do ano passado. Lembram-se da CPI do Dnit? Eu lembro!!! A oposição chegou a conseguir o número necessário de assinaturas para instalá-la. Mas aí o governo fez um trabalho intenso de retirada de assinaturas, como vocês verão abaixo, e conseguiu matá-la no nascedouro. O Planalto entrou com tudo. Curioso, não é?, que, enquanto isso, a Polícia Federal continuasse ali, com o sistema Espião ligado, ouvindo as maiores barbaridades… Tivesse topado, então, a investigação, talvez a área já estivesse mais limpa. Vamos recapitular algumas coisas. Transcrevo trecho de uma reportagem de João Domingos, no Estadão, do dia 4 de agosto do ano passado. Leiam com atenção. Volto em seguida.
*
Tendo à frente a própria presidente Dilma Rousseff, que contou ainda com a ajuda de ministros e líderes na Câmara e no Senado, o governo conseguiu enterrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Transportes requerida pela oposição. Para abortar a CPI, o Planalto prometeu acelerar obras, apoiar um candidato ao Tribunal de Contas da União (TCU) e até garantir a presença de Dilma na inauguração de uma ponte.
O governo conseguiu que dois senadores da base aliada retirassem suas assinaturas a favor da CPI. Como a oposição havia coletado 27 assinaturas - número mínimo para a instalação de comissão parlamentar no Senado -, as duas baixas inviabilizaram a iniciativa. Com apenas 25 assinaturas, o requerimento foi mandado pelo presidente José Sarney (PMDB-AP) diretamente para o arquivo. Se quiser abrir uma CPI, a oposição terá que recomeçar a coleta de assinaturas. O objetivo da CPI era investigar as irregularidades no setor de transportes, que já resultaram na demissão de 27 pessoas, entre elas o ex-ministro Alfredo Nascimento e o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura Rodoviária (Dnit) Luiz Antonio Pagot.
O senador João Durval (PDT-BA), o primeiro a retirar a assinatura, recuou em troca da promessa do governo e do PT de apoiar a candidatura de seu filho, o deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA), para vaga de ministro do TCU. Até então, Dilma mostrava-se simpática à candidatura da deputada Ana Arraes (PSB-PE), mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Carneiro conseguiu da bancada de 86 deputados do PT a promessa de que cada um buscará o voto de um colega a seu favor na disputa pelo TCU. O cargo de ministro do tribunal é vitalício.
(…)
Durval teria recebido ainda a promessa de que, enfim, será construído um anel viário em Feira de Santana, núcleo de sua base eleitoral, reivindicação que ele faz há cinco anos ao governo. Como Alfredo Nascimento prometia o anel viário e não o fazia, Durval vingou-se assinando o requerimento da CPI. Mas recuou para não prejudicar o filho.
“O governo operou mesmo para impedir a CPI”, disse ontem o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR). “A CPI não vai servir de instrumento de açoite do governo pela oposição.” Já o líder do governo no Congresso, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), afirmou que trabalhou nas últimas 24 horas para acabar com a CPI antes mesmo que ela começasse. Também retirou a assinatura o senador Reditário Cassol (PP-RO), suplente e pai do titular Ivo Cassol (PP). O próprio filho ajudou o governo a levar o pai ao recuo. De acordo com parlamentares da base, o filho lembrou ao patriarca que os Cassol são empresários do setor de geração de energia elétrica e fazem negócios com o governo.
(…)
Voltei
Sim, não se conheciam ainda detalhes do esquema de Carlinhos Cachoeira, mas o que as reportagens de VEJA havia mostrado provavam que algo de muito podre se passava no Ministério dos Transportes e no Dnit. Como se nota pela confissão dos líderes governistas, a ordem era não instalar a CPI. Ponto!
E por que, agora, a CPI do Cachoeira andou tão depressa? Porque a oposição topou imediatamente a investigação e, desta vez, uma parte do petismo aderiu, toda assanhada, à proposta. Havia a crença, FUNDADA EM INFORMAÇÕES FALSAS E NA PURA FOFOCA, de que a tal “mídia” — sabem, né?, “mídia” é jornalismo decente, que os petralhas odeiam — estaria comprometida com o esquema criminoso de Carlinhos Cachoeira. Alimentou-se a fantasia, certamente baseada em leituras apressadas e fragmentadas, de que as revelações da Polícia Federal destruiriam o jornalismo independente, o que era, obviamente, do interesse dos mensaleiros.
Mais: num primeiro momento dos vazamentos, a anti-estrela solitária da lambança era o senador Demóstenes Torres (GO), até então uma das figuras mais vistosas da oposição — era respeitado até por quem não comungava dos valores ideológicos que alardeava. Desmoralizar a oposição e a “mídia” pareceu a Lula e a Zé Dirceu uma chance de ouro. Mais:  vazamentos seletivos indicavam que a confusão iria bater às portas, e foi mesmo!, do tucano Marconi Perillo, governador de Goiás, detestado pelo Apedeuta. Bom demais para ser verdade, devem ter pensado os que sempre sonharam com o Partido Único. Seriam aniquiladas num só golpe a oposição e a… mídia!
Tiro n’água
A acusação contra a imprensa foi desmoralizada de maneira até vexaminosa. Subsiste hoje apenas na pena de alguns aloprados, que têm de continuar a fazer o serviço pelo qual são pagos — com dinheiro público! E, ora vejam, surgiu uma Delta no meio do caminho, com a sua, digamos assim, força avassaladora. Na mesma corrente em que o PT sonhou arrastar Marconi Perillo, também podem rodar Agnelo Queiroz (PT), governador do Distrito Federal (e esse é apenas um de seus problemas), e a figura até então ascendente da política (eu, ao menos, nunca entendi por quê…) Sérgio Cabral (PMDB), governador do Rio. E isso pode ser apenas o começo. Imaginem, então, se Luiz Antônio Pagot (ver post abaixo) resolver falar.
Os que se assanharam na esperança de “destruir a mídia” — e se destaque, em nome da precisão, que esse ímpeto foi de Lula e José Dirceu, não do Planalto (embora se ligue à chicana, sim, já digo como) — certamente ignoravam o grau de intimidade entre a Delta e o esquema de Carlinhos Cachoeira. Aí tudo ficou, de fato, enrolado demais! PT e PMDB fecharam ontem uma espécie de pacto para deixar os governadores fora da investigação — e o PSDB  não vai reclamar se as coisas caminharem por aí. Ficariam, assim, fora da CPI Marconi Perillo, Agnelo Queiroz e Sérgio Cabral. Com isso, pretende-se, também, afastar Fernando Cavendish, o dono da Delta, dão imbróglio. Nota à margem: o governo se liga à chicana à medida que órgãos públicos e estatais financiam a pistolagem na Internet. Sigamos.
Para onde vai a CPI? Sabendo o que sabem, Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres aceitarão arcar sozinhos com a punição? Vamos ver quais instruções lhes darão seus respectivos advogados, dois criminalistas experimentados: Márcio Thomaz Bastos e Antônio Carlos de Oliveira Castro, respectivamente. Parece-me que tudo caminha para a chamada estratégia de redução de danos. Se decidiram botar fogo no circo, arrastando meio mundo político junto, eles próprios sabem que o futuro não lhes será leve. Entre se danar muito danando a muitos e se danar menos preservando alguns parceiros de viagem, a racionalidade lhes apontaria o segundo caminho.
Quando o Planalto percebeu — e tarde! — o tamanho do rolo, já não dava mais tempo de recuar. Lula e Zé Dirceu, por sua vez, viram frustrado o intento de mandar a imprensa para o banco dos réus. Anos de gravação flagraram o jornalismo fazendo o seu se trabalho, buscando notícias que eram do interesse público, como aquela que levou à demissão de 27 valentes do Ministério dos Transportes — inclusive, sim, Luiz Antônio Pagot (ver post abaixo).
E a tentativa de negar a existência do mensalão, origem da fúria da turma? O tiro saiu pela culatra. Em vez de jogar areia nos olhos da população, chamou a atenção para a tentativa de golpear a moralidade. A pressão para que o ministro Ricardo Lewandowski conclua a revisão do processo só cresceu. PODE ATÉ SER QUE O SUPREMO INOCENTE TODO MUNDO, MAS NÃO SERÁ POR CAUSA DESSA CHICANA.
Pois é… Lula e Zé Dirceu quebraram a cara desta vez: a) a imprensa independente sai limpa dessa história; b) muita gente que estava alheia acordou para o mensalão; c) é a base governista quem se articula mais freneticamente para esfriar a CPI. De quebra, o jornalismo financiado pelo estado mostrou a cara como nunca. O Zé forçou a amizade, e a turma teve de se ajoelhar no ridículo. Não há quadrilha na Internet que consiga mudar os fatos, as gravações, o conteúdo do inquérito. O Brasil ainda não é a Venezuela, a Argentina ou o Equador.
E, se depender dos brasileiros e da imprensa livres, não será!
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/por-que-se-instalou-so-agora-a-cpi-e-por-que-ja-ha-muita-gente-arrependida-na-base-do-governo/ 

Cunha Lima quer transcrição de ligações de Cachoeira

Política

Por Ricardo Brito
Brasília - O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) apresentará nesta sexta-feira à CPI do Cachoeira um requerimento para cobrar da Polícia Federal o acesso integral das transcrições das conversas telefônicas feitas com autorização judicial das operações Monte Carlo e Vegas. Segundo Cunha Lima, a medida tem por objetivo evitar o uso político e eleitoral da comissão parlamentar. O pedido terá de ir à votação.
Os tucanos são os que mais têm se reclamado com o que classificam como "vazamento seletivo" de informações das duas operações. As escutas já revelaram um relacionamento do deputado Carlos Alberto Leréia (GO) com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Também a proximidade do governador de Goiás, Marconi Perillo, com Cachoeira.
Cunha Lima diz estar preocupado em garantir respaldo jurídico para os trabalhos da comissão parlamentar. O senador argumenta que recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que uma denúncia apresentada pelo Ministério Público baseada apenas em grampos telefônicos só é considerada válida se tiver anexa a ela a íntegra das transcrições. O tucano receia que, sem o acesso a todo o material, os investigados possam anular os trabalhos da CPI.

