segunda-feira 28 2014

Extreme - More Than Words





Computadores do Planalto editaram Wikipédia em prol de Dilma e Padilha

Governo federal

Edições removeram suspeitas de corrupção em órgão em que Padilha trabalhou. E inseriram ataques a José Serra durante a disputa eleitoral de 2010

Padilha e Dilma: 'forcinha' na Wikipedia com equipamento da União
Padilha e Dilma: 'forcinha' na Wikipedia com equipamento da União (Alice Vergueiro/Futura Press)
Computadores do Planalto foram usados para editar páginas na enciclopédia colaborativa Wikipédia em prol da presidente Dilma Rousseff e de seu ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A Wikipédia registra todos os endereços de IP de computadores que realizam alterações em suas páginas. A reportagem do jornal cruzou esses dados com os endereços de IP registrados em nome do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e da Presidência da República - e detectou que, entre 2008 e 2014, páginas foram modificadas por onze computadores do governo para inclusão de elogios e exclusão de críticas a petistas. E também para atacar o ex-governador de São Paulo José Serra, em 2010, quando o tucano era adversário de Dilma na corrida ao Palácio do Planalto. Segundo a Folha, as alterações foram desfeitas por outros usuários da rede, porque feriam as regras de uso da enciclopédia virtual.
Em 2013, por exemplo, uma conexão de internet da Presidência foi utilizada para remover da Wikipédia trecho sobre suspeitas de corrupção na Funasa quando Padilha integrava o órgão. Segundo o jornal, o trecho suprimido foi o seguinte: "Em maio de 2013, iniciam investigações mediadas pelo Procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por suspeitas de irregularidades na Funasa em 2004, quando Padilha era diretor de Saúde Indígena do órgão [...]". O editor aproveitou, ainda, para incluir elogios ao programa Mais Médicos, uma das principais bandeiras eleitorais de Dilma e Padilha. "Com o sucesso do Mais Médicos, Padilha se torna um dos pré-candidatos petistas à disputa pelo governo de São Paulo", diz o texto alterado. O original dizia apenas: "Padilha é um dos pré-candidatos petistas à disputa pelo governo de São Paulo, tendo transferido seu título eleitoral de Santarém para São Paulo em junho de 2013".
Em junho do mesmo ano, em meio a onda de protestos que varreu o país, endereço de IP do Serpro foi utilizado para alterar a página do Movimento Passe Livre (MPL) na enciclopédia. O texto colocado dizia que o MPL "se utiliza de protestos e, não raramente, depredação e violência para alavancar" reivindicações. Afirmava também que a tarifa zero, uma das bandeiras do grupo, ignora que "todo aumento de gasto público implica menos orçamento" para saúde e educação.
Já em 2010, um computador federal foi usado para inserir críticas a José Serra na página do tucano. O texto incluído dizia que "se eleito presidente, Serra pretende, como uma de suas metas, acabar com todas as empresas estatais e sucatear todas as empresas públicas". Procurado pelo jornal, o Serpro se negou a informar onde tais computadores estão alocados. Padilha se negou a comentar o assunto.

'Sou pago para falar o que penso', diz analista de consultoria cerceada pelo PT

Entrevista

Após episódio com o banco Santander, partido atua para neutralizar análises da consultoria Empiricus, que prevê "futuro sombrio" para a economia brasileira caso a presidente Dilma se reeleja

