quinta-feira 20 2012
68ª) Atitude Nutriva:
VIRTUAL E HUMANO, talvez o primeiro contato do ser humano com algo virtual tenha sido quando o homem lascou uma pedra em outra e descobriu o fogo, de lá para diante nada mais seria como era antes.
A era da pedra não terminou por falta de pedra, terminou porque os mesopotâmios 3.500 a.C descobriram o cobre. A ferramenta da era do cobre foi o fogo, as eras continuam evoluindo e as ferramentas continuam mudando. Estamos na era do silício e a ferramenta é a mente humana.
A “Gamificação” (Funware), o uso de mecânica de jogos para aplicações que são um game, já é realidade nos treinamentos corporativos. Ela permite encorajar determinados comportamentos, tirando vantagem da predisposição psicológica do ser humano em se engajar em games. Pode ser usada para motivar as pessoas em tarefas que elas normalmente consideram entediantes.
Um bilhão de pessoas se encontram, trabalham, amam e brigam através dos sites de relacionamento. Uma em cada sete pessoas do planeta frequenta as redes sociais. Não se ligar nesta nova forma de relacionamento causará exílio da próxima sociedade humana. Desenvolver aprendizagem colaborativa nesta área é uma iniciativa que será a ponta de um iceberg de possibilidades.
Entre o surgimento da linguagem e o da escrita, sucederam-se 1.400 gerações, agora no intervalo de uma vida de uma mesma geração, cerca de 20 anos, novos paradigmas tecnológicos são inventados e reinventados. Será praticamente impossível deter as inovações tecnológicas e científicas, o celular será a “bola de cristal” dos ciganos desta nova era e as empresas de genética em pouco tempo talvez possam determinar a personalidade de quem irá nascer.
Os computadores já conseguem processar dados com velocidade semelhante à usada pelo cérebro em tarefas como locomoção e audição, isto é inovação, um momento mágico de revolução para a ciência e para a tecnologia.
A era “mobile learning”, protocolou como desafio: capacitar pessoas fazendo com que aprendam o que necessitam aprender, no momento que necessitam e como necessitam. O que temos nas mãos não será descartado, mas, não é mais o suficiente.
Hoje nada é mais 100% previsível ou 100% controlável, precisamos aperfeiçoar cada vez mais nossas atitudes funcionais.
Pequenas ações localizadas fazem uma diferença nunca registrada na história da humanidade: se os chineses elevarem o seu consumo aos índices dos EUA, será necessário outro planeta terra para manter a existência humana.
O ser humano consegue viver cerca de quarenta dias sem comida, três dias sem água e até oito minutos sem ar, mas nem um segundo sem esperança. Este universo em reconfiguração está trazendo esperança para muitos, mas também inibindo a esperança de muitos.
As pessoas estão esquecendo que elas são a mais avançada tecnologia do planeta com os dons que lhe foram concedidos. Estão esquecendo que são elas com suas mentes brilhantes as grandes responsáveis por todo este universo em transição.
Tudo sempre mudou e ainda vai mudar enquanto o ser humano permanecer utilizando suas dádivas para encontrar meios de melhorar a permanência da humanidade como herdeira de uma missão divina de fazer do mundo sempre um lugar ainda melhor.
Os jovens de ontem mudaram o nosso hoje, os jovens de hoje irão mudar o nosso amanhã, neles está o DNA da evolução e transformação, os mais experientes do passado precisam apenas compartilhar o que aprenderam, permitindo que o novo se aproxime e não devem interromper o ciclo existencial que nos conduz para um desconhecido necessário que sempre esteve a nossa espera.
POR: Cesar Romão
Novo teste de papel mede danos ao fígado
Prevenção
Dispositivo é capaz de medir saúde do órgão a partir de uma gota de sangue
Em contato com o sangue, o papel muda de cor. De acordo com a nova coloração, médicos poderão medir a presença de enzimas que indicam danos ao fígado (Diagnostics For All/Divulgação)
Um novo dispositivo de papel desenvolvido por pesquisadores americanos é capaz de monitorar os danos ao fígado causado por doenças e medicamentos. Para isso, ele só precisa de uma gota de sangue do paciente. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira na revista Science Translational Medicine.