Sentimentos positivos podem reduzir risco de doenças cardiovasculares(VEJA)

Saúde do coração

Pesquisa mostrou que, mais do que a ausência de emoções negativas, otimismo e felicidade contribuem para uma melhor saúde

Emoções positivas: otimisto, sensação de bem-estar e felicidade pode reduzir risco de problemas cardiovasculares Emoções positivas: otimisto, sensação de bem-estar e felicidade pode reduzir risco de problemas cardiovasculares (Jacob Wackerhausen/Getty Images/iStockphoto)
Pensamentos positivos reduzem o risco de doenças cardiovasculares, segundo concluíram pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Esse resultado faz parte da primeira grande revisão sobre o assunto, já que várias outras pesquisas apontaram somente para a influência de sentimentos negativos, como depressão, ansiedade e raiva, sobre a saúde. O estudo foi publicado nesta terça-feira no periódico Psychological Bulletin.
De acordo com Julia Boehm, uma das autoras do estudo, é importante lembrar que a ausência de sentimentos negativos não é a mesma coisa que a presença de emoções positivas. “Descobrimos que fatores como otimismo, satisfação com a vida e felicidade estão associados a um menor risco de doenças cardiovasculares, e isso independe da idade, nível socioeconômico, peso corporal e hábitos, como o tabagismo, de uma pessoa”, diz a pesquisadora.
Meta-análise — Nesse estudo, foram revisados mais de 200 pesquisas sobre comportamento e incidência de problemas cardiovasculares. Os pesquisadores observaram que emoções positivas, mas especialmente o otimismo, proporcionam uma proteção contra doenças cardiovasculares, além de serem capazes de retardar o progresso de um problema com esse caso ele venha a ocorrer. “Os indivíduos mais otimistas tiveram um risco aproximadamente 50% menor de sofrer um evento cardiovascular do que as pessoas menos otimistas”, afirma Boehm.
Além dos relatos das pessoas sobre sentimentos positivos, essa pesquisa também observou que incidência de problemas cardiovasculares diminuiu com hábitos relacionados ao sentimento de bem-estar, como prática de atividades físicas, dieta equilibrada e sono adequado.
Para Laura Kuzbansky, uma das autoras do estudo, essas descobertas sugerem que, mais do que atenuar os sentimentos negativos, as abordagens de melhora de saúde cardiovascular devem também reforçar os sentimentos positivos de um indivíduo. Segundo o estudo, níveis mais elevados de satisfação, felicidade e otimismo podem ter fortes implicações nas estratégias de prevenção tratamento para esse tipo de problema.
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/sentimentos-positivos-podem-reduzir-risco-de-doencas-cardiovasculares 

Corrida em ritmo moderado aumenta expectativa de vida em até seis anos

Atividade física

Estudo apontou que benefício é melhor com até 2,5 horas da prática na semana do que correr em intensidade exagerada

Correr reduz risco de morte em até 44% Correr reduz risco de morte em até 44% (Thinkstock)
Praticar corrida regularmente aumenta a expectativa de vida de homens e mulheres em ao menos cinco anos, concluiu uma nova pesquisa apresentada nesta quinta-feira no encontro anual da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC, na sigla em inglês), em Dublin, na Irlanda. Segundo o estudo, uma maior longevidade pode ser alcançada com entre uma e duas horas e meia da atividade por semana em ritmo lento ou moderado.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Jogging-healthy or hazard?

Onde foi divulgada: encontro anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, Irlanda

Quem fez: Peter Schnohr, cardiologista chefe do Estudo do Coração da Cidade de Copenhague

Instituição: Estudo do Coração da Cidade de Copenhague

Dados de amostragem: 20.000 homens e mulheres de 20 a 93 anos

Resultado: Correr de uma a duas horas e meia por semana reduz chances de morte em até 44% em homens em mulheres, além de aumentar em 6,2 e 5,6 anos a expectativa de vida dos sexos masculino e feminino, respectivamente. O benefício é maior quando a atividade é feita com essa frequência e em ritmo leve a moderado
Essa conclusão faz parte do Estudo do Coração da Cidade de Copenhague, um trabalho que vem sendo feito na Dinamarca desde 1976 com mais de 20.000 pessoas com idades entre 20 e 93 anos. Esse levantamento busca aumentar o conhecimento sobre prevenção de doenças cardíacas e também sobre outros problemas, como os de sono e de alergia, por exemplo. Mais de 750 pesquisas já foram publicadas ao longo desses anos a partir de resultados do estudo.
Como explicam os pesquisadores, há diversos trabalhos que sugerem que a corrida pode ser prejudicial para a saúde de adultos e idosos. No entanto, o novo estudo, segundo os próprios autores, ao buscar oferecer uma resposta definitiva ao assunto, concluiu que correr é bom para a saúde e aumenta a longevidade. “A corrida proporciona vários benefícios à saúde: melhora a absorção de oxigênio, aumenta a sensibilidade à insulina, reduz a pressão arterial e melhora as funções cardíaca e respiratória. E a boa notícia é que você não precisa fazer muito para conseguir esses efeitos positivos”, afirma Peter Schnohr, cardiologista chefe do estudo.
A pesquisa — Foram acompanhados, de 1976 a 2003, 1.116 homens e 762 mulheres que costumavam praticar corrida, e suas informações foram comparadas com as do restante dos indivíduos cadastrados no estudo, os quais não costumavam correr. Todos os participantes responderam a questionários sobre a frequência e o ritmo (lento, médio ou rápido) em que corriam. Os dados foram coletados quatro vezes: entre 1976 e 1978; entre 1981 e 1983; entre 1991 e 1994; e de 2001 a 2003.
No período do estudo, 10.158 pessoas que não praticavam corrida e 122 corredores morreram. A análise feita pelos especialistas mostrou que a corrida reduziu em 44% o risco de morte em indivíduos de ambos os sexos e aumentou a expectativa de vida em 6,2 anos entre os homens e em 5,6 anos entre as mulheres. Segundo os pesquisadores, o melhor benefício foi conquistado com a prática de uma a duas horas e meia de corrida por semana, especialmente quando esse tempo foi dividido em três sessões da atividade, em ritmo lento ou moderado, em uma semana. De acordo com os autores do estudo, essa intensidade é caracterizada quando uma pessoa, ao fazer esforço, se sente um pouco ofegante, mas não com muita falta de fôlego.
Segundo o trabalho, essa frequência surtiu efeitos mais positivos do que quando uma pessoa não corria ou realizavam exercícios com frequência e intensidade extremamente intensos. “Essa associação se parece com a estabelecida em relação ao consumo de álcool. Ou seja, o consumo moderado é melhor do que ser abstêmio ou ingerir quantidades excessivas da bebida”, diz  Schnohr .
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/corrida-em-ritmo-moderado-aumenta-expectativa-de-vida-em-ate-seis-anos--2 

Gravação sugere caixa 2 de ex-assessores de Agnelo

Investigação

Conversas de grupo de Carlinhos Cachoeiras mostram queixas sobre sumiço de doações de empresários – que, por sua vez, foram "arrochar" chefe de gabinete do governo

Gabriel Castro
Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal (Veja)
O gigantesco volume de informações divulgado sobre o bando do contraventor Carlinhos Cachoeira revela que a quadrilha montou uma poderosa rede de cooptação de agentes públicos. Ao que tudo indica, o grau de infiltração do grupo era maior em Goiás do que no Distrito Federal. Talvez por isso, distorcendo as informações, petistas passaram a alardear a inocência do petista Agnelo Queiroz e sua equipe. Mas a verdade não é bem assim: em um dos trechos interceptados pela Polícia Federal, Cachoeira e alguns de seus auxiliares comentam um episódio que pode revelar a existência de caixa dois na campanha da coligação petista na capital do país, em 2010.
Os diálogos são de 11 de janeiro de 2011, dez dias depois da posse de Agnelo. Idalberto Matias Araújo, o Dadá, braço direito do contraventor, conta a Carlinhos Cachoeira que Cláudio Monteiro, então chefe de gabinete do governador, estaria irritado com João Carlos Feitoza, o Zunga – ocupante de cargos de segundo escalão no governo distrital. O motivo: Zunga teria desviado recursos de empresários que doaram para "a campanha". Agora, eles estariam cobrando uma contrapartida, mas foram informados de que o dinheiro havia sumido.
Dadá afirma: "Três empresários que doou para a campanha (...) botou o dinheiro na mão do Zunga, mas o dinheiro não chegou na mão do Cláudio. Aí que é que o cara falou: 'Eu vou juntar vocês e vou chamar quem pegou o dinheiro, quer ver pra fazer essa acareação, porque o dinheiro não foi para a minha mão'". Cachoeira responde, referindo-se a Zunga: "É, mala não tem jeito não, né?"
Além de apontar para a existência de caixa dois, o diálogo revela que os doadores estavam cobrando de Cláudio Monteiro uma contrapartida pelas doações. Dadá diz que os três empresários foram "arrochar o Cláudio, querendo as coisas". A eles, segundo Dadá, Cláudio Monteiro afirmou: "Você vai ser atendido através de quem você entregou o dinheiro".
Em uma segunda conversa, com outro integrante da quadrilha, Dadá afirma que Zunga poderia ter evitado o constrangimento se negociasse com Monteiro "Não precisa disso, né? Cara, se ele assina com o cara... 'ó, Cláudio, o cara tá dando tanto, tem jeito de tirar uma ponta para mim?', o cara vai autorizar, bicho, são tudo amigo, né, cara?". A afirmação foi feita a Lenine Araújo de Souza. O parceiro de Dadá concorda: "Exatamente, porque tirar escondido é feio demais, né, Chico?"
Outro diálogo entre Dadá e Cachoeira revela ainda que, depois de saber das acusações contra Zunga, o chefe da quadrilha se preocupou com o destino de doações intermediadas pelo bando ao grupo de Zunga: "Aqueles que o Lenine passava e o Zunga pegava lá, será que ele entregou?" Dadá responde afirmativamente.
Baixas - Zunga e Monteiro deixaram o governo após o surgimento das primeiras denúncias mostrando a relação deles com o grupo de Cachoeira. Marcelo Lopes, o "Marcelão", também perdeu o cargo de assessor da Casa Militar do governo do Distrito Federal. Ele é outro personagem citado nas conversas do bando.
Zunga e Monteiro não foram encontrados, mas em ocasiões anteriores sempre negaram ter atuado em conluio com a quadrilha. A Secretaria de Comunicação do governo do Distrito Federal alega que o diálogo não diz respeito à campanha do governador Agnelo Queiroz. O porta-voz do governo, Ugo Braga, afirmou ao site de VEJA que Cláudio Monteiro foi candidato a deputado distrital e que o diálogo diz respeito a essa campanha. Monteiro ficou em 98º lugar na disputa pelas 24 vagas na Câmara Legislativa.