Ana Clara Costa
Dilma Rousseff: preocupação com a disputa entre petistas pelo poder
PT protocola representação contra consultoria que prevê economia indo mal se Dilma se reeleger (André Duzek/Estadão Conteúdo)
Na última sexta-feira, toda a artilharia petista se armou contra o banco Santander depois que um relatório enviado a clientes de alta renda previa mais dificuldades para a economia brasileira se a presidente Dilma Rousseff se reeleger. Temendo represália, o banco enviou nota ao mercado desculpando-se pelo texto da equipe de análise e assegurando que medidas haviam sido tomadas em relação aos responsáveis. No mesmo dia, o partido silenciosamente protocolou uma representação contra a consultoria de investimentos Empiricus Research no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A justificativa foi a mesma que a usada pelo presidente do PT, Rui Falcão, para recriminar o banco Santander na sexta-feira: "terrorismo eleitoral". Ou, de forma mais sofisticada, "fazer manifestações que interfiram na decisão de voto".
Segundo a representação, a Empiricus estaria vinculada ao candidato tucano Aécio Neves, à coligação Muda Brasil e ao Google numa campanha com o intuito de manchar a imagem da presidente Dilma por meio de propaganda paga. A consultoria, conhecida no mercado pela forma dinâmica e descomplicada com que produz suas análises, anunciou alguns de seus textos por meio da ferramenta Google Ads. Ao longo do último mês, permaneceram em evidência no Google os anúncios mais clicados por leitores, que eram justamente os textos intitulados: Como se proteger de Dilma e E se Aécio ganhar. O ministro Admar Gonzaga, do TSE, acatou o pedido protocolado em nome de Dilma e concedeu liminar impedindo a Empiricus de propagandear suas análises no Google. O gigante da internet também foi alvo de representação, assim como o candidato do PSDB e sua coligação. Em entrevista ao site de VEJA, o autor dos textos, Felipe Miranda, afirmou que a medida não intimidará seu trabalho. "O que já vínhamos falando aos nossos clientes sobre a gestão do governo e a condução da política econômica só piorou com esse cerceamento. Mas vamos continuar atuando da mesma forma. Não tenho rabo preso e sou pago pelos meus clientes para falar o que penso", afirma. Confira trechos da conversa.
O TSE informou a consultoria sobre a representação do PT?
Não, ainda não recebemos nenhum comunicado oficial. Ficamos sabendo pela internet. Mas a situação é absurda, pois não há campanha eleitoral da nossa parte. Podem não gostar do que escrevemos, mas nos colocar ali é absurdo.
Estão impedidos de produzir análises com foco eleitoral?
Não. Há uma liminar que nos obriga a tirar aqueles textos do ar. Mas não existe a possibilidade de alguém nos proibir de fazer nossas análises críticas, pois aí seria censura explícita. Já seria um ato institucional contra a liberdade de expressão. Além disso, o que já vínhamos falando aos nossos clientes sobre a gestão do governo e a condução da política econômica só piorou com esse cerceamento. Mas vamos continuar atuando da mesma forma. Não tenho rabo preso e sou pago pelos meus clientes para falar o que penso.
Como o Google distribuiu os anúncios dos textos produzidos pela Empiricus?
Os dois textos são muito claros: tratam de uma tese econômica que não é nova e que mostra que a bolsa cai quando a Dilma sobe nas pesquisas, e sobe quando o Aécio melhora. O objetivo é simples: nossos clientes devem se proteger desses solavancos. Os anúncios dos textos chegam de forma idêntica ao Google, mas, de acordo com a métrica de distribuição desses anúncios, ficam mais expostos os que são mais clicados. Diante disso, podemos escolher tirar do Google Ads os anúncios menos rentáveis. O que não foi o caso dos anúncios sobre as perspectivas econômicas num cenário de vitória da Dilma e do Aécio.
A consultoria sofreu algum tipo de represália fora a representação no TSE?
Tirando esse clima de caça às bruxas, de perseguição, nada foi feito. Há, claro, a militância. Desde a semana passada recebo xingamentos e ameaças de toda a natureza por email e por meio das redes sociais. Nosso site já caiu várias vezes e tentaram invadir nossos emails. 
Desde a repercussão do caso Santander, o mercado está mais amedrontado?
Não posso falar pelo mercado, pois não estou a par. Mas o que é certo é que estão tentando cercear nossa liberdade e nosso dever fiduciário de prover boas dicas. Nós estamos pessimistas em relação à economia e não posso ignorar isso em minhas análises. No caso do Santander, entendo que ficou feio para o banco ter de voltar atrás na opinião de um analista. Mas não me surpreende, pois os grandes bancos não querem romper relações com o governo. Mas nós somos independentes e só temos compromisso com nossos clientes.

Mulher de Franklin Martins recebeu R$ 6 milhões do governo

Veja.Com

Só um milhão? Muito pouco...
Só um milhão? Muito pouco…
Segundo reportagem na Folha, a mulher de Franklin Martins já embolsou R$ 6 milhões do governo por serviços prestados. Mônica Monteiro é sócia majoritária da Cine Group, empresa que ganhou pouco mais de R$ 30 mil em 2004, ano em que foi registrada no DF. Ano passado, embolsou R$ 1,2 milhão. Em dez anos, foram R$ 6 milhões, prestando serviços para a Presidência e ministérios.
Os pronunciamentos eleitoreiros da presidente Dilma, por exemplo, tiveram sua empresa subcontratada. O maior contrato, de R$ 2,3 milhões, foi firmado com a EBC, estatal que teve o próprio Franklin Martins como um dos principais criadores. É a dona da TV Brasil, mais conhecida como “TV traço”, pois não tem audiência alguma. Mas, como fica claro, a audiência não é o principal negócio da emissora estatal…
Franklin Martins, aquele que dorme e acorda pensando em como destruir o grupo Globo, seu ex-patrão, disse que teve influência “zero” nos contratos da Cine Group com o governo. A empresa também afirma que o relacionamento entre Mônica e Franklin não teve nenhum peso nos contratos.
Eu acredito! Assim como acredito que Lula nada sabia sobre o mensalão. Como acredito que José Dirceu está na Papuda por que foi vítima da perseguição da “elite branca” comandada por Joaquim Barbosa. Como acredito que o PT adora a democracia. Como acredito no Saci Pererê, no Coelho da Páscoa e em Papai Noel…
PS: Ficou mais fácil entender por que o PT luta tanto para “democratizar” a imprensa, ou seja, controlar cada veículo hoje independente? Notícias assim você não vai ver na TV Brasil.
Rodrigo Constantino