Opinião do especialista
Maria Lucia Gomes Ferraz
Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia e professora de gastroenterologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia e professora de gastroenterologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
“Esses exames das enzimas hepáticas são muito comuns e simples de serem feitos. Eles servem para a triagem de doenças no fígado. Níveis elevados dessas enzimas significam que o órgão está doente, seja por causa do uso desses remédios, seja por causa da bebida ou obesidade. No Brasil, o teste está disponível a pacientes do sistema público de saúde.
“A novidade apresentada pelo estudo é essa forma rápida de fazer a dosagem das enzimas. Normalmente o paciente tem de ir ao laboratório, colher o sangue e esperar pelo resultado. O que esse novo método muda é a praticidade e a velocidade do teste.
"É importante destacar que esse exame não é como o teste de gravidez: ele não deve ser feito pelo próprio paciente. Ele tem de contar com a supervisão de um médico ou de enfermeiro, para saber a quantidade correta de sangue a ser medida e analisar corretamente o resultado."
Os remédios usados por pacientes portadores de HIV ou tuberculose podem causar alguns danos ao fígado. Em países desenvolvidos, esses pacientes passam por testes todos os meses para medir a toxicidade no órgão. Normalmente, seu sangue é retirado e enviado para análise em laboratórios, onde é medida a quantidade de duas enzimas que podem indicar dano ao fígado: a aspartato aminotransferase (AST) e a alanina aminotransferase (ALT). Nos países pobres, esses testes costumam ser caros, e os pacientes raramente têm acesso ao diagnóstico. Desse modo, eles não acompanham a saúde do órgão e não sabem se precisam de tratamentos adicionais.
O aparelho portátil de baixo custo desenvolvido pelos pesquisadores do Centro Médico Beth Israel Deaconess (BIDMC, na sigla em inglês), que pertence à Universidade de Harvard, pode ser um importante substituto para o teste. Do tamanho de um selo dos correios e custando alguns centavos de dólar, ele pode dar o resultado em 15 minutos. "Nosso aparelho pode ter impacto significativas ao redor do mundo, particularmente em nações em desenvolvimento, onde os testes de sangue podem ser muito caros e os resultados podem demorar semanas", disse Nira Pollock, médica da BIDMC.
Cores — Para usar o dispositivo, o paciente precisa aplicar uma gota de sangue no pedaço de papel. A presença das enzimas AST e ALT leva a mudanças nos níveis de corantes presentes em zonas específicas do papel. Ao medir a alteração das cores, os médicos conseguem saber os níveis de concentração de cada enzima. Uma mudança de cor do azul para o rosa, por exemplo, pode representar níveis elevados de AST, indicando danos ao fígado.
Para medir a eficácia de sua invenção, os pesquisadores realizaram o teste em 223 amostras de sangue. Como resultado, descobriram que ele mediu de modo correto a quantidade de enzimas em mais de 90% dos casos. Segundo os cientistas, o dispositivo poderá ser usado como uma espécie de triagem para os testes mais completos — e caros. Os pacientes só precisarão enviar seu sangue para análise em laboratórios quando as cores assinaladas no pedaço de papel indicarem níveis elevados das enzimas.
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/novo-teste-de-papel-mede-danos-ao-figado
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/novo-teste-de-papel-mede-danos-ao-figado
Serra se descola de Haddad, mostra Datafolha, e o pânico chega às hostes petistas; a ordem é partir para a baixaria, com o endosso de Lula; Haddad corre o risco de ser o petista com menos votos na cidade em 27 anos!
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, pode se preparar. Vem chumbo grosso do petismo por aí. Lula, como tem sido regra desde que deixou à Presidência, está abraçado a seu rancor. Ele mandou a população de São Paulo votar em Fernando Haddad. O povo está resistindo. Então a ordem é partir para a baixaria contra o adversário do PSDB. Segundo pesquisa Datafolha publicada nesta quinta, o petista oscilou dois pontos para baixo em uma semana e tem agora 15% das intenções de voto. Serra oscilou um para cima e foi a 21%. Celso Russomanno, do PRB, passou de 32% para 35%. Desta vez, o instituto entrevistou um maior número de pessoas — 1.802 —, e a margem de erro é dois pontos para mais ou para menos, não de três. Assim, Haddad não está mais tecnicamente empatado com Serra. Se o segundo turno fosse hoje, o petista estaria fora do jogo.
