quinta-feira 30 2014

A culpa não é do nordeste, e sim do PT!


Vou enganar os trouxas direitinho, companheiro Castro!
O Brasil está dividido sim. Alguns tentam negar, mas é um fato. Só que não é entre nordeste e sul, e sim entre brasileiros mais produtivos e aqueles que vivem das benesses estatais, ou seja, pagadores e consumidores de impostos. Eis a grande segregação hoje. O nordeste é apenas mais pobre e, por isso, conta com mais brasileiros na segunda categoria.
Escrevi um texto em que cito a ideia do separatismo para efeito de reflexão, e logo depois digo que não é esse o caminho. Como era de se esperar, o lado de lá, sem um pingo de decência, retirou um trecho do contexto para disseminar por aí que eu fomento o ódio ao nordeste e a separação. Sempre acusando os outros do que são. Quem fomenta o ódio é o PT, sempre. Que fique claro isso.
Vejo a maioria nordestina que votou em Dilma como uma massa de manobra, como uma gente pobre e sofrida que foi vítima do terrorismo eleitoral do PT, que temeu perder suas vantagens. O Bolsa Família tem grandes problemas sim, como sempre apontei. O maior deles é justamente esse: fomenta a dependência e serve como voto de cabresto.
Mas vamos ter raiva dos coitados desesperados ou dos coronéis? É isso que precisa ficar claro aqui: o PT é o novo coronelismo. Inclusive está junto dos velhos coronéis nordestinos. Nossa raiva, nossa indignação, devem ser voltadas contra eles, os exploradores da miséria, os que vivem da alienação alheia, os que abusam de um povo carente como se gado fosse.
A provocação ao falar de separatismo serve como reflexão para compreendermos o jogo do PT: para os pobres diz que é necessário para protegê-los dos ricos exploradores da elite, e para os ricos diz que é necessário para protegê-los dos pobres revolucionários e impedir o comunismo. O câncer é o próprio PT. É ele que faz esse jogo sujo e explora todos.
O discurso de ódio vem de lá, e mais importante: ele é fundamental para a sobrevivência do PT. Sem o “nós contra eles” o partido não vive. Um deputado petista já veio destilar seu ódio e seu preconceito contra a “elite paulista mesquinha”. É isso que vão fazer agora uma vez mais: jogar uns contra os outros, com base nos critérios errados.
O Brasil está dividido, mas é entre quem quer trabalhar e quem quer explorar, entre quem quer democracia e quem quer tirania, entre quem paga impostos e quem vive deles. Minha indignação não é contra nordestinos pobres, que mereciam um país com mais oportunidades de trabalho, e sim contra parte da elite carioca, com seus artistas engajados e professores marxistas, que vivem de mamatas da Lei Rouanet ou de estabilidade de emprego sem meritocracia. Ou ainda contra a turma que mama nas tetas do BNDES, e está bem aqui ao lado, em São Paulo mesmo.
Claro, como a maior quantidade de massa de manobra está no nordeste – basta ver a votação proporcional de Dilma lá – entendo como natural a reação dos sulistas, que repetem que o Sul é sua Pátria. No limite, se o abuso e a exploração desse povo carente for levar o país todo rumo ao modelo venezuelano, é óbvio que o pessoal mais esclarecido do sul e sudeste tem o direito de reagir, e até mesmo de desejar viver em outro país, livre das garras autoritárias dos puxa-sacos de Fidel Castro.
Mas espero não chegarmos a tanto. Espero que seja possível preservar o nosso Brasil unido, e mostrar a esses nordestinos – e também cariocas, paulistas e mineiros – mais pobres e ignorantes, o que o PT quer de verdade: quer destruir nossa democracia. Mas não vai conseguir. Foi por pouco dessa vez, e há suspeitas e indícios de fraude nas urnas eletrônicas.
Dilma ainda corre o risco de impeachment, a economia vai piorar bastante, e boa parte do povo, espera-se, compreenderá que o inimigo não é o rico paulista ou a elite branca, e sim aquele câncer populista e demagogo chamado PT, com seus aliados podres da própria elite carioca e paulista.
Rodrigo Constantino