Veja a transcrição dos diálogos, feita pela Polícia Federal:
11/0112011  18:15:07 
DADA: o CHlCÃO, MARCELÃO te contou o negócio do ZUNGA?
CARLINHOS: não, o que é que é?
DADA: três empresários foram atrás do CLAUDIO. Falou que deu "as quantia" na mão do ZUNGA e o dinheiro não apareceu na mão do CLAUDIO. O bicho tá indignado velho.
CARLINHOS: como é que é? Me fala ai de novo.
DADA: três empresários, que doou para a campanha, mas botou o dinheiro na mão do ZUNGA, mas o dinheiro não chegou na mão do CLAUDIO. Aí que é que o cara falou: "eu vou juntar vocês e vou chamar quem pegou o dinheiro, quer ver pra fazer essa acareação, porque o dinheiro não foi para a minha mão". Falou para os empresários.
CARLINHOS: é, mala não tem jeito não, né?
DADA: rapaz, como é que o cara se suja desse jeito, né bicho? Diz que vai deixar ele lá na Secretaria de ... de .. Ele me ligou agora, diz que a ... (incompreensível) não está atendendo ele, aí o CLAUDIO falou para o MARCELÃO que vai botar ele na SECRETARIA DE ESPORTES, botar ele lá na assessoria lá. Quer ele bem longe dele. O cara se suja por causa de besteira, nê rapaz? varalzeiro .. não tem jeito não.

11/01/2011 18:16:50 
LENINE:LENINE: oi CHICO
DADA: deixa eu te falar, vou te contar aqui uma do ZUNGA cara. O eLADIO está indignado com ele cara (incompreensível) três empresários foram arroxar o CLAUDIO, querendo as coisas: "meu innão, você não me ajudou .. não." eu entreguei tanto, tanto na mão do ZUNGA ué". Ai diz que ele vai fazer uma acareação com os empresários e com o ZUNGA. Porque ele disse "ó ... não chegou na minha mão não ... você vai ser atendido através de quem você entregou o dinheiro".
LENINE: é mesmo Chico? Você contou isso para o HOMEM?
DADA: contei, contei para o HOMEM, falei. Rapaz não é possível um trem desse ... o cara (incompreensivel) não tem jeito não ... pois é." falou isso para o MARCELÃO. Falou "MARCELÃO, não quero ele perto de mim, tá me enchendo o saco para ser o meu segundo. Não vai ser nunca meu segundo, vou botar ele lá na Secretaria de Esportes, lá na assessoria lá ... numa chinelagem para ele ficar lá ... não quero ele nem passando na minha porta. Desse jeito CHICO ... rapaz como é que um cara se suja num negócio por causa de um negócio desse ... os caras, bicho, são tudo louco, né?

LENINE: pois é, como é que faz um trem desse, não é não, cara? rapaz .. é foda ... ai queimou, vai ficar queimado agora ... mais oito anos.
DADA:pois é rapaz, ele me ligou .. eu to sabendo disso desde ontem à noite, ai ele me ligou agora, né, perguntando pelo HOMEM, né, e tal... ele falou assim "E O CLAUDIO?"" "não .. ele tá muito ocupado, não to nem indo lá para não perturbar ele, tô em casa aguardando ele me chamar", Aí eu falei: "c..., como é que pode um cara ser cara de pau desse jeito?"

LENINE: como é que queima né rapaz? é f...

DADA: Não precisa disso né ... cara se ele assina com o cara .. "ó CLAUDIO, o cara tá dando tanto, tem jeito de tirar uma ponta para mim?", o cara vai autorizar, bicho, são tudo amigo, né cara?
LENINE: exatamente, exatamente, PORQUE TIRAR ESCONDIDO É FEIO DEMAIS, NÉ CHICO!

11/01/2011 18:33:55 
DADA: Fala CHICÃO.
CARLINHOS: até o ZUNGA mexe no que não é dele?
DADA: pois é rapaz, fiquei "de cara" com o negócio, rapaz, fiquei "de cara", entendeu? Aí hoje ele me liga, né e aí eu falei assim:"po bicho, e o CLAUDIO"? ... : "não ... ele tá muito ocupado, to ficando em casa, eu to esperando ele me chamar", "mas e aí? você vai ser o que lá no GABINETE?"... "não não sei, acho que não vou ficar lá não. Acho que vou ficar em outro lugar" .. "ah .. então tá bom". Mas ele desabafou ontem com O MARCELÃO, assim que o CLAUDIO saiu da sala, ele desabafou, bicho ... falou pra caramba, falou tudo, bicho, falou até o nome,dos empresários que procurou lá...
CARLINHOS: aqueles que o LENINE passava e o ZUNGA pegava lá, será que ele entregou? Entregou né, porque ... ele sabia né ... ?
DADA: não ... aquele entregou ... porque, por três vezes, eu fui lá com o LENINE e o LENINE falou na frente do CLÁUDIO: "deixei lá pro ZUNGA". E a última vez, a última parcela, fui eu que entreguei. Aí eu fui lá, o CLÁUDIO tava lá, entendeu? aí, entreguei para ele para o ZUNGA e falei para o CLÁUDIO: "ó CLAUDIO, a última lá lá com o ZUNGA ... agora não, lá beleza ... e o ZUNGA junto, entendeu? Aí, essa aí ele não deu chapéu não, mas essas outras ele deu.
CARLINHOS: Ah... então lá bom. Excelente.
DADA: Não ... ele sabe ... o CLAUDIO sabe que aquela lá tá tranquilo ... o problema é (incompreensível) ... aquela ali foi f...,  bicho, po .. como é que faz um negócio desses, cara? O cara é varalzeiro mesmo, se sujar por causa de bobagem,cara. Na realidade o cara não tem que se sujar por p... nenhuma, nem com pouco nem por muito, mas p... o cara é foda ... e amigo, se ele chega pro cara e pede pra tirar a ponta pra ele, o cara ia deixar .. como é que faz um negócio desse.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/gravacao-sugere-caixa-2-de-ex-assessores-de-agnelo 

FIM DA FARSA! Guia espiritual da turma do “aquecimento global” confessa: “ERA ALARMISMO!” Leia, Dilma, antes de se submeter à patrulha no caso do Código Florestal!