Bateu o desespero na campanha petista, e eles começaram a brigar. Há descontentamento com a campanha. Referindo-se ao porra-louca Marat, um dos jacobinos extremistas da Revolução Francesa, que adorava ver cortar cabeças, um contemporâneo moderado seu cravou uma frase: “Deem um copo de sangue a este canibal que ele está com sede”. Os petistas, Lula especialmente, estão com sede e deram a ordem: é para partir pra cima de Serra e para tentar desconstruir também Russomanno — nesse caso, no entanto, com mais moderação. O PT tem medo do “bispo” Edir Macedo e da Rede Record. O alvo preferencial será mesmo Serra. Já volto ao assunto.
Os petistas nunca ficaram fora do segundo turno na cidade em São Paulo desde que a eleição é disputada em duas etapas. Ainda falta muito tempo. Uma coisa, no entanto, é fato: Haddad corre o risco de ter o mais baixo desempenho da história do PT na cidade desde que foi restituída a eleição direta nas capitais. Em 1985, Jânio Quadros se elegeu com 39,3%, FHC ficou com 35,3%, e Eduardo Suplicy obteve 20,7%. Em 1988, Luíza Erundina foi eleita com 33% (não havia segundo turno). Em 1992, a esta altura do campeonato, Suplicy, que concorreu outra vez (perdeu para Maluf), tinha 24%. Em 1996, pouco mais de uma semana antes do pleito, Erundina aparecia com 21% (deu Celso Pitta). Em 2000, Marta Suplicy se elegeu no segundo turno e tinha, em 15 de setembro, 32%. Em 2004, contra Serra (eleito), ela aparecia com 33% no dia 11 de setembro. Em 2008, no dia 13 de setembro, a 17 dias do primeiro turno, Marta (de novo!) tinha 37% das intenções de voto. Kassab, que se elegeu, estavam com os mesmos 21% que Serra exibe agora.
Escrevendo o parágrafo acima, ocorre-me uma coisa. Quantos analistas “isentos” vocês já leram a sustentar que o PSDB não se renova, que apresenta sempre os mesmos candidatos e coisa e tal? Com o PT seria diferente… Pois é: desde 1985, apenas quatro petistas disputaram oito eleições na capital: Suplicy (2); Erundina (2), Marta (3) e Haddad (1). Os tucanos variaram mais: Covas (1), FHC (1), Fábio Feldman (1), Serra (3) e Alckmin (2). Neste 2012, Lula, sob o aplauso entusiasmado de alguns analistas isentos como um táxi, decidiu inovar. Eis aí…
Calma lá!Não! Não faço como os petralhas, que soltam rojão na véspera. Até porque esses 35% de Russomanno — que, hoje, venceria Serra e Haddad no segundo turno, segundo o Datafolha, por, respectivamente, 57% a 31% e 55% a 30% — não é dessas coisas que peçam comemoração. Mas dá para tirar uma conclusão ao menos: Haddad era, com efeito, um notório desconhecido da população paulistana. Para que se tornasse popular, teve de se escorar em duas mulheres, digamos, “fortes”, de personalidade marcante e caráter opiniático (Dilma e Marta), e, claro!, em Lula. Parece que o eleitorado não se convenceu até agora de que ele consegue caminhar pelas próprias pernas.
BaixariaVem jogo pesado por aí. O PT já vazou para a imprensa que vai retomar a sua ladainha de sempre contra “as privatizações”. Como se Dilma não tivesse aderido ao programa… É bem possível que tente pegar carona nas sujeiras armadas por delinquentes em 2010, que motivaram a abertura de um inquérito pela Polícia Federal. Vai funcionar? Não sei! Os petistas estão bravos porque o tema do mensalão foi parar na campanha, como se houvesse nisso algum crime.
