O Brasil está dividido sim. Alguns tentam negar, mas é um fato. Só que não é entre nordeste e sul, e sim entre brasileiros mais produtivos e aqueles que vivem das benesses estatais, ou seja, pagadores e consumidores de impostos. Eis a grande segregação hoje. O nordeste é apenas mais pobre e, por isso, conta com mais brasileiros na segunda categoria.
Escrevi um texto em que cito a ideia do separatismo para efeito de reflexão, e logo depois digo que não é esse o caminho. Como era de se esperar, o lado de lá, sem um pingo de decência, retirou um trecho do contexto para disseminar por aí que eu fomento o ódio ao nordeste e a separação. Sempre acusando os outros do que são. Quem fomenta o ódio é o PT, sempre. Que fique claro isso.
Vejo a maioria nordestina que votou em Dilma como uma massa de manobra, como uma gente pobre e sofrida que foi vítima do terrorismo eleitoral do PT, que temeu perder suas vantagens. O Bolsa Família tem grandes problemas sim, como sempre apontei. O maior deles é justamente esse: fomenta a dependência e serve como voto de cabresto.
Mas vamos ter raiva dos coitados desesperados ou dos coronéis? É isso que precisa ficar claro aqui: o PT é o novo coronelismo. Inclusive está junto dos velhos coronéis nordestinos. Nossa raiva, nossa indignação, devem ser voltadas contra eles, os exploradores da miséria, os que vivem da alienação alheia, os que abusam de um povo carente como se gado fosse.
A provocação ao falar de separatismo serve como reflexão para compreendermos o jogo do PT: para os pobres diz que é necessário para protegê-los dos ricos exploradores da elite, e para os ricos diz que é necessário para protegê-los dos pobres revolucionários e impedir o comunismo. O câncer é o próprio PT. É ele que faz esse jogo sujo e explora todos.
O discurso de ódio vem de lá, e mais importante: ele é fundamental para a sobrevivência do PT. Sem o “nós contra eles” o partido não vive. Um deputado petista já veio destilar seu ódio e seu preconceito contra a “elite paulista mesquinha”. É isso que vão fazer agora uma vez mais: jogar uns contra os outros, com base nos critérios errados.
O Brasil está dividido, mas é entre quem quer trabalhar e quem quer explorar, entre quem quer democracia e quem quer tirania, entre quem paga impostos e quem vive deles. Minha indignação não é contra nordestinos pobres, que mereciam um país com mais oportunidades de trabalho, e sim contra parte da elite carioca, com seus artistas engajados e professores marxistas, que vivem de mamatas da Lei Rouanet ou de estabilidade de emprego sem meritocracia. Ou ainda contra a turma que mama nas tetas do BNDES, e está bem aqui ao lado, em São Paulo mesmo.
Claro, como a maior quantidade de massa de manobra está no nordeste – basta ver a votação proporcional de Dilma lá – entendo como natural a reação dos sulistas, que repetem que o Sul é sua Pátria. No limite, se o abuso e a exploração desse povo carente for levar o país todo rumo ao modelo venezuelano, é óbvio que o pessoal mais esclarecido do sul e sudeste tem o direito de reagir, e até mesmo de desejar viver em outro país, livre das garras autoritárias dos puxa-sacos de Fidel Castro.
Mas espero não chegarmos a tanto. Espero que seja possível preservar o nosso Brasil unido, e mostrar a esses nordestinos – e também cariocas, paulistas e mineiros – mais pobres e ignorantes, o que o PT quer de verdade: quer destruir nossa democracia. Mas não vai conseguir. Foi por pouco dessa vez, e há suspeitas e indícios de fraude nas urnas eletrônicas.
Dilma ainda corre o risco de impeachment, a economia vai piorar bastante, e boa parte do povo, espera-se, compreenderá que o inimigo não é o rico paulista ou a elite branca, e sim aquele câncer populista e demagogo chamado PT, com seus aliados podres da própria elite carioca e paulista.
Rodrigo Constantino