O ministro venezuelano e a babá armada

O chanceler venezuelano, Elías Jaua, durante reunião extraordinária da Unasul, em Santiago

Publiquei nesta manhã um post sobre a presença no Brasil de Elias Jaua, o ministro venezuelano das Comunas e Movimentos Sociais. É o Gilberto Carvalho deles, só que na fase em que já está de arma na mão. O homem está no Brasil para celebrar acordos com o MST.
Eu falei em armas? Pois é. Esqueci de lembrar de um troço importante no post. A babá da família do ministro foi presa no Aeroporto de Guarulhos, na sexta-feira, portando uma arma que seria do ministro. Vejam que mimo: um ministro de Estado de um país amigo entra armado no Brasil. A mulher foi solta ontem à noite. Leiam o que informa a EFE. Volto em seguida.
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A babá da família do ministro venezuelano das Comunas e Movimentos Sociais, Elías Jaua, foi liberada em São Paulo, após ser detida na sexta-feira com uma arma no aeroporto internacional de Guarulhos. Yaneth do Carmen Anza, de 39 anos, estava em prisão preventiva acusada de tráfico internacional de armas. Ela deixou a prisão na noite da quarta-feira, depois de a justiça aceitar o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa, embora o processo continue em andamento.
O habeas corpus foi concedido pelo juiz de apelações José Lunardelli e a decisão deverá ser publicada na sexta-feira, embora já tenha sido cumprida, informou à Agência Efe na sala terceira do Tribunal Regional Federal de São Paulo. No recurso, a defesa de Anza alegou que a arma pertencia a Jaua, que estava no Brasil acompanhando sua mulher em um tratamento médico, e afirmou que o ministro pediu a babá que levasse uma mala de sua propriedade que continha documentos e uma arma, registrada em seu nome.
Segundo a defesa, embora Anza tenha sido alertada por Jaua que devia retirar a arma da mala antes de viajar, “o babá não a encontrou e, devido à pressa para os preparativos da viagem, se esqueceu de avisá-lo que não encontrou a arma e que viajaria com a mala como a encontrou”, assinalou o tribunal. Na segunda-feira, a juíza Gabriella Naves Barbosa, da quinta Sala da Justiça Federal da cidade de Guarulhos, ordenou a prisão preventiva da babá. Lunardelli argumentou que não há razões para manter a babá na prisão por possuir residência fixa, ocupação lícita e não ter antecedentes criminais.
Anza aguardará o julgamento em liberdade provisória e está obrigada a comparecer a todas as audiências do caso. Anza viajou de Caracas para São Paulo em um avião da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) e, quando as bagagens passaram pelo controle, os funcionários do aeroporto identificaram a arma e acionaram as autoridades. Jaua ocupou diversos postos no governo venezuelano nos últimos anos e, até ser designado ministro de Comunas e Movimentos Sociais, foi ministro das Relações Exteriores, em substituição ao atual presidente, Nicolás Maduro.
Retomo
A versão oficial é que Jaua está no Brasil porque a sua mulher faz tratamento médico. Se faz também, não sei. Ele está no Brasil, conforme assume o próprio governo da Venezuela, para fazer acordos com o MST.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Mercados reagem bem à elevação de juros, é claro! Ou: Do estelionato

Pois é…
O governo Dilma resolveu dar uma piscadela para os “mercados” — aqueles contra os quais, segundo Lula, o PT ganha todas as eleições (podem rir!) —, e o BC elevou a taxa Selic de 11% para 11,25%. Ninguém esperava que fosse fazê-lo porque, a rigor, não existem razões objetivas para isso e porque a ata de setembro dizia que os 11% eram suficientes para levar, com o tempo, a inflação para o centro da meta.
A decisão, como antevi aqui ontem, seria lida pelo mercado como um sinal de que Dilma não vai querer brincar com a inflação; tomará, ela sim (não Aécio, né?), “medidas amargas” se necessário etc. É o jogo de sempre do PT. Faz discurso de ultraesquerda se necessário; ajoelha-se no altar da ortodoxia tosca se necessário; vai empurrando com a barriga até onde der. Ora está lá, ora está cá. Se a gente olha, no entanto, a trajetória de longo prazo, o país vai definhando e perdendo importância. É apenas um fato.
A decisão de elevar a Selic, conforme o esperado, fez o dólar cair — opera agora a menos de R$ 2,40 — e a Bolsa subir. A Vale despencou, mas nada teve a ver com esse movimento.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), vice de Aécio Neves na chapa tucana, comentou a elevação da taxa de juros: “É a prova de que o que a candidata Dilma falava, a presidente Dilma não escreve. Duas caras”. Outro senador de oposição também criticou a decisão: “Lamentavelmente, vamos assistir depois desse aumento, negado a campanha inteira, a reajustes nos combustíveis e nas tarifas de energia elétrica. Como sempre, o PT nos acusa daquilo que eles vão fazer, daquilo que é a prática deles”, afirmou Agripino Maia (DEM-RN).
É isso aí. Não demorou para começar o estelionato.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