É a estratégia do desespero. Em 2006, o PT tentou armar contra Serra o dossiê dos aloprados. Em 2010, o sigilo fiscal de pessoas de sua família foi quebrado por bandidos. Tratava-se de outra conspiração criminosa. Não fará mal nenhum aos tucanos lembrar, no ar, as vezes em que o partido tentou vencer no berro. É bom refrescar a memória do eleitor, por exemplo, com aquela montanha de dinheiro apreendida pela Polícia Federal… Preparam-se! O PT, que soube lavar como ninguém a reputação de figuras notórias da política como José Sarney e Fernando Collor, quer enlamear a do candidato do PSDB.
Quando se é petista, isso faz todo sentido. Afinal de contas, por vários motivos, Lula está mesmo mais próximo de Sarney e Collor do que de Serra.
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Dirceu pode ser condenado ou absolvido na semana da eleição
Saí para tomar um suco, no fim da tarde, e, na volta, Joaquim Barbosa estava fatiando o Capítulo VI da denúncia. Eu havia entendido que ele deixaria para esta quinta o grupo de réus da corrupção ativa, no qual se incluem José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Mas não! Já corrigi o post em que havia feito essa afirmação. Barbosa conclui amanhã a votação dos réus por corrupção passiva e passa a palavra para o revisor, Ricardo Lewandowski, que deve começar a ler seu voto depois do intervalo. Se os ministros fossem mais rápidos, eu teria menos sede, hehe… Adiante. Lewandowski teria dito ao presidente, Ayres Britto, que pode esgotar essa parte do seu voto amanhã mesmo, coisa de que duvido. Na sequência, votam os demais ministros.
Vamos ver. Se Lewandowski levar as mesmas duas sessões e meia (eles tem empregado sempre o mesmo tempo de Barbosa), vai até quarta da semana que vem. Só na quinta, dia 27, os demais ministros votariam. Na segunda, dia 1º, Barbosa se encarregaria, então, de Dirceu e dos demais acusados de corrupção ativa. Nesse caso, as coisas são mais simples. Quanto tempo? Em tese ao menos, na pior das hipóteses (Lewandowski também consumir duas sessões e meia para os réus de corrupção passiva), será possível saber no dia 4 de outubro a situação de Dirceu, Genoino e Delúbio. O tesoureiro do PT não tem saída — é condenação certa. Nos outros dois casos, existe espaço para firulas retóricas. Dirceu teria, assim, selado seu destino na quinta. No domingo, dia 7, os brasileiros vão às urnas.
Não é um despropósito lógico o fatiamento do fatiamento, mas é uma desnecessidade. E não deveria ter sido feito, especialmente num dia em que o Supremo foi alvo de um ataque bucéfalo, antidemocrático, fascistoide mesmo!, do PT. De todo modo, reitero, há tempo hábil para julgar Dirceu — que, ao lado de Lula, comanda uma verdadeira campanha contra o Supremo — antes que qualquer manobra seja tentada.
De todo modo, teremos emoções interessantes. Se os ministros condenarem a turma da corrupção passiva, isso faz supor que houve alguém praticando a ativa… “Ah, foi tudo coisa do Delúbio”, dirão alguns. Pois é. Vamos ver quantos ministros do Supremo vão aderir à interessante tese de que o tesoureiro é que era o chefe do partido.
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Para relator, Jefferson também era mensaleiro
Por Laryssa Borges e Gabriel Castro, na VEJA.com
Denunciante do maior escândalo político do governo Lula, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, foi colocado nesta quarta-feira no mesmo patamar dos mensaleiros e condenado pelo relator, Joaquim Barbosa, por corrupção passiva. Embora tenha delatado o mensalão, o deputado cassado nunca admitiu ter se valido do esquema de compra de votos de deputados.
Apesar de ter recebido 4 milhões de reais diretamente das mãos do publicitário Marcos Valério, Jefferson afirmou que o montante não era propina, e sim recursos acertados com o PT nas eleições municipais de 2004. Para Joaquim Barbosa, no entanto, Jefferson é tão mensaleiro quanto os políticos do extinto PL (atual PR) e do PP – todos já condenados pelo relator em seu voto.