04/05/2012
às 7:15
James Lovelock, patriarca do "aquecimento global", admite: "Eu estava errado. Não há nada acontecendo ainda"!
James Lovelock, patriarca do "aquecimento global", admite: "Eu estava errado. Não há nada acontecendo ainda"!
Pois é… O que já apanhei neste blog e fora dele por causa daquele tal “aquecimento global”, que virou, depois, “mudança climática”!!! O fato de não ser um especialista na área e de ser, vá lá, um conservador, fazia de mim (faz ainda, para alguns) necessariamente um mau sujeito, um inimigo do bem, da humanidade, do planeta… Vocês sabem: aquelas coisas que a Marina Silva tão bem representa com seu ar telúrico. Há dias, o físico José Goldemberg, um aquecimentista, concedeu uma entrevista ao programa Roda Viva. Mudei de canal quando um jornalista da Folha, não lembro o nome, demonstrou seu inconformismo com o fato de a imprensa dar voz aos “céticos” (não que ele fosse contra o “outro lado”, claro…). Claro! Atenção! O aquecimento global (ou mudança climática) não chega a ser nem uma teoria. Trata-se, ou tratava-se, apenas de uma hipótese. E que foi desmoralizada faz tempo. Ocorre que agora existe uma indústria multibilionária do meio ambiente. Eu vivia reclamando, vocês se lembram, de banco que reciclava papel, mas não baixava o spread, hehe… Antes da Dilma! Adiante.
Às vésperas da tal “Rio+20″ — que leva alguns tontos a cobrar de Dilma o veto ao Código Florestal —, o tal “aquecimento global”, ora chamado de “mudança climática”, sofreu um duro golpe.
Vocês já ouviram falar de James Lovelock? Há aqui um resumo de sua biografia em português. Trata-se de uma espécie de patriarca ou decano da moderna hipótese do aquecimento global (ou da mudança climática). Lançou a chamada Hipótese de Gaia, segundo a qual a Terra seria um superorganismo. Era um verdadeiro fanático da crença — sim, crença — no aquecimento global. Desde que comecei a ler uma coisinha ou outra a respeito, pus a teoria na conta de uma bobagem por uma razão, primariamente, de linguagem: vi que as catástrofes imaginadas eram meras cópias do Apocalipse de São João. Os relatos da Bíblia são mais interessantes. Entre uma religião sem Deus e uma com Deus, prefiro a segunda. Mas vamos ao que interessa. Lovelock caiu fora! Não é mais um apocalíptico. Tornou-se quase um cético. Admite agora: ele e os aquecimentistas erraram, exageraram. A entrevista foi concedida a Ian Johnston, no site msnbc.com. Foi publicada no dia 23 de abril. Foi praticamente escondida. Tivesse alguém com o seu peso anunciando o apocalipse, seria um deus-nos-acuda.
Aos 92, Lovelock admite  ter sido “alarmista” sobre as mudanças climáticas e que outros, como o bobalhão Al Gore (”bobalhão” é meu) também o foram. Sim, ele continua a acreditar que a mudança está acontecendo, mas muito mais lentamente do que se imaginava. Em 2006, para vocês terem um ideia, num artigo para o jornal inglês Independent, ele escreveu que, até 2100, bilhões de pessoas morreriam, e alguns poucos casais conseguiram sobreviver no Ártico, onde o clima seria apenas tolerável. Na entrevista, ele admite que foi longe demais.
Está escrevendo um novo livro, que comporá uma triologia com “Revenge of Gaia: Why the Earth Is Fighting Back - and How We Can Still Save Humanity” e “The Vanishing Face of Gaia: A Final Warning: Enjoy It While You Can”, publicados em português, respectivamente, com os títulos “A Vingança de Gaia” e “Gaia, Alerta Final”. No novo trabalho, mais otimista, ele vai dizer como a humanidade pode ajudar a regular o planeta. O livro também registra a sua mudança de opinião: “O problema é que não sabemos o que o clima está fazendo. A gente achava que sabia há 20 anos. Isso levou a alguns livros alarmistas — o meu inclusive — porque aquilo parecia claro, mas não aconteceu”.
Que bom, né, gente?
“O clima está fazendo suas trapaças de sempre. De fato, nada está acontecendo ainda. Nós deveríamos estar a meio caminho da frigideira. O mundo não aqueceu desde o começo do milênio. A temperatura se mantém constante, quando deveria estar crescendo - o dióxido de carbono está crescendo, sobre isso não há dúvida”. Ele aponta que os filmes “Uma Verdade Inconveniente”, de Al Gore, e “The Weather Makers”, de Tim Flannery são também alarmistas.
Lovelock é um  qualquer, um daqueles que o jornalista que estava no Roda Viva acha que não podem mais ser ouvidos? Oh, não! A revista Time já o considerou um dos 13 líderes visionários, num artigo intitulado “Heróis do meio ambiente”. Vejam a sua biografia e o artigo original. Ele é considerado um  guia espiritual do mundo científico que lida com o meio ambiente. Ao menos era! Vão tentar enterrá-lo em vida.
Indagado pelo repórter se, agora, também ele é um cético, responde: “Depende do que você queria dizer com ‘cético’. Eu não sou um negacionista”. Tá bom demais, né? Nunca niguém negou alguma aquecimentozinho, um calorzinho gostoso… Ele continua a trabalhar com a hipótese de que o aumento da emissão de dióxido de carbono leva a um aumento da temperatura, mas acrescenta que o efeito do oceano ainda não foi estudado o suficiente e que aí está a chave da questão. “O mar pode fazer toda a diferença entre uma era do aquecimento e uma era do gelo”.
Mas não é isso, santo Deus, o que alguns dos chamados “céticos” vêm sustentando há muitos anos?
Como diria o poeta latino Catulo, é difícil renunciar subitamente a um grande amor, não é? Lovelock não chega a mandar para a geladeira todos os seus antigos parceiros. Diz acreditar que está em curso uma mudança climática, mas vai demorar muito tempo para que se sintam seus efeitos. “Nós ainda teremos um aquecimento global, mas ele foi adiado um pouquinho”. Bem, no que concerne à Terra, “um pouquinho” podem ser alguns milhões de anos.
“Cometi um erro”
Como pesquisador independente, que trabalha sozinho, ele diz não ver problema nenhum em reconhecer: “Tudo bem, cometi um erro”. E afirma que cientistas que trabalham para governos e universidades têm medo de admitir um erro porque podem perder financiamento
Lovelock, que já trabalhou com a NASA e descobriu a presença de substâncias químicas nocivas (CFC) na atmosfera — mas não o seu efeito sobre a camada de ozônio (esse é outro mito muito influente) —, diz que a humanidade deve fazer o possível para evitar a queima de combustíveis fósseis, tentando se adaptar às mudanças que virão. Peter Stott, chefe Met Office Hadley Centre, do Reino Unido, afirma que Lovelock havia sido mesmo muito alarmista sobre a possibilidade de as pessoas terem de viver no Ártico em 2100. E concorda que o aquecimento dos últimos 12 anos não é o esperado pelos modelos climáticos. Ele só acha que é preciso esperar mais dez anos para admitir que esses modeles têm problemas. Sei…
Lovelock nem é o estudioso mais importante a ter desmoralizado os apocalípticos. Mas é o mais simbólico. Era, reitero, o guia espiritual da turma, o sacerdote. Há anos trato das maluquices desses que chamo membros da Igreja do Aquecimento Global dos Santos dos Últimos Dias… Aos poucos, vai-se recobrando a razão, mas é um processo lento. A “mudança climática” gerou uma cultura, uma doxa, virou ideologia. Mais: também envolve negócios multibilionários, especialmente das empresas voltadas para as chamadas energias alternativas. Muitas delas estão por trás de ONGs que financiam alguns de nossos patriotas, amigos da natureza…
Leitores me enviaram ontem o link de uma entrevista que o climatologista Ricardo Felício concedeu a Jô Soares. Ele é professor do Departamento de Geografia da USP. Esclarecedora e divertida. Aquele jornalista que acha que os céticos não podem ser mais ouvidos deve ter ficado triste. Não sei o que Felício pensa quando o assunto não é clima. Parece-me uma pessoa preparada. E já merece a minha simpatia por não temer a patrulha.
Num país em que a ciência, o direito e o jornalismo se submetem cada vez mais ao tribunal do politicamente correto, ter a coragem de dizer o que pensa é uma virtude.
Por: Reinaldo Azevedo http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
 http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/guia-espiritual-da-turma-do-%E2%80%9Caquecimento-global%E2%80%9D-confessa-era-alarmismo-leia-dilma-antes-de-se-submeter-a-patrulha-no-caso-do-codigo-florestal/

Lei da Anistia subiu no telhado. A batata do STF está assando

Saiu na Folha (*), a da ditabranda:


Ex-delegado afirma ter participado da incineração de 11 presos políticos. Guerra já prestou depoimento, cujo teor sigiloso foi informado à presidente Dilma e ao ministro da Justiça


BERNARDO MELLO FRANCO

DE SÃO PAULO

LUCAS FERRAZ

DE BRASÍLIA


A Polícia Federal abriu investigação sobre o paradeiro de supostas vítimas do ex-delegado Cláudio Guerra, que afirma ter matado e incinerado corpos de presos políticos na ditadura militar.


O ex-policial prestou depoimento a um delegado da PF há cerca de um mês. A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foram informados do relato, que está em sigilo.


A intenção é enviar as informações à Comissão da Verdade, ainda não instalada.


O ex-agente da ditadura levou uma equipe da PF a quatro cidades onde diz ter ocultado cadáveres de militantes: Rio, BH, Petrópolis (RJ) e Campos (RJ). Os locais devem ser alvo de escavações.


Em Campos, o grupo vistoriou o forno de uma usina de açúcar onde Guerra diz ter incinerado corpos de vítimas da tortura. A visita foi acompanhada pelo advogado Antonio Carlos de Almeida Castro. “Foi muito impactante. Ele mostrou o forno e funcionários mais antigos disseram se lembrar dos militares na usina”, disse.


Ontem, o site do livro “Memórias de uma Guerra Suja”, em que o ex-agente narra as mortes, identificou a 11ª suposta vítima de incineração: Armando Teixeira Fructuoso, ex-dirigente do PC do B desaparecido em 1975.


Segundo os autores do livro, Marcelo Netto e Rogério Medeiros, a PF foi procurada após ameaças feitas por um ex-agente envolvido no atentado do Riocentro, do qual o ex-delegado diz ter participado.