COMO A REDE PETISTA ATUA, COM TENTÁCULOS NOS GRANDES VEÍCULOS, PARA TENTAR MUDAR UM FATO: NO DIA 21, YOUSSEF DISSE À PF E AO MP QUE DILMA E LULA SABIAM DA ROUBALHEIRA NA PETROBRAS. E NÃO HOUVE RETIFICAÇÃO NENHUMA, JANIO DE FREITAS! É MENTIRA!

Não pensem que a rede a serviço do petismo para distorcer informações está restrita aos blogs sujos, alimentada pelo capilé estatal. Chega também à grande imprensa. Aliás, os fiéis servidores da causa adorariam ver os veículos nos quais atuam debaixo do chicote do partido. Torcem fervorosamente para que Dilma imite Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e Cristina Kirchner e avance contra a “mídia”, onde ganham o pão. Mas vamos adiante. Prestem atenção à sequência de fatos.
1. VEJA publicou na edição de sexta-feira, dia 24, a informação de que, no âmbito da delação premiada, Alberto Yousseff havia afirmado à Polícia Federal e ao Ministério Público que Dilma e Lula sabiam, sim, da roubalheira na Petrobras. ATENÇÃO: O DEPOIMENTO EM QUE YOUSSEF ACUSA A DUPLA PRESIDENCIAL É DO DIA 21 DE OUTUBRO.
2. A VEJA começou a chegar aos leitores na sexta, dia 24. No sábado, dia 25, Folha, em manchete, e Estadão, com chamada na primeira página, PUBLICAVAM A MESMA INFORMAÇÃO.
NOTA LATERAL – VEJA não antecipou edição coisa nenhuma. Isso é mentira. Sigamos.
Nesta quarta, o jornal O Globo publica uma notinha, sem assinatura, sem fonte, sem nada, afirmando que, na verdade, Yusseff não teria dito o que disse à PF no dia 21, mas apenas no dia 22, numa retificação.
O apparatchik petista entrou em ação, afirmando que haveria uma espécie de articulação para acusar Dilma às vésperas da eleição. Em sua coluna de hoje, na Folha, Janio de Freitas, por exemplo, escreve a seguinte besteira (em vermelho):
Na quarta 22, “um dos advogados” de Youssef “pediu para fazer uma retificação” em depoimento prestado na véspera por seu cliente. “No interrogatório, perguntou quem mais sabia (…) das fraudes na Petrobras. Youssef disse, então, que, pela dimensão do caso, não teria como Lula e Dilma não saberem. A partir daí, concluiu-se a retificação.
Janio está, como se vê, desmentindo a manchete da própria Folha de sábado, dia 25, que apurou rigorosamente o que apurou VEJA. Até aí, tudo bem. Poderia fazê-lo se tivesse razão. Só que Janio e outros da espécie menores do que ele estão divulgado uma MENTIRA. Não houve depoimento nenhum na quarta-feira. A informação é falsa como nota de R$ 3.
Quem está fazendo escarcéu com isso nas redes sociais é gente que ainda vai acabar atrás das grades porque também recebia dinheiro do esquema que era gerenciado por Alberto Youssef, com dinheiro roubado da Petrobras.
O Valor Pro, um serviço eletrônico do Valor Econômico, resolveu entrar na história e, COM A INFORMAÇÃO CERTA, contribuiu para fazer ainda mais confusão. Ao veículo, o advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, disse o seguinte:
“Nesse dia [NA QUARTA-FEIRA], não houve depoimento no âmbito da delação. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada na quarta-feira. Não houve retificação alguma. Ou a fonte da matéria mentiu ou isso é má-fé mesmo”.
Entendeu, Janio de Freitas, ou quer um desenho? O advogado está desmentido a nota apócrifa do Globo, não a VEJA ou a Folha, onde você trabalha. Aliás, por que citar apenas a VEJA?
Muito bem. Bastaria a Janio ter feito a lição de casa, tarefa que um foca teria cumprido, e telefonado para o advogado ou para a Polícia Federal perguntando se tinha havido alguma oitiva na quarta, dia 22. E ficaria sabendo que se trata de uma mentira. Mas Janio já passou da fase de deixar suas convicções se contaminar pelos fatos.
Eu entendo por que Janio espalha isso.
Eu entendo por que a Carta Capital espalha isso.
Eu entendo por que os sites e blogs sujos espalham isso.
Mas não entendo por que o Globo publicou a nota mentirosa, já que, até onde sei, é um jornal que leva a sério o compromisso com a verdade. É O CASO DE APURAR COMO UMA INFORMAÇÃO MENTIROSA FOI PLANTADA NO JORNAL. Ao identificar os responsáveis, certamente se estará chegando a um dos tentáculos de um monstrengo de muitos tentáculos.
Quanto ao Valor Pro, dizer o quê? Um curso de redação não faria mal por ali. Nunca antes na história deste país se produziu um texto tão confuso, embora o jornalista estivesse com a informação certa, a saber:
1: só houve depoimento no dia 21, conforme informaram VEJA, Folha e Estadão;
2: não houve depoimento nenhum no dia 22;
3: não houve retificação nenhuma.
Para encerrar: garanto que essa é a “mídia” de que o Gilberto Carvalho gosta: a “mídia” que conta mentiras ou porque é regiamente paga para isso, com dinheiro estatal, ou por alinhamento ideológico.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/como-a-rede-petista-atua-com-tentaculos-nos-grandes-veiculos-para-tentar-mudar-um-fato-no-dia-21-youssef-disse-a-pf-e-ao-mp-que-dilma-e-lula-sabiam-da-roubalheira-na-petrobras-e-nao-houve-retific/