“A partir de dezembro de 2003, o próprio Jefferson aceitou receber recursos pagos pelo PT para conduzir o apoio de seus correligionários em projetos de interesse do governo”, disse o ministro. Em voto, deixou claro: assim como os demais partidos, o PTB acertou sua participação no esquema criminoso em troca de propina.
“Os repasses e as promessas de pagamento feito pelo PT exerceram forte influência sobre a fidelidade dos deputados do PTB, tendo em vista a importância das somas envolvidas e o consequente desejo de receber o dinheiro em troca de apoio político”, disse o ministro. A “soma elevadíssima” – foi acertado repasse total de 20 milhões de reais, embora nem tudo tenha sido pago – acarretou, conforme explicou Barbosa, no crescimento exponencial de deputados filiados ao PTB.
Em seu voto, Joaquim Barbosa fez um relato histórico dos apoios políticos do PTB nas últimas eleições – em 2002, os petebistas se aliaram ao então candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes. E lembrou que, com a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva, no entanto, a legenda foi uma das primeiras a aceitar o mensalão.
“Embora em 2002 o PTB tenha apoiado o candidato do PPS às eleições presidenciais, Ciro Gomes, concorrente do candidato do PT, o presidente do PTB foi em 2003 um dos primeiros beneficiários de pagamentos periódicos em espécie”, disse o ministro. “Quando passou ele próprio a ser beneficiário, Jefferson tinha consciência de que os pagamentos eram feitos em troca da consolidação da base parlamentar”, completou.
Conforme o ministro, Roberto Jefferson tinha conhecimento de longa data da distribuição de recursos por vias criminosas – prática acertada, em um primeiro momento, pelo então presidente petebista, José Carlos Martinez, já morto, e sabia da sistemática de corrupção para o pagamento de mesadas a congressistas.
A denúncia do Ministério Público Federal aponta que Jefferson e o tesoureiro informal do PTB, Emerson Palmieri, receberam 4 milhões de reais pessoalmente de Valério em duas parcelas. Os pacotes de dinheiro, envoltos em fitas do Banco Rural e do Banco do Brasil, seriam parte de uma promessa de 20 milhões de reais do mensalão. Ainda conforme a Procuradoria-Geral da República, Palmieri foi incumbido de negociar o pagamento dos 16 milhões de reais restantes e acompanhou Marcos Valério em uma viagem a Portugal para reuniões com executivos da Portugal Telecom. Palmieri foi condenado hoje por Barbosa por corrupção passiva.
“Trata-se de recursos com claro potencial para determinar a continuidade do apoio do PTB na Câmara e juntamente o apoio da maior parte dos parlamentares do partido. Impensável admitir-se que repasses efetuados dessa forma, por meio da estrutura criminosa, seriam harmonizáveis com o sério exercício da função parlamentar pelos beneficiários”, disse o relator.
Romeu Queiroz – Ao analisar a participação do PTB no mensalão, o ministro Joaquim Barbosa também considerou o ex-deputado Romeu Queiroz culpado por corrupção passiva. O ex-parlamentar, que conseguiu se livrar da cassação ao auge do escândalo, admitiu ter recebido pouco mais de 100 000 reais, mas alegou tratar-se de doação da empresa Usiminas à campanha de 2004 “para repasse segundo os interesses partidários”.
Para Barbosa, no entanto, existem provas contundentes de que Queiroz vendeu seu apoio político no Congresso Nacional “em troca dos recursos que o PT vinha oferecendo aos aliados”.
Na hierarquia do mensalão, o Ministério Público diz que coube a Romeu Queiroz indicar o assessor José Hertz, do PTB mineiro, para sacar dinheiro do valerioduto e negociar a continuidade da distribuição de propina após a morte de José Carlos Martinez.
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Uma anatomia da loucura de Lula
Os deuses primeiro tiram a razão daqueles a quem querem destruir. “Quos volunt di perdere dementant prius.” Já lembrei aqui este adágio latino a Lula, mas ele, claro!, não me ouve. No que, do seu ponto de vista, faz muito bem! Se ouvisse, creio que não teria sido eleito presidente da República, porque eu, por óbvio, teria reprovado, como reprovo, os métodos a que recorreu para construir seu partido, para se eleger e para se manter no poder. E é assim não é de hoje — desde quando, ainda bem jovem, rasguei a minha filiação, apostando que ele chegaria ao poder. Foi quando criei a expressão “burguês do capital alheio” (eu ainda era de esquerda) — e, aí sim, tive uma antevisão: não será bom para as instituições e para a verdade dos fatos.