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/05/04/lei-da-anistia-subiu-no-telhado-a-batata-do-stf-esta-assando/#.T6PY4MIXEsw.twitter 

Gravação com Cachoeira sugere caixa 2 de Agnelo

Investigação

Conversa gravada mostra queixas contra petista que teria sumido com doações de empresários – que, por sua vez, foram "arrochar" chefe de gabinete do governo

Gabriel Castro
Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal (Veja)
O gigantesco volume de informações divulgado sobre o bando do contraventor Carlinhos Cachoeira revela que a quadrilha montou uma poderosa rede de cooptação de agentes públicos. Ao que tudo indica, o grau de infiltração do grupo era maior em Goiás do que no Distrito Federal. Talvez por isso, distorcendo as informações, petistas passaram a alardear a inocência do petista Agnelo Queiroz e sua equipe. Mas a verdade não é bem assim: em um dos trechos interceptados pela Polícia Federal, Cachoeira e alguns de seus auxiliares comentam um episódio que pode revelar a existência de caixa dois na campanha do atual governador da capital do país, em 2010.
Os diálogos são de 11 de janeiro de 2011, dez dias depois da posse de Agnelo. Idalberto Matias Araújo, o Dadá, braço direito do contraventor, conta a Carlinhos Cachoeira que Cláudio Monteiro, então chefe de gabinete do governador, estaria irritado com João Carlos Feitoza, o Zunga – petista influente no plano local, e ocupante de cargos de segundo escalão no governo distrital. O motivo: Zunga teria desviado recursos de empresários que doaram para "a campanha". Agora, eles estariam cobrando uma contrapartida, mas foram informados de que o dinheiro havia sumido.
Dadá afirma: "Três empresários que doou para a campanha (...) botou o dinheiro na mão do Zunga, mas o dinheiro não chegou na mão do Cláudio. Aí que é que o cara falou: 'Eu vou juntar vocês e vou chamar quem pegou o dinheiro, quer ver pra fazer essa acareação, porque o dinheiro não foi para a minha mão'". Cachoeira responde, referindo-se a Zunga: "É, mala não tem jeito não, né?"
Além de apontar para a existência de caixa dois, o diálogo revela que os doadores estavam cobrando de Cláudio Monteiro uma contrapartida pelas doações. Dadá diz que os três empresários foram "arrochar o Cláudio, querendo as coisas". A eles, segundo Dadá, Cláudio Monteiro afirmou: "Você vai ser atendido através de quem você entregou o dinheiro".
Em uma segunda conversa, com outro integrante da quadrilha, Dadá afirma que Zunga poderia ter evitado o constrangimento se negociasse com Monteiro "Não precisa disso, né? Cara, se ele assina com o cara... 'ó, Cláudio, o cara tá dando tanto, tem jeito de tirar uma ponta para mim?', o cara vai autorizar, bicho, são tudo amigo, né, cara?". A afirmação foi feita a Lenine Araújo de Souza. O parceiro de Dadá concorda: "Exatamente, porque tirar escondido é feio demais, né, Chico?"
Outro diálogo entre Dadá e Cachoeira revela ainda que, depois de saber das acusações contra Zunga, o chefe da quadrilha se preocupou com o destino de doações intermediadas pelo bando ao grupo de Zunga: "Aqueles que o Lenine passava e o Zunga pegava lá, será que ele entregou?" Dadá responde afirmativamente.
Baixas - Zunga e Monteiro deixaram o governo após o surgimento das primeiras denúncias mostrando a relação deles com o grupo de Cachoeira. Marcelo Lopes, o "Marcelão", também perdeu o cargo de assessor da Casa Militar do governo do Distrito Federal. Ele é outro personagem citado nas conversas do bando.
Zunga e Monteiro não foram encontrados, mas em ocasiões anteriores sempre negaram ter atuado em conluio com a quadrilha. A Secretaria de Comunicação do governo do Distrito Federal alega que o diálogo não diz respeito à campanha do governador Agnelo Queiroz. O porta-voz do governo, Ugo Braga, afirmou ao site de VEJA que Cláudio Monteiro foi candidato a deputado distrital e que o diálogo diz respeito a essa campanha. Poderia fazer sentido. Mas Monteiro não foi eleito: ficou num distante 98º lugar na disputa pelas 24 vagas da Câmara Legislativa. Os empresários não teriam, portanto, como cobrar "as coisas" de um sem-mandato. A não ser que o governo fosse o objeto da jogada.

Veja a transcrição dos diálogos, feita pela Polícia Federal:
11/0112011  18:15:07 
DADA: o CHlCÃO, MARCELÃO te contou o negócio do ZUNGA?
CARLINHOS: não, o que é que é?
DADA: três empresários foram atrás do CLAUDIO. Falou que deu "as quantia" na mão do ZUNGA e o dinheiro não apareceu na mão do CLAUDIO. O bicho tá indignado velho.
CARLINHOS: como é que é? Me fala ai de novo.
DADA: três empresários, que doou para a campanha, mas botou o dinheiro na mão do ZUNGA, mas o dinheiro não chegou na mão do CLAUDIO. Aí que é que o cara falou: "eu vou juntar vocês e vou chamar quem pegou o dinheiro, quer ver pra fazer essa acareação, porque o dinheiro não foi para a minha mão". Falou para os empresários.
CARLINHOS: é, mala não tem jeito não, né?
DADA: rapaz, como é que o cara se suja desse jeito, né bicho? Diz que vai deixar ele lá na Secretaria de ... de .. Ele me ligou agora, diz que a ... (incompreensível) não está atendendo ele, aí o CLAUDIO falou para o MARCELÃO que vai botar ele na SECRETARIA DE ESPORTES, botar ele lá na assessoria lá. Quer ele bem longe dele. O cara se suja por causa de besteira, nê rapaz? varalzeiro .. não tem jeito não.

11/01/2011 18:16:50 
LENINE:LENINE: oi CHICO
DADA: deixa eu te falar, vou te contar aqui uma do ZUNGA cara. O eLADIO está indignado com ele cara (incompreensível) três empresários foram arroxar o CLAUDIO, querendo as coisas: "meu innão, você não me ajudou .. não." eu entreguei tanto, tanto na mão do ZUNGA ué". Ai diz que ele vai fazer uma acareação com os empresários e com o ZUNGA. Porque ele disse "ó ... não chegou na minha mão não ... você vai ser atendido através de quem você entregou o dinheiro".
LENINE: é mesmo Chico? Você contou isso para o HOMEM?
DADA: contei, contei para o HOMEM, falei. Rapaz não é possível um trem desse ... o cara (incompreensivel) não tem jeito não ... pois é." falou isso para o MARCELÃO. Falou "MARCELÃO, não quero ele perto de mim, tá me enchendo o saco para ser o meu segundo. Não vai ser nunca meu segundo, vou botar ele lá na Secretaria de Esportes, lá na assessoria lá ... numa chinelagem para ele ficar lá ... não quero ele nem passando na minha porta. Desse jeito CHICO ... rapaz como é que um cara se suja num negócio por causa de um negócio desse ... os caras, bicho, são tudo louco, né?

LENINE: pois é, como é que faz um trem desse, não é não, cara? rapaz .. é foda ... ai queimou, vai ficar queimado agora ... mais oito anos.
DADA:pois é rapaz, ele me ligou .. eu to sabendo disso desde ontem à noite, ai ele me ligou agora, né, perguntando pelo HOMEM, né, e tal... ele falou assim "E O CLAUDIO?"" "não .. ele tá muito ocupado, não to nem indo lá para não perturbar ele, tô em casa aguardando ele me chamar", Aí eu falei: "c..., como é que pode um cara ser cara de pau desse jeito?"

LENINE: como é que queima né rapaz? é f...

DADA: Não precisa disso né ... cara se ele assina com o cara .. "ó CLAUDIO, o cara tá dando tanto, tem jeito de tirar uma ponta para mim?", o cara vai autorizar, bicho, são tudo amigo, né cara?
LENINE: exatamente, exatamente, PORQUE TIRAR ESCONDIDO É FEIO DEMAIS, NÉ CHICO!

11/01/2011 18:33:55 
DADA: Fala CHICÃO.
CARLINHOS: até o ZUNGA mexe no que não é dele?
DADA: pois é rapaz, fiquei "de cara" com o negócio, rapaz, fiquei "de cara", entendeu? Aí hoje ele me liga, né e aí eu falei assim:"po bicho, e o CLAUDIO"? ... : "não ... ele tá muito ocupado, to ficando em casa, eu to esperando ele me chamar", "mas e aí? você vai ser o que lá no GABINETE?"... "não não sei, acho que não vou ficar lá não. Acho que vou ficar em outro lugar" .. "ah .. então tá bom". Mas ele desabafou ontem com O MARCELÃO, assim que o CLAUDIO saiu da sala, ele desabafou, bicho ... falou pra caramba, falou tudo, bicho, falou até o nome,dos empresários que procurou lá...
CARLINHOS: aqueles que o LENINE passava e o ZUNGA pegava lá, será que ele entregou? Entregou né, porque ... ele sabia né ... ?
DADA: não ... aquele entregou ... porque, por três vezes, eu fui lá com o LENINE e o LENINE falou na frente do CLÁUDIO: "deixei lá pro ZUNGA". E a última vez, a última parcela, fui eu que entreguei. Aí eu fui lá, o CLÁUDIO tava lá, entendeu? aí, entreguei para ele para o ZUNGA e falei para o CLÁUDIO: "ó CLAUDIO, a última lá lá com o ZUNGA ... agora não, lá beleza ... e o ZUNGA junto, entendeu? Aí, essa aí ele não deu chapéu não, mas essas outras ele deu.
CARLINHOS: Ah... então lá bom. Excelente.
DADA: Não ... ele sabe ... o CLAUDIO sabe que aquela lá tá tranquilo ... o problema é (incompreensível) ... aquela ali foi f...,  bicho, po .. como é que faz um negócio desses, cara? O cara é varalzeiro mesmo, se sujar por causa de bobagem,cara. Na realidade o cara não tem que se sujar por p... nenhuma, nem com pouco nem por muito, mas p... o cara é foda ... e amigo, se ele chega pro cara e pede pra tirar a ponta pra ele, o cara ia deixar .. como é que faz um negócio desse.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/gravacao-com-cachoeira-sugere-caixa-2-de-agnelo 

Relaxamento faz bem à memória, diz estudo

Cérebro

Estado de repouso pode estimular atividade cerebral responsável pelo fortalecimento de lembranças e ajudar na tomada de decisões

Marco Túlio Pires
repouso Repouso: essencial para a reposição das memórias (Thinkstock)
Permanecer acordado e em estado de relaxamento pode melhorar o processo de aprendizado e a tomada de decisões. Cientistas descobriram que picos curtíssimos de atividade neural no hipocampo, parte do cérebro responsável pela memória, podem ser responsáveis pelo aprendizado de novas tarefas e pelo resgate das lembranças que nos ajudam a tomar decisões. Essa atividade é mais precisa e prevalente quando se está acordado, mas sem prestar muita atenção a estímulos externos. O estudo foi publicado nesta quinta-feira na revista Science.