Os bastidores do vai e vem ministerial: os feridos, os fortalecidos e os irritados

Política

Luís Lima, Talita Fernandes e Naiara Infante Bertão
Dilma reeleita: corrida ministerial movimenta Brasília
Dilma reeleita: corrida ministerial movimenta Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
Prata da casa — Os que tinham a esperança de que Dilma escolhesse um nome de mercado para o Ministério da Fazenda terão de encarar os fatos: a presidente ficará mesmo com seu rebanho na hora de compor a equipe econômica. Nada de banqueiros. Tampouco vão embarcar economistas de linhagem diferente da desenvolvimentista. Até o momento, o mais cotado é Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Meses atrás, quando questionado pelo site de VEJA sobre o interesse, Barbosa negou. Contudo, nos bastidores, sabe-se que o economista se tornou figura frequente no bairro do Ipiranga, onde Lula mantém seu QG, em busca de apoio para a postulação. Dilma havia se mostrado reticente. Agora, encara o economista como uma saída mais sensata. "Ele seria uma boa escolha por ter bom trânsito no governo, no Congresso e entre os empresários", afirma um cacique petista.
Melhor que nada — No mercado financeiro, o nome de Barbosa não é malquisto como o de seu ex-chefe, Guido Mantega. "Não concordo com o que ele pensa. Mas o respeito como economista. Já o Mantega...", diz um gestor de fundos. Em Brasília, o sentimento é de que a presidente não morre de amores por ele, mas precisa de um ministro com características conciliadoras e que aceite, sem maiores crises, que o chefe da pasta será mesmo ela. Barbosa, por sua vez, não teria de trabalhar com seu desafeto Arno Augustin, que deixa a Secretaria do Tesouro Nacional ao final deste governo.
Fica, vai ter bolo — O atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, embora não seja aclamado pelo mercado, é visto pelos governistas como um nome que "não causa muitos problemas". O governo pode fazer, contudo, mudanças pontuais em algumas diretorias do BC. Já na Fazenda, o único dos atuais secretários que deve permanecer na pasta é Dyogo Oliveira, que ocupou a secretaria-executiva interinamente após a saída de Nelson Barbosa.
Quase lá — Para a pasta da Agricultura, a senadora Kátia Abreu é a número um da fila. Não é de hoje que a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pavimenta seu caminho até a Esplanada. Nos dois últimos anos, principalmente em 2014, houve uma aproximação forte com a presidente Dilma. Kátia se tornou espécie de “consultora” para assuntos do agronegócio no Palácio do Planalto. A ‘amizade’ criou até mesmo desavenças na própria CNA, já que a senadora foi criticada por não fazer a oposição que as federações do setor exigiam. A trajetória política também foi providencial. A senadora deixou a oposição (DEM-TO) em 2011, transferiu-se ao PSD de Gilberto Kassab, apoiador de Dilma e, em seguida, ao PMDB, que é o ‘dono’ da pasta no governo.