Em seus oito anos de mandato, Lula já havia depredado a história o bastante. Um dia, creio, a onda estupidificante petista na academia reflui, e se poderá, então, serenamente, narrar o que se deu. De todo modo, o Apedeuta encerrou seus oito anos de poder elegendo sua sucessora, o que é uma conquista e tanto. Uma aposentadoria política digníssima se lhe afigurava, com o mito relativamente preservado. MAS NÃO! O DIABO É QUE, NA CABEÇA DE LULA, SUA OBRA ESTÁ INCOMPLETA.
Ainda há no Brasil, vejam que ousadia!, quem lhe faça oposição intelectual — não me refiro aos partidos, não! — e quem não esteja disposto a se ajoelhar a seus pés. Ainda há no Brasil setores que ele considera recalcitrantes, que merecem a pecha de “golpistas” porque ousam não concordar com ele. Ainda há no Brasil, por exemplo, uma imprensa livre também no espírito, não apenas na letra da lei. Se o PT foi malsucedido no seu esforço de criar um mecanismo de censura, sabe, no entanto, que foi muito bem sucedido em tornar influentes alguns de seus valores, hoje bovinamente repetidos por franjas engajadas também da grande imprensa. Há dias, li em dois grandes jornais textos de “analistas” que afirmavam, por exemplo, literalmente, que “ninguém ganha com a guerra entra bandidos e polícia em São Paulo”. Ainda preciso escrever um texto só sobre esse assunto. Imaginem vocês… Quando alguém escreve essa enormidade, está a igualar os dois lados da suposta “guerra”, vislumbrando, então, a necessidade de uma “pax”; o que se está a pedir é uma solução negociada com os… bandidos! Mas não quero me desviar do foco.
Lula poderia estar exercendo dignamente o seu papel de ex-presidente — ele prometeu, como sempre, ser muito melhor do FHC nisso também… É o que vemos? Não! Dias antes de encerrar seu mandato, anunciou que ele próprio investigaria essa história de mensalão, sustentando ser uma grande tramoia da oposição. Passou a se articular freneticamente nos bastidores para impedir que o Supremo Tribunal Federal cumprisse seu papel. No encontro com um ministro, falou abertamente a língua da chantagem. Conversas de Marcos Valério, reveladas por reportagem de VEJA, informam que aquele que sempre esteve no controle do mensalão (segundo o publicitário), dava garantias que só poderiam sair da boca de um tirano. O Supremo estaria no bolso.
Em associação com José Dirceu e com outros “duros” do PT, armou a CPI do Cachoeira não para investigar falcatruas — o que seria meritório; mas está aí a Delta, protegida pelos petistas —, mas para intimidar a oposição e, de novo!, a imprensa. Lula apostou tudo na comissão. Era o seu bilhete premiado para as eleições de 2012 e de 2014! Não haveria de sobrar pedra sobre pedra dos oposicionistas, da imprensa livre, da Procuradoria-Geral da República — lembrem-se de que Collor foi o escalado para atacar Roberto Gurgel — e do próprio Supremo.
Dos bastidores, chegavam os ecos trevosos: “Não haverá julgamento! Isso irá para a 2013 e, de 2013, para nunca mais!”. Ao mesmo tempo, ainda que a presidente Dilma negue (e ela nega), o seu próprio governo passou a entrar no radar do lulismo. O Apedeuta não concordava com a ideia de uma “faxina ética”, na qual a presidente surfou. Isso fazia parecer que seu governo era condescendente (ora vejam!) com a corrupção.
O Babalorixá de Banânia, como sabem, havia prometido “desencarnar”, para empregar o verbo a que ele próprio recorreu, mas quê… Foi tomado, assim, por uma espécie, se me permitem, de paixão carnal do espírito. A história política de Lula também poderia ser contada a partir dos seus ódios. E poucos são capazes de odiar como ele. Ao longo de sua trajetória política, à diferença do que muitos pensam, não liquidou apenas adversários políticos, não! Também destruiu aliados. Para tanto, bastava-lhe ser contrariado. E, como ninguém, soube, desde os tempos de sindicato, usar as falhas alheias e as circunstâncias em benefício próprio e na construção de sua própria mitologia.