Saiba mais

HIPOCAMPO
O hipocampo (em vermelho) é responsável pela memória espacial, navegação e lembranças de curto e longo prazo. A região também está associada à lembrança de eventos a partir de cheiros. No Alzheimer, o hipocampo é uma das primeiras regiões do cérebro a sofrer danos.
hipocampo
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, prepararam um experimento em que ratos precisavam aprender a atravessar um labirinto em forma de "W". De tempos em tempos, os ratinhos eram colocados em uma "caixa de descanso".
Enquanto os animais descansavam, os pesquisadores mediram a atividade cerebral nos ratos. Nesse momento em que os bichinhos estavam calmos e sem prestar muita atenção a estímulos externos, picos curtíssimos de atividade neural ocorriam junto com a ativação dos mesmos neurônios, e na mesma ordem que haviam sido registrados durante o percurso. Isso quer dizer que os ratinhos estavam dando um "replay" mental na experiência que tiveram dentro do labirinto em forma de "W".
Esses picos curtíssimos de atividade neural são os mesmos que ocorrem quando se dorme. Eles ajudam a consolidar a memória. "Parece que são esses picos no hipocampo que nos permitem tomar uma decisão baseada em experiências passadas", disse o neurocientista Loren Frank, coautor do estudo, a VEJA.


Para verificar se o "replay" mental durante o repouso influenciava no aprendizado dos animais, os cientistas impediram a ativação dos neurônios associados ao labirinto sempre que um pico de atividade neural ocorria. Sem essa vantagem, o desempenho dos bichinhos no labirinto piorou. Eles não sabiam mais qual caminho seguir para receber a recompensa. Ou seja, eles não conseguiam mais relacionar as experiências anteriores com o prêmio, o que seria necessário para decidir qual caminho seguir no labirinto.
De acordo com Frank, os picos de atividade neural são essenciais para a recuperação de lembranças. "Se fosse possível aumentar a atividade neural durante o replay das lembranças, seria possível melhorar o resgate de lembranças e as decisões que são guiadas por ele", disse. "Nesse momento, não sabemos como fazer isso, mas sabemos que esses eventos ocorrem mais quando estamos acordados, mas em um estado de repouso. Ou seja, estimular esse tipo de situação deve aumentar o replay de lembranças."
Embora os replays durem apenas uma fração de segundo, Frank destaca que eles não são muito diferentes de quando uma pessoa revive uma lembrança. "Acreditamos que o cérebro usa esses picos para muitas coisas: recuperar e fortalecer memórias, explorar possibilidades —  'sonhar acordado'."
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/relaxamento-faz-bem-a-memoria-diz-estudo 

Perfume para a casa: o aroma certo para cada ambiente

Casa e Cia 

 

O olfato é o mais marcante dos sentidos. Quando uma pessoa sente um aroma novamente, é capaz de reviver as emoções já sentidas. Em casa, os perfumes de ambientes são capazes de proporcionar sensações de relaxamento, bem-estar e também de limpeza, mas para cada ambiente, há aromas mais ou menos indicados, de acordo, justamente, com a sensação que se deseja obter. Confira:
Aprenda a escolher o aroma ideal para obter as sensações mais adequadas em cada lugar da sua casa.
O olfato é o mais marcante dos sentidos. Quando uma pessoa sente um aroma novamente, é capaz de reviver as emoções já sentidas. Em casa, os perfumes de ambientes são capazes de proporcionar sensações de relaxamento, bem-estar e também de limpeza, mas para cada ambiente, há aromas mais ou menos indicados, de acordo, justamente, com a sensação que se deseja obter. Confira:
Quartos
Especialistas indicam óleos que estimulam o relaxamento para os quartos. Lavanda, ylang-ylang, cardamomo e jasmim são boas opções.
Escritório
Para o escritório, existem estimulantes de concentração: limão, hortelã-pimenta e citronela.
Cozinha
Aromas cítricos e adstringentes são indicados para a cozinha.
Sala de jantar
Na sala de jantar, cravo, canela, cardamomo e manjericão aguçam o apetite.
Banheiro
Para o banheiro, hortelã-pimenta, pinhos e eucalipto têm poder bactericida e disfarçam odores desagradáveis.
Hall de entrada
A entrada da casa deve ter um aroma que dê a sensação de tranquilidade e aconchego. Aromas cítricos com toques florais são perfeitos para isso.
Além do aroma, é preciso atenção com o modelo na hora da escolha. Os aromatizantes em spray, por exemplo, são práticos na hora de aplicar, mas, após a dispersão do produto, a propagação fica menos intensa. Diferente das varetas, que absorvem o líquido perfumado e mantêm o cheiro por mais tempo.
Além disso, é preciso levar em consideração o tamanho do ambiente. Em espaços pequenos, velas e réchauds resolvem o problema, mas para lugares maiores, os aromatizadores elétricos são mais indicados. 
Outra questão a ser pensada é o tipo de essência. As lojas especializadas vendem tanto essências sintéticas como óleos naturais. As essências sintéticas possuem perfume intenso e são mais duradouras por causa dos fixadores e conservantes. Já os óleos são conhecidos pelos efeitos terapêuticos, que estimulam o relaxamento e os sentidos.  

Biografia traz relatos de ex-namoradas de Obama

Estados Unidos

Livro, de autoria do jornalista David Maraniss, será lançado em junho nos EUA

 Barack Obama em 1983 na cidade de Nova York  Barack Obama em 1983 na cidade de Nova York (AP)
Com lançamento previsto para junho, uma nova biografia de Barack Obama vai trazer relatos de ex-namoradas do presidente, relacionamentos de quando ele era estudante universitário em Nova York. Um trecho do livro foi publicado na edição de junho da revista Vanity Fair.
O jornalista e autor do livro, David Maraniss, encontrou duas delas durante as pesquisas de Barack Obama: The Story (Barack Obama: A História, em tradução livre). De acordo com Maraniss, ambas não se importaram em divulgar trechos de cartas e diários que contam um pouco mais sobre a juventude de Obama.
Uma dos romances revelados pela publicação é com Alex McNear. O flerte com Obama em 1982. Foi uma espécie de "romance de verão".  De acordo com suas lembranças, Obama era, aos 20 e poucos anos, introvertido, contido e com tendência a ser prolixo.
Inevitável - Obama conheceu sua primeira namorada séria em 1983. Genevieve Cook, uma professora primária australiana de 25 anos, encontrou pela primeira vez o então estudante de Direito de 22 anos em uma festa de Natal. Pouco tempo depois, eles jantaram e passaram uma noite juntos. "Tudo foi muito inevitável", lembra.

Em comum, Obama e Genevieve tinham o hábito de manter um diário, de ser observadores, de ter mães enérgicas e presentes e também um idealismo para acertar o que estava de errado no mundo.
O romance era visto de diferentes maneiras do jovem casal. Quando a australiana disse que amava Obama, por exemplo, ficou decepcionada ao ouvir apenas um "obrigado" como resposta.  O namoro durou um ano e meio.
Em entrevista ao jornal Washington Post, Maraniss afirma ainda que a professora não foi a última namorada de Obama antes de ele conhecer Michelle, em 1989 - mas não revela mais detalhes sobre o assunto.
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/ex-namoradas-revelam-detalhe-da-juventude-de-obama

Relações azedas


Cavendish: inferno astral
Desde que as fotos e vídeos de seus jantares na Europa foram divulgados, Sergio Cabral deixou de falar com Fernando Cavendish.
A propósito, Anthony Garotinho tem dito aos mais próximos que o seu arsenal é composto de 40 vídeos e cerca de 200 fotos.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/relacoes-azedas-2/ 

Começam a valer as novas regras para a poupança

Governo

Governo publicou no 'Diário Oficial' a Medida Provisória que altera o rendimento das cadernetas, que renderão menos em caso de queda da taxa Selic

Poupança (cofres) Poupança (cofres) (Thinkstock)
A presidente Dilma Rousseff publicou na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União as novas regras da poupança. As medidas foram anunciadas na quinta-feira pelo governo e já estão valendo para os depósitos que forem feitos a partir desta sexta. A Medida Provisória prevê correção mensal da caderneta pelo equivalente a 70% da taxa básica de juros (Selic) mais a variação da Taxa Referencial (TR), que hoje é de 0,0864% ao mês. Essa regra valerá sempre que a Selic estiver em 8,50% ao ano ou em patamar inferior a este. Se a taxa estiver acima disso, o rendimento permanecerá no nível atual: 0,5% ao mês mais a variação da TR. A Selic está atualmente em 9% ao ano.
Análise: Para economistas, medida do governo é positiva
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, justificou as alterações como uma maneira de facilitar a queda dos juros no país. O Banco Central não teria ação eficaz e não conseguiria baixar taxas de juros, mesmo que quisesse”, disse, na quinta-feira. “A economia continuaria praticando taxas mais elevadas; portanto, inviabilizaria redução da taxa de juros no Brasil”, acrescentou.
Congresso: Dilma pede apoio da base às novas regras
Mudanças - Mantega afirmou que os bancos terão tempo para se adaptar, já que a taxa básica de juros ficará acima de 8,5% ao ano pelo menos até a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 29 e 30 de maio. Os bancos deverão desmembrar a poupança das pessoas em duas contas separadas e informar os saldos de cada uma delas aos correntistas. "O banco terá de prestar contas dizendo que você tem um saldo na conta antiga de tanto e, na nova, de tanto. É como se na sua conta você fizesse duas aplicações diferentes. Não tem nenhuma dificuldade de os bancos operacionalizarem essa medida", afirmou.
Segundo o ministro, a poupança precisa se adequar, por exemplo, aos fundos de investimentos. “Com exceção da poupança, as demais aplicações pagam imposto de renda e taxas de administração financeira”, disse. “A Selic caiu 3,5% de agosto até essa data. Portanto, as aplicações financeiras também acompanham a regra da Selic. Então, se mantivermos as atuais regras da poupança, ela se tornará obstáculo para impedir queda da Selic”, explicou. Mantega definiu as alterações na poupança como “mínimas” e garantiu que elas não afetarão os interesses e benefícios dos correntistas da aplicação.
Quem já tem depósitos na caderneta de poupança não será atingido pela medida. “Todas aquelas cadernetas com poupança com depósitos feitos até o dia de hoje ficam exatamente como estão, ou seja, a remuneração da poupança é exatamente a mesma de hoje”, disse Mantega. “Não há rompimento de contrato, não há usurpação de direitos e nenhum prejuízo para os atuais detentores de caderneta de poupança”, completou.
Banco Central - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, divulgou nota na noite desta quinta-feira em que demonstra satisfação com a decisão do governo de alterar as regras de remuneração da poupança. "Com essa decisão do governo, o Brasil dá um passo fundamental na direção de remover resquícios herdados do período de inflação alta", diz.
No comunicado, Tombini destaca que "a medida adapta a caderneta de poupança ao novo cenário brasileiro e com isso consolida as bases para o crescimento econômico sustentável". O presidente do BC chama atenção para o fato de que, mesmo com as alterações, serão preservados "integralmente os depósitos já feitos". "A caderneta de poupança continuará sendo um patrimônio da nossa sociedade, reconhecidamente um produto financeiro tradicional, de fácil compreensão e amplamente utilizado por todos os brasileiros", afirma Tombini.
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/comecam-a-valer-as-novas-regras-para-a-poupanca 