Doce — Sem função parlamentar em 2015, depois da derrota nas eleições para governador do Rio Grande do Norte, Henrique Eduardo Alves vem sendo sondado pelo governo para assumir a pasta da Previdência, que é comandada pelo seu tio, Garibaldi Alves. A aliados, o atual presidente da Câmara disse que, por ora, não aceitará o cargo. Voltará para Natal para cuidar dos negócios da família e militar pelo partido.
Prêmio de consolação — Dar a Previdência a Henrique Alves é a estratégia do governo para acalmar os ânimos do peemedebista depois da derrota que sofreu em seu estado natal. Alves ficou irado depois que o ex-presidente Lula apareceu apoiando seu adversário Robinson Faria (PSD-RN).
Nova ala — O atual ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, tem não apenas tentado se manter forte no governo, mas também procura emplacar nomes em outras pastas. Uma das tentativas de Mercadante é arrumar um substituto para Paulo Bernardo, que hoje ocupa o Ministério das Comunicações. Depois de o nome de Bernardo e de sua mulher, a senadora Gleisi Hoffman, aparecerem entre os possíveis favorecidos do esquema de corrupção da Petrobras, a base governista considera improvável que o ministro seja mantido.
Balão de ensaio — A escolha dos novos ministros do governo Dilma está dividida em várias frentes. De um lado, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, está conversando com os partidos aliados à sigla para dar início à distribuição de ministérios. Do outro, o articulador é o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que tem contado a diversos aliados os nomes que gostaria no governo, como forma de testá-los junto à opinião pública. Os rumores sobre o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, assumir a Fazenda são de autoria do ex-presidente.
Em alta — Novato na pasta, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, tem grandes chances de permanecer no cargo. Nos bastidores de Brasília, fala-se que seu nome é defendido com afinco por empresários da indústria farmacêutica. A maior dificuldade dos governistas no âmbito da Saúde seria, contudo, garantir um nome forte para a presidência da Anvisa — agência que foi fatiada entre diversos partidos. 
Órfão — Derrotado, o ex-ministro Alexandre Padilha (PT-SP) também poderia voltar para Brasília, já que ficou sem nenhum cargo. A dificuldade da volta está no fato de seu nome ter sido citado nas denúncias da Operação Lava-Jato, apesar de nada ter sido comprovado.
Pé na rua – Quem não ficará no governo são os ministros Guido Mantega (Fazenda), Marta Suplicy (Cultura) e Mauro Borges (Desenvolvimento). Mantega, que está no cargo há quase oito anos, já teve sua demissão anunciada durante a campanha presidencial. Marta deve sair por ter sido uma dos principais entusiastas do movimento "Volta, Lula". Já Borges assumiu o MDIC de forma quase que interina, quando Fernando Pimentel deixou a pasta para disputar o governo mineiro pelo PT. 
Direto de Minas — Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José Alencar, é um dos mais cotados para assumir a pasta do Desenvolvimento no lugar de Mauro Borges. Petistas afirmam que, mesmo derrotado no Senado, Gomes fez a "lição de casa" durante as eleições.