Lula poderia, reitero, estar curtindo a sua aposentadoria, mesmo depois do drama pessoal que viveu com a doença — e até por isso também —, mas ele não se entende fora do poder e da disputa pelo poder. Reparem que passou oito anos demonizando FHC, usando a estrutura do estado para atingir a reputação do antecessor. Como nunca, vimos uma máquina de publicidade oficial dedicada de modo contumaz à mentira. Lula tem menos prazer em vencer do que em derrotar o outro. Isso distingue, devo lembrar, um governante virtuoso de um tirano. E Lula só não é esse tirano porque as instituições que herdou não lhe permitiram. Ele as depredou e infiltrou nelas germens do mal — inclusive no Supremo —, mas não conseguiu subordiná-las a suas vontades.
EnlouquecendoTentou fazer da CPI a razia final contra o que resta de oposição e contra a imprensa. Não deu! Tentou destruir a reputação do procurador-geral da República. Não deu. Tentou macular a independência do Supremo. Não deu. Tentou se construir como a alternativa a Dilma (“caso ela não queira disputar a reeleição”, ele sugeriu…). Não deu. Tentou impedir o julgamento dos mensaleiros. Não deu. Tentou criar uma mentira sobre aqueles fatos escabrosos. Não deu. Tenta agora eleger Fernando Haddad em São Paulo para ter como chantagear depois o próprio governo Dilma. O jogo não está jogado, mas está difícil. Sai Brasil afora a vociferar contra candidatos a prefeito de partidos de oposição, numa espécie de guerra santa desesperada contra os dragões da maldade. O resultado, por enquanto ao menos, não é muito animador. Ainda que seu projeto paulistano dê certo — não parece que vá —, o PT pode sair dessa disputa municipal menor do que entrou.
E eu ousaria dizer que o principal culpado pelas dificuldades que o partido passou a enfrentar é Lula. Acostumado a jamais ser contestado — e pobre daquele que a tanto ousar —; incensado como dotado de uma intuição genial, que lhe teria sido transmitida pelo leite materno por mãe nascida analfabeta (a minha já nasceu citando Schopenhauer no original…); aplaudido por gente como Marilena Chaui como aquele que, ao falar, ilumina o mundo; recentemente reverenciado por Marta Suplicy como o próprio “Deus” (nada menos!), Lula foi perdendo a razão, caminho certo para a autodestruição.
É claro que ele não vai acabar. Continuará a ser uma pessoa influente na política e no PT por muito tempo. Mas é o mito que passa — e, nesse particular, sua loucura é um bem para o país — por um processo acelerado de corrosão. Talvez ainda se elegesse presidente no primeiro turno (em São Paulo, quem está na frente é Russomanno, afinal…), mas são as suas virtudes demiúrgicas junto a setores influentes da política que estão se esfarelando.
Lula errou feio. Errou quando decidiu emparedar o Supremo. Errou quando decidiu emparedar a imprensa livre. Errou quando decidiu usar uma CPI como instrumento de vingança. Errou quando decidiu que basta mandar para o eleitor obedecer. Errou quando decidiu ser um condestável da República, disputando influência com a própria presidente da República.
Errou feio, em suma, quando acreditou que, de fato, era Deus. E ele é apenas um homem, mais falível, em muitos aspectos, do que a esmagadora maioria. Afinal, o destino lhe sorriu e lhe foi dado governar um país por oito anos. Poderia ter seguido seu antecessor num particular: entregar instituições mais sólidas do que encontrou. Ele preferiu depredá-las de forma sistemática, contínua e dedicada.
Lula, quem diria?, ainda será o melhor biógrafo de Lula. A ambição desmedida do homem acabará por revelar os pés de barro do mito.
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O trabalho ininterrupto gera diversas consequências físicas e psicológicas ao empregado. A exigência constante por produtividade faz com ...