Cabral vê 'zero risco' de ter caído em grampo

Política

 Que confiança, não!

Por Wilson Tosta
Rio - Diante das suspeitas sobre sua relação com Fernando Cavendish, controlador da Delta, um dos focos da CPI do Cachoeira, o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), traçou uma estratégia baseada na inexistência - pelo menos por ora - de indícios que o envolvam no escândalo.
"Zero, zero risco de haver uma conversa minha tratando de assuntos públicos com o Fernando", disse o governador a interlocutores do PMDB, no fim de semana. Dois pontos sustentam a tática de Cabral: não foram encontrados grampos da Operação Monte Carlo nos quais o peemedebista apareça beneficiando Cavendish; e, segundo a versão do governador, eles só costumam abordar assuntos privados, sem tocar em interesses públicos. A Delta tem, com o Estado do Rio, contratos de obras que somam R$ 1,49 bilhão.
Cabral tem deplorado, contudo, o que chama de "exposição de famílias" - segundo ele, iniciado com a divulgação de fotos de casais que o acompanhavam em viagens ao exterior pelo blog do ex-governador e deputado Anthony Garotinho (PR-RJ).
As imagens mostram Cabral e sua mulher, Adriana Ancelmo, acompanhados de Cavendish e da então mulher do empresário, Jordana Kfuri Cavendish, morta em junho em um acidente de helicóptero na Bahia que tornou pública a amizade entre o governador e o controlador da Delta. Nas imagens, os casais estão em um restaurante em Mônaco e no show do grupo U2 em Nice (França), em 2009.
Nesta quinta, a Justiça do Rio determinou que Garotinho retire de seu blog, em 48 horas, as imagens da mulher de Cavendish, em ação movida pelo pai de Jordana, Dario Kfuri. No blog, o deputado lamentou ter usado a imagem dela. "Todavia algumas situações são fatos jornalísticos contundentes e reveladores."
Vaias
Cabral tem se manifestado sobre o caso apenas por notas. Ontem, o governador chegou a evento no Rio ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e evitou um vexame público - Lula foi aplaudido de pé, o que abafou os apupos a Cabral. Sisudo, o governador fez um discurso curto e manteve-se sério, demonstrando abatimento. Depois da solenidade, não falou com os repórteres.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tragédia na Bahia expõe ligações delicadas de Sérgio Cabral

Política

Governador do Rio de Janeiro voou em avião de Eike Batista para comemorar o aniversário de dono de construtora com quem o estado tem contratos de mais de um bilhão de reais

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, em um seminário O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, em um seminário (Celso Junior/Agência Estado)
A queda de um helicóptero em Trancoso, na última sexta-feira, matou sete pessoas e expôs o governador Sérgio Cabral a duas situações difíceis. A primeira, familiar. Entre as vítimas estava Mariana Noleto, de 20 anos, namorada de seu filho Marco Antônio. A segunda, política. A tragédia deixou evidentes as ligações delicadas do governador com empresários. Cabral viajou para a Bahia em avião emprestado por Eike Batista – que doou 750 mil reais para sua campanha e se comprometeu a investir 40 milhões de reais nas Unidades de Polícia Pacificadora - para comemorar o aniversário de Fernando Cavendish.
Dono da construtora Delta, que tem no governo do Rio de Janeiro um grande cliente, Cavendish acumula desde 2007 contratos cujo valor supera um bilhão de dólares, entre elas o Maracanã e o Arco Rodoviário. E Marcelo Mattoso de Almeida, que pilotava o helicóptero, foi um grande doleiro no Rio de Janeiro, nos anos 1990, e era dono do resort onde a festa aconteceria. O governador pediu licença do cargo até domingo, alegando razões particulares.
O governo do estado informou que Sérgio Cabral decolou do aeroporto Santos Dumont na sexta-feira, às 17h, no Legacy de Eike, junto com Marco Antônio, Mariana e a família Cavendish, rumo a Porto Seguro. A primeira-dama Adriana Anselmo desistiu da viagem, e ficou no Rio. De lá, para chegar até o Jacumã Ocean Resort, um luxuosíssimo empreendimento, era preciso voar de helicóptero. Como não havia lugar para todos, decidiu-se dar prioridade às mulheres e às crianças. O cronograma informado é apertado. O helicóptero decolou às 18h31m, uma hora e meia depois da saída do Santos Dumont. Cabral, Marco Antônio e Cavendish iriam no voo seguinte.
Em maio, VEJA publicou reportagem que relata o espantoso crescimento da Delta, e esmiuça as ligações da Delta com o ex-ministro José Dirceu, responsáveis pela transformação de Fernando Cavendish em "príncipe do PAC". O empresário Romênio Marcelino Machado, dono da construtora Sigma e desafeto de Cavendish, enfatiza a amizade entre ele e Cabral. "A promiscuidade é total".
Na manhã desta terça-feira foi localizado o corpo de Jordana Kfuri Cavendish, mulher de Fernando, a última das vítimas do acidente. A Agência Nacional de Aviação Civil informou que Marcelo Almeida estava com sua licença para pilotar vencida desde 2005, e utilizou os dados de outro piloto para voar na sexta-feira.
Tragédia na Bahia expõe ligações delicadas de Sérgio Cabral 

CPI - O primeiro round

Congresso

A CPI criada para investigar os negócios do contraventor Carlos Cachoeira tem um grande desafio: desvendar o segredo do sucesso da empreiteira Delta, que tem na raiz de sua impressionante trajetória amizades influentes e pagamentos a políticos em troca de obras em governos e estatais

Hugo Marques, Daniel Pereira e Rodrigo Rangel
SOCIEDADE - A investigação sobre um esquema ilegal de jogos comandado por Cachoeira (à esq.) revelaram que a Delta, do empresário Fernando Cavendish (à dir.), usa políticos e dinheiro sujo para expandir seus negócios SOCIEDADE - A investigação sobre um esquema ilegal de jogos comandado por Cachoeira (à esq.) revelaram que a Delta, do empresário Fernando Cavendish (à dir.), usa políticos e dinheiro sujo para expandir seus negócios (Fotos Dida Sampaio/AE; Eduardo Knapp/Folhapress)
A Polícia Federal sustenta que recursos públicos oriundos da parceria entre a Delta e Cachoeira alimentaram um duto que serviu para irrigar o bolso de políticos e autoridades que os ajudavam na conquista de contratos
VEJA publicou em maio do ano passado uma reportagem exclusiva mostrando o que já parecia ser muito mais que uma simples coincidência: a empreiteira Delta fora alçada à condição de maior parceira do governo federal no mesmo ano em que contratou os serviços de consultoria do deputado cassado e ex-ministro José Dirceu. A Delta, mostrou a reportagem de VEJA, além de multiplicar sua carteira de obras, expandira sua atuação para setores nos quais não tinha experiência, como óleo e gás. Na ocasião, dois ex-sócios da empresa forneceram a primeira pista para desvendar essa impressionante história de sucesso. Segundo o depoimento deles, a empreiteira usava a influência que mantinha junto a políticos para obter vantagens. O próprio presidente da empresa, Fernando Cavendish, explicou como agia e qual era o preço a ser pago. Ele disse que com "6 milhões de reais comprava um senador". Sua explicação seguinte ficaria famosa: "Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas pra c...". A conversa, gravada pelos ex-sócios, foi classificada como simples bravata por Cavendish. Não era. Ela era reveladora de um método.
A Delta vai aparecer como figura de proa na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada na semana passada no Congresso Nacional, em Brasília, para investigar as relações do contraventor Carlos Cachoeira - preso por comandar um esquema ilegal de exploração de jogos - com políticos e empresas que têm contratos com a administração pública. A construtora figurará como a principal acusada no esquema baseado em pagar propina em troca de favores e contratos em governos. Segundo a Polícia Federal, a empreiteira usou os tentáculos de Cachoeira para corromper autoridades nos governos de Tocantins, Distrito Federal e Goiás. Cavendish e a Delta tiveram sua ação restrita a essas três unidades da Federação? Não. O esquema atuou também no âmbito federal, usando o mesmo método de subornar políticos e servidores públicos para obter contratos. A engrenagem funcionou ativamente dentro de ministérios no governo passado e engolfou até mesmo a Petrobras, a maior e a mais poderosa das estatais brasileiras. A Petrobras é o principal dínamo dos investimentos públicos do país, protagonismo acentuado com a descoberta das reservas de petróleo no pré-sal. No governo Lula, foi aparelhada politicamente por militantes do PT, que ganharam o controle de cargos de diretoria. O aparelhamento político de estatais, como sempre, termina em prejuí­zo para a empresa e os contribuintes.
 
PROPINA - Em maio do ano passado, reportagem de VEJA revelou que o ex-ministro José Dirceu foi contratado para prestar consultoria à Delta. Sócios da empreiteira, José Quintella e Romênio Machado revelaram a natureza do trabalho encomendado ao ex-ministro: abrir as portas do governo e de estatais
PROPINA - Em maio do ano passado, reportagem de VEJA revelou que o ex-ministro José Dirceu foi contratado para prestar consultoria à Delta. Sócios da empreiteira, José Quintella e Romênio Machado revelaram a natureza do trabalho encomendado ao ex-ministro: abrir as portas do governo e de estatais
No fim de 2008, a Petrobras convidou a Delta para duplicar o parque de expedição de diesel na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Um convite inusitado, uma vez que a empreiteira era especializada em obras rodoviárias e construção civil. Para suprir a carência técnica e se habilitar, a Delta comprou a Sigma, empresa que já tinha diversas parcerias com a estatal. Depois dessa negociação, a empreiteira assinou um contrato com a Petrobras no valor de 130 milhões de reais. A aproximação entre a Delta e a Sigma foi feita pelo engenheiro Wagner Victer, auxiliar do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que é compadre de Cavendish. O negócio parecia bom para todos os envolvidos. A Petrobras contratou a obra por um preço considerado baixo, a Delta se cacifou para atuar no bilionário ramo do petróleo e os donos da Sigma ficariam ainda mais ricos. Mas nem tudo correu como se esperava. Cavendish e seus sócios se desentenderam ao cabo de disputas financeiras. Dos ex-sócios inconformados partiu a revelação, certamente de alto interesse para a CPI instalada na semana passada, segundo a qual, para conseguir o contrato na Petrobras, a Delta teria pago propina. Sob a condição de anonimato, um deles contou a VEJA que a Sigma, além de servir como fachada técnica para as operações da Delta, funcionou como caixa para quitar faturas em que a própria Delta preferia não aparecer como devedora. Para ocultar o pagamento de propina, segundo o relato gravado do ex-sócio, que diz temer por sua segurança, a Sigma foi orientada a simular a contratação de serviços para justificar a saída da propina. Os diretores da Delta indicavam o valor e os funcionários da estatal a ser beneficiados. A fatura era então encaminhada a José Augusto Quintella e Romênio Marcelino Machado, ex-donos da Sigma que continuaram na empresa. Seguindo orientações de Cavendish, eles providenciavam notas frias para justificar os gastos com a propina. Essas notas eram assinadas por Quintella e Machado e por Flávio Oliveira, diretor da Delta. Só funcionários da área operacional da Petrobras, segundo o ex-sócio, receberam 5 milhões de reais. Um volume ainda maior teria sido pago a dirigentes da empresa. Desse mesmo caixa saíram os recursos para pagar os trabalhos de consultor prestados por José Dirceu.
Quintella e Machado não quiseram dar detalhes sobre o caso a VEJA. "Essa história será devidamente esclarecida no momento oportuno", disse Quintella, em nome dos antigos donos da Sigma. Os dois conhecem de perto a Delta. Foram eles que contaram a VEJA que Cavendish contratou, em 2009, o deputado cassado e ex-ministro José Dirceu como consultor com o objetivo de azeitar negócios junto à Petrobras, que era comandada por José Sergio Gabrielli, integrante da corrente política de Dirceu. Foi em uma reunião com Quintella e Machado que Fernando Cavendish fez seus notórios comentários sobre os preços e as vantagens de comprar autoridades. Na mesma conversa, gravada, Cavendish traçou o caminho até o cofre da Petrobras: "A Reduc foi convidada pelo jogo político da Delta. A gente foi convidado por uma articulação, um pedido que foi para cá, foi para lá...".
 
A Petrobras não quis se pronunciar sobre os fatos narrados por Cavendish e seus ex-sócios. A Delta diz que ganhou o contrato legalmente e não pagou propina. A CPI instalada na semana passada certamente terá meios de obter de Cavendish e da própria Petrobras informações mais consistentes sobre como o jogo político levava determinadas empresas a obter contratos na estatal no tempo em que Dirceu e Gabrielli reinavam. A Delta passou a existir como empreiteira de grande porte e alcançou o posto de maior fornecedora de serviços do estado brasileiro no governo Lula. Um "jogo político" que a CPI faria aos brasileiros o enorme benefício de elucidar. Não é pouca coisa. Segundo as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público que levaram Carlos Cachoeira à prisão, o contraventor funcionava como captador de negócios e lobista destacado da Delta Construções. Cachoeira operava em sintonia com Cláudio Abreu, designado formalmente pela empreiteira como seu representante para a Região Centro-Oeste. Os dois cuidavam de obter contratos junto aos governos do Distrito Federal, Goiás e Tocantins. Abreu tinha também missões junto a órgãos do governo federal. Foi ao cumprir uma dessas missões que ele emplacou a Delta como a principal parceira do Ministério dos Transportes e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Diretores da Delta passaram a visitar quase diariamente as dependências do ministério durante a gestão do senador Alfredo Nascimento, demitido no ano passado do cargo de ministro pela presidente Dilma Rousseff.
Na semana passada, Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit demitido no bojo do episódio que levou à queda do ministro Alfredo Nascimento, se disse vítima de uma trama que teria sido tecida contra ele exatamente por ter oferecido obstáculos aos interesses da Delta no órgão. Estranha linha de defesa. Foi na gestão de Pagot que a Delta mais do que dobrou seu faturamento em contratos com o Dnit, alcançando 658 milhões de reais em 2010. É quase 90% de tudo o que a empreiteira faturou no governo federal. Que obstáculo, então, foi esse? Suposta vítima de uma conspiração, Pagot, lembre-se, foi quem reuniu empresários no Ministério dos Transportes para ouvir uma explanação do deputado Valdemar Costa Neto, do PR, réu no processo do mensalão. Entre os convidados por Pagot estavam empreiteiros e consultores. Costa Neto falou da importância para o PR de tirar do papel obras bilionárias de restauração de rodovias federais. Muitos dos participantes da reunião, inclusive concorrentes da Delta, ficaram sabendo mais tarde que, se fossem escolhidos para fazer as obras, deveriam entregar ao partido propinas de 4% a 5% do valor de cada fatura paga. A investigação jornalística tem de se contentar com as informações recebidas e checadas das fontes que participaram da reunião. A CPI tem força e os meios legais para passar a limpo essa história.
A Polícia Federal sustenta que recursos públicos oriundos da parceria entre a Delta e Carlinhos Cachoeira alimentaram um duto que serviu para irrigar o bolso de políticos e autoridades que os ajudavam na conquista de contratos. Entre 2010 e 2011, empresas-fantasma criadas por Cachoeira receberam da Delta nada menos que 40 milhões de reais. Ras­trean­do o caminho do dinheiro, os policiais e promotores descobriram que parte dele foi parar na contabilidade de empresas que no mesmo período fizeram repasses a políticos - doações eleitorais declaradas, inclusive. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) estão entre os que receberam doações de campanha de empresas cujas contas foram irrigadas com recursos que Cachoeira recebia da Delta. Na semana passada, Cavendish foi assertivo em uma entrevista à Folha de S.Paulo. Ele disse que dá dinheiro a políticos para receber, em troca, informações sobre licitações. "Por que megaempresas fazem doações a campanhas? Vão ter informação. Não é toma lá dá cá." O método da Delta é conhecido. Para ganhar os contratos, a empresa joga o preço lá embaixo. O pulo do gato vem depois, quando a parceria já está em vigor. Em alguns casos, a empresa não executa os serviços certa de que não será incomodada pelos órgãos contratantes comandados por políticos de partidos aquinhoados com doações. Dessa forma, sobra dinheiro para abastecer os cofres da empresa e para remunerar os amigos no poder. Outra prática é inflar contratos com reajustes e aditivos. Conforme revelado por VEJA, a presidente Dilma Rousseff, antes de demitir a cúpula dos Transportes, deu um pito nos seus integrantes justamente em razão do excesso de aditivos contratuais: "Vocês precisam de babá".
O procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, diz que os aditivos que inflam os contratos não têm outro nome: "É roubalheira mesmo". Incentivador da CPI do Cachoeira, o ex-presidente Lula sabe dos riscos embutidos na investigação de aliados. Na quarta-feira, ele perguntou a peemedebistas: "E o Serginho, como está?". Ele se referia a Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro. Cabral é padrinho de casamento de Cavendish. Conheceram-se em 2000 e se tornaram amigos inseparáveis. O fortalecimento dessa relação foi acompanhado pelo crescimento vertiginoso da Delta em contratos com a administração fluminense. Em dez anos, a empresa conseguiu 2,2 bilhões de reais com o estado do Rio. A maior parte - 1,4 bilhão - veio depois que Cabral assumiu o governo, em 2007. Em 2003, a Delta faturou 228 milhões de reais, entre clientes públicos e privados. Em 2010, 3,5 bilhões de reais, um crescimento de 1 400%. O ritmo das doações também aumentou. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Delta doou, legalmente, meros 60 000 reais em 2002. Em 2010, doou 2,3 milhões - metade para o PT, metade para o PMDB.
Com reportagem de Alessandra Medina e Ana Luiza Daltro